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LITURGIA DIÁRIA

LITURGIA DIÁRIA - REFLEXÕES E COMENTÁRIOS

Diário de Quinta-feira santa 17/04/2014



Quinta-feira, 17 de abril  de 2014


“Siga a sua felicidade e o mundo abrirá portas para você onde antes só havia paredes”  Joseph Campbell



EVANGELHO DE HOJE
Jo 13,1-15


— O Senhor esteja convosco.
— Ele está no meio de nós.
— PROCLAMAÇÃO do Evangelho de Jesus Cristo, + segundo João.
— Glória a vós, Senhor!


1Era antes da festa da Páscoa. Jesus sabia que tinha chegado a sua hora de passar deste mundo para o Pai; tendo amado os seus que estavam no mundo, amou-os até o fim.
2Estavam tomando a ceia. O diabo já tinha posto no coração de Judas, filho de Simão Iscariotes, o propósito de entregar Jesus.
3Jesus, sabendo que o Pai tinha colocado tudo em suas mãos e que de Deus tinha saído e para Deus voltava,
4levantou-se da mesa, tirou o manto, pegou uma toalha e amarrou-a na cintura.
5Derramou água numa bacia e começou a lavar os pés dos discípulos, enxugando-os com a toalha com que estava cingido.
6Chegou a vez de Simão Pedro. Pedro disse: “Senhor, tu me lavas os pés?” 7Respondeu Jesus: “Agora, não entendes o que estou fazendo; mais tarde compreenderás”.
8Disse-lhe Pedro: “Tu nunca me lavarás os pés!”
Mas Jesus respondeu: “Se eu não te lavar, não terás parte comigo”.
9Simão Pedro disse: “Senhor, então lava não somente os meus pés, mas também as mãos e a cabeça”.
10Jesus respondeu: “Quem já se banhou não precisa lavar senão os pés, porque já está todo limpo. Também vós estais limpos, mas não todos”.
11Jesus sabia quem o ia entregar; por isso disse: “Nem todos estais limpos”.
12Depois de ter lavado os pés dos discípulos, Jesus vestiu o manto e sentou-se de novo. E disse aos discípulos: “Compreendeis o que acabo de fazer? 13Vós me chamais Mestre e Senhor, e dizeis bem, pois eu o sou.
14Portanto, se eu, o Senhor e Mestre, vos lavei os pés, também vós deveis lavar os pés uns dos outros.
15Dei-vos o exemplo, para que façais a mesma coisa que eu fiz.


Palavra da Salvação
Glória a vós Senhor.






