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LITURGIA DIÁRIA

LITURGIA DIÁRIA - REFLEXÕES E COMENTÁRIOS

Diário de Segunda-feira, 02/05/2011



Segunda-feira, 02 de maio de 2011

“Casamento não é o paraíso nem o inferno; é apenas o purgatório.” (Abraham Lincoln)






EVANGELHO DE HOJE


Jo 3,1-8

Havia alguém dentre os fariseus, chamado Nicodemos, um dos chefes dos judeus. À noite, ele foi se encontrar com Jesus e lhe disse: "Rabi, sabemos que vieste como mestre da parte de Deus, pois ninguém é capaz de fazer os sinais que tu fazes, se Deus não está com ele". Jesus respondeu: "Em verdade, em verdade, te digo: se alguém não nascer do alto, não poderá ver o Reino de Deus!" Nicodemos perguntou: "Como pode alguém nascer, se já é velho? Ele poderá entrar uma segunda vez no ventre de sua mãe para nascer?" Jesus respondeu: "Em verdade, em verdade, te digo: se alguém não nascer da água e do Espírito, não poderá entrar no Reino de Deus. O que nasceu da carne é carne; o que nasceu do Espírito é espírito. Não te admires do que eu te disse: É necessário para vós nascer do alto. O vento sopra onde quer e ouves a sua voz, mas não sabes de onde vem, nem para onde vai. Assim é também todo aquele que nasceu do Espírito".






MEDITANDO O EVANGELHO
Pe. Antônio Queiroz CSsR


Se alguém não nasce da água e do Espírito, não pode entrar no Reino de Deus.
Este Evangelho narra o começo da conversa de Jesus com Nicodemos. Ele foi ter com Jesus à noite, atitude própria de quem tem uma fé fraca e imperfeita e por isso não quer se comprometer nem que sua fé se torne pública.
Ele começou dizendo: “Rabi, sabemos que vieste como mestre da parte de Deus. De fato, ninguém pode realizar os sinais que tu fazes”. Sinais são os milagres e todas as atitudes de Jesus que superam o natural. Nicodemos conhecia esses sinais, sabia que Jesus veio de Deus, mas nem por isso decidiu ser discípulo de Jesus.
Jesus explica-lhe com paciência: “Se alguém não nasce do alto, não pode ver o Reino de Deus”. Em outras palavras, para ver o Reino de Deus, a pessoa precisa mudar radicalmente a sua vida. Precisa ter uma fé tão forte que a leve a mudar o eixo de sua vida, transformar-se em todas as dimensões: pensar, agir, valores, direcionamento da vida, afetos, mentalidade, relacionamentos... Em outras palavras, precisa nascer de novo. Isso acontece em nós no nosso batismo. Por isso que o padre, após batizar a criança, diz: “N., nasceste de novo e te revestiste de Cristo”. Só mais tarde, com a ajuda dos pais e da Comunidade, a criança vai entender o que aconteceu com ela no batismo.
A pessoa batizada não é mais da terra, mas “do alto”, é de Deus. É o que fala o evangelista João: “Estes foram gerados não do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas de Deus” (Jo 1,13).
Pelo batismo somos incorporados em Cristo e feitos um com ele, tanto na sua vida como na sua morte. Aqui está o sentido da vida do cristão; ela não se explica em si mesma, mas em relação a Cristo.
Como o vento que sopra onde quer, assim é todo aquele que nasceu do Espírito. Se os meteorologistas quisessem dominar o vento, seria muito difícil. Mais difícil ainda é dominar o Espírito Santo. Para o Espírito não há obstáculos.
Mas se estiver atentos aos sinais da presença do Espírito, podemos ouvir a sua voz. Ele nos guiará para onde ele quer, não para onde nós queremos. E o sinal de que nascemos “do alto” segundo o Espírito é vivermos a Palavra de Deus, como fizeram os Apóstolos.
Crer na ressurreição de Cristo é saber que ele está vivo junto conosco e experimentá-lo agindo conosco, no nosso esforço de viver a vida nova.
Certa vez, em um mosteiro, o mestre chamou um noviço e lhe disse: “Por favor, vá ao córrego e traga água nesta peneira”. E entregou uma peneira toda empoeirada para ele. Credo! Pensou o moço – trazer água numa peneira? Mas obedeceu. Foi ao córrego, afundou a peneira na água, depois levantou e a trouxe toda vazia, claro. Chegou à frente do mestre e lhe disse: “Sr. Padre, não consegui trazer a água. Vazou toda nos buraquinhos da peneira”.
“Volte – disse o mestre – e tente de novo.” Pronto – pensou o jovem – repetir esse absurdo? Mas vou. Mandou, está mandado. Foi ao córrego, afundou novamente a peneira na água e a levou vazia ao mestre. Este disse: “Por favor, vá de novo ao córrego e traga água nesta peneira”. Vou passar o dia todo fazendo esse absurdo? Pensou o rapaz. Mas vamos ver onde vai acabar isso. Foi e repetir o mesmo gesto.
Na volta, inclinou-se novamente diante do mestre, como é costume nos mosteiros, e repetiu a mesma frase de sempre: “Sr. padre, não consegui trazer a água; vazou toda quando levantei a peneira”.
Então o mestre disse: “Você não trouxe água, mas lavou a peneira”.
“O vento sopra onde quer.” Muitas vezes nós obedecemos a Deus, sem saber o sentido do gesto. Mas a nossa fé nos ensina que tudo o que manda é bom. Se não entendemos agora, compreenderemos mais tarde.
Que diferença entre a fé que tinha Nicodemos e a de Maria Santíssima! Ela uma simples escrava do Senhor, não duvidava de nenhuma de suas palavras. Que ela interceda por nós a fim de que, neste tempo pascal, possamos nascer de novo com Cristo ressuscitado.
Se alguém não nasce da água e do Espírito, não pode entrar no Reino de Deus.







