Domingo, 18 de
dezembro de 2016
“O sucesso é
ter o que você deseja e a felicidade é desejar o que você já tem.”
(Warren
Buffet)
EVANGELHO
DE HOJE
Mt 1, 18-24
— O Senhor
esteja convosco.
— Ele está
no meio de nós.
—
PROCLAMAÇÃO do Evangelho de Jesus Cristo, + segundo Mateus.
— Glória a
vós, Senhor!
Quando
Herodes era o rei da terra de Israel, havia um sacerdote chamado Zacarias, que
era do grupo dos sacerdotes de Abias. A esposa dele se chamava Isabel e também
era de uma família de sacerdotes. Esse casal vivia a vida que para Deus é
correta, obedecendo fielmente a todas as leis e mandamentos do Senhor. Mas não
tinham filhos porque Isabel não podia ter filhos e porque os dois já eram muito
velhos.
Certo dia no
Templo de Jerusalém, Zacarias estava fazendo o seu trabalho de sacerdote, pois
era a sua vez de fazer aquele trabalho diário. Conforme o costume dos
sacerdotes, ele havia sido escolhido por sorteio para queimar o incenso no
altar e por isso entrou no Templo do Senhor. Durante o tempo em que o incenso
queimava, o povo lá fora fazia orações. Então um anjo do Senhor apareceu em
frente de Zacarias, de pé, do lado direito do altar. Quando Zacarias o viu,
ficou com medo e não sabia o que fazer. Mas o anjo lhe disse: – Não tenha medo,
Zacarias, pois Deus ouviu a sua oração! A sua esposa vai ter um filho, e você
porá nele o nome de João. O nascimento dele vai trazer alegria e felicidade
para você e para muita gente, pois para o Senhor Deus ele será um grande homem.
Ele não deverá beber vinho nem cerveja. Ele será cheio do Espírito Santo desde
o nascimento e levará muitos israelitas ao Senhor, o Deus de Israel. Ele será
mandado por Deus como mensageiro e será forte e poderoso como o profeta Elias.
Ele fará com que pais e filhos façam as pazes e que os desobedientes voltem a
andar no caminho direito. E conseguirá preparar o povo de Israel para a vinda
do Senhor.
Então
Zacarias perguntou ao anjo: – Como é que eu vou saber que isso é verdade? Estou
muito velho, e a minha mulher também. O anjo respondeu: – Eu sou Gabriel, servo
de Deus, e ele me mandou falar com você para lhe dar essa boa notícia. Você não
está acreditando no que eu disse, mas isso acontecerá no tempo certo. E, porque
você não acreditou, você ficará mudo e não poderá falar até o dia em que o seu
filho nascer.
Enquanto
isso, o povo estava esperando Zacarias, e todos estavam admirados com a demora
dele no Templo. Quando saiu, Zacarias não podia falar. Então perceberam que ele
havia tido uma visão no Templo. Sem poder falar, ele fazia sinais com as mãos
para o povo. Quando terminaram os seus dias de serviço no Templo, Zacarias
voltou para casa. Pouco tempo depois Isabel, a sua esposa, ficou grávida e
durante cinco meses não saiu de casa. E ela disse: – Agora que o Senhor me
ajudou, ninguém mais vai me desprezar por eu não ter filhos.
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Palavra da
Salvação
Glória a vós
Senhor.
MEDITAÇÃO
DO EVANGELHO
Padre
Antonio Queiroz
Jesus
nascerá de Maria, prometida em casamento a José, filho de Davi.
Neste
Evangelho, nós vemos que foi pela paternidade legal de José que Jesus entrou na
linhagem davídica, cumprindo-se a profecia de Jeremias, que está na primeira
Leitura da Missa de hoje: “Farei nascer um descendente de Davi; reinará como
rei e será sábio, fará valer a justiça e a retidão na terra. Naqueles dias,
Judá será salvo e Israel viverá tranqüilo; este é o nome com que o chamarão:
‘Senhor, nossa justiça’” (Jr 23,5-6).
Ontem
começamos a nossa preparação próxima para o Natal. Agora a nossa atenção para o
protagonista da festa, Jesus, que é o aniversariante. A preocupação é mostrar
que Jesus veio do alto: “Ela conceberá pela ação do Espírito Santo”, disse o
anjo a José.
Como
conciliar “veio do alto” com “descendente de Davi”? O Evangelho de hoje
responde a essa pergunta. Foi através da descendência legal de Davi.
