Domingo, 24 de março de 2013.
Ramos e Paixão do Senhor
Ramos e Paixão do Senhor
"Sem trabalho, toda vida apodrece.
Mas, sob um trabalho sem alma a
vida sufoca e morre." (Albert
Camus )
EVANGELHO DE HOJE
Lc 22,14-23,56
— O Senhor esteja convosco.
— Ele está no meio de nós.
— PROCLAMAÇÃO do Evangelho de Jesus
Cristo, + segundo João.
— Glória a vós, Senhor!
Naquele tempo, 1toda a multidão se
levantou e levou Jesus a Pilatos. 2Começaram então a acusá-lo, dizendo:
Ass.: “Achamos este homem fazendo
subversão entre o nosso povo, proibindo pagar impostos a César e afirmando ser
ele mesmo Cristo, o Rei”.
Leitor 1: 3Pilatos o interrogou:
Leitor 2: “Tu és o rei dos judeus?”
Leitor 1: Jesus respondeu, declarando:
Pres.: “Tu o dizes!”
Leitor 1: 4Então Pilatos disse aos
sumos sacerdotes e à multidão:
Leitor 2: “Não encontro neste homem
nenhum crime”.
Leitor 1: 5Eles, porém, insistiam:
Ass.: “Ele agita o povo, ensinando por
toda a Judeia, desde a Galileia, onde começou, até aqui”.
Leitor 1: 6Quando ouviu isto, Pilatos
perguntou:
Leitor 2: “Este homem é galileu?”
Leitor 1: 7Ao saber que Jesus estava
sob a autoridade de Herodes, Pilatos enviou-o a este, pois também Herodes
estava em Jerusalém naqueles dias. 8Herodes ficou muito contente ao ver Jesus,
pois havia muito tempo desejava vê-lo. Já ouvira falar a seu respeito e
esperava vê-lo fazer algum milagre. 9Ele interrogou-o com muitas perguntas.
Jesus, porém, nada lhe respondeu.
10Os sumos sacerdotes e os mestres da
Lei estavam presentes e o acusavam com insistência. 11Herodes, com seus
soldados, tratou Jesus com desprezo, zombou dele, vestiu-o com uma roupa
vistosa e mandou-o de volta a Pilatos. 12Naquele dia Herodes e Pilatos ficaram
amigos um do outro, pois antes eram inimigos.
13Então Pilatos convocou os sumos
sacerdotes, os chefes e o povo, e lhes disse:
Leitor 2: 14“Vós me trouxestes este
homem como se fosse um agitador do povo. Pois bem! Já o interroguei diante de
vós e não encontrei nele nenhum dos crimes de que o acusais; 15nem Herodes,
pois o mandou de volta para nós. Como podeis ver, ele nada fez para merecer a
morte. 16Portanto, vou castigá-lo e o soltarei”.
Leitor 1: 18Toda a multidão começou a
gritar:
Ass.: “Fora com ele! Solta-nos
Barrabás!”
Leitor 1: 18Barrabás tinha sido preso
por causa de uma revolta na cidade e por homicídio. 20Pilatos falou outra vez à
multidão, pois queria libertar Jesus. 21Mas eles gritavam:
Ass.: “Crucifica-o! Crucifica-o!”
Leitor 1: 22E Pilatos falou pela
terceira vez:
Leitor 2: “Que mal fez este homem? Não
encontrei nele nenhum crime que mereça a morte. Portanto, vou castigá-lo e o
soltarei”.
Leitor 1: 23Eles, porém, continuaram a
gritar com toda a força, pedindo que fosse crucificado. E a gritaria deles
aumentava sempre mais. 24Então Pilatos decidiu que fosse feito o que eles
pediam. 25Soltou o homem que eles queriam — aquele que fora preso por revolta e
homicídio — e entregou Jesus à vontade deles.
26Enquanto levavam Jesus, pegaram um
certo Simão, de Cirene, que voltava do campo, e impuseram-lhe a cruz para
carregá-la atrás de Jesus. 27Seguia-o uma grande multidão do povo e de mulheres
que batiam no peito e choravam por ele. 28Jesus, porém, voltou-se e disse:
Pres.: “Filhas de Jerusalém, não
choreis por mim! Chorai por vós mesmas e por vossos filhos! 29Porque dias virão
em que se dirá: ‘Felizes as mulheres que nunca tiveram filhos, os ventres que
nunca deram à luz e os seios que nunca amamentaram’. 30Então começarão a pedir
às montanhas: ‘Cai sobre nós! e às colinas: ‘Escondei-nos!’ 31Porque, se fazem
assim com a árvore verde, o que não farão com a árvore seca?”