MEDITANDO O EVANGELHO (2)
Fr. José Luís Queimado, CSsR


Estamos diante de uma personagem citada unicamente em algumas passagens do nosso Quarto Evangelho. É realmente o Evangelho de João que cita esta figura misteriosa, provinda da classe farisaica, de status muito alto, – pois o título “príncipe” dos judeus, com certeza, queria acenar para a sua opulência de vida. Além do capítulo terceiro de João, o nome Nicodemos aparece em Jo 7, 50 e Jo 19, 39.
A palavra Nicodemos (Νικόδημος) vem de dois termos gregos: Nike (νικη) – Vitória; e Demos (δημος) – Povo. Ou seja, Nicodemos quer dizer, em seu próprio nome, o povo que vence. Mencionamos a etimologia dessa palavra por causa da importância que o judeu dava para o nome. E o escritor do Evangelho de João, ao escrever esta passagem, certamente fazia uma comparação entre um fariseu rico e o povo que reconhece a importância de Jesus. Nem todos os judeus rejeitaram o projeto de Jesus, pois vemos que até mesmo um fariseu legalista quer aprender com o Mestre de Nazaré.
João é meticuloso nos detalhes deste encontro, pois nos dá uma informação sem a qual não entenderíamos a importância do diálogo. Nicodemos vem procurar Jesus à noite, isso porque, como já se disse, era um dos poucos fariseus que punham fé nas palavras de Jesus. A conversa de Nicodemos com o Mestre é meio “esquisita” (uso essa palavra para tentar descrever o que se sente na leitura desse trecho). Esquisita porque Jesus dá uma resposta inesperada ao seu interlocutor: Se alguém não nascer do alto, não poderá ver o Reino de Deus! E ainda completa: Se alguém não nascer da água e do Espírito, não poderá entrar no Reino de Deus! Essas respostas demonstram a grande preocupação do escritor do Evangelho de João a respeito do Batismo de todos os judeus, pois era esse o objetivo dos primeiros seguidores de Cristo – batizar a todos os homens de boa vontade, a começar pelos judeus.
Nascer do alto é optar por um caminho diferente daquele apresentado pelas facilidades mundanas, – é assumir o difícil projeto inovador de Jesus. Não basta que se rezem milhares de orações, ou que se saibam todos os rolos da Bíblia de cor, mas é urgente que se nasça para os novos desafios humanos: a solidariedade, o amor, o perdão etc.
Nicodemos não entende esse assunto de nascer de novo: Como pode alguém nascer, se já é velho? Ele poderá entrar uma segunda vez no ventre de sua mãe para nascer? Notamos que essa pergunta de Nicodemos é um tanto quanto ingênua, vinda de um grande letrado da época. Mas é realmente esta realidade: o apelo de Jesus sempre nos deixa sem palavras e assustados.
Por isso, é importante que nasçamos no Espírito, para melhor fazermos a nossa caminhada terrena. Se optarmos por nossa busca do espiritual, saberemos que as nossas ações serão mais límpidas e constantes. Isso não significa que devamos desprezar os nossos corpos, o nosso ser como um todo. Quem vive no Espírito sabe aproveitar melhor todas as realidades da vida, dom de Deus. Mas seremos como o vento, porque sopraremos para onde quisermos, e ninguém saberá de onde viemos e para onde iremos, ou seja, daremos o melhor de nós mesmos para a construção de um mundo melhor, mas não será nosso mérito, pois, terminada a nossa missão, deixaremos todas as honras ao Pai-Misericordioso!
A figura de Nicodemos, exclusivamente do Evangelho de João, é um convite para que nós, Igreja Povo-de-Deus, reunamos as nossas forças e lutemos por melhorias nas condições de vida ao nosso redor. É como dizia o cardeal Albino Luciani, antes de ser o Papa João Paulo I, “Se um camelo anda pisando nos grãozinhos de areia, ele dirá: ‘Eu esmago todas vocês, pois sou mais forte!’ E todos os grãozinhos de areia vão ser oprimidos e pisados. Mas se os grãozinhos de areia se juntarem, e fazerem uma tempestade de areia, encobrirão aquele gigante opressor, extinguindo-o para sempre! E será a Vitória do Povo (Nicodemos)”. É isso que devemos fazer em nossas comunidades: ter a coragem de Nicodemos e aceitar a proposta de Cristo de nascer do alto e do Espírito, para lutar contra os camelos opressores de nossas realidades!
E, ENTÃO, SERÁ A VITÓRIA DO POVO!







