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LITURGIA DIÁRIA

LITURGIA DIÁRIA - REFLEXÕES E COMENTÁRIOS

Diário de Quinta-feira 28/03/2013



Quinta-feira, 28 de março de 2013.


“Você não pode evitar que os problemas batam à sua porta, mas não há necessidade de oferecer-lhes uma cadeira” (Joseph Joubert)

EVANGELHO DE HOJE

Jo 13,1-15


— O Senhor esteja convosco.

— Ele está no meio de nós.

— PROCLAMAÇÃO do Evangelho de Jesus Cristo, + segundo João

— Glória a vós, Senhor!


1Era antes da festa da Páscoa. Jesus sabia que tinha chegado a sua hora de passar deste mundo para o Pai; tendo amado os seus que estavam no mundo, amou-os até o fim.

2Estavam tomando a ceia. O diabo já tinha posto no coração de Judas, filho de Simão Iscariotes, o propósito de entregar Jesus.

3Jesus, sabendo que o Pai tinha colocado tudo em suas mãos e que de Deus tinha saído e para Deus voltava,

4levantou-se da mesa, tirou o manto, pegou uma toalha e amarrou-a na cintura.

5Derramou água numa bacia e começou a lavar os pés dos discípulos, enxugando-os com a toalha com que estava cingido.

6Chegou a vez de Simão Pedro. Pedro disse: “Senhor, tu me lavas os pés?” 7Respondeu Jesus: “Agora, não entendes o que estou fazendo; mais tarde compreenderás”.

8Disse-lhe Pedro: “Tu nunca me lavarás os pés!”

Mas Jesus respondeu: “Se eu não te lavar, não terás parte comigo”.

9Simão Pedro disse: “Senhor, então lava não somente os meus pés, mas também as mãos e a cabeça”.

10Jesus respondeu: “Quem já se banhou não precisa lavar senão os pés, porque já está todo limpo. Também vós estais limpos, mas não todos”.

11Jesus sabia quem o ia entregar; por isso disse: “Nem todos estais limpos”.

12Depois de ter lavado os pés dos discípulos, Jesus vestiu o manto e sentou-se de novo. E disse aos discípulos: “Compreendeis o que acabo de fazer? 13Vós me chamais Mestre e Senhor, e dizeis bem, pois eu o sou.

14Portanto, se eu, o Senhor e Mestre, vos lavei os pés, também vós deveis lavar os pés uns dos outros.

15Dei-vos o exemplo, para que façais a mesma coisa que eu fiz.


Palavra da Salvação

Glória a vós Senhor.


MEDITANDO O EVANGELHO

Alexandre Soledade

Bom dia! Certo dia (…). Amo isso!

Num jardim, caminhavam tranquilamente vários insetos e cada um vivia sua vida de acordo com suas funções e atribuições. Muitos olhavam na vida dos outros, coisas que mereciam ser copiadas. A minhoca queria ter as pernas no Sr. Gafanhoto, pois era tão difícil se locomover apenas perfurando buracos; a D. Aranha gostaria de ter menos pernas como a Srta. Pulga (que só tem uma), pois era muito caro comprar tantos tênis e sandálias (…). Como nós, nunca estamos por completo, satisfeitos com que temos.

“(…) O olhar do invejoso é mau; ele desvia o rosto e despreza sua alma. O olhar do avarento é insaciável a respeito da iniqüidade, só ficará satisfeito quando tiver ressecado e consumido a sua alma. O olhar maldoso só leva ao mal; não será saciado com pão, mas será pobre e triste em sua própria mesa“. (Ecesiastico14, 8-10)

Como em qualquer boa fábula, também existiam uma formiga e uma cigarra. A formiga pra variar, trabalhava, trabalhava e trabalhava (Marta, Marta! Risos). Ao subir para cortar um belo suculento broto de goiabeira, viu a uma cigarra pousar numa árvore e ali ficou. Dia após dia ela podia ver a cigarra ali parada – imóvel.

- Que cigarra imprestável e preguiçosa! Nem pra cantar presta! Assim suspirou a formiga.

Não agüentando mais ver o ócio daquela cigarra, resolveu então ir até a árvore e chamá-la atenção. Falar talvez que a vida não é somente isso. Que deveria começar a planejar sua vida, pois invernos viriam. Como vocês já sabem né? Papo de formiga! Chegando lá gritou:

- Ôh cigarra! Vai trabalhar! Mas esta nada respondeu!

Vendo a cena intrigante, uma cigarra, parou de cantar e perguntou o que estava acontecendo. A formiga rapidamente respondeu que a vida não era só isso e blá, blá, blá…

- Formiga! Realmente a vida não é só isso que vemos! Disse a cigarra. Você não conhece muito sobre a vida ainda.

-Como não sei!? Trabalho em prol da colônia desde que eu era uma ninfa – retrucou a formiga.

