Quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013
São Pedro Damião
"Tolerância mútua é uma
necessidade em todos os tempos e para todas as raças. Mas, tolerância não
significa aceitar o que se tolera" (Gandhi
EVANGELHO DE HOJE
Lc 11,29-32
— O Senhor esteja convosco.
— Ele está no meio de nós.
— PROCLAMAÇÃO do Evangelho de Jesus
Cristo, + segundo Lucas.
— Glória a vós, Senhor!
Naquele tempo, disse Jesus aos seus
discípulos: 7“Pedi e vos será dado! Procurai e achareis! Batei e a porta vos
será aberta! 8Pois todo aquele que pede recebe; quem procura encontra; e a quem
bate a porta será aberta.
9Quem de vós dá ao filho uma pedra,
quando ele pede um pão? 10Ou lhe dá uma cobra, quando ele pede um peixe? 11Ora,
se vós, que sois maus, sabeis dar coisas boas a vossos filhos, quanto mais
vosso Pai que está nos céus dará coisas boas aos que lhe pedirem! 12Tudo quanto
quereis que os outros vos façam, fazei também a eles. Nisto consiste a Lei e os
Profetas”.
- Palavra da Salvação.
- Glória a vós, Senhor.
MEDITANDO O EVANGELHO
Alexandre Soledade
Bom dia!
Eu imagino o quanto esse evangelho é citado todos os dias como justificativa de alguns em “esperar sentados” as coisas acontecerem. Afirmo: Devemos pedir mesmo, pois assim Jesus o disse, mas devemos nos empenhar em também lutar para que sejamos merecedores do que pedimos.
Vamos refletir o que diz o site da CNBB sobre essa reflexão:
“(…) A oração deve sempre estar vinculada com a prática da vontade do Pai. A nossa oração será ouvida e Deus nos concederá o bem que desejamos somente quando formos capazes de realizar o bem para com os nossos irmãos e irmãs. Sendo assim, Deus somente realizará por nós aquilo que nós queremos que ele nos faça quando formos capazes de realizarmos pelos nossos irmãos e irmãs aquilo que eles esperam de nós, pois estaremos com isso cumprindo a vontade de Deus e ele, como recompensa, cumprirá a nossa vontade”.
A colocação de Jesus é bem emblemática (ou simbólica), mas é acompanhada não somente do verbo “pedir”. É preciso notar que existem outros verbos que denotam movimento, esforço e atitude… PEÇAM, PROCUREM E BATAM.
Imagino alguém que precisa muito de um emprego. Convido a imaginar também. Ele (a) senta, tranca a porta do seu quarto e PEDE em sua oração. É claro que Deus pode mover céus por mim; a sua vontade é sempre soberana a minha própria vontade. Ele é um Pai de amor, mas como Pai, querendo nos ver amadurecer, espera o tempo correto. Será que Ele, aos nossos olhos não seria injusto, perante aquele que reza também, no entanto acorda cedo e também PROCURA, que e BATE de loja em loja?
“(…) Que diremos então? Haveria, porventura, injustiça em Deus? De modo algum. Pois ele disse a Moisés: ‘Farei misericórdia a quem eu quiser e terei piedade de quem eu quiser’. Portanto, a escolha de Deus não depende da vontade ou dos esforços do ser humano, mas somente de Deus que usa de misericórdia”. (Romanos 9, 14-16)
Deus nos é justo! A justiça Dele premia também a dedicação.
Conheço uma senhora que manteve a fé por 10 anos pela conversão de seus filhos, mas enquanto isso não deixou de fazer sua parte. Todos conhecem a sua luta diária. Ela foi agraciada, por Deus, com o reconhecimento dos filhos, mas mesmo hoje não “baixa a guarda”, continua rezando… E certamente Deus a ouve.
Uma pergunta: Já imaginaram como o Senhor se comporta com os apelos do torcedor em prol do seu time do coração? De que lado “Ele fica”? Às vezes nos pegamos pedindo cada coisa inusitada… Coisas que de repente, como pelo time de futebol, geram orações dos dois lados: Aquele que faz uma prova tentando a vaga. Vários pedem a Deus, mas quem será atendido? Ambos e nenhum.
Existe uma citação que lia ano passado no site da Paulinas que é muito plausível e pertinente para esse momento: “(…) O pedir, o procurar e o bater não ficarão sem retorno! A certeza do atendimento é reforçada pela repetição do texto. NÃO SE TRATA DE PEDIDOS SUPÉRFLUOS E DE RESPOSTAS MÁGICAS. O Pai-Nosso, a oração por excelência, já contém os pedidos que nos comprometem e nos integram na dinâmica do Reino”.
