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LITURGIA DIÁRIA

LITURGIA DIÁRIA - REFLEXÕES E COMENTÁRIOS

Diário de Quinta-feira 01/11/2012





Quinta-feira, 01 de novembro de 2012
Dia de todos os Santos.


“Pouco importa quanto tens. O que importa é oque tu és!” (Sto Agostinho)



EVANGELHO DE HOJE
Lc 13,31-35


— O Senhor esteja convosco.
— Ele está no meio de nós.
— PROCLAMAÇÃO do Evangelho de Jesus Cristo, + segundo Lucas.
— Glória a vós, Senhor!


31Naquela hora, alguns fariseus aproximaram-se e disseram a Jesus: “Tu deves ir embora daqui, porque Herodes quer te matar”. 32Jesus disse: “Ide dizer a essa raposa: eu expulso demônios e faço curas hoje e amanhã; e no terceiro dia terminarei o meu trabalho. 33Entretanto, preciso caminhar hoje, amanhã e depois de amanhã, porque não convém que um profeta morra fora de Jerusalém.
34Jerusalém, Jerusalém! Tu que matas os profetas e apedrejas os que te foram enviados! Quantas vezes eu quis reunir teus filhos, como a galinha reúne os pintinhos debaixo das asas, mas tu não quiseste! 35Eis que vossa casa ficará abandonada. Eu vos digo: não me vereis mais, até que chegue o tempo em que vós mesmos direis: Bendito aquele que vem em nome do Senhor”.



- Palavra da Salvação.
- Glória a vós, Senhor.




MEDITANDO O EVANGELHO
Padre Antonio Queiroz


Jerusalém, Jerusalém! Quantas vezes eu quis reunir teus filhos, mas tu não quiseste!
O Evangelho de hoje começa com alguém sugerindo a Jesus que fosse embora de Jerusalém, porque Herodes queria matá-lo. Herodes não se dava bem com profetas. Já tinha mandado matar João Batista, e agora tentava desfazer-se de Jesus, intimidando-o, para que se afastasse do seu território. Herodes tinha medo de os profetas, com a sua influência sobre o povo, desestabilizarem o seu poder e o seu prestígio.
Mas Jesus é um profeta corajoso: “Ide dizer a essa raposa: eu expulso demônios e faço curas hoje e amanhã; e no terceiro dia terminarei o meu trabalho”. Foi uma referência à sua ressurreição, três dias após a sua morte.
Nenhuma ameaça detinha Jesus; ele continuava fazendo o bem e cumprindo a missão que o Pai lhe confiara.
Jesus não procurou a morte, mas também não correu dela. Ele não queria morrer, como qualquer ser humano não quer morrer. Ele queria viver na terra noventa anos ou mais, a fim de consolidar bem o Reino de Deus.
Mas quando colocaram a morte no seu caminho, ele não arredou o pé. Foi duro para ele, como para qualquer ser humano; chegou a suar sangue, mas ficou firme.
Quando S. Pedro, diante do perigo da condenação de Jesus em Jerusalém, sugeriu a ele que não fosse para lá, Jesus lhe deu uma resposta pesada: “Vai para trás de mim, satanás! Tu estás sendo para mim uma pedra de tropeço, pois não tens em mente as coisas de Deus, e sim, as dos homens!” (Mt 16,23).
“Coisas de Deus” é fazer a vontade de Deus, confiando nele e arriscando até a vida terrena. “Coisas dos homens” é querer salvar a vida terrena, mesmo que se afaste um pouco da vontade de Deus. Jesus caminhava para Jerusalém porque fazia parte da sua missão recebida do Pai.
Que bom se nós fôssemos assim! “Tenham em vós os mesmos sentimentos de Cristo Jesus” (Fl 2,5).
“Se alguém quer me seguir, tome a sua cruz...” (Mc 8,34).
“Jesus Cristo me deixou inquieto, com as palavras que ele proferiu. Nunca mais eu pude olhar o mundo sem sentir aquilo que Jesus sentiu” (Música do Pe. Zezinho).
Vamos renunciar aos nossos interesses pessoais, e acolher com generosidade as mensagens dos profetas católicos de hoje, ainda que exijam de nós mudanças profundas!
Havia, certa vez, uma jovem, que cursava o primeiro ano de faculdade, e andava muito deprimida. Ela era, por sinal, uma garota muito bonita.
Um dia, ela foi ao banheiro da faculdade, olhou-se no espelho e pensou: como estou feia! E deu-lhe vontade de chorar.
Naquele instante, sentiu algo bater na sua perna. Olhou. Era uma moça cega, com a sua bengala, que lhe perguntou: “Moça, onde é a pia?” A cega também estudava na universidade, apesar da sua limitação. E, ali no banheiro, perdida, pediu ajuda a quem sentiu que estava na sua frente.
A menina que estava deprimida recebeu aquilo como um sinal de Deus. Deus estava lhe dizendo que o sentido da vida não está em ser bonita ou feia; está em servir o próximo.
O mundo está aí, em volta de nós, precisando de alguém que lhe ajude. Não podemos nos fechar em nosso mundinho! A garota ajudou a colega cega, da melhor maneira que pôde, e a tristeza sumiu de uma vez.
Deus nos manda profetas e profetizas, que nos falam das mais diversas formas. Que saibamos entender e acolher as suas mensagens, não imitando o povo de Jerusalém do tempo de Jesus.
A firmeza de Maria Santíssima, cujo coração foi transpassado pela espada de dor, seja para nós um exemplo. E que ela nos ajude a seguir o seu Filho, para onde quer que ele vá.
Jerusalém, Jerusalém! Quantas vezes eu quis reunir teus filhos, mas tu não quiseste!




