Segunda-feira,
21 de dezembro de 2015
"Dar o
exemplo não é a melhor maneira de influenciar os outros. É a única."
(Albert Schweitzer)
EVANGELHO
DE HOJE
Lc 1,39-45
— O Senhor
esteja convosco.
— Ele está
no meio de nós.
—
PROCLAMAÇÃO do Evangelho de Jesus Cristo, + segundo Lucas.
— Glória a
vós, Senhor!
Naqueles
dias, Maria partiu apressadamente para a região montanhosa, dirigindo-se a uma
cidade de Judá. Ela entrou na casa de Zacarias e saudou Isabel. Quando Isabel
ouviu a saudação de Maria, a criança pulou de alegria em seu ventre, e Isabel
ficou repleta do Espírito Santo. Com voz forte, ela exclamou: “Bendita és tu
entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre! Como mereço que a mãe do
meu Senhor venha me visitar? Logo que a tua saudação ressoou nos meus ouvidos,
o menino pulou de alegria no meu ventre. Feliz aquela que acreditou, pois o que
lhe foi dito da parte do Senhor será cumprido!”.
Palavra da
Salvação
Glória a vós
Senhor
MEDITAÇÃO
DO EVANGELHO
Padre
Antonio Queiroz
Como
posso merecer que a mãe do meu Senhor me venha visitar?
Este
Evangelho, que relata a visita de Maria a Isabel e a saudação da prima, destaca
a figura de Maria, a mãe do Messias. Cristo é sempre o centro da liturgia da
Igreja. Mas este cristocentrismo vai adquirindo matizes diferentes ao longo do
ano.
Maria
fez uma viagem de 150 km, portanto, longa e penosa, pois teve de subir e descer
montanhas. Mas o impulso da caridade é mais forte, e ela foi às pressas. A
caridade é um precioso dom que Deus colocou em nossos corações no dia do
batismo.
“Como
posso merecer que a mãe do meu Senhor me venha visitar?” “Mãe do meu Senhor” é
o mesmo que dizer “Mãe de Deus”. Foi devido a esse Deus, que Maria já carregava
em seu ventre, que João Batista pulou de alegria, ainda no ventre da mãe. É a
força da salvação que Cristo veio realizar, e começou mesmo antes de nascer.
Esta visita de Maria foi, na verdade, a primeira procissão de Corpus Chisti.
Fascinada
por Deus, Maria de Nazaré encarnou a esperança multissecular do seu povo. Ela
se alegrou e se abriu de corpo e alma ao plano de Deus Pai: “Eis aqui a escrava
do Senhor. Faça-se em mim segundo a tua palavra”.
A
aceitação de Maria é um eco da aceitação do próprio Jesus Cristo: “Eis me aqui,
ó Deus, para fazer a vossa vontade” (1ª Leitura e Sl 39,8).
Ter
fé é abrir-se à ação divina. É seguir um caminho novo, traçado não por nós, mas
por Deus para nós. E Maria seguiu esse caminho com grande solicitude. Porque
ela amava muito a Deus, e quem ama se entrega à pessoa amada.
A
solidariedade em servir a Deus leva à solidariedade em servir o próximo. Quanto
mais uma pessoa ama a Deus, mais ama o próximo, por amor a Deus. E o nosso amor
ao próximo por amor a Deus é universal, como Deus que manda o sol e a chuva
sobre todos, maus e bons (Mt 5,45). E é um amor preferencial a quem mais
precisa de uma ajuda. Em Maria, esse amor extensivo aconteceu nesta visita, no
Calvário, junto à Igreja nascente, e continua pelos séculos. E, como nós, Maria
fez isso na claridade-escuridão da fé. A fé ultrapassa a clareza e a evidência.
A
exemplo de Cristo e de Maria, quantos cristãos e cristãs, de ontem e de hoje,
colaboram na redenção! Conviver com esses irmãos é uma grande alegria que
temos, em meio às cruzes da vida.
Há
quem idealiza tanto Maria que acaba por pensar que ela sabia tudo em relação ao
plano de Deus. E se esquece que ela é uma pessoa humana como nós. Segundo os
Evangelhos, ela não teve, logo de início, uma luz plena da revelação pascal e
do mistério de Cristo. Nem uma visão direta de Deus. Sua fé ia crescendo e
amadurecendo progressivamente, na medida em que ela respondia “sim”, como
acontece conosco. Sabemos que o contrário também é certo: quando respondemos
“não” a Deus, a nossa fé vai diminuindo, e pode chegar até a abandonar a fé
legítima, na Igreja una, santa, católica e apostólica.
O
advento de Cristo ainda não aconteceu plenamente. Por isso a nossa missão antes
do Natal é agilizar a sua vinda hoje, através da dedicação ao Reino de Deus.
Assim estaremos preparados para celebrar o seu nascimento histórico, isto é, o
seu aniversário natalício. “Arrancastes do Egito esta videira, e expulsastes as
nações para plantá-la... Vinde logo, Senhor, vinde depressa pra salvá-la!”
Antífona
do Ó: “Ó Chave de Davi, Cetro da casa de Israel, que abris e ninguém fecha, que
fechais e ninguém abre: vinde logo e libertai o homem prisioneiro, que, nas
trevas e na sombra da morte, está sentado”.
Certa
vez, um homem estava, com sua espingarda, dando tiros para cima. Veio um guarda
e lhe perguntou: “O que você está fazendo aí, dando tiros para cima?” Ele
respondeu: “Estou espantando elefantes”. O guarda olhou em volta e disse: “Mas
eu não estou vendo nenhum elefante!”. “É sinal que eu já espantei todos”, disse
o homem.
“Eu
corro, não como às tontas. Eu luto, não como quem golpeia o ar” (1Cor 9,26).
