Segunda-feira, 05 de novembro de 2012
"Às vezes é
preciso bater com a cabeça na porta várias vezes... para se dar conta de que
não é a porta que está no lugar errado e sim, você."
EVANGELHO DE HOJE
Lc 14,12-14
— O Senhor esteja convosco.
— Ele está no meio de nós.
— PROCLAMAÇÃO do Evangelho de Jesus
Cristo, + segundo Lucas
— Glória a vós, Senhor!
Naquele tempo, 12dizia Jesus ao chefe
dos fariseus que o tinha convidado: "Quando deres um almoço ou um jantar,
não convides teus amigos nem teus irmãos nem teus parentes nem teus vizinhos
ricos. Pois estes poderiam também convidar-te e isto já seria a tua recompensa.
13Pelo contrário, quando deres uma festa, convida os pobres, os aleijados, os
coxos, os cegos. 14Então serás feliz! Porque eles não te podem retribuir. Tu
receberás a recompensa na ressurreição dos justos"
- Palavra da Salvação.
- Glória a vós, Senhor.
MEDITANDO O EVANGELHO
Padre Antonio Queiroz
Quando deres uma festa, convida os pobres... Então serás feliz!
Neste Evangelho, mais do que uma parábola, Jesus nos faz um pedido muito
claro: Quando dermos uma festa, não convidemos os nossos parentes, ou amigos,
ou vizinhos ricos. Pois estes poderão nos retribuir, convidando-nos também.
Pelo contrário, que convidemos os pobres, os aleijados, os coxos, os cegos...
Porque estes não nos poderão retribuir, e receberemos a recompensa de Deus, na
ressurreição dos justos.
O pedido de Jesus é facílimo de entender, porque todos nós fazemos
festinhas, de vez em quando, seja de aniversário natalício, de casamento, de
batizado, por ocasião do Natal... O problema é que a fé ainda não penetrou
tanto em nós, a ponto de nos mover a atender o pedido de Jesus. Alguns fazem
até uma “releitura”, dizendo que Jesus não quis dizer isso que ele disse, mas
outra coisa. Tudo para escapar do pedido dele, que é muito forte.
Sabemos que a recompensa de Deus é infinitamente mais generosa que a de
qualquer ser humano. É o que disse Jesus em outra ocasião: “Dai e vos será
dado. Uma medida boa, socada, sacudida e transbordante será colocada na dobra
da vossa veste, pois a medida que usardes para os outros, servirá também para
vós” (Lc 6,38). Naquele tempo, o povo usava túnicas, também os homens; e
costumavam medir cereais na dobra da própria túnica.
Como é distante a vida que levamos, da vida que Jesus nos propõe! Este é
apenas um exemplo; há muitos outros ensinamentos dele que têm a mesma
radicalidade. Por exemplo:
- Os que se casam, “já não são dois, mas uma só carne. O que Deus uniu,
o homem não separe” (Mt 19,6).
- “Se alguém te der uma bofetada na face direita, oferece-lhe também a
outra” (Mt 5,39).
- “Se alguém quiser abrir um processo para tomar a tua túnica, dá-lhe
também o manto!” (Mt 5,40).
- “Se alguém te forçar a acompanhá-lo por um quilômetro, caminha dois
com ele!” (Mt 5,41). Etc.
Jesus cita o almoço porque eles estavam almoçando. Foi apenas um
exemplo. O que ele quer é uma mudança de coração. Quando o nosso coração muda,
muda todo o nosso comportamento.
Neste Evangelho, Jesus nos pede para dar preferência aos mais pobres e
excluídos. No início de sua vida pública, ao apresentar seu programa de vida,
ele disse: “O Espírito do Senhor está sobre mim, pois ele me consagrou com a
unção, para anunciar a Boa Nova aos pobres. Enviou-me para proclamar a
libertação aos presos e, aos cegos, a recuperação da vista; para dar liberdade
aos oprimidos e proclamar um ano de graça da parte do Senhor” (Lc 4,18-19).
Isso foi opção de Deus Pai. O mesmo Deus que escolheu uma mãe para seu
Filho, escolheu também uma classe social para ele viver, a fim de mostrar ao
mundo de que lado Deus está.
Jesus disse que continuaria presente na terra, em quatro situações: 1)
Na Eucaristia: “Isto é o meu corpo”. 2) Na Igreja: “Onde dois ou mais estiverem
reunidos em meu nome, eu estarei aí no meio deles”. 3) Nas crianças: “Quem
acolher em meu nome uma criança como esta, estará acolhendo a mim mesmo” (Mt
18,5). 4) E nos pobres: “Todas as vezes que fizestes isso a um destes mais
pequenos, que são meus irmãos, foi a mim que o fizestes!” (Mt 25,40).
No Evangelho de hoje, após nos pedir para convidar os pobres para o
almoço, Jesus diz: “Então serás feliz!” Realmente, é indizível a alegria que
sente uma pessoa que tem a coragem de atender a este pedido de Jesus.
Fica para nós a pergunta: A nossa Comunidade tem o mesmo coração de
Jesus? Ela atende a esse pedido dele? “Queremos ver Jesus, caminho, verdade e
vida.” Que mostremos ao povo do terceiro milênio o verdadeiro rosto de Jesus!
