Quinta-feira, 29 de novembro de 2012
“Um bebê é a
opinião de Deus de que o mundo deve continuar.” (Carl Sandberg).
EVANGELHO DE HOJE
Lc 21,20-28
— O Senhor esteja convosco.
— Ele está no meio de nós.
— PROCLAMAÇÃO do Evangelho de Jesus
Cristo, + segundo Lucas
— Glória a vós, Senhor!
Naquele tempo, disse Jesus a seus
discípulos: 20“Quando virdes Jerusalém cercada de exércitos, ficai sabendo que
a sua destruição está próxima. 21Então, os que estiverem na Judéia, devem fugir
para as montanhas; os que estiverem no meio da cidade, devem afastar-se; os que
estiverem no campo, não entrem na cidade. 22Pois esses dias são de vingança,
para que se cumpra tudo o que dizem as Escrituras.
23Infelizes das mulheres grávidas e
daquelas que estiverem amamentando naqueles dias, pois haverá uma grande
calamidade na terra e ira contra este povo. 24Serão mortos pela espada e
levados presos para todas as nações, e Jerusalém será pisada pelos infiéis, até
que o tempo dos pagãos se complete. 25Haverá sinais no sol, na lua e nas
estrelas. Na terra, as nações ficarão angustiadas, com pavor do barulho do mar
e das ondas. 26Os homens vão desmaiar de medo, só em pensar no que vai
acontecer ao mundo, porque as forças do céu serão abaladas. 27Então eles verão
o Filho do Homem, vindo numa nuvem com grande poder e glória. 28Quando estas
coisas começarem a acontecer, levantai-vos e erguei a cabeça, porque a vossa
libertação está próxima”.
- Palavra da Salvação.
- Glória a vós, Senhor.
MEDITANDO O EVANGELHO
Padre
Antonio Queiroz
Jerusalém
será pisada pelos infiéis, até que o tempo dos pagãos se complete.
Hoje, quarta quinta-feira de novembro, é o Dia Nacional de Ação de
Graças. Estamos no final do ano litúrgico e quase no final do ano civil; por
isso queremos agradecer a Deus o ano que termina. Quantos benefícios recebemos
dele! A vida, a saúde, a família, os amigos, a fé... Deus nos protegeu, estando
ao nosso lado de manhã até a noite, e em todos os dias deste ano!
Deus provou que nos ama; vamos retribuir-lhe com amor também. “Que
retribuirei ao Senhor por todo o bem que me deu?” (Sl 116,12). “Bendito seja o
Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que nos abençoou com toda bênção espiritual,
nos céus, em Cristo” (Ef 1,3).
No Evangelho de hoje, Jesus começa preparando os habitantes de Jerusalém
para o momento da invasão do exército romano, que aconteceria trinta anos
depois. “Os que estiverem no campo, não entrem na cidade... Infelizes das
mulheres grávidas e daquelas que estão amamentando naqueles dias!”
Os habitantes de Jerusalém “serão levados presos para todas as nações”.
De fato, os romanos levaram milhares de judeus para Roma e outras cidades do
Império, como escravos.
A partir daqui, a narração muda de tom e Jesus começa a falar da sua
segunda vinda e dos sinais que a precederão. “Haverá sinais no sol, na lua e
nas estrelas”.
“Então eles verão o Filho do Homem, vindo numa nuvem com grande poder e
glória.” Jesus veio a primeira vez com aparência de fraco, uma criança pobre
deitada numa manjedoura. Mas foi uma fraqueza apenas aparente; ele é forte,
fortíssimo.
E Jesus termina apresentando o objetivo deste seu discurso, que é
tranqüilizar os discípulos, pois estes sinais mostram o seu poder, e que ele
vem para libertar os seus queridos e queridas discípulas. “Quando estas coisas
começarem a acontecer, levantai-vos e erguei a cabeça, porque a vossa
libertação está próxima”. É como quem diz: este mundo é cheio de tribulações,
mas é passageiro. E quanto ao mundo futuro, não se preocupem, deixem comigo.
Na nossa luta do dia a dia, a segunda vinda de Jesus será como a chegada
de alguém que vem nos ajudar a terminar uma tarefa, bem na hora em que já
estamos cansados. Será como um preso que vê chegar alguém com a chave do
presídio, a fim de soltá-lo. Ou como uma pessoa que está se afogando e vê
chegar o salva-vidas.
