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LITURGIA DIÁRIA

LITURGIA DIÁRIA - REFLEXÕES E COMENTÁRIOS

DIÁRIO DE SEGUNDA-FEIRA 26/11/2012





Segunda-feira, 26 de novembro de 2012

‎"Uma alegria destrói cem tristezas"




EVANGELHO DE HOJE
Lc 21,1-4


— O Senhor esteja convosco.
— Ele está no meio de nós.
— PROCLAMAÇÃO do Evangelho de Jesus Cristo, + segundo Lucas
— Glória a vós, Senhor!


Naquele tempo, 1Jesus ergueu os olhos e viu pessoas ricas depositando ofertas no tesouro do Templo. 2Viu também uma pobre viúva que depositou duas pequenas moedas. 3Diante disso, ele disse: “Em verdade vos digo que essa pobre viúva ofertou mais do que todos. 4Pois todos eles depositaram, como oferta feita a Deus, aquilo que lhes sobrava. Mas a viúva, na sua pobreza, ofertou tudo quanto tinha para viver”.


- Palavra da Salvação.
- Glória a vós, Senhor.







MEDITANDO O EVANGELHO

Fr. José Luís Queimado, CSsR.


DOAR-SE POR INTEIRO PARA DESTRUIR A EXPLORAÇÃO!

Esta passagem do Evangelho, ainda que não pareça, é muito complicada de ser entendida. Como vocês todos já sabem, caros leitores, os Evangelhos foram escritos muitos anos depois da morte e ressurreição de Jesus. Muitas falas de Jesus foram guardadas na memória do povo, que ainda recitava as palavras do Mestre. Porém, quando os redatores dos Evangelhos começaram a escrever, muitas palavras do Mestre foram adaptadas. Mesmo que não concordemos com essa afirmação, essa é a realidade. Basta olhar na diversidade que existe entre os quatro Evangelhos, escritos em tempos diferentes.
Depois dessa introdução, podemos analisar esse texto. Jesus admira a doação da viúva, que deposita tudo o que tem no cofre do templo. Entretanto, sabemos que havia muita exploração por parte daqueles que cuidavam das oferendas do templo. Além de pagar pesados tributos ao Império Romano (tanto quanto pagamos de imposto hoje), os pobres de Israel tinham de dar uma contribuição ao templo. A oferta ou o dízimo deveriam ser pagos sem falta; essa não é a ideia que temos de dízimo nos dias de hoje. Pelo menos não era para ser essa a ideia! E a situação de uma viúva era ainda pior, é isso que veremos adiante.
A viúva (em grego: χήρα - chéra) era um dos seres mais frágeis da sociedade israelita. Numa realidade machista, a mulher era dependente do homem, pois esse provia a casa dos bens necessários. A mulher deveria ser uma boa e obediente esposa. Quando o marido falecia, a mulher ficava totalmente desamparada, pois perdia todos os direitos que a vida matrimonial lhe oferecia. Assim também eram os órfãos e os estrangeiros. Por isso, a exploração da viúva seria um grande pecado.
Talvez o evangelista quisesse mostrar o quanto Jesus se preocupava com a doação total de seus discípulos, que não deveriam imitar aqueles ricos. O sonho do Mestre era que os seus seguidores pudessem levar a sua mensagem de amor a todos os cantos da Terra, e isso exigia grande abnegação, – assim como fez a viúva. Mas é certo que Jesus reprovava a exploração dos pobres que os dirigentes do templo faziam. E é claro que Jesus muitas vezes questionou e foi contra as irregularidades que aconteciam na casa de Deus.
Que nós, cristãos apaixonados por Jesus, possamos dar aquilo que nos é essencial. Entregar a Deus a nossa própria vida. E isso se faz de várias formas: lutando pelas causas sociais; resgatando os sofredores de suas mordaças; vivendo com alegria o presente de Deus, que é a nossa vida; e amando os seres humanos que fazem parte de nossa história. Ainda que a viúva não seja o exemplo a ser seguido pelos pobres, que já são suficientemente explorados, temos de beber de um significado alternativo da leitura de hoje: o missão de Jesus exige de nós muita abnegação! Doação total de nossos dons para a construção do Reino de Deus.

DOAR-SE POR INTEIRO PARA DESTRUIR A EXPLORAÇÃO!


E-mail: jlqueimado@ig.com.br






MOTIVAÇÃO NO TRABALHO


Max Gehringer responde

PALAVRA DA SEMANA: PERIPÉCIA – o sentido dessa palavra não é “malabarismo”. É “acontecimento inesperado ou imprevisto” ou “situação que muda de repente”. Logo, perder o emprego é uma peripécia. Encontrar outro é que é malabarismo.