Cada vez que chega alguém que carrego Cristo, acontece uma explosão de alegria,
como teve Isabel. Mas não podemos perder tempo, golpeando o ar ou dando tiros
para espantar o que não existe na realidade. Precisamos ir para a ponta da
linha, lá onde o problema está, e vencê-lo com a graça de Deus.
Que
Maria Santíssima e Santa Isabel nos ajudem na abertura ao plano de Deus, que
ainda hoje que usar de nós para que seu Filho possa nascer em plenitude no
mundo.
Como
posso merecer que a mãe do meu Senhor me venha visitar?
MOTIVAÇÃO
NO TRABALHO
Cuidado com
meias-verdades
Todos
nós recebemos informações que podem ser “meias-verdades”. Ao tomar uma decisão, temos que
ter muito cuidado e analisar com calma e profundidade o real valor daquela
informação.
Nem sempre a informação é falsa ou
mentirosa. Na maioria dos casos, trata-se de uma simples “meia-verdade” e muitas
vezes de boa fé.
Quando alguém nos diz que “todo mundo está reclamando”
é
nossa obrigação saber se esse “todo mundo” são
todas as pessoas ou apenas um pequeno grupo. Quando alguém
nos diz que “ninguém
irá aceitar essa mudança” é
nossa obrigação saber qual a base dessa informação.
Será
mesmo ninguém ou apenas algumas pessoas. Quando alguém
nos diz que tal coisa é “impossível
de ser feita”, é nossa
obrigação
saber se todas as alternativas foram pesquisadas ou se trata-se apenas de uma “força de expressão”.
Da mesma forma, temos que ter o hábito de
comparar realidades antes de formar uma opinião. É comum lermos nos jornais
notícias sobre outros países. É preciso sempre ter em mente o tamanho relativo
desses países antes de formarmos um juízo de valor. Só para exemplificar,
segundo os últimos dados do Banco Mundial, a Argentina é a 30a. maior economia
do mundo, mas somente o Estado de São Paulo é a 17a. e o Brasil a 10a. . A
economia brasileira, portanto, é cinco vezes maior que a Argentina, assim como
a economia americana é dez vezes maior que a brasileira. Se não levarmos isso
em conta, poderemos ter uma visão distorcida da realidade. No Brasil, somente o
interior do Estado de São Paulo, por exemplo, é
economicamente maior que a Argentina. Assim, é sempre útil fazer uma
análise comparativa para não sermos induzidos ao erro. E essa análise dependerá
muito de nossos objetivos.
Muitas vezes, ficamos impressionados com o
crescimento das vendas de uma determinada empresa concorrente, mas temos que
analisar qual a base desse crescimento. Quatro é o dobro de dois - o
crescimento foi de 100%. Quando a base é baixa, o crescimento percentual
elevado não é tão difícil como quando essa base já estiver num patamar alto.
Para dobrar vendas de mil para dois mil, certamente será mais difícil do que de
dois para quatro. Assim, antes de acreditar em tudo e tomar decisões
apressadas, filtre as informações e veja se não são meias-verdades.
MOMENTO
DE REFLEXÃO
Tudo
o que é desmedido causa dano.
Comer
demais é tão nocivo quanto comer de menos.
Uma
vida sedentária conduz tanto à destruição quanto uma vida corrida.
E
o amor? O amor também.
Amor
ao outro, aos filhos, a uma causa... tudo aquilo que nos ultrapassa, nos faz
esquecer, nos torna dependentes e vulneráveis é prejudicial.
O
amor exagerado ao parceiro, sufoca-o.
O
ciúme doentio pode levar um a querer experimentar exatamente o que o outro teme
tanto, para que, enfim, este tenha razão e possa se sentir justificado.
E
as pequenas mentiras dentro de um casal surgem também à partir daí.
Fazem-se
coisas às escondidas, às vezes sem grande importância, mas que se o outro
souber vai causar brigas.
Estabelece-se
assim a dualidade entre os casais mais unidos.
É
aí que os caminhos começam a se separar.
Pais
que amam tanto os filhos que fazem tudo por eles e no lugar deles, os deixam
despreparados para a vida. É como agasalhar demais, dar presentes demais, estar
sempre disponível, não saber dizer não.
A
vida nunca se conduz como pais protetores e não é raro ver criminais que foram
superprotegidos na infância e adolescência.
Toda
pressão conduz à necessidade de sair dela.
A
proibição absoluta é um grande abismo atraente.
E
o excesso de liberdade pode conduzir à libertinagem.
Filhos
livres demais são tão infelizes quanto os que se sentem em prisão.
Sentem-se
mal-amados.
Não
podemos viver a vida dos nossos filhos por eles e não podemos deixá-los vivê-la
completamente sozinhos, pois nosso papel é justamente educá-los, mostrar o que
é certo e errado, deixar que façam suas experiências e estar do lado para
quando precisarem.
Mesmo
a dor é necessária e útil ao nosso equilíbrio.
O
equilíbrio é o sal na vida, é o tempero, o que dá gosto.
Deve
haver sempre uma balança em todas as nossas ações.
Não
dizemos que as pessoas loucas são desequilibradas?
Para
essas pessoas não existe meio termo, alguma coisa nas suas vidas pesou tanto
que causou essa desigualdade essencial a uma vida sã.

Nossos
conceitos podem cegar-nos e frequentemente precisamos de um olhar exterior que
nos mostre onde estamos errando.
E
aí precisamos estar abertos a críticas, não como algo prejudicial, mas como uma
nova visão daquilo que pensamos.
Viver
bem é viver na boa medida, é não ser dependente, não criar dependentes, é dar
ao eu e ao outro a liberdade de ser estando, porém, do lado.
Viver
bem é aprender a arte de bem-viver.
Letícia Thompson
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