Segunda-feira,
09 de junho de 2014.
“Para
conhecermos os amigos é necessário passar pelo sucesso e pela desgraça. No
sucesso, verificamos a Quantidade e, na desgraça a, Qualidade.”
EVANGELHO
DE HOJE
Mt 5,1-12
— O Senhor
esteja convosco.
— Ele está
no meio de nós.
—
PROCLAMAÇÃO do Evangelho de Jesus Cristo, + segundo Mateus.
— Glória a
vós, Senhor!
Naquele
tempo, 1vendo Jesus as multidões, subiu ao monte e sentou-se. Os discípulos
aproximaram-se, 2e Jesus começou a ensiná-los:
3"Bem-aventurados
os pobres em espírito, porque deles é o Reino dos Céus.
4Bem-aventurados
os aflitos, porque serão consolados.
5Bem-aventurados
os mansos, porque possuirão a terra.
6Bem-aventurados
os que têm fome e sede de justiça, porque serão saciados.
7Bem-aventurados
os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia.
8Bem-aventurados
os puros de coração, porque verão a Deus.
9Bem-aventurados
os que promovem a paz, porque serão chamados filhos de Deus.
10Bem-aventurados
os que são perseguidos por causa da justiça, porque deles é o Reino dos Céus!
11Bem-aventurados
sois vós, quando vos injuriarem e perseguirem, e, mentindo, disserem todo tipo
de mal contra vós, por causa de mim. 12aAlegrai-vos e exultai, porque será
grande a vossa recompensa nos céus".
Palavra da
Salvação
Glória a vós
Senhor.
MEDITAÇÃO
DO EVANGELHO
Padre Antonio
Queiroz
Bem-aventurados os pobres em
espírito.
Neste Evangelho das
Bem-aventuranças, Jesus nos apresenta as virtudes que os cristãos adquirem,
quando o seguem e participam da Comunidade cristã. E ele mostra também as
conseqüências, tanto neste mundo pecador, como na vida futura.
O termo
"bem-aventurado" designa uma pessoa feliz, nesta vida e na outra. Não
só nesta vida nem só na outra, é a felicidade plena.
O Evangelho começa dizendo que
Jesus subiu ao monte e sentou-se. Jesus sobe ao monte para nos lembrar o Monte
Sinai, onde Deus fez a Aliança com o seu povo, através de Moisés. Lá, Deus deu
os Dez mandamentos, como a constituição, a lei maior do povo dele. Aqui, Jesus
apresenta a constituição do novo Povo de Deus. Ele sentou-se para falar
ex-cátedra, como o Mestre e o legislador qualificado do povo de Deus.
“Bem-aventurados os pobres em
espírito, porque deles é o Reino dos Céus.” A pessoa que segue a Jesus, se não
é pobre acaba ficando, porque não explora, não mente e sente compaixão dos
necessitados, partilhando com eles os seus bens. Isso é ser pobre em espírito,
isto é, pobre não só de bens materiais, mas também de coração. Porque há muitos
pobres que tem um coração ganancioso.
“Bem-aventurados os aflitos,
porque serão consolados.” O cristão não se conforma diante do sofrimento dos
outros. Ele se aflige, mas nem por isso perde a alegria, a esperança e a
felicidade. O egoísta fala: “Senhor, obrigado por eu ter comida na mesa, quando
há tantos que não têm”. O cristão fala o contrário: “Senhor, eu lhe agradeço
este alimento, mas me preocupo com os que não têm. Abra o meu coração à
partilha!”
“Bem-aventurados os mansos,
porque possuirão a terra.” Quem segue a Jesus, sabe relevar as fraquezas dos
outros. Sabe suportar, compreender e perdoar. Não julga ninguém, porque nós não
conhecemos o coração nem as intenções dos outros. Não usa de violência, não é
impaciente nem briguento. Ninguém resiste a uma pessoa assim, e esta pode
resistir a todos. A mansidão é a chave que abre a porta de todos os corações.
Ser manso é ser humilde; o orgulhoso geralmente é violento. Quem é manso é
também paciente; faz o que é possível, e cria condições para que o impossível
hoje se torne possível amanhã. Uma pessoa mansa procura ouvir as motivações e
as explicações da outra pessoa. E nunca corta a comunicação com ninguém, mas
sempre acredita que ainda é possível negociar e se entender. Onde existe amor,
Deus aí está, e onde está Deus, existe paz e mansidão. Quem é manso dialoga, e
nunca desiste de resolver os conflitos pelo entendimento. O terrorismo é a
atitude desesperada de quem não acredita mais no diálogo. O terrorismo é o pior
veneno do mundo atual. Quem é manso perdoa. A falta de perdão gera ódio,
vingança e violência. “Jesus, manso e humilde de coração, fazei o nosso coração
semelhante ao vosso”.