MEDITANDO O EVANGELHO (3)
Alexandre Soledade


Bom dia!
Nada mais cabível para quem caminha para pentecostes – Ser novo!
Ser novo ou nascer de novo é se empenhar em atitudes e gestos novos; é buscar um coração renovado; é traçar metas e tempos para abandonar os hábitos antigos; é parar de só falar e fazer; parar de prometer e escrever o que pretende fazer; é antes de tudo rezar para que tudo caminhe sob a batuta de Deus.
A vida é como uma composição musical: Fazemos a letra, mas é a vida que toca! Escrevemos cada linha, cada frase, cada verso, mas depois de pronta, somos reflexos do que escrevemos ou fazemos. Quem põe o ritmo é a motivação do Espírito Santo dentro de cada um de nós. Um Espírito nono é inquieto. (…) O vento sopra onde quer, e ouve-se o barulho que ele faz, mas não se sabe de onde ele vem, nem para onde vai. A mesma coisa acontece com todos os que nascem do Espírito
Uma nova melodia só poderá surgir de uma nova letra, um novo verso, (…). Trocar algumas notas muda apenas a forma de se cantar, mas não altera em nada a letra da canção. Para mudar é preciso reescrever a letra que a vida cantará.
“(…) Ninguém põe um remendo de pano novo numa veste velha, porque arrancaria uma parte da veste e o rasgão ficaria pior. Não se coloca tampouco vinho novo em odres velhos; do contrário, os odres se rompem, o vinho se derrama e os odres se perdem. Coloca-se, porém, o vinho novo em odres novos, e assim tanto um como outro se conservam“.
(Mateus 9, 16-17)
Talvez os grandes erros que cometemos serão versos que não conseguiremos apagar da nossa mente, mas também NÃO DEVERÃO SER O REFRÃO DA NOSSA MÚSICA.
Como mecanismo de defesa temos mania de relembrar o refrão (erros) dos outros. O entanto, repetir toda hora o refrão é hábito de quem só olha os defeitos dos outros, dos invejosos, dos pequenos… Todos têm coisas boas a serem exploradas na letra de sua canção, mas não conseguem crescer sufocadas pelos refrões.
Lembrei de uma história que ouvi o padre Fábio de Melo contar no seu programa direção espiritual onde uma tribo africana compõe uma canção para cada pessoa que nasce. Cada um tem sua própria canção. Nos momentos marcantes da vida dessa pessoa essa música é cantada por seus parentes e amigos. Mas o que realmente me chamou atenção foi o fato relatado que quando alguém se desvia na conduta TODA a tribo se reúne, colocando-a no centro de uma grande roda, onde cantam a canção da pessoa para que ele recorde quem é e também a alegria do seu nascimento, tentando trazê-lo de volta a realidade, resignificando o seu passado.
Ser novo também carece que deixemos que os outros também tenham a oportunidade de mudar a letra da sua canção a qualquer momento. Como cristãos devemos fazer o possível para que isso aconteça, ou seja, criar situações favoráveis e agradáveis para que isso ocorra. Daí a importância de um canto bem cantado, de uma canção bem colocada para o momento, uma pregação ou homilia ungida, ou poderíamos dizer querigmática?
“(…) Sentimos a urgência de desenvolver em nossas comunidades um processo de iniciação na vida cristã que comece pelo kerygma que guiado pela Palavra de Deus, que conduza a um encontro pessoal, cada vez maior, com Jesus Cristo, perfeito Deus e perfeito homem, experimentado como plenitude da humanidade e que leve à conversão, ao seguimento em uma comunidade eclesial e a um amadurecimento de fé na prática dos sacramentos, do serviço e da missão”. (Documento de Aparecida §289)
Para sermos por completos novos devemos cooperar para que outros também sejam. Somos uma tribo que não canta a canção dos outros. Vamos mudar esse paradigma.
Um imenso abraço fraterno