MEDITAÇÃO DO EVANGELHO
Pe. Antonio Queiroz


Amou-os até o fim.
Hoje, quinta-feira santa, o Evangelho narra a cena do lava-pés, e a segunda Leitura narra a instituição da Eucaristia. São os dois fatos principais que celebramos hoje.
O evangelista João começa a narrar os acontecimentos do tríduo pascal com as seguintes palavras: Jesus, “tendo amado os seus que estavam no mundo, amou-os até o fim”. João vê todos os acontecimentos dos últimos dias de Jesus na terra como desdobramentos do seu amor por nós; um amor intenso, incondicional, gratuito e sem limites.
Com o gesto de lavar os pés, Jesus quis mostrar como deve ser o nosso amor ao próximo; deve ser prático e concretizado no serviço humilde e gratuito aos que precisam.
“Dei-vos o exemplo, para que façais a mesma coisa que eu fiz.” Lavar os pés, naquele tempo, era uma necessidade constante, devido à poeira e ao fato de as pessoas andarem descalço ou de sandálias. Ótimo exemplo escolhido por Jesus para mostrar que amar é servir, é atender às necessidades do outro, mesmo que sejam as mais humildes. Na família, quem costumava lavar os pés era a escrava. Por isso que Pedro estranha a atitude de Jesus. Mais tarde realmente Pedro entendeu e se tornou um grande servidor da Igreja.
Em outra passagem Jesus explica: “Quem quiser ser o maior entre vós seja aquele que vos serve, e quem quiser ser o primeiro entre vós seja o escravo de todos” (Mc 10,43-44)
Quando o mestre da Lei perguntou a Jesus qual é o maior mandamento da Lei de Deus, Jesus apresenta como exemplo a parábola do bom samaritano que cuidou do ferido encontrado na estrada (Lc 10,25-37).
No juízo final, as pessoas serão salvas ou condenadas conforme fizeram ou não fizeram esses gestos práticos de amor: “Vinde, benditos de meu Pai! Recebei em herança o Reino que meu Pai vos preparou desde a criação do mundo! Pois eu estava com fome...” (Mt 25,34ss)
“Religião pura e sem mancha diante do Deus e Pai é esta: assistir os órfãos e as viúvas em suas dificuldades e guardar-se livre da corrupção do mundo” (Tg 1,27). “Há mais felicidade em dar do que em receber” (At 20,35).
Quem ama quer estar perto da pessoa amada. Jesus nos ama muito, por isso quis estar pertinho de todos nós na Eucaristia. Em seu poder infinito, ele conseguiu uma aproximação que nenhum ser humano consegue: entre dentro de cada um de nós como alimento.
E S. Paulo nos lembra, um pouco antes do texto que está na segunda Leitura: “O pão que partimos não é a comunhão com o corpo de Cristo? Como há um único pão, nós, embora sendo muitos, formamos um só corpo” (1Cor 10,16-17). Assim como o pão surge da união de vários grãos de trigo, a Comunidade cristã é formada pela união de várias pessoas que comungam.
Conta-se que na Holanda aconteceu um fato interessante: Um dia um menino estava perto de uma represa e de repente viu que apareceu na barragem um buraquinho, pelo qual começou a esguichar água. Mais que depressa o garoto foi lá, enfiou o seu dedinho no buraco e o tampou.
E ele começou a gritar, pedindo socorro. Veio logo uma equipe e consertou a barragem, salvando a represa. Mas na verdade quem a salvou foi o menino. Os nossos gestos de amor e de serviço, por pequenos que sejam, podem às vezes produzir grandes resultados.
Campanha da fraternidade.Uma das maiores dificuldades para a construção da paz é a desilusão. As pessoas ficam descrentes na possibilidade de superação dos gigantescos problemas que geram violência, e preferem continuar sofrendo, ou partir também para a violência. Vale aqui a palavra de Jesus: “Coragem, eu venci o mundo” (Jo 16,35). Como disse S. Paulo: “A esperança não decepciona” (Rm 5,5).
Maria Santíssima via-se a si mesma como uma escrava: “Eis aqui a escrava do Senhor”. Que ela nos ajude a imitar o seu Filho, ajudando com humildade os nossos irmãos e irmãs.
Amou-os até o fim.
Padre Queiroz






MOMENTO DE REFLEXÃO
  


Pergunto-me o que eu teria feito, tivesse eu estado no meio daquela multidão; teria falado algo por Ele, em voz clara e alta?

Teria andado ao lado Dele, descendo aquela suja estrada de pedra? Teria tentado firma-lo, quando tropeçou com sua carga?

Teria deixado-o apoiar-se em mim? Eu teria suportado seu peso? Poderia ter ajudado de algum jeito, facilitado seu grande penar?

Poderia ter dito palavras adequadas, confortado seu isolamento, compartilhado sua tristeza?

Pergunto-me se tivesse estado lá, teria acariciado seu rosto coberto de lágrimas, beijaria suas mãos ensangüentadas, e lavaria seus pés manchados de sangue?

Teria massageado seus ombros doloridos, teria passado loção em suas costas, tratado de suas feridas abertas e fornecido a água que lhe faltou?

Sei que eu não seria suficientemente bom para voluntariamente tomar o seu lugar, mas eu poderia ter lhe ajudado a suportar aquela cruz e secado o suor de seu querido rosto?

Teria passado meus braços ao redor de sua mãe e a abraçado contra meu peito? Poderia tê-la protegido da visão da atormentada morte de seu filho precioso?

Poderia ter ajudado a preparar seu corpo, e lavado-o com perfume? Pergunto-me se eu tivesse estado lá, teria esperado em seu túmulo?

Sem nenhuma dúvida naquela manhã de páscoa, eu teria gritado, "ELE RESSUSCITOU" e sei que eu teria agradecido à  Deus, pelo júbilo daquela ocasião.

A única coisa que eu poderia ter feito, suponho, se tivesse estado lá, seria declarar meu amor por Ele.

Mas... será que não estive?


Tradução de SergioBarros

do texto de Virginia Ellis

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