Quarta-feira, 07 de novembro de 2012
"Se o seu
navio não chega, nade até ele." ( Jonathan Winters )
EVANGELHO DE HOJE
Lc 14,25-33
— O Senhor esteja convosco.
— Ele está no meio de nós.
— PROCLAMAÇÃO do Evangelho de Jesus
Cristo, + segundo Lucas
— Glória a vós, Senhor!
Naquele tempo, 25grandes multidões
acompanhavam Jesus. Voltando-se, ele lhes disse: 26“Se alguém vem a mim, mas
não se desapega de seu pai e sua mãe, sua mulher e seus filhos, seus irmãos e
suas irmãs e até da sua própria vida, não pode ser meu discípulo. 27Quem não
carrega sua cruz e não caminha atrás de mim, não pode ser meu discípulo.
28Com efeito: qual de vós, querendo
construir uma torre, não se senta primeiro e calcula os gastos, para ver se tem
o suficiente para terminar? Caso contrário, 29ele vai lançar o alicerce e não
será capaz de acabar. E todos os que virem isso começarão a caçoar, dizendo:
30‘Este homem começou a construir e não foi capaz de acabar!’
31Ou ainda: Qual rei que, ao sair para
guerrear com outro, não se senta primeiro e examina bem se com dez mil homens
poderá enfrentar o outro que marcha contra ele com vinte mil? 32Se ele vê que
não pode, enquanto o outro rei ainda está longe, envia mensageiros para
negociar as condições de paz. 33Do mesmo modo, portanto, qualquer um de vós, se
não renunciar a tudo o que tem, não pode ser meu discípulo!”
- Palavra da Salvação.
- Glória a vós, Senhor.
MEDITANDO O EVANGELHO
Padre Antonio Queiroz
Qualquer um
de vós, se não renunciar a tudo o que tem, não pode ser meu discípulo!
Neste Evangelho, Jesus nos previne: “Qualquer um de vós, se não
renunciar a tudo o que tem, não pode ser meu discípulo!” E ele cita algumas
coisas: se não renunciar pai, mãe, esposa, marido, filhos, irmãos ou irmãs... e
até a própria vida, não pode ser discípulo dele.
É um alerta que ele faz. “Rapadura é doce mas não é mole.” Ser discípulo
ou discípula de Jesus é bom, tem vantagens, mas não é fácil.
Jesus começa citando os parentes, porque entre eles podemos encontrar
alguém da turma do “deixa disso”, e nós não podemos dar ouvidos, mesmo que seja
pai, mãe, esposa, marido...
E há muitos outros obstáculos; por isso que Jesus resume com a expressão
“renunciar a tudo”.
E há situações em que o cristão, movido pela fé e pela confiança em
Deus, arrisca a própria vida. Foi o caso dos mártires.
“Quem não carrega a sua cruz e não caminha atrás de mim, não pode ser
meu discípulo.” Não caminhar na frente ou ao lado dele, mas atrás, isto é,
seguir a Jesus sem tentar mudar o seu Evangelho. As seitas são exatamente a
busca de um caminho mais fácil para seguir a Jesus.
As duas parábolas são uma chamada de atenção a nós para a
responsabilidade. Assim como não é bom nem bonito começar uma coisa sem ter
condições de terminar, o mesmo acontece com a vida cristã, o seguimento de
Jesus. Jesus nos deixou todos os meios e recursos para levar até o fim esse
caminho, mas se alguém não está disposto nem a usar esses recursos, é preferível
não começar a segui-lo. Fazer como o jovem rico: virar as costas e ir embora.
O exemplo da torre, que hoje seria um prédio muito alto e caro, seria
uma enorme imprudência começar a obra e pará-la no meio. O sol e a chuva vão
estragar tudo e o prejuízo será enorme. O certo, diz Jesus, é planejar bem os
gastos antes, para ter condições de terminar a obra. Do contrário, nem começar,
porque assim evita as caçoadas dos outros.
Outro exemplo pior ainda é o da guerra. Se prevê que não vai vencer o
inimigo, é mil vezes melhor fazer um acordo com ele, estabelecendo as condições
de paz. Porque depois de uma guerra, a parte derrotada perde tudo mesmo, até o
povo.
A torre e a guerra são dois exemplos de empreendimento difíceis, que só
devemos começar se temos condições de terminar. Seguir a Jesus é outro
empreendimento difícil, e súper difícil.
Jesus é uma pessoa franca e sincera. Ele abre o jogo para que não
comecemos a segui-lo e depois termos de parar, ou escolher um meio termo, o que
ele detesta. Ser cristão pela metade, além de imprudência, é uma coisa
ridícula.
Nós precisamos ser realistas. Para quem segue a Jesus, a cruz é
inevitável. É bom saber disso antes e contar com isso, porque a desistência no
meio do caminho vira um contra testemunho pior do que não começar.
Quanta gente começa as coisas e não termina! Um curso, uma faculdade, o
trabalho em uma pastoral, o próprio casamento... Por outro lado, quantas
pessoas começam e perseveram!
