Domingo, 23
de março de 2014
Todos os
animais são iguais, mas alguns são mais iguais que os outros. – (Animal Farm,
George Orwell)
EVANGELHO
DE HOJE
Lc 24,13-35
— O Senhor esteja
convosco.
— Ele está
no meio de nós.
—
PROCLAMAÇÃO do Evangelho de Jesus Cristo, + segundo Lucas.
— Glória a
vós, Senhor!
13Naquele
mesmo dia, o primeiro da semana, dois dos discípulos de Jesus iam para um
povoado chamado Emaús, distante onze quilômetros de Jerusalém. 14Conversavam
sobre todas as coisas que tinham acontecido.
15Enquanto
conversavam e discutiam, o próprio Jesus se aproximou e começou a caminhar com
eles. 16Os discípulos, porém, estavam como cegos, e não o reconheceram. 17Então
Jesus perguntou: “Que ides conversando pelo caminho?” Eles pararam, com o rosto
triste, 18e um deles chamado Cléofas, lhe disse: “Tu és o único peregrino em
Jerusalém que não sabe o que lá aconteceu nestes últimos dias?
19Ele
perguntou: “Que foi?” Os discípulos responderam: “O que aconteceu com Jesus, o
Nazareno, que foi um profeta poderoso em obras e palavras, diante de Deus e
diante de todo o povo. 20Nossos sumos sacerdotes e nossos chefes o entregaram
para ser condenado à morte e o crucificaram. 21Nós esperávamos que ele fosse
libertar Israel, mas, apesar de tudo isso, já faz três dias que todas essas
coisas aconteceram! 22É verdade que algumas mulheres do nosso grupo nos deram
um susto. Elas foram de madrugada ao túmulo 23e não encontraram o corpo dele.
Então voltaram, dizendo que tinham visto anjos e que estes afirmaram que Jesus
está vivo. 24Alguns dos nossos foram ao túmulo e encontraram as coisas como as
mulheres tinham dito. A ele, porém, ninguém o viu”.
25Então Jesus
lhes disse: “Como sois sem inteligência e lentos para crer em tudo o que os
profetas falaram! 26Será que o Cristo não devia sofrer tudo isso para entrar na
sua glória?” 27E, começando por Moisés e passando pelos Profetas, explicava aos
discípulos todas as passagens da Escritura que falavam a respeito dele.
28Quando
chegaram perto do povoado para onde iam, Jesus fez de conta que ia mais
adiante. 29Eles, porém, insistiram com Jesus, dizendo: “Fica conosco, pois já é
tarde e a noite vem chegando!” Jesus entrou para ficar com eles. 30Quando se
sentou à mesa com eles, tomou o pão, abençoou-o, partiu-o e lhes distribuía.
31Nisso os
olhos dos discípulos se abriram e eles reconheceram Jesus. Jesus, porém,
desapareceu da frente deles. 32Então um disse ao outro: “Não estava ardendo o
nosso coração quando ele nos falava pelo caminho, e nos explicava as
Escrituras?” 33Naquela mesma hora, eles se levantaram e voltaram para Jerusalém
onde encontraram os Onze reunidos com os outros. 34E estes confirmaram:
“Realmente, o Senhor ressuscitou e apareceu a Simão!” 35Então os dois contaram
o que tinha acontecido no caminho, e como tinham reconhecido Jesus ao partir o
pão.
Palavra da
Salvação
Glória a vós
Senhor.
MEDITAÇÃO
DO EVANGELHO
Pe. Antônio
Queiroz CSsR
Reconheceram
Jesus ao partir o pão.
Este
Evangelho, da quarta-feira da oitava da Páscoa, narra a cena do encontro de
Jesus ressuscitado com os discípulos de Emaús. Após a morte de Jesus, a
tristeza tomou conta dos discípulos. E junto com ela veio o desânimo. Estes
dois discípulos estavam desistindo da vida em Comunidade e voltando para as
suas casas. Jesus, apesar de não ser mais a sua vez de se manifestar na terra
desta forma, resolveu dar um apoio à Igreja nascente, aparecendo fisicamente.
Ele chega e entra no meio da conversa dos dois, mostrando a forma correta de
encarar os fatos, que é à luz das Sagradas Escrituras. Os discípulos estavam
tão abatidos que nem perceberam que era o próprio Jesus. O acolhimento ao
desconhecido foi bonito: “Fica conosco, pois já é tarde e a noite vem
chagando!” E a recompensa ao gesto de caridade foi generosa: “Reconheceram Jesus
ao partir o pão”.
Recuperam
a alegria, e junto com ela o ânimo, voltando imediatamente para a Igreja, a
Comunidade cristã.
O
que Jesus quis dizer é que ele não desapareceu, mas continua presente no meio
dos seus discípulos, agora na Eucaristia, que no começo da Igreja era chama de
“O partir do pão”.
Os
discípulos estavam desanimados e até desistindo da Comunidade cristã. O motivo
eles mesmos falaram: “Nós pensávamos que ele fosse libertar Israel...” Jesus
veio realmente libertar, não só Israel mas toda a humanidade. Entretanto, não é
assim, de mão beijada; Deus quer fazer as coisas junto conosco e através de
nós.