E por ventura nas fatalidades, nos desastres naturais? São duras e longas as noites de interseção, orações e suplicas e mesmo assim ainda deparamos com a nossa incapacidade e pequenez mediante o problema. Como deve ter sido a noite daquele povo no pacífico ao receber o alerta de Tsunami depois do terremoto no Japão? É triste ver também a doença conseguir vencer, mas não podemos nos abater. É preciso acreditar primeiramente que nosso pedido foi acolhido. Ninguém imagina o que pensa alguém internado em coma que mesmo dopado ainda consegue ouvir. Nós aqui fora pedindo sua recuperação e talvez Ele, em paz com o Senhor, já espera o paraíso.
“(…) Deus está presente onde nós somos capazes de transformar a dor em amor, muitas vezes, nós enxergamos somente um quadro na nossa vida, mas o Senhor quer nos fazer compreender que Sua presença é como um fio de ouro, levando-nos a uma história de salvação”. (Dom Alberto Taveira)
Lembrei do meu querido avô. Oferecíamos missas e missas por sua recuperação. Um dia pedi, no ofertório, “seja feita a Sua vontade e não a nossa”, pois naquele momento me recordava do tempo de criança e adolescente onde pedia a Deus que me concedesse um pedido: que não permitisse que ele morresse em sofrimento. E lá estava eu, missa após missa pedindo o inverso…
Nossa oração não deve ser um ato egoísta como, por exemplo, passar num vestibular… Deveríamos pedir calma para realizar a prova a qual tanto me dediquei. Deveria ser pedir a Deus uma chance e não o comodismo. Vida de cristão não é só pedir e nada fazer… Reconhecer que precisamos rever essa situação é algo urgente.
Note na primeira leitura como é doce e respeita a oração de Ester
“(…) Senhor, eu ouvi, dos livros de meus antepassados, que tu libertas, Senhor, até ao fim, todos os que te são caros. Agora, pois, ajuda-me, a mim que estou sozinha E NÃO TENHO MAIS NINGUÉM SENÃO A TI, SENHOR MEU DEUS”. (Ester 4,17)
Estamos na quaresma… Quantos pedidos, promessas e renuncias fazemos e o que será de mudança concreta em nós, apenas as palavras e lindas orações? Estamos refletindo as mudanças climáticas, e eu o que faço?
Um imenso abraço fraterno!
MEIO AMBIENTE
Consumo sustentável: é possível
Os resultados de algumas pesquisas de opinião
e enquetes, realizadas nos últimos meses (início de 2002), mostram que os
produtos considerados ambientalmente corretos podem seduzir rapidamente o
consumidor brasileiro. A disposição em verificar os rótulos dos produtos,
rejeitar mercadorias danosas ao meio ambiente, evitar transgênicos, optar por
produtos orgânicos, selos verdes e lâmpadas mais eficientes seduz mais de 30%
da população, conforme apareceu claramente na pesquisa "O que o brasileiro
pensa do meio ambiente e do consumo sustentável", realizada pelo Ibope
para o Ministério do Meio Ambiente (MMA) e Instituto de Estudos da Religião
(ISER), e divulgada em fevereiro de 2002.
Uma enquete virtual, feita pelo Fundo Mundial
para a Natureza (WWF), entre outubro e dezembro de 2001, sobre consumo de
produtos certificados pelo Conselho de Manejo Florestal (FSC) recebeu 1.601
respostas dos internautas, entre os quais 1407 disseram ser consumidores
potenciais de produtos florestais certificados, porque eles "protegem a
natureza". Outros 128 internautas impuseram uma condição econômica,
dizendo que comprariam tais produtos "apenas se fossem mais baratos".
Esta barreira do preço, que sempre manteve
boa parte dos consumidores de classe média e baixa do lado de fora dos
entrepostos naturalistas, tende a cair, com a produção em larga escala de
mercadorias ambientalmente corretas e com novas tecnologias de produção. O
mercado começa a descobrir que tais produtos não precisam ser artesanais, nem
custar muito mais do que seu similar "sujo".
A revisão dos sistemas de produção para
certificação ou obtenção de selos verdes e padrões ISO 14000 demonstrou aos
empresários, que muitos dos seus custos de produção, na verdade, podem ser
reduzidos. A economia de água, energia e matérias-primas através da
racionalização do uso vem surpreendendo muita gente, assim como as
possibilidades de reciclagem e reaproveitamento de insumos e resíduos.