"Meu filho, come este rolo" (Ez 3,3) disse Deus ao Profeta
Ezequiel. Era o livro da Palavra de Deus. O profeta comeu e depois comentou: Na
boca, era doce como o mel, mas, quando chegou ao meu estômago, tornou-se amargo
como o fel. Boa figura da vida cristã.
Havia, certa vez, um menino que tinha uma cicatriz no rosto e, na escola,
as pessoas não falavam com ele nem se sentavam ao seu lado. Na realidade,
quando os colegas o viam franziam a testa devido a cicatriz ser muito feia.
Então seus colegas de classe começaram a reclamar com a professora, pedindo que
aquele menino da cicatriz não freqüentasse mais o colégio. A professora levou o
caso à diretora. Esta ouviu e chegou à seguinte conclusão: Que não poderia
tirar o garoto do colégio, e que conversasse com o menino e ele fosse seria o
último a entrar em sala de aula, o primeiro a sair, e fosse sentar-se na última
carteira da classe. Desta forma, nenhum aluno via o seu rosto, a não ser que
olhassem para trás.
A professora levou ao conhecimento do menino a decisão e ele aceitou
prontamente. Mas pediu se podia explicar para os colegas a origem da cicatriz.
A professora permitiu e ele disse o seguinte:
“Quando eu tinha por volta de sete a oito anos de idade, um dia pegou
fogo na minha casa. Estávamos eu, meu irmão mais novo, minha irmãzinha de berço
e minha mãe. Eu, minha mãe e meu irmão conseguimos sair. Minha mãe queria
entrar para pegar o nenê, mas os vizinhos a seguraram e não deixaram, porque o
fogo já havia tomado conta de toda a casa. Foi nessa hora que eu saí entre as
pessoas e, quando perceberam, eu já tinha entrado na casa. Havia muita fumaça e
estava muito quente. Eu fui ao quarto, peguei minha irmãzinha que estava
chorando e saí com ela nos braços. Na saída, caiu no meu rosto uma madeira em
brasas que me queimou, de onde surgiu esta cicatriz. Hoje, quando chego em
casa, a primeira pessoa que vem me receber é minha irmã. E ela dá um beijo
nesta cicatriz, que a salvou.”
A turma ouviu quieta, atenta e envergonhada. Quando o garoto terminou de
falar, toda a classe estava chorando.
O mundo está cheio de pessoas com cicatrizes, físicas ou não, visíveis
ou não. Mas o amor fraterno é central no seguimento de Jesus. Se alguém não
topa, como queriam aqueles alunos, é melhor nem ser batizado. Ou, se foi, é
melhor não renovar, na primeira comunhão e na crisma. Ou, se já fez tudo isso,
é melhor largar a Comunidade duma vez.
Maria Santíssima foi atrás de Jesus, como sua discípula fiel. Ela não
foi frente nem ao lado, isto é, não quis facilitar um pouquinho o Evangelho do
Filho. Pelo contrário, colaborou com ele, por exemplo, na cruz e, após a subida
dele ao céu, ela permaneceu junto com a Igreja nascente. “Ó Mãe da
perseverança, teus volve a nós!”
Qualquer um
de vós, se não renunciar a tudo o que tem, não pode ser meu discípulo!
CURIOSIDADES
Canivete Suíço
Sabendo que o exército do seu
país importava canivetes alemães, Karl Elsener abriu a sua fábrica em 1884. Os
seus primeiros canivetes Victorinox foram entregues aos soldados suíços em
outubro de 1891. Colocou o brasão do país para diferenciá-los dos alemães e
batizou o produto homenageando os seus pais, Victor e Victoria. Para ampliar o
negócio e atrair utilizadores mais refinados, Elsener aperfeiçoou o canivete e,
assim, surgiram os modelos com ferramentas: abre latas, chave de fendas, punção
e saca-rolhas, serrote, alicate, abre garrafas, palito de dentes, pinça, gancho
de pesca, lente de aumento e até uma pequena bússola. O produto popularizou-se
depois da Segunda Guerra Mundial, com as unidades militares americanas. Hoje, a
linha para oficiais tem 100 diferentes combinações.
Caneta Bic
Marcel Bich, depois de trabalhar
numa empresa de tintas durante a Segunda Guerra Mundial, em 1949, comprou uma
pequena fábrica de canetas esferográficas. As canetas vazavam tinta e sujavam
os dedos, mas faziam sucesso, e Bich decidiu investir no produto. Procurou o
seu inventor, Ladislao "Laszlo" Biro, comprou a patente e iniciou a
fabricação da caneta Bic, cujo modelo é praticamente o mesmo até hoje.
Atualmente, são vendidas 10 milhões de canetas por dia.
Kellogg's
Em 1860, os Adventistas do Sétimo
Dia que foram para Battle Creek, Michigan, formaram uma comunidade que ficou
famosa pelo seu estilo de vida e alimentação saudável. O adventista John Harvey
Kellogg, depois de estudar medicina, voltou a Battle Creek e tornou-se diretor
do centro de saúde. Percebeu, então, que as refeições vegetarianas eram muitos
leves e os pacientes partiam após curta estadia. Kellogg e o seu irmão, Will
Keith, começaram a criar novas e saborosas formas de alimentos. Preparavam no
vapor e na pressão vários tipos de grãos e, assim, criaram uma variado menu
vegetariano. No entanto, ainda faltava um pão de grãos integrais com pouco
amido. Após muitas experiências, chegaram acidentalmente aos flocos de trigo.