José
e Maria estavam já prometidos em matrimônio; e aconteceu que, antes de viverem
juntos, ela esperava um filho. Os esponsais, que precediam o casamento tinham
entre os judeus a categoria de um compromisso matrimonial firmado. Daí a
linguagem do anjo: “Maria, tua esposa”.
Tudo
indica que Maria tinha contado tudo a José. A dúvida dele não era a respeito de
Maria, mas em relação a si mesmo: qual é o seu papel nesse mistério? Ele não
queria atrapalhar, ficando com Maria e assim passando a idéia de que é o pai da
criança. Por isso, decidiu abandonar Maria. Mas o anjo esclarece tudo: “Não
tenhas medo de receber Maria como tua esposa... e tu lhe darás o nome de
Jesus”. Pela lei judaica, quem dá o nome para a criança é o seu pai perante a
Lei. A palavra Jesus significa “Deus salva”, ou “Salvador”.
Se
José rompesse o matrimônio sem fugir em segredo, teria apenas duas saídas,
perante as leis do país: 1) Dizer que ele era o pai da criança, o que seria uma
mentira e atrapalharia o plano de Deus. 2) Dizer que não era o pai da criança,
o que levaria Maria a ser condenado como adúltera. – O anjo veio mostrar-lhe
uma terceira saída: perante a lei ele é o pai, mas só perante a lei, não de
fato.
“José,
Filho de Davi, não tenhas medo de receber Maria como tua esposa, porque ela
concebeu pela ação do Espírito Santo.” Esta é a revelação principal, e o dado
de fé, que está no Evangelho de hoje.
É
assim que S. José se liga com a dinastia messiânica: não só por razão de
genealogia, mas, e sobretudo, pelo dinamismo da obediência da sua fé, que o
impulsiona a aceitar uma missão obscura e sem brilho especial, mas muito
importante nos planos de Deus sobre a salvação humana.
Sem
ceder à tentação do abandono, o justo José entrou na radiante obscuridade do
mistério de Deus. A sua estatura humana agiganta-se a partir da fé que o
animou. No advento, ele sobressai como modelo bíblico de fé.
A
vida de cada um de nós é vocação, projeto e prova de Deus. E deve ser também
resposta incondicional a ele, mesmo na obscuridade da fé, confiando em Deus.
José
e Maria tiveram um enorme respeito pela criança, mesmo antes de nascer, porque
era Filho de Deus. Todos nós, pela Encarnação, somos também filhos e filhas de
Deus. Tocar na pessoa humana é tocar no coração de Deus. Principalmente se
ainda não nasceu e está dentro da mãe, pois está completamente indefesa.
A
Antífona do Ó de hoje é: “Ó Adonai, guia da casa de Israel, que aparecestes a
Moisés na sarça ardente e lhe destes vossa lei sobre o Sinai: vinde salvar-nos
com o braço poderoso!”
Certa
vez, no dia do Natal, um menino entrou na igreja e foi direto ao presépio. Lá,
ele disse ao Menino Jesus: “Desculpe, Jesus, hoje é o seu aniversário e eu não
trouxe nenhum presente!” Jesus, então, resolveu conversar com ele. Disse assim:
“Mas eu gostaria que você me desse três presentes!” “Como, se eu não tenho?”
respondeu o menino. “Tem sim” – disse Jesus – “O primeiro presente que eu quero
é o último desenho que você fez na escola”. “Iii, Jesus! Bem aquele? Ninguém
gostou dele, e a professora deu nota zero!” “Por isso mesmo” – disse Jesus –
“Quero que você me dê tudo aquilo que os outros não gostaram, e também o que
deixa você triste ou frustrado. Outro presente que eu quero é o seu prato”. “Eu
o quebrei” – interrompeu o garoto. “Justamente por isso” – continuou Jesus –
“Vou consertá-lo. Eu conserto tudo o que quebra em sua vida. E a última coisa
que quero de presente é a resposta que você deu para sua mãe, quando lhe
perguntou pelo prato”. Nessa hora, a criança pôs a mão do lado da boca e falou
baixinho: “Eu menti para ela!” “Eu sei” – respondeu Jesus – “Mas eu quero que
você traga sempre para mim o que em você está errado: maldades, mentiras,
preguiça... Não quero que você carregue essas coisas. Quero libertar você, a
partir de hoje, de tudo o que pesa em você. Combinado? O meu aniversário é um
dia especial para fazermos um trato: quero que você tenha a minha alegria, a
minha paz, a minha verdade, a minha vida plena, e o meu amor, para cada dia do
ano que vai começar.” Nesta hora, o garoto sorriu e falou emocionado:
“Obrigado, Jesus. Assim eu terei não só um ano novo, mas a vida toda muito
feliz”.