“Bem-aventurados os que têm
fome e sede de justiça, porque serão saciados.” O cristão não é acomodado nem
conformista diante do mundo injusto que está aí. Ele anseia por uma sociedade
nova e luta por ela. O cristão só será saciado no céu.
“Bem-aventurados os
misericordiosos, porque alcançarão misericórdia.” Uma pessoa misericordiosa,
que sabe relevar os defeitos dos outros e sente compaixão, uma compaixão que se
transforma em ação, será tratada por Deus também com misericórdia.
“Bem-aventurados os puros de
coração, porque verão a Deus.” Quem segue a Jesus não tem malícia, maldade, nem
segundas intenções. Não é falso nem engana ninguém, mas é verdadeiro e
transparente. Estes verão a Deus porque Deus é assim.
“Bem-aventurados os que
promovem a paz, porque serão chamados filhos de Deus.” O cristão trabalha pela
paz em todos os níveis: na família, nos vizinhos, na Comunidade, no País, no
mundo. Ele une os separados e integra os excluídos. Quem não é pacífico, faz o
contrário: desune através de fofocas, maledicências...
Havia, certa vez, uma vila
rural cujo povo era muito individualista. Eles não se ajudavam uns aos outros.
Um dia, chegou um senhor de fora e espalhou a notícia: “Em um poço abandonado,
na ponta de uma corda está a felicidade”. As pessoas começaram a procurar este
poço. Um dia um homem o achou. Era um poço muito fundo, e dele saía uma corda
com um bom pedaço para fora do poço. O homem logo pensou: Vou puxar sozinho a
corda e ficar com essa fortuna só para mim. Mas não conseguiu, pois o objeto
era muito pesado lá dentro. Então chamou um amigo. Os dois também não
conseguiram. Chamaram outro, mais outro, os jovens, as mulheres... Até que todo
o povo da vila se reuniu para puxar a corda. E conseguiram retirar. Mas, que
decepção! Era uma pedra! Uma enorme pedra, sem valor nenhum!
Entretanto, dali para frente, o
povo aprendeu a se unir, a lutar juntos, e todos ficaram mais felizes. E descobriram
que o sábio estava certo: a felicidade estava na ponta da corda, mas não
naquela ponta lá do fundo do poço, e sim na ponta de cima, na qual todos se
uniram.
A felicidade, a
bem-aventurança, não cai pronta diante de nós. Às vezes a felicidade está
juntamente na luta, no fato de nos unirmos para vencer os obstáculos.
Quando Isabel recebeu Maria em
sua casa, disse, exultando de alegria: “Feliz aquela que acreditou” (Lc 1,45).
Esta é mais uma bem-aventurança, a nona, podemos dizer. Que Maria Santíssima
nos ajude a viver as bem-aventuranças, inclusive esta, a felicidade de ter fé.
Bem-aventurados os pobres em
espírito.
MOTIVAÇÃO
NO TRABALHO
A ilusão de
vencer sem esforço
Luiz Marins
Fico
impressionado ao ver que ainda há pessoas que acreditam ser possível vencer sem
esforço. Ficam esperando que o sucesso chegue, que a fama surja, que o dinheiro
apareça e, num processo constante de autoengano, não fazem as coisas certas que
deveriam fazer. Não se esforçam, não procuram aprender coisas novas, não
participam, não ajudam os outros, vivem reclamando da má sorte e invejando o
sucesso alheio. Será que essas pessoas não enxergam que sem muito trabalho e
dedicação não há sucesso? Será que elas morrerão na ilusão de vencer sem
esforço?
Fico
igualmente impressionado ao ver que há pessoas que vêem o sucesso alheio
acreditando que tudo aconteceu por obra da sorte. Tudo para os outros é fácil e
para elas difícil. Não conseguem enxergar nenhum mérito ou esforço nas pessoas
que venceram. Essas pessoas colecionam casos e mais casos de herdeiros
milionários, ganhadores na loteria e parecem não enxergar que essa realidade é
uma exceção e não a regra. A enorme maioria das pessoas tem que trabalhar duro
para vencer e só vencem com muito esforço, dedicação, comprometimento, foco,
colaborando e buscando o auto-aperfeiçoamento durante toda uma vida.
