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LITURGIA DIÁRIA

LITURGIA DIÁRIA - REFLEXÕES E COMENTÁRIOS

Diário de Quarta-feira 28/11/2012





Quarta-feira, 28 de novembro de 2012


"O êxito é fácil de obter. O difícil é merecê-lo". (Albert Camus).



EVANGELHO DE HOJE
Lc 21,12-19


— O Senhor esteja convosco.
— Ele está no meio de nós.
— PROCLAMAÇÃO do Evangelho de Jesus Cristo, + segundo Lucas
— Glória a vós, Senhor!


Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: 12“Antes que estas coisas aconteçam, sereis presos e perseguidos; sereis entregues às sinagogas e postos na prisão; sereis levados diante de reis e governadores por causa do meu nome. 13Esta será a ocasião em que testemunhareis a vossa fé. 14Fazei o firme propósito de não planejar com antecedência a própria defesa; 15porque eu vos darei palavras tão acertadas, que nenhum dos inimigos vos poderá resistir ou rebater. 16Sereis entregues até mesmo pelos próprios pais, irmãos, parentes e amigos. E eles matarão alguns de vós. 17Todos vos odiarão por causa do meu nome. 18Mas vós não perdereis um só fio de cabelo da vossa cabeça. 19É permanecendo firmes que ireis ganhar a vida!


- Palavra da Salvação.
- Glória a vós, Senhor.





MEDITANDO O EVANGELHO

Padre Antonio Queiroz


Todos vos odiarão por causa de mim. Mas vós não perdereis um só fio de cabelo da vossa cabeça.
Neste Evangelho, Jesus nos previne sobre as perseguições que seus discípulos sofrerão, até dentro de casa e pelos parentes mais próximos. A orquestração do ódio crescerá tanto que todos e todas em nossa volta posicionar-se-ão contra nós. Mesmo assim, garante Jesus, não nos atingirão, porque Deus está do nosso lado.
Nessas horas, devemos evitar duas coisas: 1ª) Praticar a violência, a vingança, ou qualquer outro desvio do Evangelho. Pelo contrário, serão ocasiões de testemunharmos a nossa fé. “Sede cordeiros no meio de lobos”. “É permanecendo firmes que ireis ganhar a vida!” 2ª) Esta é a mais comum: desistir ou diminuir o fervor e a dedicação, fazendo uma espécie de negociação com os perseguidores. As duas posições são sinais de falta de fé, ou de fé fraca.
“Se o grão de trigo que cai na terra não morre, fica só. Mas, se morre, produz muito fruto” (Jo 12,24). “Quem não pega a sua cruz e não me segue, não é digno de mim. Quem busca salvar a sua vida, perdê-la-á; e quem perder sua vida por causa de mim a encontrará” (Mt 10,38-39).
Se pegamos um ferro quente e o mergulhamos na água fria, acontece o choque térmico, espirrando água para todo lado. Assim é o cristão, vivendo no meio do mundo pecador. Ele não provoca; é a própria vida dele ou dela que gera o choque, resultando na perseguição.
Podemos ampliar o sentido da palavra perseguição e incluir todas as dificuldades, confrontos de ideias e dificuldades que encontramos: atritos, oposições veladas e silenciosas, antipatias...
“Os Apóstolos saíram do tribunal muito contentes por terem sido considerados dignos de injúrias por causa do nome de Jesus” (At 5,41). A perseguição e o desprezo nos identificam com Cristo e assim nós nos tornamos colaboradores no seu sacrifício pela redenção. Isso nos causa alegria, evidentemente.
“Naqueles dias, começou uma grande perseguição contra a Igreja que estava em Jerusalém. Todos, com exceção dos apóstolos, se dispersaram pelas regiões da Judéia e da Samaria. Entretanto, aqueles que se tinham dispersado iam por toda a parte levando a palavra da Boa Nova” (At 8,1.4). Está aí um exemplo do que Jesus falou no Evangelho de hoje: “Esta será a ocasião em que testemunhareis a vossa fé”.
“Todos os que querem levar uma vida fervorosa em Cristo serão perseguidos” (2Tm 3,12). 87“Felizes os que são perseguidos por causa da justiça, porque deles é o Reino dos Céus. Felizes sois vós, quando vos injuriarem e perseguirem e, mentindo, disserem todo mal contra vós por causa de mim. Alegrai-vos e exultar, porque é grande a vossa recompensa nos céus” (Mt 5,10-11).
O mundo pecador segue, não a Deus, mas a outro chefe. E faz parte do ser humano se opor a quem vive ao lado e tem outra cabeça, outros princípios, outros valores, outra vida. O primeiro esforço é de cooptação; se não consegue, surge a perseguição aos cristãos.
Entretanto, numa sociedade de maioria católica como a nossa, geralmente não atacam abertamente a Igreja Católica. A tática é atacar cada cristão ou cristã individualmente, e de forma disfarçada: ridicularizações, apelidos...
Jesus pede: “Não planejeis antecipadamente a própria defesa; porque eu vos darei palavras tão acertadas que nenhum inimigo vos poderá resistir ou rebater.” Como é bom sentir esse apoio numa hora de aperto! “Vós não perdereis um só fio de cabelo da vossa cabeça”. Isto é: nada vos sucederá sem que o Pai, em cujas mãos estais, o disponha para o vosso bem.
“É permanecendo firmes que ireis ganhar a vida!” Está aí o objetivo de todo o discurso de Jesus: levar-nos à firmeza.
Muitos querem um cristianismo “soft”, sem cruz, e que apresenta o céu com portas largas. Até religiões são fundadas nessa linha. Mas a religião de Jesus, aquela que tem as chaves do céu, é um caminho estreito.
Havia, certa vez, um pequeno povoado de pescadores, na beira da praia. De repente ele começou a diminuir a passos largos. Todo final de tarde, um monstro aparecia no mar e fazia vítimas! O povo vivia em pânico! Ia diminuindo de dia para dia. Aquele mostro oprimia e destruía o povoado, paralisando de medo as pessoas.
Um dia, chegou um sábio àquele povoado e logo ficou sabendo das histórias do mostro que aparecia na praia e atacava a aldeia. O povo pediu ajuda ao sábio. Este convocou todo o povo da aldeia para se juntar na beira da praia, no final da tarde, pela hora em que o monstro costumava aparecer. Naquele final de tarde, todo o povo se juntou na beira da praia, à volta do sábio. Ele falou:
“Eu sou meio cego... já não enxergo as coisas direito. Por isso, quero que vocês falem, que vocês vão dizendo como é o monstro, quando ele aparecer!”
Todo o povo ficou em silêncio, na expectativa! De repente, alguém gritou: “É ele! Está aparecendo!” Imediatamente o povo se atropelou, correndo, fugindo, gritando de medo... Mas o sábio logo gritou interrompendo a correria: “Não! Ninguém foge! Continuem todos aqui! Continuem olhando o mostro e falando o que vai acontecendo com ele!” E o povo, morrendo de medo, segurou a vontade de fugir e continuou relatando a evolução do monstro. “Aí vem ele! Está aumentando! Vem caminhando na direção da praia! Está ficando cada vez maior!”
Alguns não aguentavam o medo e saíam correndo. Mas o sábio logo interrompia a correria, pedindo que continuassem olhando o monstro e relatando o que estava acontecendo.
“Está... está diminuindo... está desaparecendo... desapareceu...”
O monstro são os inimigos de Cristo e dos cristãos. Se não nos unirmos, e tivermos medo, ele ficará cada vez maior e nos devorará. Mas se nos unirmos e formos corajosos na fé, ele desaparecerá. Às vezes, pequenos obstáculos da vida podem nos parecer monstros grandes e terríveis. Nessas horas, se tivermos medo e não nos unirmos, eles nos devorarão na certa.
Maria Santíssima não ficou livre das perseguições. Imagine o que ela sofreu ao pé da cruz, e em todas as suas dores. Que ela nos ajude.
Todos vos odiarão por causa de mim. Mas vós não perdereis um só fio de cabelo da vossa cabeça.