MOTIVAÇÃO NO TRABALHO

A mudança só acontece nos limites


Pense no: amor, na família, nos amigos, filhos, netos, no nascer e pôr-do- sol, nas noites de lua, nas estrelas brilhando no firmamento, no sorriso das criancinhas, no prazer de fechar os olhos e tocar a pele de alguém sentindo a energia dela, no gosto de um prato que você aprecia, no perfume do campo, no prazer de ouvir uma música que fala aos sentimentos, na beleza da paisagem que se descortina na sua visão, pense na boa saúde, nas flores, lagos, nuvens, no prazer da sexualidade entre você e quem você gosta, pense na capacidade e oportunidade de poder fazer escolhas, pense na sua própria vida. Tudo isso é grátis!
É comum uma pessoa desabafar: “Preciso ter minha vida de volta, antes que eu perca meu trabalho e até minha família, pois estou me sentindo cada dia pior". Uma pessoa me disse: "Quanto mais eu leio o que você escreve, mais percebo que estou fora da linha. Acho que nunca me senti tão por baixo!”
Este é o momento perfeito para recuperar sua vida - é o que eu respondo. Sei que alguns dos que me lêem diariamente depois ficam lutando com os princípios que escrevo e chegam a pensar: “O que esse cara escreve é uma história de contos de fadas e vai contra tudo o que nós aprendemos no mundo real”. É nesta hora que entra em discussão a palavra paradigma.
O que são paradigmas? São simplesmente padrões psicológicos, modelos ou mapas que usamos para navegar no mar da vida. Podem ser valiosos e até salvar vidas quando usados adequadamente. Mas podem se tornar perigosos se vermos como verdades absolutas, brigando contra as mudanças, bloqueando novas informações, enquanto a vida vai passando. Isso mesmo. Enquanto o mundo passa, você continua agarrado a paradigmas ultrapassados, que o deixam paralisado!

Luiz Antonio Silva, palestrante e facilitador da PHAROL-RH







MOMENTO DE REFLEXÃO


A porta entre nós e o céu não poderá abrir-se enquanto esteja fechada a que fica entre nós e o próximo. Conta-se que um dia um samurai, grande e forte, conhecido pela sua índole violenta, foi procurar um sábio monge em busca de respostas para suas dúvidas.
- Monge, disse o samurai com desejo sincero de aprender, ensina-me sobre o céu e o inferno. O monge, de pequena estatura e muito franzino, olhou para o bravo guerreiro e, simulando desprezo, lhe disse:
- Eu não poderia ensinar-lhe coisa alguma, você está imundo. Seu mau cheiro é insuportável. - Ademais, a lâmina da sua espada está enferrujada. Você é uma vergonha para a sua classe.
O samurai ficou enfurecido. O sangue lhe subiu ao rosto e ele não conseguiu dizer nenhuma palavra, tamanha era sua raiva. Empunhou a espada, ergueu-a sobre a cabeça e se preparou para decapitar o monge.
- "Aí começa o inferno", disse-lhe o sábio mansamente. O samurai ficou imóvel. A sabedoria daquele pequeno homem o impressionara. Afinal, arriscou a própria vida para lhe ensinar sobre o inferno.
O bravo guerreiro abaixou lentamente a espada e agradeceu ao monge pelo valioso ensinamento. O velho sábio continuou em silêncio.
Passado algum tempo o samurai, já com a intimidade pacificada, pediu humildemente ao monge que lhe perdoasse o gesto infeliz. Percebendo que seu pedido era sincero, o monge lhe falou:
- "Aí começa o céu".
Para nós, resta a importante lição sobre o céu e o inferno que podemos construir na própria intimidade. Tanto o céu quanto o inferno, são estados de alma que nós próprios elegemos no nosso dia-a-dia. A cada instante somos convidados a tomar decisões que definirão o início do céu ou o começo do inferno.
É como se todos fôssemos portadores de uma caixa invisível, onde houvesse ferramentas e materiais de primeiros socorros. Diante de uma situação inesperada, podemos abri-la e lançar mão de qualquer objeto do seu interior. Assim, quando alguém nos ofende, podemos
erguer o martelo da ira ou usar o bálsamo da tolerância. Visitados pela calúnia, podemos usar o machado do revide ou a gaze da autoconfiança...
A decisão depende sempre de nós mesmos. Somente da nossa vontade dependerá o nosso estado íntimo. Portanto, criar céus ou infernos portas à dentro da nossa alma, é algo que ninguém poderá fazer por nós.

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