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LITURGIA DIÁRIA

LITURGIA DIÁRIA - REFLEXÕES E COMENTÁRIOS

Diário de Segunda-feira 07/05/2012




Segunda-feira, 07 de maio de 2012


"O sorriso enriquece os recebedores sem empobrecer os doadores." [Mário Quintana]




EVANGELHO DE HOJE
Jo 14,21-26


- A pessoa que aceita e obedece aos meus mandamentos prova que me ama. E a pessoa que me ama será amada pelo meu Pai, e eu também a amarei e lhe mostrarei quem sou.
Então Judas, não o Judas Iscariotes, perguntou:
- Senhor, como será possível que o senhor mostre somente a nós e não ao mundo quem o senhor é?
Jesus respondeu:
- A pessoa que me ama obedecerá à minha mensagem, e o meu Pai a amará. E o meu Pai e eu viremos viver com ela. A pessoa que não me ama não obedece à minha mensagem. E a mensagem que vocês estão escutando não é minha, mas do Pai, que me enviou.
- Tenho dito isso enquanto estou com vocês. Mas o Auxiliador, o Espírito Santo, que o Pai vai enviar em meu nome, ensinará a vocês todas as coisas e fará com que lembrem de tudo o que eu disse a vocês.




MEDITANDO O EVANGELHO
Padre Antonio Queiroz

O Defensor, o Espírito Santo, que o Pai enviará, ele vos ensinará tudo.
Este Evangelho, podemos chamar de trinitário, porque nele aparecem, de maneira explícita e muito viva, as três Pessoas divinas: quem guarda a palavra de Jesus é amado por Deus Pai, os dois virão e farão morada nele, e o Espírito Santo lhe ensinará tudo. Jesus chama o Espírito Santo de “Paráclito”, termo complexo que compreende as funções de advogado, defensor, assistente, protetor, mestre e consolador. O Espírito Santo exerce todas essas funções em cada cristão e na santa Igreja. “O Defensor, o Espírito Santo que o Pai enviará em meu nome, ele vos ensinará tudo e vos recordará tudo o que eu vos tenho dito”.
Tal como o Filho foi enviado em nome do Pai para realizar a sua obra, assim o Espírito Santo é enviado em nome de Cristo para completar a sua revelação à Igreja.
“Quem observa os meus mandamentos... Eu o amarei e me manifestarei a ele.” Manifestar-se é no sentido de levar a pessoa a crer em Jesus. A fé é proporcional à nossa obediência aos mandamentos de Jesus. Se uma pessoa começa a observar com mais empenho os mandamentos, Cristo vai se manifestando, isto é, a sua fé vai crescendo dia a dia. E, junto com ela, a esperança e a caridade. A fé da pessoa vai ficando cada vez mais esclarecida e autêntica, isto é, concretizada na Igreja que Jesus fundou: una, santa, católica e apostólica.
Se, pelo contrário, uma pessoa começa a se afastar dos mandamentos, a sua fé vai diminuindo e se desviando dia a dia. De repente a pessoa está “adorando animais”.
“Nem todo aquele que me diz: ‘Senhor! Senhor!’, entrará no Reino dos Céus, mas só aquele que põe em prática a vontade de meu Pai que está nos céus” (Mt 7,21).
“Quem me dera que meu povo me escutasse, que Israel andasse sempre em meus caminhos! Seus inimigos sem demora humilharia e voltaria minha mão contra o opressor... Eu lhe daria de comer a flor do trigo, e com o mel que sai da rocha o fartaria” (Sl 80,14-17).
Jesus Cristo sempre procurou obedecer a Deus Pai: “Eis que venho, ó Pai, para fazer a vossa vontade” (Sl 39,8). “O meu alimento é fazer a vontade do meu Pai que está no céu” (Jo 4,34). “Eu desci do céu não para fazer a minha vontade, mas a vontade daquele que me enviou” (Jo 6,38).
Também os Apóstolos eram observantes fiéis dos mandamentos: “É preciso obedecer antes a Deus que aos homens” (S. Pedro, no seu discurso no tribunal. Está em At 5,29).
No Pai Nosso, nós rezamos: “Seja feita a vossa vontade, assim na terra como no céu”.
Todos nós queremos que Jesus se manifeste a nós, a fim de sabermos o caminho certo da nossa felicidade. Vamos então observar com dedicação os seus mandamentos.
A principal força que nos leva a obedecer a Deus não é o interesse em receber favores e benefícios dele, ou o medo de castigo, mas é o amor a ele. Eu vou à Missa porque sei que Deus quer que eu vá, e eu o amo muito e quero fazer a sua vontade. Havia um homem que, quando dava tempestade com raios, ele rezava. Um dia ele instalou um pára-raios na sua casa, então parou de rezar. Na verdade esse homem nunca teve uma fé verdadeira, por a sua “fé” sempre foi interesseira. A fé verdadeira nasce do nosso amor a Deus, independente de recebermos ou não benefícios dele.
Certa vez, Nossa Senhora, com o Menino Jesus nos braços, desceu à terra para visitar um mosteiro. Os monges ficaram muito felizes com a visita. Organizaram um fila e, um a um, ao se aproximar, prestava a sua homenagem. Um recitava poesia, outro mostrava os desenhos que fazia na Bíblia ilustrando as passagens, outro recitava de cór a lista dos santos de cada dia do ano etc.
No final da fila estava um monge muito simples e humilde, que ainda não tivera chance nem de aprender a ler. Os colegas ficaram preocupados, com medo de ele dar fora, comprometendo a imagem do mosteiro. Quiseram até convencê-lo a sair da fila. Mas ele fez questão de prestar sua homenagem ao Menino Jesus e à sua mãe. Quando chegou a sua vez, ele não disse nada. Apenas pegou umas laranjas que trazia nos bolsos e começou a jogá-las para cima e pegar todas, sem deixar cair nem uma. Isso em meio a belos gestos de malabarismo. Aquele monge havia trabalhado em um circo e foi lá que aprendera isso.
E sabe o que aconteceu? O Menino Jesus riu e bateu palmas, coisas que não fizera em nenhuma das apresentações anteriores. No final, Maria estendeu os braços e ofereceu o Filho para que aquele monge o pegasse um pouquinho, coisa que também não havia feito com nenhum dos outros monges.
A ciência e os conhecimentos são importantes, mas muito mais importantes são as nossas ações e os nossos gestos de amor, mesmo que esses gestos sejam feitos unicamente para divertir o nosso próximo, fazendo-o rir.
A Encarnação aconteceu graças à obediência de uma mulher a Deus: “Eis aqui a escrava do Senhor! Faça-se em mim segundo a tua palavra” (Lc 1,38). Rainha da obediência, rogai por nós.
O Defensor, o Espírito Santo, que o Pai enviará, ele vos ensinará tudo.









