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LITURGIA DIÁRIA

LITURGIA DIÁRIA - REFLEXÕES E COMENTÁRIOS

Diário de Sexta-feira 22/04/2011




Sexta-feira, 22 de abril de 2011



“Quando a natureza puxa a corda, é porque caminhamos ao contrário; quando ela nos castiga, é que o perigo está perto.” (Eliphas Levi)






EVANGELHO DE HOJE



Jo 18,1-19,42


Eles tomaram conta de Jesus. Carregando a sua cruz, ele saiu para o lugar chamado Calvário... Lá, eles o crucificaram com outros dois, um de cada lado... Junto à cruz de Jesus estavam de pé sua mãe e a irmã de sua mãe , Maria de Cléofas e Maria Madalena. Jesus, ao ver sua mãe e, ao lado dela, o discípulo que ele amava, disse à sua mãe: "Mulher, eis o teu filho!" Depois disse ao discípulo: "Eis a tua mãe!" A partir daquela hora, o discípulo a acolheu no que era seu. Depois disso, sabendo Jesus que tudo estava consumado... disse: "Tenho sede!"... Amarraram num ramo de hissopo uma esponja embebida de vinagre e a levaram à sua boca. Ele tomou o vinagre e disse: "Está tudo consumado". E, inclinando a cabeça, entregou o espírito.







MEDITANDO O EVANGELHO (1)
Pe. Antônio Queiroz CSsR


Tudo está consumado.
Hoje é sexta-feira santa, dia em que comemoramos a morte de Jesus. No Evangelho da paixão, nós vemos que as suas últimas palavras foram: “Tudo está consumado”. Isto é, cumpri minha missão. Fiz tudo o que o Pai me havia pedido. Nós estamos mergulhados em um mundo pecador, mas nele temos a missão de ser luz, e de cada um de nós cumprir bem a sua vocação, perseverando até o fim. “Tende em vós os mesmos sentimentos de Cristo Jesus” (Fl 2,6).
Jesus não procurou sofrimentos, o que ele queria era fazer a vontade do Pai. Nós também não procuramos sofrimento, mas estamos firmes no desejo fazer a vontade do Pai, mesmo que isto nos custe a morte.
Jesus não ficou em cima do muro diante dos pecadores, mas tomou posição em favor da verdade, da justiça e do respeito aos mandamentos de Deus. Nós, igualmente, vamos até denunciar o que virmos de errado, mesmo que praticado por pessoas poderosos que podem nos prejudicar. A nossa fidelidade é até o fim da nossa vida. “Tudo está consumado”.
Algumas palavras de Jesus nos orientam: “A verdade vos libertará.” “Porque não és frio nem quente, estou para vomitar-te da minha boca.” “Se alguém se envergonhar de mim, eu também me envergonharei dele.”
Outras virtudes que vemos em Jesus, ao ouvirmos a proclamação da sua paixão: 1) No meio da crise, ele rezou, buscando a ajuda de Deus Pai. 2) Perdoou a todos os que o maltratavam e morreu sem mágoa de ninguém. 3) Caiu muitas vezes, mas se levantou, e a morte o encontrou em pé. “Tende em vós os mesmos sentimentos de Cristo Jesus”.
A oposição a Jesus foi gradativa. Começou no seu primeiro discurso em Nazaré, quando quiseram jogá-lo morro abaixo.
As autoridades tentaram ignorá-lo, não deu certo; tentaram jogar o povo contra ele, não deu certo; tentaram cooptá-lo, convidando para refeições nas casas dos chefes, não deu certo, pois Jesus criava constrangimento durante a própria refeição, como o caso da pecadora que veio chorar aos seus pés; tentaram discutir com ele em público, mas Jesus sempre vencia, como caso da mulher de sete maridos, a questão do imposto a César, o caso da mulher adúltera...
A morte de Jesus foi bolada de tal modo que ninguém assumiu o crime: as autoridades judaicas passaram para a autoridade romana; esta pediu para o povo decidir, e lavou as mãos. Como o povo é anônimo, quem condenou ficou também anônimo. Na verdade ele carregou os nossos crimes e morreu em nosso lugar.
Jesus até ridicularizou a sua condenação: “Eu vos mostrei muitas obras boas; por qual delas me quereis matar?”
Os verdadeiros motivos por que mataram a Jesus foram: 1) Ele estava se tornando uma ameaça aos ganhos fáceis e a corrupção que havia, inclusive dentro do Templo. 2) Ele era pobre; se fosse rico, não teria sido condenado. 3) Ele não apelou para alguém importante. 4) Não mudou o seu discurso diante das ameaças de morte; pelo contrário, mostrou o próprio pecado de condená-lo.
“Vejam: O Messias será como o fogo do fundidor. Será como o sabão das lavadeiras. Ele vai sentar-se como aquele que refina a prata. Vai purificar os filhos de Levi, como a prata, para que possam apresentar a Deus uma oferenda que seja de acordo com a justiça (Ml 3,2-3). Os sofrimentos servem para nos purificar, a fim de que sejamos uma prata pura diante de Deus.
É interessante um detalhe do fundidor de prata. Ele fica olhando, para que a prata não passe do ponto. E o ponto é quando ele vê o seu próprio rosto refletido na prata. Este é o sinal e que ela está pura. O sofrimento produz em nós o mesmo efeito do fogo purificando a prata. Ele vai queimando tudo o que é impuro em nós. Quando Deus, ao nos olhar, vê o seu rosto refletido em nós, aí sim, estamos purificados. Jesus também passou por essa purificação, para nos dar o exemplo.
Certa vez, uma paróquia estava celebrando cinqüenta anos de existência, e os jovens resolveram apresentar uma dramatização. Foi a seguinte:
O palco estava vazio, entrou uma moça e começou a falar do profeta Samuel. Enquanto ela falava, veio um rapaz do meio do povo, que tinha na camisa a palavra Samuel. “Acontece que Samuel morreu” disse a apresentadora. Nesta hora o rapaz deitou-se no chão.
Ela começou a falar de Judite e dos grandes feitos dela. Veio a Judite, que também morreu, deitando-se no chão.
Ela citou o rei Davi e suas qualidades. Apareceu Davi, que também morreu. E assim ela foi citando: A rainha Ester, Jesus, S. Pedro...
Em seguida, a apresentadora citou vários cristãos da paróquia, que foram grandes catequistas e evangelizadores, mas que também já morreram. E ela perguntou: “E agora, a evangelização na nossa paróquia morreu com eles?”
Neste momento, veio do meio do povo uma jovem, subiu no palco e disse: “Nós aqui somos os continuadores desses que nos precederam. E mais: Nós não vamos deixar apagar a memória deles”. E os dois foram levantando, um por um, todos os que estavam deitados.
“Como o Pai me enviou, eu vos envio”, disse Jesus. Que nós também possamos dizer como ele disse: “Tudo está consumado”.
Campanha da fraternidade. Em meio ao mundo violento, o cristão deve ser como o bom samaritano da parábola, isto é, dar a mão às vítimas, fazendo o que está ao seu alcance. Assim, os “feridos” terão pelo menos uma certeza: tenho irmão, uma irmã ao meu lado.
Maria Santíssima não morreu, mas também foi para o céu. No seu momento mais difícil, que foi a morte do seu Filho, certamente ela pensava: “Meu Filho, o que você poderia ter feito por este povo e não fez? Você lhes deu a vida e eles lhe deram a morte; você os salvou, eles o mataram! Mas sei que você se sente realizado, porque fez o que mais queria: a vontade de Deus Pai. Por isso eu também assumo esta minha dor, Filho. E mais: atendendo ao seu pedido, quero ser a Mãe de todos os seus discípulos.”
Tudo está consumado.






