Páginas


(clique abaixo para ouvir a música)

LITURGIA DIÁRIA

LITURGIA DIÁRIA - REFLEXÕES E COMENTÁRIOS

Diário de Quarta-feira 30/04/2014



Quarta-feira, 30 de abril  de 2014


"A maior ignorância é a que não sabe e crê saber, pois dá origem a todos os erros que cometemos com nossa inteligência." Sócrates




EVANGELHO DE HOJE
Jo 3,16-21

— O Senhor esteja convosco.
— Ele está no meio de nós.
— PROCLAMAÇÃO do Evangelho de Jesus Cristo, + segundo João.
— Glória a vós, Senhor!


16Deus amou tanto o mundo, que deu o seu Filho unigênito, para que não morra todo o que nele crer, mas tenha a vida eterna. 17De fato, Deus não enviou o seu Filho ao mundo para condenar o mundo, mas para que o mundo seja salvo por ele. 18Quem nele crê não é condenado, mas quem não crê já está condenado, porque não acreditou no nome do Filho unigênito.
19Ora, o julgamento é este: a luz veio ao mundo, mas os homens preferiram as trevas à luz, porque suas ações eram más. 20Quem pratica o mal odeia a luz e não se aproxima da luz, para que suas ações não sejam denunciadas. 21Mas quem age conforme a verdade aproxima-se da luz, para que se manifeste que suas ações são realizadas em Deus.


Palavra da Salvação
Glória a vós Senhor.






MEDITAÇÃO DO EVANGELHO
Pe. Antonio Queiroz

Deus enviou seu Filho ao mundo para que o mundo seja salvo por ele.
Neste Evangelho, Jesus nos apresenta o motivo da Redenção, por que ela aconteceu. Não partiu de algum mérito do ser humano, mas unicamente de Deus, do seu amor a nós. Deus amou tanto o mundo, que deu o seu Filho unigênito.
Deus nos ama com um amor tão grande, que nem o pecado conseguiu estancar esse amor, ao contrário, o fez crescer ainda mais. “Acaso uma mulher esquece o seu neném, ou o amor ao filho de suas entranhas? Mesmo que alguma se esqueça, eu de ti jamais me esquecerei!” (Is 49,15).
Jesus veio expressar com a sua vida, morte e ressurreição, esse amor de Deus por nós: “Jesus, tendo amado os seus que estavam no mundo, amou-os até o fim” (Jo 13,1).
Deus enviou seu Filho ao mundo para que o mundo seja salvo por ele. Devemos ver Jesus como o nosso melhor amigo, que vê o nosso lado bom e faz de tudo para que sejamos nesta vida e na outra.
Entretanto, “quem pratica o mal odeia a luz e não se aproxima da luz”. Aí está a explicação de todos os males deste mundo e por que muitos não vão para o céu. Somos livres, e aqueles que praticam o mal preferem agir no escuro ou escondido, para que ninguém descubra suas más ações. Veja, por exemplo, os ladrões que sempre agem escondido. Ao evitar que os outros descubram o que fazem, os maus se condenam a si mesmos, pois mostram que sabem que suas ações são más.
Mas o amor de Deus por nós é maior que o nosso pecado. Por isso todos nós, santos e pecadores, podemos nos aproximar de Jesus com confiança, pois ele nos ama a todos com um amor misericordioso e infinito. Ninguém deve ter medo de Jesus, pois ele não para condenar, mas para salvar.
Quando somos amados por alguém, sentimos o desejo de retribuir. Amor com amor se paga. A nossa melhor retribuição é a obediência à sua Palavra e o engajamento cada vez maior na sua Igreja, una, santa, católica e apostólica.
Vamos, neste tempo pascal, acolher este presente de amor que Deus nos deu e nos deixar transformar por ele, o fogo do amor que veio ao mundo para queimar o pecado e purificar a prata.
Um dia, um senhor que estava viajando de carro do Rio para S. Paulo, entrou na cidade de Aparecida, comprou uma vela do seu tamanho, dirigiu-se à capela das velas no Santuário, acendeu a vela e fez a seguinte oração: “Senhor, eu precisava rezar muito aqui, mas não tenho tempo. Por isso, aceite as minhas preces, simbolizadas nesta vela, pela intercessão de N. Sra. Aparecida”. Colocou a vela no lugar apropriado e continuou sua viagem.
Foi uma oração simbólica, com toda certeza aceita e agradável a Deus. A vela era do seu tamanho porque era ele mesmo que ficava ali rezando, representado pela vela. Nós gostamos de usar símbolos, e Deus também gosta. A Bíblia é todinha cheia de símbolos.
Inclusive, a vela se parece com o cristão. Ambos se consomem para iluminar e servir o seu ambiente. Até as lágrimas da vela simbolizam as nossas lágrimas, na luta pelo Reino de Deus. O amor sempre custa lágrimas.
De um jeito ou de outro, nós precisamos rezar, e muito, a fim de não praticarmos obras más, afastando-nos da luz.
Maria Santíssima ajudou o seu Filho a executar o plano de amor de Deus Pai. Que ela nos ajude também a acolher com generosidade esse plano. Santa Maria, rogai por nós.
Deus enviou seu Filho ao mundo para que o mundo seja salvo por ele.