CURIOSIDADES




10 curiosidades sobre Pelé



1. Seu primeiro apelido futebolístico, no time do Baquinho, de Bauru (SP), foi Gasolina. Foi ele mesmo quem criou, involuntariamente, o apelido de Pelé. Ainda criança, acompanhava o pai nos jogos do Vasco, da cidade mineira de São Lourenço, e acabou fã do goleiro Bilé. Nas peladas de rua, proclamava: "Eu sou o Pilé", trocando uma das letras do nome de seu ídolo. E Pelé ficou.


2. Em 1966, a rua em que Pelé nasceu, em Três Corações (MG), ganhou o seu nome. Quatro anos depois, com a conquista do tricampeonato mundial, a prefeitura homenageou seu ilustre filho com uma estátua em praça pública.


3. No Maracanã, há uma placa comemorativa por um gol extraordinário de Pelé, marcado contra o Fluminense, pelo Torneio Rio-São Paulo de 1961. Taí a origem da expressão "gol de placa".


4. Na partida contra o Vasco em 19 de novembro de 1969, Pelé se preparou para cobrar um pênalti, aos 32 minutos do segundo tempo. A partida era válida pela Taça de Prata. Pelé fez seu milésimo gol, sobre o goleiro argentino Andrada. A partida acabaria ali, com 2 a 1 para o Santos. O craque dedicou o jogo às crianças do Brasil.


5. Em sua homenagem, o armário número 6 do vestiário principal da Vila Belmiro, que ele costumava usar, está trancado para sempre. Ali dentro, o jogador deixou três pares de tênis, dois de chuteiras, um chapéu de couro e um colete, desde que se despediu do Santos, em 1974.


6. O primeiro jogo profissional de Pelé foi contra o Corinthians de Santo André, em 7 de setembro de 1956. O Santos venceu por 7 a 1. Nessa partida, Pelé marcou seu primeiro gol, o sexto do Santos. O goleiro do Corinthians de Santo André, Zaluar Torres Rodrigues, acabou ficando conhecido por tomar esse gol histórico.