“Não
estava ardendo o nosso coração quando ele nos falava pelo caminho e nos
explicava as Escrituras?” A Bíblia é a nossa força, a nossa luz na caminhada.
Ela nos ajuda a entender os fatos e nos mostra a resposta certa a cada
situação. Se aqueles discípulos lessem a Bíblia, talvez não tivessem
desanimado.
Mas
é na Eucaristia que os nossos olhos se abrem e encontramos forças para
continuar a caminhada. A Missa realimenta a nossa fé, e nos dá o dom do
discernimento, mesmo no meio das maiores provações.
Logo
que os olhos dos discípulos se abriram, Jesus desapareceu da frente deles. Com
isso ele quis dizer: eu já estou com vocês na Eucaristia. Por que caminhar
tristes, referindo-se a mim como alguém do passado, se estou no meio de vocês
na Eucaristia?
Imediatamente
eles “se levantaram e voltaram para Jerusalém onde encontraram os Onze reunidos
com os outros”. A Eucaristia nos integra ou reintegra na Comunidade cristã.
Nenhum motivo justifica o afastamento da Comunidade. Temos um compromisso com
ela, feito no batismo, mais forte que o compromisso matrimonial. É um
compromisso na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, até o fim da nossa
vida.
Ao
longo das nossas viagens, cercadas às vezes de inquietações, o divino viajante
continua a fazer-se nosso companheiro, a fim de nos instruir. Depois que Jesus
subiu para o céu, não age mais dessa forma, manifestando-se fisicamente.
Entretanto, em seu poder divino, Jesus usa de mil outras maneiras. Geralmente
socorre os cristãos através dos próprios cristãos. O que ele não quer é ver
ninguém desanimado, e muito menos se afastando da Comunidade.
E
quando e encontro se torna pleno, à luz da Palavra de Deus, segue-se a luz que
brota do próprio Jesus, presente no pão da vida.
“A
Comunidade é força de Deus. Lugar abençoado onde moram os filhos seus.”
Certa
vez, um pai de família fez o Cursilho de Cristandade e chegou entusiasmado em
casa. Na hora da refeição, ele disse: “De hoje em diante, nós vamos rezar todos
os dias antes da refeição. Sou eu que vou puxar a oração”.
Assim
fizeram durante vários dias. Num domingo, veio um amigo dele visitá-lo, o qual
não era muito de Igreja. Quando chegou a hora do almoço, o pai ficou com
vergonha de rezar na frente do amigo, e simplesmente convidou o amigo para se
sentar e começar a comer.
O
seu filhinho de cinco anos disse: “Paiê, o senhor não disse que ia rezar todos
os dias antes da refeição?” O pai deu um sorrisinho amarelo e acabou rezando,
na frente do amigo.
Bem
feito! Quem manda ter respeito humano e desobedescer a Deus por causa da
presença de um amigo! Sinal que a sua fé, apesar de renovada no Cursilho, ainda
precisava alguns retoques. E o alerta veio através da inocência de uma criança.
“Quem não receber o Reino de Deus como uma criança não entrará nele!”
“A
família que reza unida permanece unida.” Isso vale também para a Família de
Deus. Se perseverarmos na oração, nunca nos afastaremos da Comunidade.
Maria
Santíssimo nunca se afastou da Comunidade. Pelo contrário, lá estava ela
apoiando a Igreja nascente. Mãe da Igreja, rogai por nós! Que tenhamos a graça
de perseverar na vida em Comunidade, e nunca desistir, como queriam fazer
aqueles dois discípulos de Emaús.
Reconheceram
Jesus ao partir o pão.
VÍDEO
DA SEMANA
Cinco perguntas
que podem mudar sua vida
MOMENTO
DE REFLEXÃO
"Lembrei-me
de uma historia sobre uma médica conhecida aqui em Maceió, que trocava o carro
de dois em dois anos. Pois bem, acontece que a doutora era extremamente zelosa
com seus carros comprados novos em folha, tanto que não removia os plásticos
que vinham no estofamento do veículo. Sorte daquele que comprasse seu carro
usado.
Um
belo dia ao vender seu automóvel com dois anos de uso, o felizardo comprador
olhou o estado do carro e os plásticos no banco e vibrou:
-
Poxa, o carro tá novinho e ainda com o plástico!
E
arrancou vigorosamente esses benditos plásticos feliz com a compra realizada.
A
médica olhou atônita a cena e imediatamente percebeu quão tola estava sendo
nesses anos todos. Quantas vezes sentou no banco quente sobre o plástico que
colava desconfortavelmente em sua pele suada? Fora o barulho e a sensação
incômoda do contato do seu corpo...
Então
ela percebeu que guardava o SEU carro, abria mão do SEU conforto para o próximo
dono...
Reflexão
dessa história:
Quantas
vezes damos o nosso melhor na rua, no trabalho, com colegas, e negligenciamos
nossa família e nós mesmos?
Quantas
vezes deixamos de viver o hoje pensando em valorizar bens materiais ou
impressionar pessoas que nem vale a pena?
Portanto,
meus amigos, rasguem o plástico do banco hoje!
Texto de
Walmar Coelho
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