Quinta-feira
17 de novembro de 2016
“Eterno, é
tudo aquilo que dura uma fração de segundo, mas com tamanha intensidade, que se
petrifica, e nenhuma força jamais o resgata! Carlos Drummond de Andrade
EVANGELHO
DE HOJE
Lc 19,41-44
— O Senhor
esteja convosco.
— Ele está
no meio de nós.
—
PROCLAMAÇÃO do Evangelho de Jesus Cristo, + segundo Lucas.
— Glória a
vós, Senhor!
Naquele
tempo, 41quando Jesus se aproximou de Jerusalém e viu a cidade, começou a
chorar. E disse: 42“Se tu também compreendesses hoje o que te pode trazer a
paz! Agora, porém, isso está escondido aos teus olhos! 43Dias virão em que os
inimigos farão trincheiras contra ti e te cercarão de todos os lados. 44Eles
esmagarão a ti e a teus filhos. E não deixarão em ti pedra sobre pedra. Porque
tu não reconheceste o tempo em que foste visitada”.
Palavra da
Salvação
Glória a vós
Senhor.
MEDITAÇÃO
DO EVANGELHO
Padre
Antonio Queiroz
Se
tu também compreendesses hoje o que te pode trazer a paz!
Neste
Evangelho, Jesus faz uma lamentação sobre Jerusalém, a cidade santa, que
abrigou tantos profetas, patriarcas e outros enviados de Deus. Entretanto,
agora, não quis acolher o Messias, aquele que lhe pode trazer a paz.
Os
olhos dos seus habitantes se fecharam, seu coração se endureceu e fizeram da
cidade um centro de exploração e opressão do povo. Enveredaram por um caminho
que é o avesso da paz.
Por
isso, Jerusalém será destruída. Não quis reconhecer a visita de Deus e a
ocasião para mudar as próprias estruturas injustas. Não quis abrir-se ao apelo
do Messias, que pede a conversão.
Em
outra ocasião, no encontro com a samaritana, Jesus disse algo semelhante: “Se
tu conhecesses o dom de Deus e quem é aquele que te diz: Dá-me de beber, tu lhe
pedirias e ele te daria água viva!” (Jo 4,10).
Se
também nós conhecêssemos e valorizássemos o tesouro que nos foi dado, que é
Jesus e o seu Reino, com certeza o mundo seria melhor. “Se a gente
compreendesse o amor que Deus nos dá, o inferno poderia se acabar!” (Refrão de
um canto das Comunidades cristãs).
A
conversão é como uma pedra que cai em um lago; as ondas vão se alargando, até
atingir todo o lago. A nossa conversão também é expansiva e faz o mundo ser
melhor. Mas para isso ela tem de ser decidida, generosa e transportada para a
nossa prática do dia-a-dia.
O
próprio Deus reclama: “O meu povo abandonou a mim, fonte de água viva, e cavou
para si cisternas rachadas, que não retêm a água!” (Jr 2,13). Essas cisternas
rachadas são os caminhos falsos de felicidade que o mundo nos apresenta.
Muitas
vezes, o que emperra a nossa conversão não é a recusa direta da Lei de Deus,
mas a tibieza e a mediocridade. É ficar no meio do caminho. “Conheço a tua
conduta. Não és frio nem quente. Oxalá fosses frio ou quente! Mas, porque és
morno, nem frio nem quente, estou para vomitar-te de minha boca” (Ap 3,15).
O
mundo precisa de pessoas definidas na fé. A indefinição diante de Deus é pior
que a negação dele. “Não podeis servir a dois senhores”. “Nem todo aquele que
me diz: Senhor! Senhor!, entrará no Reino dos Céus, mas só aquele que põe em
prática a vontade de meu Pai que está nos céus” (Mt 7,21).
Veja
o que Deus fala ao seu povo: “Extrairei do seu corpo o coração de pedra e lhes
darei um coração de carne, de modo que andem segundo minhas leis, observem e
pratiquem meus preceitos. Assim serão o meu povo e eu serei o seu Deus” (Ez
11,19-20).
Certa
vez, um homem estava procurando algo, cuidadosamente, debaixo de um poste
iluminado, altas horas da noite. Passou um amigo e lhe perguntou o que estava
procurando. “Perdi a chave de casa e estou procurando-a”, respondeu aquele
homem preocupado. O amigo, solidário, começou a procurar também.