MEIO AMBIENTE


GAIA - somos parte dela



Como sistema vivo que ela é, a Terra merece um nome próprio. Passamos a chamá-la GAIA

Por: José A. Lutzenberger - Fundação Gaia

Predomina ainda entre a maioria das pessoas e mesmo nas ciências naturais uma visão simplista do mundo. Quando falamos em ambiente natural, o vemos como algo externo a nós. Não nos damos conta que somos parte integrante de algo maior, onde tudo está ligado com tudo. Basta dizer que, se desaparecessem o ar e a água, desapareceríamos nós.
Façamos um experimento mental: seria possível um planeta cheio de vida, como o nosso, no qual existissem somente animais, sem plantas? De fungos, bactérias e vírus, nem falar. Não precisamos pensar muito para dar-nos conta que não é possível. Por que não é possível? Mesmo que houvesse só animais carnívoros, como o leão, e mesmo que ele só comesse outros carnívoros, como a raposa e o chacal, estes, por sua vez, comeriam herbívoros, como a lebre e a gazela, que comeriam plantas. Sem plantas, impossível! As plantas são fundamentais.
Porque são fundamentais as plantas? As plantas dominam uma técnica que os animais não dominam - a fotossíntese, o que quer dizer síntese com ajuda da luz. A planta tem a capacidade de, captando energia solar e retirando do ar gás carbônico e água do solo, fazer seu próprio alimento e, assim, armazenar energia também. Por isso, as plantas são chamadas organismos "autotróficos", que se auto-alimentam. "Trofos" vem da palavra grega para "alimento". Também é certo que as plantas retiram determinados elementos do solo para fazer as substâncias mais complexas, como as proteínas. Mas, sem a fotossíntese, esta segunda parte não funcionaria.
Os animais são organismos "heterotróficos", precisam de alimento alheio. Vejamos a fórmula super-simplificada da fotossíntese. Na verdade a coisa é mais complicada e tem várias fases intermediarias que não necessitamos levar em conta nesta explicação simplificada:

CO2 mais H2O mais energia solar = CH2O mais O2

Gás carbônico mais água com energia solar, resultando num carboidrato mais oxigênio livre.

CH2O é a fórmula ultra-simplificada dos carboidratos, ou seja, os açúcares, amidos, celuloses e alguns outros. Esta fórmula nos mostra, do lado esquerdo, substâncias minerais que, a nível químico, não contém energia disponível, pois ambas são o resultado de combustão. Quando o elemento carbono se oxida (queima) com oxigênio, sobra CO2. Quando o elemento hidrogênio se oxida, se forma água. Poderíamos dizer que ambos são cinzas. De cinza não se consegue mais obter energia. Mas, do outro lado, como vimos, temos alimento e energia.
Para usar uma imagem, poderíamos também dizer que a planta consegue, com a ajuda de energia do Sol, pegar cinza e voltar a fazer lenha. Ao mesmo tempo fornece o oxigênio necessário para queimar lenha. Fantástico!
Os animais para todas as suas atividades, caminhar, correr, nadar, voar, alimentar-se, brincar e muito mais, precisam de energia e alimento. A única fonte de energia inesgotável aqui na Terra é a energia solar. A nossa estrela, o Sol, já vem brilhando desde uns quatro e meio bilhões de anos e continuará brilhando outro tanto.
Se a Vida fizesse como a sociedade industrial, se ela dependesse de petróleo, gás natural, carvão mineral, ela já teria se acabado. Estes "combustíveis fósseis", como costumamos chamá-los, são produtos da própria Vida.
Para continuar nosso experimento mental, vamos inverter a pergunta inicial: seria possível um planeta só com plantas, sem animais? Não haveria sentimentos, alegria, dor, é claro, mas seria talvez mais harmônico, as plantas não seriam pisoteadas, arrancadas, pastadas. Também não seria possível.
Na fotossíntese, as plantas consomem gás carbônico. Este gás é raro na atmosfera, constitui apenas 0,036 %, apesar do aumento que houve nos últimos duzentos anos com as emissões das indústrias e dos veículos que queimam petróleo. Se houvesse só plantas elas acabariam rapidamente com ele e morreriam à mingua. Isto não acontece por quê? A vida dos animais se apóia em outra técnica, a respiração.
Vejamos a fórmula simplificada da respiração:

CH2O mais O2 libera energia e sobra CO2 mais H20

Temos aí exatamente o contrário da fotossíntese. Os animais queimam a matéria orgânica que as plantas produzem e devolvem o gás carbônico à atmosfera. Estamos diante de um círculo fechado - a planta produz oxigênio e consome gás carbônico, o animal faz o contrário, consome o oxigênio e libera gás carbônico. Trata-se de um processo só. Plantas e animais são parte de uma só unidade funcional.
Dá para dizer: se meu coração, rins, fígado etc. são meus órgãos internos, então as plantas são meus órgãos externos, mas eu também sou órgão externo delas. Não existe ambiente, é tudo uma coisa só.
Não vamos aqui falar daqueles outros seres que mencionamos acima, as bactérias, fungos e outros, que cumprem outras funções, igualmente importantes. Basta entender que a Vida na Terra é um sistema integrado, um organismo só.
Um planeta vive ou não vive. Da mesma maneira que não posso dizer que meu coração, cérebro e demais órgãos são meus passageiros, não podemos dizer que a Terra é uma nave espacial que carrega seres vivos. Como sistema vivo que ela é, a Terra merece um nome próprio. Passamos a chamá-la GAIA, que é o nome que os gregos da antiguidade clássica davam à deusa da Terra.
Temos que dar-nos conta, portanto, que nós humanos somos apenas parte de um organismo maior. Infelizmente hoje, nesta loucura suicida que se diz "Sociedade de Consumo" estamos nos comportando como se fôssemos um tecido cancerígeno. Se não aprendermos a nos comportar harmonicamente no grande organismo vivo, não teremos futuro.

Fonte: Fundação Gaia - http://www.fgaia.org.br




MOMENTO DE REFLEXÃO


Quando ele era menino, adorava borboletas. Oh, não para capturá-las nem para colocá-las em molduras, mas para admirar seus desenhos e hábitos.
Agora, depois de adulto e tendo um filho recém-nascido, ele voltou a ficar fascinado por um casulo encontrado à margem de um caminho no parque. Um ramo havia despencado da árvore, e o casulo preso a ele caiu intacto ao chão.
Conforme havia visto sua mãe fazer, o homem enrolou o casulo com extremo cuidado em um lenço e o levou para casa. O casulo passou a morar temporariamente dentro de um pote de conservas de boca larga com furos na tampa.
Foi colocado sobre a estante acima da lareira para poder ser visto facilmente e protegido do gato curioso da família, que adoraria ver aquela bolinha de fios de seda entre suas patas.
O homem observava o casulo com atenção. O interesse de sua esposa durou apenas alguns minutos, mas ele continuou a examiná-lo. A princípio, quase imperceptivelmente, o casulo movimentou-se.
O homem aproximou-se mais um pouco e viu que o casulo estremecia pela atividade que havia dentro dele. Nada mais aconteceu. O casulo continuou grudado ao ramo e não havia nenhum sinal de asas.
De repente, o estremecimento intensificou-se, fazendo o homem imaginar que a borboleta morreria de tanto lutar para sair. Ele tirou a tampa do pote, pegou uma espátula afiada na gaveta de Sua escrivaninha e fez uma minúscula incisão no lado do casulo.
Quase que imediatamente, uma asa apareceu seguida da outra borboleta estava livre!
Ela parecia feliz por estar livre e caminhou ao redor da boca pote e pela beira da estante sobre a lareira. Mas não voou. O homem imaginou que as asas necessitassem de tempo para secar, mas o tempo passou e a borboleta não saiu do lugar.
Preocupado, o homem chamou um vizinho, professor de ciência no colégio. Contou-lhe que havia encontrado o casulo e que o colocara no pote. Relatou a respeito do estremecimento do casulo enquanto a borboleta tentava sair.
Quando ele descreveu a pequena incisão que fez no casulo, o professor o interrompeu:
— Ah, então o motivo foi esse. A luta é que dá forças para a borboleta voar.
O mesmo acontece conosco. Às vezes, são as lutas na vida que fortalecem nossa fé.

- Recontada por Alice Gray, Histórias Para o Coração.


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