Trabalho num setor cujo gerente ocupa o cargo há 18 anos. Ele é cordato, jamais levanta a voz e nunca se envolveu em polêmicas. Essas características lhe garantem o emprego, mas não o respeito dos outros gerentes e dos superiores – na verdade, ele é motivo de piadas constantes. Isso se reflete diretamente em nossa equipe. Somos mal pagos e mal reconhecidos. Como convencer nosso gerente a mudar de atitude? – D.O.

Entendo sua preocupação, mas por que seu gerente mudaria de atitude? Sendo como é, ele certamente não ambiciona ser diretor. O grande objetivo dele é continuar onde está. Portanto, a omissão na defesa dos subordinados não é apenas um traço de personalidade, é também uma estratégia de sobrevivência. Já convivi com vários profissionais assim e não conheço um só que, de repente, tenha decidido bater no peito e sair atirando. Minha sugestão é que vocês considerem mudar para outro setor ou para outra empresa, porque nenhum argumento será forte o suficiente para fazer seu gerente arriscar o cargo e o emprego.

Tenho 22 anos e me formei em Engenharia Química. Estou procurando emprego há oito meses, e não encontro. Já tentei de tudo e estou sem rumo. O que você me sugere? – Laísa

O que você certamente não esperaria que eu sugerisse. Comece um curso de Técnico de Laboratório. O principal motivo que dificulta o acesso de recém-formados ao mercado é o excesso de graduandos sem experiência prática, o que parece ser seu caso. Mas há escassez de técnicos no mercado. Logo, seria mais fácil você entrar numa empresa como estagiária, já a partir do 1o ano técnico, e depois ir conseguindo oportunidades internas de ascensão. O que a maioria dos jovens em sua situação faz é o contrário: eles partem para uma pós-graduação, um mestrado, uma viagem de intercâmbio no exterior. Tudo isso será muito útil no futuro, mas o curso técnico ajuda mais no presente.

Estou na mesma empresa há 11 anos. Uma das melhores características dela era o ambiente de trabalho, informal e divertido. De uns anos para cá, a administração mudou. Agora só se fala em bater metas cada vez mais mirabolantes. Não há mais elogios nem sorrisos. Só cobrança, o tempo todo. O que aconteceu com a valorização do ser humano? – Paulo G.

Esse é um modelo de gestão muito em moda. Ele põe o acionista acima de todas as coisas. A valorização do ser humano se dá quase exclusivamente pelo dinheiro (principalmente bônus por resultados). Vistas de fora, essas empresas são admiradas e citadas como exemplo. A pressão de fato é enorme, e quem passa por uma delas sempre sai achando que qualquer emprego será suportável e qualquer trabalho será fácil.

Minha empresa adotou um sistema de avaliação individual em que o chefe avalia o subordinado e vice-versa. Como posso avaliar meu chefe sem me prejudicar? – Sandra

Basta você não tentar sugerir como seu chefe poderia fazer melhor o trabalho dele. Você deve avaliá-lo na relação direta dele com você. Se ele está orientando bem o seu trabalho, se é acessível quando você tem dúvidas, se conversa com você sobre seu desempenho (o tal feedback) e se lhe dá indicações de seu futuro em curto e médio prazo. E só. Procure manter um tom positivo e falar apenas o indispensável.

Minha empresa contratou uma consultoria. Em minhas conversas com os consultores, fui sincera e apontei falhas em minha área. Por isso, um consultor me pediu para fazer uma apresentação sobre o que relatei. Meu gerente estará presente. Não sei por onde começar. – C.S.S.

Não comece. Você só tem a perder. Agradeça e recuse. O consultor está usando você como boi de piranha.

Fonte: Revista Época




MOMENTO DE REFLEXÃO

Uma alegria destrói cem tristezas.

- Você quer fazer o quê? - perguntei-lhe incredulamente, minha voz elevando-se ao tom agudo que alcança quando fico exasperada. - Diga isso de novo, por favor, acho que não o ouvi!
- Ah, você me ouviu, com certeza – Frank respondeu bruscamente, balançando os braços de maneira expressiva. - Quero fazer o meu velório agora, antes de morrer! Por que todo mundo, menos eu, deveria aproveitar?
Ele rastejou até a cozinha e eu podia ouvi-lo resmungando para si mesmo enquanto vasculhava a geladeira. Voltou logo depois para o deque onde eu havia ficado para assistir ao pôr-do-sol de setembro cobrir as Montanhas Blue Ridge. Terminou de mastigar um pêssego maduro e então a voz que nunca conseguia permanecer áspera por muito tempo quebrou o silêncio:
- Querida, eu quero fazer isto.
Segurei um nó na garganta e tentei não chorar. Estava com quarenta e quatro anos e a idéia de ficar viúva - de novo - era devastadora. Tão devastadora, na verdade, que a negação facilmente se tornara o manto que eu vestia todos os dias.
- Mas você está mais forte agora. Você disse isso! E as injeções, elas ajudam...
- Melva - ele tocou meu ombro como se estivesse implorando. - Vamos dar uma festa e vamos fazer direito. Podíamos disfarçá-la como uma festa de aniversário de casamento. É claro que todos os que me conhecem muito bem saberão.

