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LITURGIA DIÁRIA

LITURGIA DIÁRIA - REFLEXÕES E COMENTÁRIOS

Diário de Terça-feira 03/01/2017






Terça-feira, 03 de janeiro de 2017



“Um raciocínio lógico leva você de A a B. Imaginação leva você a qualquer lugar que você quiser.” (Albert. Einstein)  





EVANGELHO DE HOJE
Jo 1,29-34

 
— O Senhor esteja convosco.
— Ele está no meio de nós.­
— PROCLAMAÇÃO do Evangelho de Jesus Cristo, + segundo João.
— Glória a vós, Senhor!


29No dia seguinte, João viu Jesus aproximar-se dele e disse: "Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo. 30Dele é que eu disse: Depois de mim vem um homem que passou à minha frente, porque existia antes de mim. 31Também eu não o conhecia, mas se eu vim batizar com água, foi para que ele fosse manifestado a Israel".
32E João deu testemunho, dizendo: "Eu vi o Espírito descer, como uma pomba do céu, e permanecer sobre ele. 33Também eu não o conhecia, mas aquele que me enviou a batizar com água me disse: 'Aquele sobre quem vires o Espírito descer e permanecer, este é quem batiza com o Espírito Santo'. 34Eu vi e dou testemunho: Este é o Filho de Deus!"

  
Palavra da Salvação
Glória a vós Senhor.





MEDITAÇÃO DO EVANGELHO
Alexandre Soledade


Bom dia!
Ontem falávamos de João Batista e sua fidelidade. Questionávamos também o que virou a nossa própria fé. Dizíamos ontem: ”(…) Rezamos terços e rosários, mas acreditamos em espelhos quebrados. Vamos à missa, grupos de oração, mas ainda não nos livramos de ler horóscopos, elefantes nas portas, figas, pés de coelhos… Colocamos terços nos retrovisores, terço esse que nunca rezei ou aprendi a rezar”.
Como diríamos aqui em Cuiabá: Então…
Se me declaro católico, cristãos, crentes em Deus, então deveríamos rogar e apresentar as pessoas a quem cremos e só assim poderemos fazer, e convence-las, como João Batista ao dizer: “é esse ai que é O CARA”. “(…) Aí está o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo”!
Certa vez pensei que eu exagerava no teor do comentário até que descobri que algumas pessoas falavam bem parecido comigo.
“(…) Investir, com afinco, na animação bíblica da pastoral e em agentes e equipes leva à instituição e à formação continuada dos ministros e ministras da Palavra [...]; com capacitação não apenas bíblica e litúrgica, mas também técnica. Especial atenção merece a homilia que precisa ATUALIZAR A MENSAGEM DA BÍBLIA DE TAL MODO QUE OS FIÉIS SEJAM LEVADOS A DESCOBRIR A PRESENÇA E A EFICÁCIA DA PALAVRA DE DEUS, NO MOMENTO ATUAL DE SUA VIDA”. (§97 Doc 94 CNBB – Diretrizes Gerais 2011-2015)
Apesar de nossos defeitos e fraquezas somos, e temos mostrado ao longo de tantos anos, que somos capazes de evangelizar e a ajudar a manter a fé das pessoas vivas. Assim foi comigo e com você e será com nossos filhos se fizermos nosso trabalho direito e não pense que será fácil…
Não! Não será fácil, pois o mundo de hoje cada vez mais se apega em “deuses” que prometem prazer e realização imediata, sem necessidade de fé ou esperar pelo tempo ou esforço pessoal. Uma fé sem igrejas ou templos. Um tempo onde despersonificam a Deus e agora o chamam de “ser”; Hollywood o tornou perverso e vingativo em diversos de seus filmes e quem pensa que isso é coincidência se engana, pois esse mundo tem feito de tudo para abandonarmos a fé, visto que ela incomoda.
Esse mundo que vivemos aos poucos passa a ser descrente e faz campanha que nossos valores religiosos são “quadrados e ultrapassados”. Fico a imaginar se não houvesse religião a quantidade de abortos, assassinatos e roubos, pois pode parecer que não, mas a crença que as pessoas tem embutem valores morais importantes em nossa sociedade. Mas se é verdade por que querem acabar com a fé? A resposta é simples: o poder do dinheiro e o do TER…
Vai começar mais uma edição daquele reality show que nos oferece valores “bem interessantes”. Nunca vi tanta mulher se beijando na boca em festas e eventos, e se declarar de orientação hetero, como depois de uma edição desse programa. Culpa do programa? Não! Nós é que andamos procurando mais os lobos ao invés do pastor. Lembre-se: “(…) Aí está o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo”!
E como disse ontem: “Deus espera”.
“(…) Peçam e vocês receberão; procurem e vocês acharão; batam, e a porta será aberta para vocês. Porque todos aqueles que pedem recebem; aqueles que procuram acham; e a porta será aberta para quem bate. Por acaso algum de vocês, que é pai, será capaz de dar uma pedra ao seu filho, quando ele pede pão? Ou lhe dará uma cobra, quando ele pede um peixe? Vocês, mesmo sendo maus, sabem dar coisas boas aos seus filhos. Quanto mais o Pai de vocês, que está no céu, dará coisas boas aos que lhe pedirem”! (Mateus 7, 7-11)
O que fazer em 2012? Parar de prometer dia 31 e passar a cumprir a partir do primeiro raiar de janeiro
Com todo respeito: JESUS É O CARA! Creia nele!
Um imenso abraço fraterno.