Leitor 1: 32Levavam também outros dois
malfeitores para serem mortos junto com Jesus. 33Quando chegaram ao lugar
chamado “Calvário”, ali crucificaram Jesus e os malfeitores: um à sua direita e
outro à sua esquerda. 34Jesus dizia:
Pres.: “Pai, perdoa-lhes! Eles não
sabem o que fazem!”
Leitor 1: Depois fizeram um sorteio,
repartindo entre si as roupas de Jesus. 35O povo permanecia lá, olhando. E até
os chefes zombavam, dizendo:
Ass.: “A outros ele salvou. Salve-se a
si mesmo, se, de fato, é o Cristo de Deus, o Escolhido!”
Leitor 1: 36Os soldados também caçoavam
dele; aproximavam-se, ofereciam-lhe vinagre, 37e diziam:
Ass.: “Se és o rei dos judeus, salva-te
a ti mesmo!”
Leitor 1: 38Acima dele havia um
letreiro: “Este é o Rei dos Judeus”. 39Um dos malfeitores crucificados o
insultava, dizendo:
Leitor 3: “Tu não és o Cristo? Salva-te
a ti mesmo e a nós!”
Leitor 1: 40Mas o outro o repreendeu,
dizendo:
Leitor 4: “Nem sequer temes a Deus, tu
que sofres a mesma condenação? 41Para nós, é justo, porque estamos recebendo o
que merecemos; mas ele não fez nada de mal”.
Leitor 1: 42E acrescentou:
Leitor 4: “Jesus, lembra-te de mim,
quando entrares no teu reinado”.
Leitor 1: 43Jesus lhe respondeu:
Pres.: “Em verdade eu te digo: ainda
hoje estarás comigo no Paraíso”.
Leitor 1: 44Já era mais ou menos
meio-dia e uma escuridão cobriu toda a terra até as três horas da tarde, 45pois
o sol parou de brilhar. A cortina do santuário rasgou-se pelo meio, 46e Jesus
deu um forte grito:
Pres.: “Pai, em tuas mãos entrego o meu
espírito”.
Leitor 1: Dizendo isso, expirou.
Todos se ajoelham e ficam em silêncio
Leitor 1: 47O oficial do exército
romano viu o que acontecera e glorificou a Deus, dizendo:
Leitor 5: “De fato! Este homem era
justo!”
Leitor 1: 48E as multidões, que tinham
acorrido para assistir, viram o que havia acontecido e voltaram para casa,
batendo no peito. 49Todos os conhecidos de Jesus, bem como as mulheres que o
acompanhavam desde a Galileia, ficaram à distância, olhando essas coisas.
Palavra da Salvação
Glória a vós Senhor
MEDITANDO O EVANGELHO
Sem. Antonio Maldaner,
LC
A tradição da celebração do
Domingo de Ramos tem origem no século IV em Jerusalém, assim como muitas outras
festas. Os peregrinos guardavam viva memória do seu passo pela Terra Santa,
reproduzindo nos seus próprios países os costumes lá observados, de forma que
com o tempo se tornou costume universal.
Os ramos significam a vitória de
Cristo e dão um tom de alegria; representam o troféu da vitória de Cristo. No
entanto, quem O acompanha também compartilha a Sua glória, porque cada um leva
o seu ramo. Nessa procissão, na qual festejamos o triunfo de Cristo, não
podemos menos que estar felizes. O cristão deve seguir feliz a Cristo.
Cristo, neste Domingo de Ramos,
quer que sejamos felizes; se compraz vendo a nossa alegria. Santo Ireneu dizia:
“A glória de Deus é a vida do homem”. Essa é a Sua atitude quando estava
montado no burro: se regozijava escutando os cantos, o amor que lhe mostravam.
Todos estavam felizes porque seguiam a Cristo.
Já experimentamos o amor de Deus
na nossa vida? Eu tenho certeza que sim, especialmente nos momentos em que
tínhamos que eleger entre o bem e o mal, e ainda com angústia elegemos o bem.
Neste momento experimentamos uma grande alegria, porque fizemos aquilo que
Cristo faria. Somos felizes, porque seguimos a Cristo.