Aquele dia será o fim de tudo o que os discípulos de Jesus detestam:
injustiças, mentiras, maldades... Os maus e os corruptos vão ver com quantos
cincos se faz um dez, com quantos paus se faz uma canoa. Descobrirão que este
mundo tem dono, e um dono forte e poderoso, diante do qual todos os impérios e
poderes são como uma palha.
Também o seu Reino, que está nas nossas mãos, é forte, fortíssimo,
apesar de parecer fraco diante dos outros reinos e poderes do mundo. Basta ver
a força desse Reino, ao ultrapassar os séculos. Diante de Jesus é a verdade e a
justiça que valem. Quem segue outro caminho, um dia vai tremer de medo, como
vara verde.
Jesus nos deixou todos os recursos para nos salvarmos, e vivermos
eternamente com ele e com a sua Família no céu. Cabe a nós escolher se queremos
caminhar com ele ou de costas para ele.
Em várias passagens da Bíblia, a segunda vinda de Jesus é chamada de
“Dia do Senhor”, mesmo nome que damos para o domingo. De fato, o domingo é para
nós uma celebração antecipada da segunda vinda de Jesus.
Às vezes a graça de Deus espera a nossa cutucadinha, a mãozinha do
cristão que chega de leve... e Deus faz o resto. A nossa vida na terra é
passageira. Que bom se nos dedicássemos mais aos valores da outra vida, tanto
para nós mesmos como para os nossos irmãos!
Certa vez, um poeta e um artista estavam examinando juntos uma pintura
de um célebre artista, retratando a cura dos dois cegos de Jericó. O artista
perguntou: “O que lhe parece a coisa mais notável nesta pintura?”
O poeta respondeu: “Tudo na pintura é excelente. A forma dada a Cristo,
as pessoas agrupadas, a expressão dos rostos, tudo”.
O artista pareceu achar o toque mais importante em outro lugar.
Apontando para a estrada que passava ao lado, ele disse: “Você vê uma bengala
descartada ali?”
“Sim” – respondeu o poeta – “mas o que tem a ver isso?”
“Meu amigo!” – continuou o artista – “Um cego estava sentado naquele pau
ali, com a bengala na mão. Mas quando ouviu falar que era Jesus que passava,
jogou a bengala fora e foi ao encontro dele. Isso porque ele estava certíssimo
de que seria curado, e assim deixaria de usar a bengala. Cheio de alegria, ele
em direção ao Senhor como se já estivesse recebido a graça.”
Que nós também observemos a grande pintura dos acontecimentos com mais
fé e discernimento, a fim de descobrirmos nela os sinais da vinda de Cristo.
Como seria bom se tivéssemos a fé daquele cego! Com certeza hoje não seríamos
mais cegos, nem fisicamente nem espiritualmente. A nossa fé nos permitiria
andar pela vida como se víssemos o invisível, e seríamos mais gratos a Deus.
Maria Santíssima era uma pessoa muito grata a Deus. O Magnificat é o mais
belo hino de ação de graças existente na Bíblia. Quando o recitamos, não
estamos para Maria, mas para Deus do jeito dela. No magnificat, Maria agradece
a Deus tudo, até coisas que ainda não tinham acontecido mas que ela sabia que
iam acontecer. Isso porque a sua fé era muito grande, e ela sabia que Deus não
falha em suas promessas. Que ela nos ajude a ser gratos, e também a nos
preparar bem para o encontro com Jesus em sua segunda vinda.
Jerusalém
será pisada pelos infiéis, até que o tempo dos pagãos se complete.
MEIO AMBIENTE
Humanidade está esgotando a Terra
O atual modelo produtivista, baseado na
lógica do lucro e do curto prazo, está esgotando o capital natural do planeta,
adverte estudo encomendado pela Organização das Nações Unidas (ONU), que
envolveu 1.360 cientistas de 95 países. Segundo eles, a ameaça de colapso
ambiental pode se concretizar ainda neste século.
Um estudo realizado a pedido do
secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Kofi Annan, alerta que
o planeta corre o sério risco de sofrer um colapso ambiental ainda neste século
se medidas enérgicas não forem tomadas para reverter o atual quadro de
destruição dos recursos naturais.