Certa vez, estava se aproximando o Natal, e as catequistas de uma
Comunidade resolveram armar o presépio de forma comunitária. Cada criança devia
trazer, ou sugerir, aquilo que ela acha que devia haver no presépio.
Um menino trouxe de casa um recorte de revista, contendo a foto de
moradores de rua, entre eles várias crianças, e colocou no presépio.
A catequista lhe perguntou por quê, e ele explicou: “Eu acho que Jesus
está no meio dessas pessoas, e quer que elas tenham moradia”.
Esse garoto demonstrou um profundo conhecimento de Jesus e do seu
Evangelho.
Nossa Senhora seguiu à risca o Evangelho do seu Filho. Além de viver no
meio dos pobres, ela, no hino Magnificat, criticou duramente os ricos. “Encheu
de bens os famintos e despediu os ricos de mãos vazias.” Que ela nos ajude a
viver com coragem o que seu Filho ensinou, mesmo estando no meio de uma
sociedade que segue, muitas vezes, o caminho contrário.
Quando deres uma festa, convida os pobres... Então serás feliz!
MOTIVAÇÃO
NO TRABALHO
Max Gehringer responde
PALAVRA
DA SEMANA: IDIOSSINCRASIA. Uma característica de comportamento
peculiar a um indivíduo. Por exemplo, se o boy chega atrasado todo dia, ele é
indisciplinado. Mas, se o chefe tem esse mesmo hábito, ele é idiossincrático.
Abandonei uma carreira de 12 anos,
juntei minha poupança e abri um negócio próprio. Como sou mais técnico do que
vendedor, fiz sociedade com um amigo, que ficou encarregado de conseguir
clientes. Só que, passados quatro meses, ele não conseguiu nenhum. Estou me
matando sozinho, enquanto meu amigo passa o dia falando ao telefone, acessando
a internet e repetindo que “as coisas estão difíceis”. – W.T.
Converse
com seu contador e peça para ele preparar um demonstrativo dos custos e
direitos, seus e de seu sócio, para desfazer a sociedade. Se seu sócio entrou
com um capital equivalente ao seu, menos mau. Cada um sai com o que investiu.
Se ele entrou apenas com a boa vontade, na pior das hipóteses você perderá
metade de sua poupança. Isso é ruim, mas ainda é melhor que carregar um sócio
inoperante, que poderá lhe custar a poupança inteira. Para nossos leitores que
pensam em abrir um negócio próprio, uma dica: em se tratando de sociedades, a
palavra “amigo” costuma ser perigosa.
Estou indignado, porque mando
currículos para empresas e não recebo respostas... – H.I.M.
Eu
diria que 20% das empresas, se tanto, lêem os currículos que recebem. Se o seu
foi lido, o motivo mais lógico para a falta de resposta é também o mais
doloroso. Seu currículo não interessou. E a causa mais provável é que você
esteja se candidatando a funções que exigem mais experiência ou escolaridade do
que você possui. Ou, então, você está mirando em algum setor saturado, em que
as contratações são majoritariamente feitas por meio de indicações. Portanto,
ou baixe suas exigências, ou procure conhecer pessoas que possam indicá-lo.
Indignação, eu lamento dizer, não gera oportunidades de emprego.
Estou satisfeita com meu trabalho. Mas,
por referência de um amigo, fui convidada a participar de um processo seletivo
em outra empresa. Fui sem muita expectativa, e agora estou entre os três
finalistas. Aí vem o problema. Já ouvi várias pessoas dizendo que lá a pressão
é enorme e que não há nenhuma consideração para com o ser humano. Porém, o
salário é maior do que eu ganho aqui. O que faço? – L.M.A.
Na
verdade, você já decidiu, ao colocar a pressão e o tratamento despersonalizado
como fatores negativos. Para muita gente, isso tem menos importância que um bom
salário, e esse deve ser o caso dos outros dois finalistas. Acontece que
empresas fortemente focadas em resultados não mentem em processos seletivos,
porque não faz sentido para elas contratar alguém que poderá entrar em
parafuso. Por isso, eu acredito que lhe tenha sido perguntado se você
suportaria a pressão. E você respondeu que sim, induzindo o entrevistador a uma
conclusão errada. Minha sugestão: fique onde você está. Se você já entrar
desconfiada na nova empresa, vai interpretar qualquer suspiro do futuro chefe
como assédio moral.
Curso de Ensino a Distância é bom? –
C.J.
É
bom se você deseja se aperfeiçoar no que já faz, ou aprender coisas novas,
porque poderá fazer isso sem perder tempo de deslocamento, e no aconchego de
seu lar. Porém, se você está pensando somente em seu currículo, um curso
superior presencial ainda agrada muito mais aos recrutadores de empresas do que
o EAD.
Tudo o que eu faço, meu chefe diz que
foi idéia dele quando dá certo. E me atribui a culpa se algo sai errado. Isso é
justo? – F.G.