CURIOSIDADES


Por que a semana é dividida em sete dias?


Você já teve a curiosidade de saber por que essa mania com o número sete? Como diria aquela música da Rita Lee, são sete dias da semana, sete notas musicais, sete pecados capitais. E tem muito mais setes por aí. Com relação aos dias da semana, você sabe de onde vem essa divisão numérica? Quem afinal decidiu que seria assim?
Os povos antigos que começaram a separar a semana em sete dias foram os babilônicos e os judeus. É provável que você tenha estudado – se vai lembrar, já é outra história – que os babilônicos criaram um calendário lunar, o que explica a divisão da semana em sete dias. Cada mês lunar é dividido em vários ciclos que nos permitem ver a Lua da sua forma mais minguante à mais cheia, certo? Cada um desses ciclos dura aproximadamente sete dias.
As fases da Lua não duram exatamente uma semana e é por isso que, por volta do século 6 a.C., tanto babilônicos quanto judeus costumavam ter um calendário com três semanas de sete dias e uma semana de oito ou nove dias, para sincronizar exatamente os dias da semana com as fases da Lua.
O sétimo dia da semana era considerado sagrado, tanto para os babilônicos quanto para os judeus – da mesma forma que muita gente ainda faz. Além disso, os babilônicos também acreditavam que o sétimo dia da semana era um dia de azar e que, por isso, era recomendável ficar em casa, para evitar que qualquer coisa ruim pudesse acontecer.
Os judeus acrescentaram ao calendário o dia sabático, que é uma palavra de origem hebraica e que significa “dia de descanso” – expressão também usada na Bíblia, na descrição da criação do mundo e do descanso divino no sétimo dia. Com o passar do tempo, aquela semana que tinha oito ou nove dias foi passando a ter somente sete, para que tudo ficasse igualzinho e para que o sétimo dia descanso fosse o último da semana.
Essa alteração foi oficializada pelo imperador Constantino, em 321 d.C. Devido à influência do Império Romano, o padrão foi adotado em praticamente todas as regiões o mundo e é mantido até os dias de hoje.






MOMENTO DE REFLEXÃO
  

(...) Tudo o que existe precisa dormir. O simples existir cansa. A se acreditar nos poetas e nas crianças, até mesmo as coisas.
Minha filha de quatro anos, olhando os vales e montanhas que se perdiam de vista nos horizontes de Campos do Jordão, fez-me essa pergunta metafísica: “Papai, as coisas não se cansam de serem coisas?’
Fernando Pessoa teve suspeita semelhante e escreveu: “Tenho dó das estrelas luzindo há tanto tempo,  há tanto tempo... Tenho dó delas. Não haverá um cansaço das coisas, de todas as coisas, como das pernas ou de um braço? Um cansaço de existir, de ser, só de ser, o ser triste, brilhar ou sorrir..”
Ele, poeta, estava cansado. Olhava para as estrelas que luziam havia tanto tempo e tinha dó delas. Elas deveriam estar muito cansadas. Suas pálpebras jamais se fechavam. Seus olhos estavam sempre abertos, sem poder dormir jamais...
Pergunto-me então se não haverá um simples cansaço de viver. Será que não chega o momento em que a vida diz, das profundezas do seu ser, como um pedido de socorro aos que entendem sua fala:
“Estou cansada. Quero dormir o grande sono...?”
Os especialistas na arte da tortura descobriram que uma das técnicas mais eficazes e discretas para se obter a confissão de um torturado era a de impedir que ele dormisse. Assentando numa poltrona confortável, o prisioneiro espera. O tempo passa em silêncio, sem interrogatório. Vem o sono. As pálpebras pesam e querem se fechar. Mas alguém que o vigia o sacode para impedir que ele durma. E assim o tempo vai passando. O desejo de dormir vai crescendo, as pálpebras pesam até um ponto insuportável. Nesse momento, a necessidade de dormir é tão terrível que o prisioneiro está pronto para confessar qualquer coisa só para poder dormir.
Foi coisa parecida que fizeram com a Eluana Englaro, mulher italiana com 38 anos de idade, dos quais 17 em vida vegetativa. Seu sono sem despertar dizia que ela desejava dormir. Mas os torturadores, a ciência, as leis e a religião lhe negavam esse direito. Obrigavam-na a continuar viva contra a vontade do seu corpo, que ansiava pelo grande sono. Ligaram seu corpo a máquinas que impediam que ela dormisse. Vivia mecanicamente.
Finalmente o direito de dormir lhe foi concedido. Fantasio que ela dormiu como uma criança, ouvindo a berceuse de Brahms.


 “Folha de S.Paulo”, 17 de fevereiro de 2009.

Nenhum comentário:

Postar um comentário