Segundo o estudo, divulgado em
30/03/2005, cerca de 60% de todos os ecossistemas do planeta estão degradados
ou sendo usados de um modo não sustentável, o que pode provocar um colapso
ambiental global em um período de 50 anos. Intitulado "Avaliação
Ecossistêmica do Milênio" (AEM), o estudo começou em 2001, reunindo 1.360
especialistas de 95 países. As perspectivas para o futuro próximo são
alarmantes, alertaram os pesquisadores, enfatizando que a destruição de 15 dos
24 ecossistemas do mundo causará o surgimento de novas doenças, escassez de
água, da pesca e aparição de zonas mortas no litoral.
Esse estudo resultou em um dos
relatórios mais completos e atualizados sobre a situação do meio-ambiente no
planeta. E ela não é nada boa, garantem seus autores. Um dos trechos do relatório,
intitulado "Vivendo além dos nossos meios - O capital natural e o
bem-estar humano", afirma: "dentre os problemas mais sérios
identificados por esta avaliação estão as condições drásticas de várias
espécies de peixes, a alta vulnerabilidade de 2 bilhões de pessoas vivendo em
regiões secas e a crescente ameaça aos ecossistemas das mudanças climáticas e
poluição de seus nutrientes".
Os pesquisadores utilizaram a
imagem de alguém que está vivendo com tempo emprestado, para descrever o modo
como estamos convivendo com o meio ambiente. Um dos casos mais graves, segundo
eles, está no uso da água: "o uso do recurso de água em um ritmo muito
maior do que se gera se faz às custas de nossos filhos". "Já estamos
vivendo essa ameaça". Os resultados desse estudo foram apresentados
simultaneamente em diversos países. No primeiro trimestre de 2006 está prevista
a divulgação de outros 33 estudos realizados em diferentes regiões do planeta.
A idéia dos pesquisadores é fazer a máxima divulgação possível deste estudo com
o objetivo de, entre outras coisas, sensibilizar a população e as autoridades
governamentais que os riscos são reais e não uma peça de ficção científica
produzida por cientistas alarmistas ou ambientalistas radicais. Nós já estamos
vivendo essa ameaça, garantem.
Um dos coordenadores da pesquisa,
o cientista Harold Mooney, da Universidade de Stanford, resumiu do seguinte
modo a gravidade do problema: "no último meio século nós alteramos as
estruturas dos ecossistemas globais em uma velocidade mais rápida do que em qualquer
outro período da história". Essas alterações, por um lado, foram fruto da
intervenção humana para aumentar a área e a produtividade das áreas de produção
de alimentos, o que normalmente é apontado como um fator de progresso. O
problema é a forma como isso foi feito, com a criação de grandes áreas de
monocultura (destruidoras da biodiversidade) e com um uso intensivo de
agrotóxicos. Um dos resultados desse modelo, além da destruição da
biodiversidade, é o envenenamento de fontes de água ou mesmo seu
desaparecimento.
Além disso, cada espécie animal e
vegetal extinta representa um fator de desequilíbrio para ecossistemas
inteiros.
Ecossistemas ameaçados
O resumo da obra é o seguinte: o
capital natural da Terra está sendo gasto rapidamente pelos seus habitantes,
que se comportam como herdeiros perdulários que gastam em uma geração o que as
anteriores acumularam. Graças a esse comportamento, mais 10 ou 20% das
florestas do mundo serão transformadas em lavoura e pasto até 2050, conforme
projeção do estudo.
O predomínio da lógica do lucro
sobre todas as outras vai apresentar uma conta salgada muito em breve, advertem
os cientistas. Na verdade, já está apresentando, mas ela vem sendo rolada como
se nada fosse acontecer.
O que fazer? Uma das recomendações
do estudo dirige-se aos economistas: eles devem rever seus métodos de fazer
contas e incluir em seus cálculos fatores que causam espanto e riso hoje entre
autoridades econômicas. Fatores como o valor da polinização de lavouras por
insetos ou o valor de uma área de florestas destruída por uma barragem ou por
uma nova lavoura de soja.
A ideologia do progresso a
qualquer custo, denuncia o resultado do estudo, contamina governos à esquerda e
à direita, que, cada vez mais, comportam-se do mesmo modo. A maneira como está
acontecendo a liberação de transgênicos no Brasil é um exemplo disso. A lógica
do fato consumado e o predomínio da lógica do lucro máximo a curto prazo estão
jogando pela janela princípios básicos de precaução.