Depois surgiram os flocos de arroz e os de milho (corn flakes). O tigre Tony,
símbolo dos Kellogg's, foi criado em 1952 pela agência de publicidade americana
Leo Burnett.
Jacuzzi
A Jacuzzi foi fundada no início
do século XX por 7 irmãos, imigrantes italianos que se instalaram nos Estados
Unidos. A empresa era bem-sucedida fabricando hélices de avião e bombas de
irrigação para agricultura. Em 1956, uma pessoa da família precisou de um
tratamento de hidroterapia. Os engenheiros da Jacuzzi adaptaram uma dessas
bombas para ser usada numa banheira. E Roy Jacuzzi viu aí um bom negócio e
colocou as banheiras de hidromassagem no mercado em 1968.
Harley-Davidson
Foi de um barracão na cidade de
Milwaukee, Estados Unidos, em 1903, que saiu a primeira moto batizada com o
sobrenome dos seus criadores: o desenhista William Harley e o engenheiro Arthur
Davidson. E era preciso pedalar para pegar. Para a Primeira Guerra Mundial, a
empresa recebeu do exército americano a encomenda de 20 mil unidades, algumas
com metralhadoras. Na Segunda Guerra Mundial, voltou à luta: 90 mil motocicletas
de 750 cilindradas serviram as forças americanas.
MOMENTO DE REFLEXÃO
Qualquer
que fosse seu alvo inicial, os tiros de morteiros caíram em um orfanato
dirigido por um grupo missionário na pequena aldeia vietnamita. Os missionários
e uma ou duas crianças morreram imediatamente e várias outras crianças ficaram
feridas, incluindo uma menininha de uns oito anos de idade.
As
pessoas da aldeia pediram ajuda médica de uma cidade vizinha que possuía
contato por rádio com as forças americanas.
Finalmente,
um médico e uma enfermeira da Marinha americana chegaram em um jipe apenas com
sua maleta médica.
Determinaram
que a menina era a que estava mais gravemente ferida. Sem uma ação rápida, ela
morreria por causa do choque e da perda de sangue.
Uma
transfusão era imprescindível e era necessário um doador com o mesmo tipo
sangüíneo. Um teste rápido revelou que nenhum dos americanos possuía o tipo
correto, mas vários dos órfãos que não haviam sido atingidos tinham.
O
médico falava um pouco de vietnamita simplificado e a enfermeira possuía uma
leve noção de francês aprendido no colégio. Usando essa combinação, juntos e
com muita linguagem de sinais improvisada, eles tentaram explicar para a jovem
e assustada platéia que, a não ser que pudessem repor uma parte do sangue
perdido da menina, ela com certeza morreria.
Então,
perguntaram se alguém estaria disposto a doar um pouco de sangue para ajudar.
Seu pedido encontrou um silêncio estupefato.
Após
longos momentos, uma mãozinha lenta e hesitantemente levantou-se, abaixou-se e
levantou-se novamente.
-
Oh, obrigada - disse a enfermeira em francês. - Qual é o seu nome?
-
Heng - veio a resposta.
Heng
foi rapidamente colocado em um catre, os braços limpos com álcool e uma agulha
inserida em sua veia. Durante toda a penosa experiência, Heng permaneceu tenso
e em silêncio.
Depois
de algum tempo, ele soltou um soluço trêmulo, cobrindo rapidamente seu rosto
com a mão livre.
-
Está doendo, Heng? - perguntou o médico.
Heng
balançou a cabeça, mas, após alguns instantes, outro soluço escapou e mais uma
vez ele tentou esconder o choro. Novamente o médico perguntou se a agulha o
estava machucando e novamente Heng balançou a cabeça.
Porém
agora seus soluços ocasionais haviam dado lugar a um choro constante e
silencioso, seus olhos apertados, o punho na boca para abafar seus soluços.
A
equipe médica estava preocupada. Algo obviamente estava muito errado. Nesse
momento, uma enfermeira vietnamita chegou para ajudar. Vendo o sofrimento do
pequeno, ela falou rapidamente com ele em vietnamita, escutou sua resposta e
respondeu-lhe com a voz reconfortante.
Após
um instante, o paciente parou de chorar e olhou interrogativamente para a
enfermeira vietnamita. Quando ela assentiu, um ar de grande alívio se espalhou
pelo rosto do menino.
Olhando
para cima, a enfermeira contou calmamente para os americanos:
-
Ele achou que estava morrendo. Entendeu errado. Achou que vocês haviam pedido
que ele desse todo o seu sangue para que a menina pudesse viver.
-
Mas por que ele estaria disposto a fazer isso? - perguntou a enfermeira da
Marinha.
A
enfermeira vietnamita repetiu a pergunta para o menino, que respondeu
simplesmente:
-
Ela é minha amiga.
(John W.
Mansur, extraído de The Missileer)
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