7. Ao chegar no Santos, quando tinha 15 anos, Pelé recebia o equivalente a 75 dólares por mês. Em pouco tempo, o clube aumentou o seu salário para 600 dólares. O Rei do Futebol tem hoje um patrimônio pessoal de 25 milhões de dólares, e sua imagem movimenta o equivalente a 200 milhões de dólares anuais.


8. Em 1969, o time do Santos foi jogar na África: no Congo Kinshasa (atual República Democrática do Congo) e no Congo Brazzaville (atual Congo). Mesmo em guerra, os países assinaram um cessar-fogo para verem os jogos do time. O acordo permitiu que os soldados de Brazzaville levassem a equipe do Santos pelo rio Congo e a entregasse aos soldados de Kinshasa. Foram cinco jogos em nove dias. Pelé fez sete gols. Quando o jogador esteve na Biafra (país da África, onde existe hoje a Rodésia), a Guerra Civil também foi suspensa. Em outra ocasião, touradas foram canceladas na Espanha para não concorrerem com uma partida internacional que teria Pelé em campo.


9. Pelé já jogou como goleiro. Foi na partida Santos 4 x 3 Grêmio — com três gols de Pelé —, pela Taça Brasil de 1963, disputada no Pacaembu em 19 de janeiro de 1964. O goleiro Gilmar recebeu um cartão vermelho, e Pelé o subistituiu.


10. A rainha Elizabeth II concedeu ao atleta o título de "Sir" em 3 de dezembro de 1997. Ela já possuía a Cruz da Ordem da República Húngara, que lhe foi ofertada em 1994.




MOMENTO DE REFLEXÃO


Fui ao consultório do Dr. Belt para um check-up apenas algumas semanas depois de minha cirurgia. Isso foi logo depois do primeiro tratamento de quimioterapia.
A cicatriz ainda estava muito sensível. A parte de baixo do meu braço estava dormente. Um conjunto de sensações estranhas e novas parecia compartilhar o espaço anteriormente conhecido como meus seios - agora amorosamente apelidado de "o seio e o tórax".
Como sempre, fui levada a uma sala de exames para que mais uma vez tirassem meu sangue - um processo aterrorizante para mim, que tenho tanto medo de agulhas.
Deitei-me na mesa de exames. Vestia uma camisa larga de flanela xadrez e um corpete por baixo. Era uma roupa estudada cuidadosamente que eu esperava fosse vista pelos outros como uma roupa esporte qualquer. O xadrez da camisa camuflava meu seio, o corpete o protegia e os botões facilitavam o acesso médico.
Ramona entrou na sala. Seu sorriso caloroso e brilhante era familiar e contrastava com meus medos. Eu a tinha visto pela primeira vez no consultório há algumas semanas.
Não foi a enfermeira que me atendeu naquele dia, mas lembrei-me dela porque estava rindo. A risada tinha um timbre profundo, rico, aveludado. Lembro-me de ter pensado no que poderia ser tão engraçado, atrás da porta do consultório.
O que poderia encontrar naquela situação para rir daquele jeito? Deduzi que ela não levava a coisa toda suficientemente a sério e que eu tentaria achar uma enfermeira que levasse. Mas eu estava errada.
Naquele dia foi diferente. Ramona já havia tirado meu sangue antes. Ela conhecia meu medo de agulhas e gentilmente escondeu toda a parafernália embaixo de uma revista com a alegre fotografia da reforma de uma cozinha. Quando abrimos a camisa e tiramos o corpete, o catéter no meu peito ficou exposto e, com ele, a recente cicatriz.
Ela disse:
- Como anda sua cicatrização? Respondi:
- Acho que bastante bem. Lavo em volta com cuidado todos os dias.
A lembrança da água do chuveiro atingindo a carne dormente passou pela minha mente.
Ela se debruçou e passou gentilmente a mão na cicatriz, examinando a textura da pele nova e procurando irregularidades. Comecei a chorar baixinho. Olhou para mim com olhos amigos e disse:
- Você ainda não a tocou, não é? E eu respondi:
- Não.
Então esta mulher maravilhosa e carinhosa colocou a palma de sua mão marrom-dourada em meu peito pálido e permaneceu com ela ali por muito tempo. Continuei a chorar baixinho. Com tom suave, ela disse:
- Isto faz parte do seu corpo. Isto é você. Você pode tocá-la.
Mas eu não podia. Ela a tocou para mim. A cicatriz. O ferimento que estava se curando. E, por baixo, tocou meu coração. Em seguida, Ramona disse:
- Eu seguro a sua mão, enquanto você a toca.
Colocou a mão ao lado da minha e ficamos as duas caladas. Este foi o presente que Ramona me deu.
Naquela noite, quando fui me deitar para dormir, botei delicadamente a mão no peito e a deixei ali até pegar no sono. Eu sabia que não estava sozinha. Estávamos todos juntos na cama, metaforicamente, meu seio, meu tórax, o presente de Ramona e eu.

(Betty Aboussie Ellis)





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