E agora existe até a possibilidade de obter
compensações, através dos esforços para promover o consumo sustentável
esboçados pelo governo. O Ministério do Meio Ambiente (MMA) está fazendo um
cadastro voluntário de empresas com produtos ou processos ambientalmente
corretos e sustentáveis e deve transformar as empresas cadastradas em
fornecedores preferenciais dos órgãos de governo. Feiras, rodadas de negócios e
bazares de produtos verdes se multiplicam por todo o país, abrindo mercados junto
a um consumidor pouco fiel a marcas. Por outro lado, denúncias e manifestações,
contra os transgênicos, em especial, encontram eco junto a uma população
alarmada com as notícias de vacas e cabras loucas, provenientes da Europa.
A opção pelo consumo sustentável não fica
somente nos produtos em si, mas chega também às embalagens e disposição dos
resíduos. Na mesma pesquisa do MMA/Iser, acima citada, 59% dos entrevistados
garantiram evitar jogar produtos potencialmente tóxicos no lixo doméstico,
enquanto 44% se declararam consumidores de produtos com embalagens recicláveis.
A predisposição de rejeitar os descartáveis
sintéticos não é só brasileira. Numa decisão inédita para um país em
desenvolvimento, na semana passada, o Ministério do Meio Ambiente de Bangladesh
resolveu proibir as sacolas de plástico, feitas de polietileno e utilizadas
para carregar mantimentos e compras, voltando atrás no tempo, reativando a
produção de sacolas de juta. A decisão é ambiental, já que milhões de sacolas
plásticas entopem os esgotos, canais e contaminam os rios Buricanga e Dhaka,
que circulam numa região com 10 milhões de pessoas. Mas também é
sócio-econômica, na medida em que a reativação da produção de sacolas de juta
significa a reabertura de antigos postos de trabalho e oficinas artesanais.
A influência do consumidor do Terceiro Mundo
sobre bens de consumo, afinal, tende a não se manifestar da mesma forma que nos
mercados europeu e norte americano, onde os boicotes são uma grande arma
política e podem realmente falar alto. Aqui, como em Bangladesh, a mudança
talvez seja mais discreta, sem piquetes nos supermercados, mas com um pé numa
tradição ainda não esquecida, de preferir produtos naturais, e outro numa
tendência de futuro, de escolher as compras com base no impacto ambiental por
elas causado.
Fonte: www.estadao.com.br
MOMENTO DE REFLEXÃO
Uma criança estava
morrendo.
A viatura policial
estava impedida.
Será que aquela
máquina monstruosa poderia abrir um caminho?
— Uma criança
engasgando!... Utilize o Código Três!
Mensagem terrível
aquela. Respondi imediatamente, ligando logo a luz vermelha faiscante e a
sirene da viatura. Enquanto isso, o mensageiro me transmitia o endereço e as
instruções de como chegar ao local.
Mas eu sou de sorte
mesmo, pensei comigo, enquanto corria por entre os carros que não haviam aberto
caminho para mim na estrada.
Eu acabara de
entrar em serviço. Na verdade, era meu dia de folga, mas fora chamado para
tomar o lugar de um policial que adoecera. Não conhecia bem a área que me
haviam designado, e tencionava rodar por ela um pouco para me familiarizar
melhor. Agora, vinha minha primeira chamada que era justamente um problema
grave, de vida ou morte, e que estava localizado a vários quilômetros dali.
Já era patrulheiro
havia algum tempo, mas mesmo depois de se enfrentar várias situações de vida ou
morte, sempre que surge um problema em que uma criança corre perigo, o coração
bate mais depressa, o pé pesa um pouco mais sobre o acelerador, a urgência é
maior.
Resolvi entrar pela
nova via expressa, que ainda não estava concluída. Era quase impossível
atravessar o tráfego da rodovia 101. Pouco adiante estava a rua em que deveria
entrar para chegar ao meu destino. Subitamente fui tomado de grande angústia.
Não havia uma rampa de acesso. Entre a rodovia em que me encontrava e aquela
estrada havia apenas uma vala imensa, bem profunda, e um barranco íngreme.
Os pneus guincharam
quando freei, as luzes vermelhas ainda piscando. Saí do carro e olhei para a
estrada movimentada lá embaixo.
— Ó Deus, ajude-me!
clamei silenciosamente. O que vou fazer agora? Se der a volta, posso chegar
tarde demais.
— Qual é o
problema, seu guarda?