Não,
não é justo. Só não entendi bem se você quer apenas receber os méritos pelos
acertos, ou também a compreensão e o perdão pelos erros, como forma de
compensação. Se for o primeiro caso, você certamente encontrará chefes melhores
na vida. Se for o segundo caso, você terá problemas com chefes mais justos que
o atual, porque eles não perdoam erros.
MOMENTO DE REFLEXÃO
No canto de minha escrivaninha há
um bilhete, amarelando lentamente e enrugado pelo tempo.
É um cartão mandado por minha
mãe, contendo apenas quatro frases, mas com impacto suficiente para mudar minha
vida para sempre.
Nele, ela elogia, sem restrições,
minhas habilidades como escritora. Cada frase está cheia de amor, oferecendo
exemplos específicos do que minha atividade significou para ela e meu pai.
A palavra "porém" nunca
aparece no cartão. Entretanto, a palavra "e" está lá quase meia dúzia
de vezes.
Sempre que o leio - o que
acontece quase todos os dias lembro-me de perguntar a mim mesma se estou
fazendo a mesma coisa por minhas filhas. Perguntei-me quantas vezes eu disse
"mas" a elas e a mim mesma, afastando-nos da felicidade.
Odeio dizer que foi com mais
frequência do que eu gostaria de admitir.
Ainda que nossa filha mais velha
normalmente só tirasse dez em seu boletim, nunca houve um semestre em que pelo
menos um dos professores não sugerisse que ela falava demais em sala de aula.
Eu sempre me esquecia de
perguntar-lhes se ela estava melhorando quanto ao controle de seu
comportamento, se seus comentários contribuíam para a discussão em andamento ou
encorajavam um aluno mais calado a falar. Em vez disso, eu ia para casa e a
cumprimentava:
"Parabéns! Seu pai e eu
estamos muito orgulhosos de suas realizações, mas será que você poderia tentar
baixar o tom em sala de aula?"
O mesmo era verdade para nossa
filha mais nova. Como sua irmã, ela era uma criança adorável, inteligente,
articulada e amigável. Ela também trata o chão de seu quarto e do banheiro como
um armário, o que me levou a dizer, em mais de uma ocasião: "Sim, este
projeto é ótimo, mas arrume o seu quarto!"
Percebi que outros pais fazem a
mesma coisa: "Toda a nossa família estava junta no Natal, mas Kyle
escapuliu cedo para brincar com seu novo jogo de computador", "O time
de hóquei ganhou, mas Mike deveria ter feito aquele último gol", "Amy
é a Rainha da Primavera, mas agora quer duzentos dólares para comprar um
vestido e sapatos novos".
Mas, mas, mas.
Ao contrário, aprendi com minha
mãe que, se você quer realmente que o amor flua para seus filhos, comece a
pensar "e, e, e...".
Por exemplo: "Toda a nossa
família estava junta no jantar de Natal, e Kyle conseguiu ficar craque em seu
novo jogo de computador antes que a noite tivesse terminado", "O time
de hóquei ganhou e Mike fez o melhor que pôde durante todo o jogo",
"Amy é a Rainha da Primavera e ela vai estar linda!".
A verdade é que "mas"
não nos faz sentir bem e "e" faz. E quando falamos de nossos filhos,
sentir-se bem é o que temos que fazer. Quando se sentem bem a respeito de si
mesmos e do que estão fazendo, fazem ainda mais, aumentando sua autoconfiança,
seus critérios e as conexões harmoniosas com os outros. Quando tudo o que
dizem, pensam ou fazem é qualificado ou desprezado de alguma maneira, sua
felicidade azeda e sua raiva aumenta.
Isso não quer dizer que as
crianças não precisam ou não irão corresponder às expectativas de seus pais.
Precisam e vão, independente dessas expectativas serem boas ou ruins. Quando
essas expectativas são consistentemente inteligentes e positivas e então são
ensinadas, modeladas e expressas, coisas inacreditáveis acontecem:
"Vejo que você cometeu um
erro. E sei que você é inteligente o bastante para descobrir o que fez errado e
tomar uma decisão melhor da próxima vez." Ou: "Você está há horas
trabalhando nesse projeto. Adoraria que o explicasse para mim." Ou:
"Nós trabalhamos duro para ganhar dinheiro e sei que você pode nos ajudar
a descobrir um jeito de pagar pelo que você quer."
Não basta dizer que amamos nossos
filhos. Em uma época em que a frustração cresceu aterradoramente, não podemos
mais nos dar ao luxo de limitar a expressão do amor.
Se quisermos diminuir o som da
violência em nossa sociedade, teremos que aumentar o volume da atenção, do
elogio, da orientação e da participação no que é correto para nossos filhos.
"Chega de mas!" é o
toque de chamada para a felicidade. Também é um desafio, a oportunidade fresca
diante de nós, todos os dias, de concentrarmos nossa atenção no que é bom e
promissor a respeito de nossos filhos e de acreditarmos de todo o coração que
eles, eventualmente, serão capazes de ver o mesmo em nós e nas pessoas com
quem, no final, irão viver, trabalhar e servir.
E, se algum dia eu me esquecer,
tenho o bilhete de minha mãe para lembrar-me.
(Robin L.
Silverman)
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