Com
essa visão negativa, essas pessoas não se dedicam ao que fazem, não dão tudo de
si para conquistar novos patamares na vida. Vivem rabugentas e deprimidas em
vez de enfrentar com alegria e motivação os desafios da vida.
Olhar
o trabalho com alegria, agradecendo as oportunidades, colaborando, é
fundamental para o sucesso. Todos temos que trabalhar. Fazer do trabalho um
peso insuportável tornará a vida mais difícil e não mais leve.
Assim,
em vez de olhar só o lado difícil da vida e do trabalho, procure enxergar e dar
valor ao esforço, ao trabalho digno, ao trabalho honesto de quem levanta todos
os dias querendo fazer melhor, cumprir a sua obrigação e olhar no espelho com a
alegria genuína de quem tem orgulho da imagem que vê. Isso tudo pode parecer
bobagem, mas não é.
Todos
temos que trabalhar durante a vida. Se fizermos o nosso trabalho com sentimento
de fazer bem feito, teremos uma autoestima elevada e isso fará uma grande
diferença na qualidade de nossa vida. Acredite!
Pense
nisso. Sucesso!
MOMENTO
DE REFLEXÃO
Há
muito desejava observar, às escondidas, o tratamento oferecido pelo meu amigo
George aos mendigos das redondezas. Todos falavam sobre o fato e eu não podia
imaginar o que realmente ocorria.
No
último fim de semana, fui à casa da minha amiga Linda Maria, que é vizinha de
George, e fiquei a espreitar pela janela do quarto de empregada que dá
diretamente para o quintal dele, local onde recebe e dá trato aos mendigos.
Por
volta do meio-dia, dois mendigos chegaram. Sujos, com feridas, cabelos
emaranhados... Fiquei aguardando George. Logo que viu os mendigos, pediu que
fossem se lavar no banheiro localizado no quintal. Ofereceu roupas limpas,
toalhas, sabonetes. Os homens aceitaram e foram ao banho sob a supervisão dele,
que, enquanto isso, com uma borracha d'água, ia lavando os chinelos cheios de
lama dos mendigos.
Na
hora do almoço, George arruma a mesa no quintal e oferece macarronada, guaraná
e frutas como sobremesa.
Da
janela, tudo observo. O que move George a cuidar com tanto carinho de mendigos
que retornam sempre do mesmo jeito, sem nenhuma mudança?
Fiquei
matutando...
Ouço
George dizer a eles: "Tenho uma surpresa pra vocês. Um pavê de chocolate!
Vou buscar agora na geladeira."
Deu
as costas, e pude ver um dos mendigos olhar para o outro, colocar a mão na
cabeça e com um dedo fazer rodas como a dizer "Ele é maluco!"
Não
sei exatamente o que pensar do George, nem dos mendigos. Arrisco-me a dizer que
deve ter esperança firme na reabilitação deles, daí seu empenho. Eles, por sua
vez, certos de que nunca sairão da mendicância e considerando inútil o esforço
de George, taxam-no carinhosamente de maluco.
É...
só encontrei mesmo essa explicação. A única que me pareceu coerente.
No
fundo, tudo isso me passa a certeza inabalável da bondade que existe nos
corações... Quantas vezes esses seres passam por nós e sequer lhes damos a
importância merecida.
George,
para muitos, é um ser excêntrico. Para mim, é um iluminado!
Não
resisti ao que vi, e no dia seguinte fui até a casa de George para falar sobre
seu trabalho e o quanto ficara impressionada com sua paciência e
desprendimento. Comentei que tinha ido visitar Linda Maria, pois o bebê já
estava com um ano e eu ainda não o conhecia, e por isso sequer tive tempo de ir
a sua casa. Expliquei, também, que havia observado tudo pela janela e que já
sabia desse trabalho dele.
George,
então, me disse que não deseja modificar os mendigos. Quer que eles vivam da
forma que melhor lhes convier. Se desejarem outra vida, um emprego, ele tentará
ajudar. Ainda perguntei se desejava convertê-los para alguma religião.
Respondeu que apesar de ter a dele, jamais iria levá-la aos mendigos, pois para
ele nenhuma religião se compararia ao Amor imenso que sente por esses irmãos
desvalidos. Que deixassem-no fazer o seu trabalho, porque ali, naquele momento,
sentia forte a presença do Criador. Isso bastava. Nada de conversões!
Vim
para casa refletindo.
Podemos
mudar o mundo, basta a vontade sincera e pura. O esforço, o respeito ao próximo
e o exercício do amor são as diretrizes para a grande renovação.
Que
comecemos essa revolução... dentro de nós.
Belvedere
Bruno
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