COMPORTAMENTO


Se Você Frustrar Um Pouco Os Filhos Eles Serão Crianças Felizes E Adultos Íntegros
Por Portal Raízes

O pediatra Daniel Becker é o criador da Pediatria Integral: um conceito de que a criança precisa ser vista de forma mais abrangente. Não é apenas tratar e prevenir doenças, mas cuidar do bem estar emocional, social e até espiritual da criança e da família. São 20 anos de experiência de consultório no Rio de Janeiro. Formado pela UFRJ, ele é especialista em Homeopatia e mestre em Saúde Pública. Médico do Instituto de Pediatria da UFRJ, ele foi pediatra da Médicos sem Fronteira em campos de refugiados na Ásia e fundador de uma ONG, o CEDAPS, Centro de Promoção da Saúde, com atuação em comunidades carentes. Com tantos compromissos, entre palestras e consultas, ele abriu gentilmente um espaço na agenda para responder às minhas perguntas.

1.Na sua palestra no Ted, você diz que um dos pecados contra a infância é a “entronização”. O que isso significa? Estamos colocando nossas crianças em um trono?

A gente vive em tempos de hipervalorização da infância tanto pela mídia quanto pretensamente pela família e pela sociedade. Mas na verdade a infância é desvalorizada naquilo que ela tem de real, na sua essência. Um dos fatores que explica esse paradoxo é a falta de intimidade e de convivência entre pais e filhos por causa das questões da vida moderna. E quando estão juntos, os pais não conhecem essas crianças, não sabem lidar com elas. Estão estressados com os seus trabalhos, estão viciados nos seus telefones e não querem também se submeter à desaprovação social de uma criança que chora ou se comporta mal. Acaba que essa criança não tem direito de se manifestar de forma negativa, que faz parte do comportamento infantil. Ela não pode fazer uma birra, dizer “não”, chorar, explorar seus limites de atuação no mundo. Como os pais não sabem lidar com essas situações, a criança acaba tendo todos os seus desejos realizados, não lhe colocam limites, não lhe dizem que ela tem que lidar com a frustração. A gente quer calar a qualquer custo o mal estar. Então para parar com o chilique, a gente acaba cedendo. Ao invés de aprender as regras de convivência, a criança passa a ser uma rainha que dita as normas, os programas, os horários.

2.E o pecado que você chama de “superproteção da infância”?

A superproteção é impedir que as crianças tenham suas próprias experiências. A gente está presente o tempo todo, aquilo que os americanos chamam de “helicopter parent”, pais que ficam flutuando em torno das crianças fazendo com que elas não tenham a experiência do mundo, justamente porque os pais se interpõem entre o mundo e a criança. Elas ficam impedidas de lidar com o risco, com a aventura, com as relações interpessoais, com os problemas da escola, com a dor, com os machucados. Se a criança tem um problema com uma outra criança, os pais se interpõem para resolver a questão, no playground não deixam ela se arriscar a subir mais alto no trepa-trepa. É claro que ninguém quer que o filho quebre um dedo ou receba um ponto, mas são experiências da infância. A criança tem que ter a experiência do risco, do machucadinho e da frustração. Outra coisa muito grave é que para evitar os perigos do mundo, as famílias ficam muito em casa, se expõem pouco à natureza, as praças e as praias. Os riscos desses lugares existem e temos que lidar com eles, pois fazem parte da vida.

3.Qual o prejuízo real para crianças que não sabem ouvir a palavra “não”? O que vai ser (ou já está sendo) dessa geração sem limites? 

Eu já vi criança dormindo às duas da manhã, já vi criança de dois anos que comanda o que tem na geladeira e no armário da despensa. Outras que determinam o programa da família nos fins de semana, se elas não querem sair, ninguém sai. Pais que deixam a criança de 3 anos ficar horas na televisão porque não sabem desligar o aparelho e deixar ela ficar frustrada. Criança que come o biscoito ao invés da comida, que ganha o presente depois de ter se jogado no chão do shopping. Isso tudo causa um prejuízo enorme, tanto na qualidade de vida dessa família, quanto na psiquê, na emocionalidade dessa criança. Ela precisa saber que a sua vida tem limites, que a sua influencia tem limites, que o mundo não gira em função do seu umbigo. Muitos meninos e meninas dessa geração vão levar isso para a vida adulta e não só terão dificuldades de convívio como vão quebrar a cara nos seus ambientes de trabalho e em relacionamentos interpessoais. Porque nem sempre a vida vai acolher esse tipo de onipotência que é resultado de uma educação cheia de falhas nesse sentido.