Olhei dentro daqueles olhos castanhos brilhantes, sua faísca agora turvada pela dor, pelos remédios, pelo medo. Eu sabia o que os últimos anos haviam tirado dele.
Havíamos deixado de ser o casal dourado na pista de dança todos os fins de semana. Sim, nós ainda íamos, pois ele insistia, mas agora passávamos a maior parte da noite sentados conversando com amigos.
Seu jogo de golfe, antes marcado por aqueles impulsos poderosos e exatos e pelas tacadas precisas - ele costumava marcar quatro buracos com uma tacada - haviam decaído.
As horas agradáveis que ele costumava passar jardinando e cortando lenha haviam diminuído para alguns poucos e preciosos minutos que o deixavam abatido e exausto.
Entretanto, a disposição de espírito nunca o abandonou. Enquanto eu parecia lamentar constantemente as mudanças em nossa vida - em minha vida -, ele nunca reclamava.
Subitamente, percebi que meus medos e incertezas empalideciam em comparação ao que ele devia estar passando. As mudanças pelas quais havíamos passado pareciam minúsculas em relação ao câncer que grassava dentro de seu corpo, competindo com a diabetes pela chance de determinar seu destino.
Engolindo minha vergonha, peguei a sua mão.
- Tudo bem. Se você quer uma festa, teremos uma festa! Na manhã seguinte encomendei os 150 convites para nossa "festa de aniversário de casamento".
Dezenove de outubro de 1991 caiu num sábado à noite e alugamos o Frank's Shrine Club para o evento.
Quase todos os que convidamos vieram para partilhar a noite conosco. No meio da festa, Frank subiu ao palco com o microfone na mão para fazer uma gloriosa interpretação da balada It's Hard to Be Humble (É Difícil Ser Humilde).
Meu marido adorou ser o centro das atenções, e terminou sob os aplausos e as lágrimas de todos aqueles que o amavam. Então fez um pequeno discurso, agradecendo a todos por terem vindo e proclamou-se o homem mais sortudo do mundo! Com estas palavras, ele disse adeus.
E então valsamos. Frank começara a perder o equilíbrio e não mais se sentia à vontade dançando com outras mulheres. Mas naquela noite ele dançou com todas.
Mais tarde conversei com um de seus médicos enquanto dançávamos uma música lenta.
- Quanto tempo ele tem? - perguntei baixinho.
- É impossível prever isso, Melva, ele parece estar mais forte. - Quanto tempo? - perguntei novamente e não obtive resposta. Terminamos nossa dança e ele me levou de volta à mesa.
- Seis meses, talvez mais - ele finalmente me respondeu. - Obrigada - sussurrei.
O resto da noite passou como um sonho, com Frank mudando de um grupo para outro, conversando com todo mundo e deleitando-se com as várias histórias contadas às suas custas. Politicagem, como ele o chamou certa vez.
Quando a noite se aproximou do fim, ele ficou na porta para dar boa-noite a todos os convidados - de pé no começo, depois precisando sentar-se, mas sempre sorrindo.
Três meses e três dias depois, eu estava sentada tremendo no frio enquanto seus irmãos da maçonaria realizavam rituais maçônicos. Eu segurava fortemente a bandeira dobrada com capricho, enquanto os braços fortes de um amigo me levavam até a limusine que aguardava.
Cerca de um ano depois, fui almoçar com uma nova amiga. Ela falou do velório ao qual fora na noite anterior:
- Que linda forma de dizer adeus! - observou, obviamente desacostumada a tal evento.
Ouvi-a relatar a frivolidade e pensei em como era triste que o amado falecido tivesse perdido uma noite tão prazerosa. A culpa do "eu devia ter feito mais" e "por que eu não fui mais forte para ele", que eram minha mortalha, começaram a desaparecer. Minha mente voltou-se para a alegria de Frank em sua última festa.
- Então, você fez um velório para o Frank? - perguntou minha amiga.
- Ah, sim - respondi. - Foi uma festa maravilhosa e ele se divertiu como nunca!

(Melva Haggar Dye)




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