Ergui os olhos e vi
um homem sentado ao volante de uma enorme máquina niveladora, a maior que eu já
tinha visto. Ele deveria estar a uma altura correspondente a um prédio de dois
andares.
— Uma criança
engasgada, que pode até morrer... Tenho que descer por aqui, expliquei com um
gesto vago. Mas não há estrada de acesso. Se der a volta por lá, não
conseguirei chegar a tempo.
Anos e anos de
disciplina militar haviam-me ensinado a estar sempre com as emoções sob
controle, mas minha frustração era agonizante.
— Pois então,
venha-me seguindo, seu guarda. Vou abrir uma estrada para o senhor!
Saltei de volta
para o carro e saí atrás dele, admirado de ver o trabalho que a imensa máquina
realizava. Suas imensas caçambas laterais estavam cheias de terra. O operador
começou a derramá-las na vala.
O relógio
tornara-se meu inimigo.
Rápido! Rápido!
Rápido!
A niveladora
começou a descer pelo íngreme barranco, espalhando a terra por ali. Grandes
nuvens de poeira vinham envolver-nos a todo momento. Parecia ter passado um
longo tempo, mas fora apenas questão de minutos e afinal a gigantesca
niveladora entrou pela estrada, bloqueando o tráfego nas duas direções.
Rápido!
Rodei o mais
depressa que pude, a sirene berrando estridente, atravessando as quadras até o
endereço que me haviam dado, e procurei aflito o número da casa. Encontrei-o
quase imediatamente.
Entrei correndo
porta a dentro e uma senhora jovem, atemorizada, entregou-me o filhinho, um
bebezinho ainda. Logo senti que ela não poderia ajudar-me em nada. A criancinha
já estava ficando azulada. Será que chegara tarde demais?
— Ó Deus, ajuda-me,
Senhor!
Só me lembro de que
virei o bebê de cabeça para baixo e comecei a bater-lhe nas costas. O objeto
mortal engolido desprendeu-se de sua garganta e caiu ao chão. Era um botão, que
lhe permitira a passagem de um mínimo de ar, que ainda assim não fora
suficiente para ele.
Ouvi outra sirene.
Instantes depois,
um bombeiro entrava ali.
Maravilhoso
oxigênio!
O garotinho berrou,
ficando todo avermelhado, e batia os bracinhos. Estava bastante irritado, mas
perfeitamente vivo.
Voltando ao carro,
fiz o registro do acidente, reapresentei-me pelo rádio, e rodei rua abaixo
ainda meio trêmulo, mas muito alegre.
Olhei para o alto.
— Obrigado Senhor,
sussurrei.
Então o trabalho do
policial era isso. Ultimamente, vinha questionando esta vida, perguntando a mim
mesmo se valia a pena. O contato com os marginais, criminosos, a escória da
sociedade. Os probleminhas menores que às vezes consumiam muito tempo e
energias. Um trabalho ingrato. Era essa a vida que eu queria realmente?
No entanto, com a
ajuda de Deus, acabamos de salvar a vida de uma criança. E com esse serviço, a
minha própria vida, de repente, tinha sido colocada em perspectiva. Aquela
vidazinha em perigo me ensinara que meu trabalho era muito importante, e que
seria sempre auxiliado nele por um Deus amoroso e terno, um Deus que atende
nossa oração, e ajuda um guarda a passar com sua viatura por uma vala imensa.
Daí a instantes
veio outra chamada. E depois mais outra, e assim por diante, durante todo
aquele dia.
No dia seguinte,
resolvi fazer um reconhecimento melhor da área, antes que acontecesse outra
emergência. Não queria nunca mais encontrar-me numa situação como aquela.
Rodando por ali, aproximei-me do local onde estivera no dia anterior, com tanta
aflição. Diminuí a marcha ao divisar novamente a gigantesca niveladora. Queria
agradecer ao operador. Ele acenou e gritou algo para mim.
Veio em minha
direção e percebi que estava profundamente emocionado.
— O bebezinho...
murmurou ele gaguejando, e parou, sem poder dizer mais nada.
Surpreso por aquela
emoção, procurei tranquilizá-lo.
— O bebezinho está
bem. Graças a você, que ajudou a salvar a vida dele. Sem sua ajuda, eu não
teria chegado a tempo. Sabe, amigo, foi um trabalho a dois.
Ele engoliu em
seco.
— Eu sei. Mas.. quando
o ajudei... não sabia que...
Parou e mordeu o
lábio com força, depois concluiu com um fio de voz:
— ... que se
tratava de meu filho.
- Les Brown,
Subdelegado, San Diego, Califórnia
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