4.A culpa que os pais carregam é a grande vilã nessa história?

Eu tenho muito medo da gente restringir a questão à responsabilidade da família. A família é responsável sim, tem que saber lidar com a frustração, o choro, as emoções negativas da criança, tem que saber mostrar a ela que esses momentos passam, que estas situações vão deixar ensinamentos importantes. Os pais sentem culpa porque não estão presentes na vida dela e quando estão juntos querem dar coisas demais. A gente briga com essa história de dar presente, ao invés de dar presença. Muitas vezes o tal “deficit de atenção” é deficit de atenção de pai e mãe que a criança sofre. Mas a gente tem que justamente tomar muito cuidado para não piorar isso dizendo que os pais são os culpados porque o que leva a tudo isso é a vida moderna, é a perda de referências, é a falta de capacidade de aprender com as gerações anteriores, com a experiência dos outros, é a invasão do tempo de trabalho e do tempo de entretenimento no tempo em família, é o vício do smartphones. Tudo isso tem que ser pesado na compreensão desse fenômeno da entronização e da superproteção da infância, a gente não pode restringir a responsabilidade e nem as soluções apenas a nível familiar.

5.A justificativa sincera de muitos pais é de que eles fazem o melhor que podem, trabalham o dia todo, batalham para dar conforto aos filhos, chegam exaustos em casa. É até mesmo controverso: as pessoas querem ter filhos mas não conseguem ter tempo de conviver com eles. Como resolver este impasse?




MOMENTO DE REFLEXÃO


- Querido, alguém deixou um casaco no armário da sua mãe gritei para meu marido.
A jaqueta de falso leopardo estava enfiada no fundo do armário, contra a parede, destacando-se dos casacos e suéteres escuros. Fiquei imaginando quem esconderia roupas no armário de minha sogra. Estávamos ali para pegar um casaco pesado para ela porque estava voltando para casa do hospital, uma semana depois de ser levada às pressas para a sala de emergência.
- Casaco? Que casaco? - meu marido desviou o olhar da correspondência que estava separando. Segurei a jaqueta, colocando-a na luz para que ele a pudesse ver.
- Ah, essa jaqueta... Mamãe a comprou anos atrás, quando eu era criança... Você sabe, quando elas estavam na moda. Papai e ela chegaram a brigar por causa disso.
Pensei na mulher que eu conhecia há trinta anos. Ela comprava seus vestidos e conjuntos de poliéster no supermercado ou na Sears, mantinha seu cabelo grisalho bem preso dentro de uma rede de cabelo e escolhia o menor pedaço de carne na travessa quando o prato era passado de mão em mão. Eu sabia que ela não era o tipo de pessoa vistosa que possuiria uma jaqueta estampada imitando leopardo.
- Não consigo imaginar mamãe usando isso - eu disse a ele.
- Acho que ela nunca a usou fora de casa - respondeu meu marido.
Retirei a jaqueta do cabide acolchoado e a coloquei em cima da colcha de chenile branca. Parecia se esparramar como um animal exótico. Minhas mãos alisaram o plush grosso e o brilho das pintas mudava conforme meus dedos se afundavam nele.
Meu marido estava de pé na porta.
- Eu costumava ver mamãe passar os dedos pelo casaco, como você está fazendo.
Quando deslizei meus braços por dentro das mangas, a jaqueta exalou um perfume de gardênias e sonhos. Ficava solta nos meus ombros, o colarinho alto roçando em minhas bochechas, a pele falsa macia como veludo.
Pertencia a uma época glamourosa e distante, o tempo de Lana Turner e Joan Crawford, mas não ao armário da prática mulher de oitenta e três anos de idade que eu conhecia.
- Por que você não me disse que sua mãe tinha uma jaqueta de leopardo? - sussurrei, mas meu marido saíra do quarto para regar as plantas.
Se me pedissem para fazer uma lista de coisas que minha sogra nunca desejaria na vida, aquela jaqueta estaria perto do primeiro lugar. Ainda assim, encontrá-la mudou nosso relacionamento. Fez com que eu percebesse quão pouco eu conhecia as esperanças e os sonhos daquela mulher.
Levamos o casaco para o hospital para que ela o usasse no caminho para casa. Ficou ruborizada quando o viu, e ficou ainda mais vermelha quando a equipe brincou com ela.
Durante nossos três últimos anos juntas, dei-lhe como presentes perfumes, hidratantes e maquiagem ao invés de roupa de baixo prática e chinelos.
Saíamos para almoçar uma vez por semana, quando ela usava a jaqueta e começou a enrolar o cabelo para que ficasse fofo e glamouroso para nossos encontros. Passava muito tempo olhando seu álbum de fotografias e, finalmente, comecei a enxergar a jovem que havia ali, com a boca no formato de um arco de Cupido.
Pele falsa voltou à moda. Está nas vitrines das lojas e nas ruas. Todas as vezes que vejo uma delas, lembro-me da jaqueta de minha sogra e de que todos nós temos um ser secreto que precisa ser encorajado e partilhado com aqueles que amamos.

(Grazina Smith)

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