MEDITANDO O EVANGELHO (2)
Fr. Denis Francisco R. Oliveira CSsR


A palavra

João proclama a paixão não somente como um fim trágico de Cristo, mas como o caminho de sua glorificação. Jesus dizia: Quando for exaltado da terra atrairei todos a mim. Jesus não morre empurrado por um sistema. Tem plena consciência de sua missão de unir todos os dispersos. Tem força suficiente para crer que sua paixão e morte são a Revelação do amor do Pai: “Pois, o Pai amou tanto o mundo, que entregou o seu Filho único, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna (Jo 3, 16).
Esta morte está direcionada exercendo total influxo na Igreja, figurada por Maria ao pé da Cruz, recebendo o discípulo. Ali nascem os sacramentos do sangue, Eucaristia e água, batismo. Ele culmina com o dom do Espírito: Inclinando a cabeça, entregou o Espírito. Bem dizem os santos padres: Do lado de Cristo adormecido na cruz nasceu a nova Eva, a Igreja, fecundada pelo Espírito, gerando filhos para Deus*.

Realidade

Hoje não celebramos a Eucaristia, visto que a Igreja Universal tem esta longa tradição de não celebrar missa na Sexta-feira Santa. Nesse dia de celebração da paixão e morte de Cristo, a Igreja reúne os seus fiéis para adorar e contemplar os mistérios da dolorosa redenção. Dizia Dom Elder Câmera que a Semana Santa é o retiro do povo de Deus. Hoje, Sexta-feira Santa, a adoração de Cristo na cruz atinge o ápice desse retiro. Aproveitemos esse momento, para meditarmos os sofrimentos do Redentor na cruz e, ao mesmo tempo, refletirmos sobre os nossos sofrimentos e nossas cruzes.
Morte de Nosso Senhor Jesus Cristo

*Texto adaptado por Fr. Denis Francisco R. Oliveira CSsR do livro: Vivendo a Semana Santa. Editora Santuário.









MOMENTO DE REFLEXÃO


Um dia encontrei um sertanejo
Perto de um pé de Maracujá
E perguntei-lhe:
Diga-me lá caro sertanejo
Porque razão nasce roxa
A flor do Maracujá?



Ah, pois então eu vou narrar-lhe
A história que ouvi contar,
A razão porque nasce roxa
A flor do Maracujá.

O Maracujá já foi branco
Eu posso até lhe jurar,
Mais branco que a claridade
Mais brando do que o luar.

Quando a flor nele nascia
Lá pros confins do sertão,
O Maracujá parecia
Um ninho de algodão.

Mas um dia, há muito tempo
Num mês que até nem me lembro,
Se foi Maio, se foi Junho
Se foi Janeiro ou Dezembro,

Nosso Senhor Jesus Cristo
Foi condenado a morrer,
Numa cruz crucificado
Longe daqui a valer.

Pregaram Cristo a martelo
E ao ver tamanha crueza,
A natureza inteirinha
Pôs-se a chorar de tristeza.

Choravam tristes os campos
As folhas e as ribeiras,
Choravam os passarinhos
Nos ramos das laranjeiras.

E junto da cruz havia
Um pé de Maracujá,
Carregadinho de flor
Aos pés de Nosso Senhor.

E o sangue de Jesus Cristo
Sangue pisado de dores,
No pé de Maracujá
Tingia todas as flores.

Eis aqui seu moço ou moça
A história que ouvi contar,
A razão porque nasce roxa
A flor do Maracujá.


(Catulo da Paixão Cearense - Adaptado)















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