MOTIVAÇÃO NO TRABALHO

Max Gehringer responde


Sou uma das vítimas da recessão no Hemisfério Norte. Moro há cinco anos nos Estados Unidos, desempenhando tarefas que no Brasil são vistas como subalternas – faxina, por exemplo –, mas que rendem uma remuneração mensal que só profissionais com cargo gerencial conseguem obter no Brasil. Só que acabou. Como muitos brasileiros que partiram para o exterior, estou sendo obrigada a retornar. Tenho curso superior em Direito, mas nenhuma experiência em empresas. O que posso esperar quando me candidatar a uma vaga no Brasil?

Dor de cabeça. Você não poderá usar seus ganhos nos EUA como referência, e perderia as eventuais disputas de vagas por falta de experiência prática específica. Mesmo o fato de você falar inglês não a fará superar essa barreira de entrada. E cadastrar-se em sites de empregos também não lhe trará um bom retorno. Sugiro que você inicie em funções que não requeiram formação ou experiência, como telemarketing. Ou como vendedora. Evidentemente, as coisas podem mudar de figura se você conhecer pessoas no Brasil que possam indicá-la diretamente para uma vaga, sem que você precise enfrentar um processo de seleção.

Em minha empresa, disseminou-se a mania da comunicação por e-mail. Ninguém mais conversa com ninguém, mesmo estando a poucos metros de distância. Eu ainda acredito que conversar é a melhor maneira de resolver qualquer situação. Estou parado no tempo ou minha empresa está exagerando na dose tecnológica?

Possivelmente, um pouco de cada coisa. O e-mail permite o registro do que foi solicitado ou cobrado, e isso é positivo. Mas há empresas em que se copia muito mais gente do que é necessário. Isso, sim, diminui a eficiência e acaba desvirtuando a utilidade do e-mail. Sua empresa está precisando de algo que já foi feito em muitas outras, uma ordem superior que estabeleça regras e acabe com os exageros. No caso de sua empresa, imagino que essa ordem viria por e-mail.

Fui contratado por uma empresa familiar para recuperá-la. Quando cheguei, ela estava atolada em dívidas, e graças a meu trabalho os resultados começaram a melhorar aos poucos. Eu estava feliz e ganhando um ótimo salário, mas aí os donos resolveram voltar ao comando, e fui inesperadamente despedido. Sinto-me como se tivesse sido enganado e usado. O que posso fazer a respeito?

Conformar-se por não ter pensado em algo lógico. Você permaneceu na empresa enquanto o tamanho de seu salário era compatível com o tamanho da desgraça. No momento em que esse equilíbrio deixou de existir, você ficou caro demais para a função. Entendo que você esperava reconhecimento, e até um reajuste, mas há empresas – e você caiu numa delas – que costumam pensar mais com o bolso que com o coração. Você deveria ter assinado um contrato prevendo essa hipótese, mas, de qualquer forma, a experiência que você adquiriu será muito valiosa para sua carreira.