Pelo contrário, pensemos no
momento mais escuro da nossa vida, de insatisfação, de desesperança e de grande
tristeza. Talvez uma traição, uma briga, um engano, uma deslealdade.
Perguntemo-nos, então, se Cristo estava conosco. Logicamente não, porque Cristo
só quer a nossa felicidade e isso não é possível longe de Deus, que é Amor.
Cristo observa os nossos atos.
Nada é indiferente aos Seus olhos. Assumindo a condição de seguidor de Cristo,
serei profundamente feliz. “Quem der, nem que seja um copo de água fria, a um
destes pequeninos, por ser meu discípulo, em verdade vos digo que não perderá a
sua recompensa” (Mt 10,42).
Cristo, suportando a paixão e
morte na cruz, não buscava outra coisa que a nossa felicidade. Só neste
momento, é que tomou consigo o troféu: uma coroa de espinhas. Esse rei que vai
entrando entre aclamações de júbilo no Domingo de Ramos, é entronizado na cruz,
de onde julgará o mundo. Somente unidos à cruz de Cristo, seremos felizes.
Quem considera que a vida do
cristão, ou seja, do seguidor de Cristo, é uma vida triste, de puro sacrifício
e humilhação, está equivocado. O sacrifício estará presente, não importa se a
pessoa é cristã, budista ou muçulmana. Pelo menos seguindo a Cristo não será
outra coisa, senão feliz. Felicidade não como abandono ao vício, às
superficialidades da vida, mas como seguimento alegre de Cristo.
Acompanhemos de perto a Cristo nesta
Semana Santa. Não devemos fazê-lo como quem está sentado numa poltrona
assistindo a uma novela, ou seja, como telespectador passivo. Vivamos o
mistério como quem está dentro da cena. Efetivamente, estamos envolvidos; por
nós se realiza a Redenção. Sigamos a Cristo acompanhados de Maria, quem sofreu
terrivelmente, mas se alegrou como ninguém com a Ressurreição de Cristo.
Façamos o propósito de participar
com gozo profundo das celebrações do Tríduo Sacro: Sexta-Feira Santa, Sábado
Santo e Domingo de Ressurreição.
VÍDEO DA SEMANA
Encante-se com esta história da Páscoa contada pelas crianças
Encante-se com esta história da Páscoa contada pelas crianças
MOMENTO DE REFLEXÃO
Sempre quis saber o
que aconteceu com Barrabás depois que foi solto. O que fez ele enquanto Jesus
estava sendo crucificado? Como se sentiu ele? Sendo um revoltoso, ele havia
sido condenado à crucificação. A ambiguidade de Pilatos e a manipulação das
multidões pelos principais sacerdotes e anciãos, garantiram a liberdade para
Barrabás. Mas que tipo de liberdade pode a
pessoa ter quando sabe que alguém mais recebeu a sua sentença? Imagine o
que Barrabás teria feito com essa percepção espantosa. É possível, até que ele
tivesse tentado afogar o pensamento na bebida, procurando esquecer.
Por acaso Barrabás
se encontrou com Jesus? Não o sabemos. Alguns sugerem que Jesus foi colocado na
mesma prisão de Barrabás enquanto Pilatos decidia o que fazer para sair-se do
dilema que os dirigentes deIsrael lhe haviam apresentado. O que sabemos, porém,
é que Barrabás e Jesus amavam a Israel e queriam dar liberdade ao povo. Mas o
patriotismo deles se expressava de maneiras bem diferentes: Barrabás queria um
reino livre de Roma; Jesus queria um reino de Deus, livre do pecado. Um pedia o
poder militar, o outro exigia arrependimento e retidão.
Com os olhos da
mente posso ver o pânico refletido no rosto de Barrabás quando os terremotos
sacudiram Jerusalém e partiram o véu do templo. Encaminhou-se ele tropeçando em
direção ao Gólgota? Se o fez, teve de olhar no rosto do Salvador. Posso ouvi-lo
gritar a confissão angustiada: "Ó Deus, essa cruz era minha! E Ele a levou
por mim!"

Agradeça a Deus por
esse tão grande sacrifício, aceite essa salvação gratuita que Ele oferece e não
esqueça: Jesus deu a vida, morreu a morte eterna em teu e meu lugar. A cruz não
era dÊle. Era de Barrabás, era sua, era minha...
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