Essa
história descreve a pura verdade. O melhor presente que damos a Jesus são os
nossos pecados, pois para isso que ele veio, para libertar-nos desses pesos.
Você já se confessou no advento?
Que
aprendamos de Maria e José, entre tantas outras virtudes: 1) O respeito ao
plano de Deus. 2) Proteger a vida humana antes de nascer. 3) Não julgar
ninguém. 4) Proteger as pessoas que vivem mais perto de Deus. 5) A dedicação ao
trabalho. 6) Obedecer a Deus, mesmo não entendendo. Todos os personagens do
advento – Jesus, Maria, João Batista e o profeta Isaías – obedeceram a Deus,
mesmo sem entender direito. Não só eles, mas todos os que dão o passo da fé e
querem ser continuadores de Cristo no meio da humanidade.
Jesus
nascerá de Maria, prometida em casamento a José, filho de Davi.
VÍDEO
DA SEMANA
O Amor Se
Expressa No Cuidado- Padre Fábio de Melo
https://www.youtube.com/watch?v=JGNKIfuOvsg
MOMENTO
DE REFLEXÃO
Sei
que é inevitável e bom que os filhos deixem de ser crianças e abandonem a
proteção do ninho. Eu mesmo sempre os empurrei para fora.Sei que é inevitável
que eles voem em todas as direções como andorinhas adoidadas.
Sei
que é inevitável que eles construam seus próprios ninhos e eu fique como o
ninho abandonado no alto da palmeira…
Mas,
o que eu queria, mesmo, era poder fazê-los de novo dormir no meu colo…
Existem
muitos jeitos de voar. Até mesmo o vôo dos filhos ocorre por etapas. O desmame,
os primeiros passos, o primeiro dia na escola, a primeira dormida fora de casa,
a primeira viagem…
Desde
o nascimento de nossos filhos temos a oportunidade de aprender sobre esse
estranho movimento de ir e vir, segurar e soltar, acolher e libertar. Nem
sempre percebemos que esses momentos tão singelos são pequenos ensinamentos
sobre o exercício da liberdade.
Mas
chega um momento em que a realidade bate à porta e escancara novas verdades
difíceis de encarar. É o grito da independência, a força da vida em movimento,
o poder do tempo que tudo transforma.
É
quando nos damos conta de que nossos filhos cresceram e apesar de insistirmos
em ocupar o lugar de destaque, eles sentem urgência de conquistar o mundo longe
de nós.
É
chegado então o tempo de recolher nossas asas. Aprender a abraçar à distância,
comemorar vitórias das quais não participamos diretamente, apoiar decisões que
caminham para longe. Isso é amor.
Muitas
vezes, confundimos amor com dependência. Sentimos erroneamente que se nossos
filhos voarem livres não nos amarão mais. Criamos situações desnecessárias para
mostrar o quanto somos imprescindíveis. Fazemos questão de apontar alguma
situação que demande um conselho ou uma orientação nossa, porque no fundo o que
precisamos é sentir que ainda somos amados.
Muitas
vezes confundimos amor com segurança. Por excesso de zelo ou proteção cortamos
as asas de nossos filhos. Impedimos que eles busquem respostas próprias e vivam
seus sonhos em vez dos nossos. Temos tanta certeza de que sabemos mais do que
eles, que o porto seguro vira uma âncora que impede-os de navegar nas ondas de
seu próprio destino.
Muitas
vezes confundimos amor com apego. Ansiamos por congelar o tempo que tudo
transforma. Ficamos grudados no medo de perder, evitando assim o fluxo natural
da vida. Respiramos menos, pois não cabem em nosso corpo os ventos da mudança.
Aprendo
que o amor nada tem a ver com apego, segurança ou dependência, embora tantas
vezes eu me confunda. Não adianta querer que seja diferente: o amor é alado.

Aprendo
que tudo passa menos o movimento. É nele que podemos pousar nosso descanso e
nossa fé, porque ele é eterno.
Aprendo
que existe uma criança em mim que ao ver meus filhos crescidos, se assustam por
não saber o que fazer. Mas é muito melhor ser livre do que imprescindível.
Aprendo
que é preciso ter coragem para voar e deixar voar.
E
não há estrada mais bela do que essa.
E até que nos
encontremos novamente,
que Deus lhe
guarde serenamente
na palma de
Suas mãos.
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