MOMENTO DE REFLEXÃO

Ser amado e amar significa “entrega em intimidade”, isto é, sintonia das emoções. Quando entregamos uma parte do nosso espaço e tempo à pessoa amada, não significa que perdemos nossa individualidade.
Entregar-se significa deixar de viver analisando, apegando-se a velhos preconceitos. É dar um salto no abismo, é acolher o novo de mente aberta.
Muitas pessoas não ousam sequer deixar o lar dos pais para estudar fora, com medo do novo, do imprevisível. Quando vão a uma festa, querem saber de antemão tudo o que vai acontecer. Quando estão com alguém, querem que as coisas aconteçam à sua maneira. Com isso, restringem-se a uma vida repetitiva.
Numa noite escura, um homem andava no meio de uma floresta. De repente, ele caiu. A única coisa que conseguiu fazer foi segurar-se em um galho. Quando olhou para baixo, só viu escuridão. Começaram então os pensamentos catastróficos: “Eu vou cair neste abismo e vou morrer... Este galho não vai aguentar, eu vou me machucar todo”. À medida que o tempo passava, o galho ia se desprendendo, e cada vez mais o homem se desesperava, com medo de cair e morrer. A claridade foi chegando com a manhã, e então ele percebeu que estava com os pés a apenas quarenta centímetros do chão e que todo o seu medo e sofrimento tinham sido infundados.
Assim fazem as pessoas que não se soltam das raízes do passado para voar em direção aos sonhos do presente. Ficam com medo de se arrebentar, quando, na realidade, o salto a ser dado tem pouco mais de quarenta centímetros: a distância que separa o cérebro do coração.
Este é o grande salto a ser dado: parar de viver o tempo todo se analisando e deixar de ouvir o “juiz” que existe na sua cabeça. Passar a viver os acontecimentos, em vez de ficar julgando a si mesmo, o outro e tudo o que está ocorrendo.
Muitas pessoas confundem entrega com submissão, o que é um erro, pois cada uma delas se origina em um ponto distinto da personalidade. Enquanto a entrega tem origem na autovalorização e é movida pelo amor, a submissão decorre de um sentimento de inferioridade e é mobilizada pelo medo.
Ser amado e amar significa “entrega em intimidade”, isto é, sintonia das emoções. Quando entregamos uma parte do nosso espaço e tempo à pessoa amada, não significa que perdemos nossa individualidade.
Na entrega, tornamo-nos transparentes para o outro, despidos de qualquer máscara, o que possibilita ao ser amado nos ver e nos sentir exatamente como somos.
Na entrega, é como se um pudesse ver o que o outro está pensando, porque estão sintonizados na mesma frequência de sentimentos.
A confiança é o suporte básico para a entrega e necessita ser mútua, isto é, não pode ser unilateral num grande amor. Todos temos guardados, dentro de nós, nossos segredos, nossos sentimentos, nossas dúvidas, inquietações e medos; nossa genialidade, nossa criatividade, nossa beleza, sensualidade e sexualidade; todas as nossas verdades, vivências e experiências boas e ruins, que representam o nosso tesouro íntimo e que só nós conhecemos e fazemos questão de manter no fundo do nosso ser.
Entregar-se ao outro é presenteá-lo com a chave desse cofre, é transformá-lo num explorador e co-guardião dessas riquezas. E, na entrega mútua, os tesouros se fundem e se transformam num grande amor — cada um é depositário e depositante da riqueza dos dois. Nessa fusão, o par de amantes transcende e se integra no Universo.
Para muitos, isso pode parecer uma grande ameaça, porque a entrega implica comprometimento com o amor. Não se entregando profundamente a alguém, fica a pessoa se entregando aos pedacinhos a várias, o que representa desgaste, tensão e uma dicotomia muito grande. É feita uma oferta de chaves falsas, que jamais abrirão cofre nenhum.
Conseqüentemente, também são recebidas chaves falsas. Muitas vezes nem nós mesmos conhecemos o nosso tesouro; esquecemos o seu segredo. Pode ser que só possamos ter acesso a ele através do amor e da entrega, porque a pessoa amada vai nos ajudar a ter coragem de mergulhar nas profundezas, sem medo do que possamos encontrar, e até mesmo nos tornar curiosos por descobrir mais.
Analisando o que temos feito na vida, vemos que, muitas vezes, nos preparamos para o banho, chegamos perto do mar, mas acreditando que a água está fria desistimos de nadar e voltamos para casa frustrados. Tendo consciência disso, podemos aprender a mergulhar nas águas do amor, ainda que elas signifiquem um banho frio.
O importante é a percepção de que frustrações desnecessárias geram um sentimento de incapacidade e que a entrega significa lançar-se neste mar — com a força dos braços e das pernas, saberemos fazer nosso corpo esquentar-se e fortalecer-se no amor.

Roberto Shinyashiki





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