- Você não deve ter notado, mas esse ai sou eu. Afirmou a cigarra. Periodicamente precisamos abandonar o que é velho para poder crescer. Isso que você vê é a lembrança do que já fui. Cigarras não são formigas. Ao nascer ficamos debaixo da terra de 2 a 17 anos para poder então poder voar. Durante esse tempo, aprendemos que no momento certo, ganharíamos assas. E continuou:

- Nossa vida aqui fora é curta, por isso não paramos de cantar. Sei que nosso canto perturba, mas não tem como não nos ouvir. Fatalmente, um dia seremos alimento de outros, pois se me escondo acabo vivendo sugando árvores e como você diz, invernos virão e morrerei sem apresentar meu canto. Cantar para mim é a garantia de continuidade de minha espécie, pois nossas fêmeas não cantam, portanto elas se guiam por nosso canto. É a nossa missão, é o nosso trabalho.

“(…) Mas, se morrer, dará muito trigo. Quem ama a sua vida não terá a vida verdadeira; mas quem não se apega à sua vida, neste mundo, ganhará para sempre a vida verdadeira.”.

Criei essa fábula e deixo algumas reflexões:

1. Nem todos que nos cercam “cantam” a nossa canção, mas devemos continuar cantar para guiá-los para onde estamos indo;

2. Não sabemos de tudo! Temos muito ainda por aprender;

3. Preciso decidir entre “cantar” (anunciar, amar, perdoar, acolher) e sugar árvores (enterrar o talento, atrapalhar, criticar);

4. Se meu oficio é “esse canto” aceite abandonar de tempos em tempos a casca velha que não nos deixa crescer; muitos que foram convertidos e encontraram em Jesus uma razão para viver ainda são lembrados pela casca antiga. Que formigas como esta temos aos montes por ai;

5. Não tenhamos medo de ser “alimento” (referência) para os outros E TÃO POUCO DE LAVÁ-LOS OS PÉS;

6. A igreja espera, mais de 15 anos, para a criança deixar de ser “ninfa”, para poder ganhar asas e voz. Isso ela chamou de CRISMA. Quem é crismado é chamado a cantar.

Jesus cumpriu seu canto até o fim! Na humildade suprema foi elevado!

Um imenso abraço fraterno



MOMENTO DE REFLEXÃO

A manhã apenas despertara e o  homem se levantou.

Na tristeza com que se sentia  envolvido, olhou para a filha  doente, que gemia no leito pobre.

A esposa dormia e ele se preparou para sair antes que ela despertasse, com o mau humor habitual.

Seu rumo era o mercado, onde ele recolhia os frutos desprezados por aqueles que têm em demasia e desconhecem a dor do estômago vazio.

Um movimento inesperado, no entanto, lhe chamou a atenção.

Eram gritos, correria.

O povo se acotovelava formando um cortejo barulhento.

 Soldados da Roma dominadora e audaciosa conduziam um condenado à morte.

O homem parou a observar aquela cena e pensou que aquele prisioneiro era mais infeliz do que ele próprio.

Suas dores eram morais: doíam por dentro. Mas aquela criatura se apresentava machucada, sem forças, a carregar sobre os ombros um madeiro bruto e pesado. Seus passos eram vagarosos, como  num compasso desinfonia fúnebre.

 Arcado, a túnica que vestia se arrastava pelo chão, embaraçando-lhe os pés, dificultando-lhe, ainda mais, o caminhar.

O cireneu estava extático.

O homem estava sendo conduzido para o terrível suplício da cruz.

Era, sim, muito mais infeliz que ele próprio.

Nisto, a voz áspera de um dos soldados lhe ordenou auxiliar o condenado que caíra.

Não que o soldado se condoesse da sua dificuldade.

É que tinha pressa de se desvencilhar daquela tarefa.

O homem foi praticamente jogado para debaixo daquela madeira bruta, cheia de farpas.

Colocou o ombro ao lado do condenado e suspendeu o peso.

Sentiu uma dor profunda nos ombros e o olhar do auxiliado o penetrou.

Eram dois olhos de luz estampados numa face de sofrimento.

Jamais o cireneu haveria de esquecer aquele olhar.

A dor do ombro aumentava.

Logo adiante, o prisioneiro voltou a tropeçar e cair e as chicotadas da brutalidade o fizeram levantar-se.

Um pouco mais de tempo e o cireneu livrou-se do peso.

Agora o madeiro se transformara na cruz erguida para crucificar o condenado.

Aquele homem de cirene, conhecido como cireneu, aguardou que a morte do crucificado se consumasse.

Algo nele o atraía, magnetizava-o.

Quando tudo terminou foi para casa e, porque chegou de mãos vazias, a esposa o repreendeu.

Ele não revidou.

Uma paz diferente tomava conta dele.

A filha veio correndo e o abraçou:

Estou boa, papai!

O homem recordou aqueles dois olhos azuis que agradeceram seu auxílio, sem nada dizer.

Um perfume sem igual penetrou o lar pobre.
A mulher se enterneceu.

Uma delicada e sutil presença podia ser sentida pelos três.
A vida do cireneu se transformou.

Apesar das lutas e dissabores, nunca mais o fantasma do desespero fez morada em sua casa.

Curioso, no dia seguinte, foi perguntar a respeito da identidade do condenado.

Descobriu que ele se chamava

Jesus de Nazaré.

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