Uma das conclusões do relatório
afirma que a humanidade "precisa relaxar as pressões sobre a
natureza" e adotar "mudanças radicais na forma com que tratamos o
planeta". Se tiverem o destino dos últimos estudos do gênero, essas
conclusões receberão o apoio retórico de algumas autoridades e logo cairão no
esquecimento. Quem quiser conhecê-las mais de perto pode acessá-las no
endereço:
http://www.millenniumassessment.org.
É uma leitura que pode tirar o sono.
Fonte: Agência Carta Maior
MOMENTO DE REFLEXÃO
“Um bebê é a opinião de Deus de que o mundo
deve continuar.” (Carl Sandberg).
Ben
nasceu no dia 20 de setembro de 1989. Pouco depois de seu nascimento, soubemos
de sua cegueira e surdez. Quando estava com três anos, soubemos também que
nunca andaria.
A
partir do segundo dia de vida de Ben, nossa família percorreu um caminho que
nunca havíamos imaginado. Centenas e centenas de quilômetros até os melhores
médicos e os melhores hospitais. Centenas de agulhas e raios-X, tomografias
computadorizadas e ressonâncias magnéticas.
Depois
disso vieram as lentes de contato, o aparelho nos dentes, aparelhos auditivos,
cadeiras de rodas, andadores e macacões para engatinhar - junto com todos os
terapeutas para nos mostrar como usar todas essas coisas.
As
operações nunca pararam.
A
vida de Ben hoje em dia consiste de seu professor habitual, um professor para
pessoas com deficiência visual, um professor para pessoas com deficiência
auditiva, um terapeuta ocupacional, um fisioterapeuta, um patologista de fala e
linguagem, um pediatra, um neurologista, ortopedistas, um oftalmologista
pediátrico, um otorrino, um fonoaudiólogo, um dentista, um cirurgião-dentista e
um ortodontista - e ele só tem oito anos de idade.
Ainda
assim, todas as manhãs meu homenzinho acorda com o maior sorriso no rosto, como
se dissesse: "Ei, vocês, estou aqui para mais um dia, e estou tão
feliz!"
Nossa
filha nasceu três anos antes de Ben. Lembro-me de seu pai e eu olhando para ela
durante enormes períodos de tempo quando ela tinha cerca de dois anos,
esperando que a próxima palavra ou som escapulisse.
Sempre
que isso acontecia era um momento marcante na história - um tópico de
orgulhosas conversas com quem quer que tivesse a paciência de escutar.
Realmente tínhamos uma criança brilhante e notável. Ainda temos.
Depois
que Ben nasceu, nosso amor por ele mudou nossa visão sobre o que era realmente
importante a respeito de nossos filhos. Não tinha mais importância quantas
palavras falavam com quantos anos, ou que desenvolvimento fenomenal acontecia
antes da previsão feita em qualquer livro sobre bebês.
Nossos
filhos se tornaram indivíduos, cada um possuindo qualidades maravilhosas, que
não devem ser comparadas. Suas vidas não devem ser medidas pela falta de
habilidade ou pela habilidade excepcional, mas pela força da perseverança.
Quando
Ben estava com cerca de quatro anos, dirigia com bastante domínio sua cadeira
de rodas, mas nunca havia dito uma palavra - apenas sons abertos de vogais.
Então nossa família começou a botar um gravador na mesa durante o jantar para
gravar os sons que Ben estava fazendo porque ele demonstrava claramente que
queria participar das conversas. Pensamos que, talvez, se ele ouvisse sua voz
gravada e as nossas, isso estimularia algo dentro dele.
Um
dia, em setembro de 1993, a fita estava rodando enquanto eu alimentava Ben e
fazia alguns sons, tentando estimular algum interesse nele. De repente, o tempo
parou. Nunca esquecerei a expressão dos olhos de Ben, a concentração em seu
rosto, a forma de sua boca, como ele olhava para mim de sua cadeira de rodas
quando falou suas primeiras três palavras:
-
Eu te amo.
Virei-me
para meu marido e ele olhou para mim com os olhos cheios d'água e disse:
-
Terry, eu o ouvi!
Ben
disse aquelas palavras para mim, e eu as tenho gravadas para ouvir sempre que
precisar.
Também
fico grata, pois ele não disse outra palavra desde então!
Mas,
vocês sabem, eu não ouço a fita com tanta freqüência. Não preciso. Sempre irei
reconhecer a expressão de seus olhos – mesmo que sejam cegos - quando ele
procura o meu rosto para me dar um beijo. Isso é tudo o que eu preciso.
(Terry
Boisot)
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