O
tempo passou e, mais de uma hora depois, o amigo perguntou por perguntar: “Você
tem certeza que foi aqui mesmo que você perdeu a chave?” E aquele homem,
tranquilamente, respondeu lamentando-se: “Não! Eu perdi mesmo foi perto daquele
outro poste... mas lá está sem luz e não dá para eu procurar!”
É
comum acontecer algo semelhante no nosso trabalho de conversão. As partes mais
difíceis do Evangelho, que nós claramente não seguimos, deixamos para depois, e
vamos atacar outros pontos bem mais fáceis. Precisamos por o remédio na ferida,
mesmo que doa; atacar o pecado onde ele está.
Que
Maria Santíssima interceda junto de Deus, para que ele transforme o nosso
coração de pedra em um coração de carne, aberto à conversão.
Se
tu também compreendesses hoje o que te pode trazer a paz!
MUNDO
ANIMAL
Como escolher um veterinário para
seu bicho de estimação?
Um
estudante que tinha acabado de ingressar no curso de veterinária da Unicastelo
(Universidade Camilo Castelo Branco) foi submetido a um trote violento.
Em
depoimento à SSP (Secretaria de Segurança Pública), a vítima disse que os
veteranos teriam arrancado sua roupa e seus tênis e dado tapas em seu rosto.
Logo depois, ele foi obrigado a ingerir bebidas alcoólicas, pedir dinheiro,
fumar e até tomar álcool combustível.
Tal
fato é preocupante para quem procura profissionais de confiança para tratar da
saúde dos pets. Giovanna Saad, dona de dois cães e um gato, confessa que depois
de acompanhar os fatos ocorridos na universidade, logo imaginou a credibilidade
de seu veterinário.
–
Isto é um absurdo! Se estão vindo profissionais assim para o mercado, nós temos
que tomar cuidado, pois eles não são qualificados para cuidar de bichos, não
acham?
Pensando
nisso, o R7 conversou com os veterinários Zohair Saliem Sayegh, vice-presidente
da Sociedade Paulista de Medicina Veterinária, e Mário Marcondes, diretor
clínico Hospital Veterinário Sena Madureira, de São Paulo. Veja o que os especialistas
recomendam na hora de escolher um bom profissional:
–
Observe se o veterinário trabalha em um ambiente que possa oferecer segurança à
saúde do animal e também se a clínica ou consultório estão regularizados. Nem
sempre um pet shop bonito e bem decorado é sinônimo de credibilidade.
–
Analise as condições de higiene do local e a disponibilidade de trabalho em
períodos fora da rotina. O melhor é optar por clínicas que se disponibilizem a
atender o pet o horário que for preciso.
–
Tem que haver empatia entre o dono do bicho e o veterinário.
–
As colocações do veterinário devem ser sempre precisas e ele deve sempre
esclarecer as dúvidas dos donos. Não saia da consulta com duvidas sobre um
provável diagnóstico ou tratamento.
–
Os tratamentos devem ser claros. Os donos devem rejeitar fórmulas e
medicamentos secretos.
–
Repare no comportamento do bicho. Além do dono, os animais devem se sentir
confortáveis com a presença do veterinário.
–
Logicamente, observe se o profissional tem diploma.
MOMENTO
DE REFLEXÃO
Acabo
de embarcar em Congonhas depois de passar quase duas horas no aeroporto
tentando fazer a coisa que mais amo no mundo, que é ler. Digo “tentando” porque
não consegui. E não consegui por um motivo básico: excesso de barulho. Com um
detalhe: o livro que eu estava tentando ler, do alemão Eckhart Tolle, se chama
“O Poder do Silêncio”. Suprema ironia...
Muito
se tem falado (mais uma ironia) sobre a importância do silêncio para as nossas
vidas. Mesmo assim, ele está cada vez mais raro. Restaurantes com tevês
ligadas, praias paradisíacas que deixam de ser paradisíacas por causa da música
“ambiente” tocada nas barracas, trânsito agressivamente ruidoso – o repertório
de barulhos é vasto e implacável. Mas o que mais me chama a atenção é que, pra
completar essa loucura toda, nós não conseguimos ficar calados. Nos espaços
públicos, onde antes a gente conversava com mais comedimento, falando pouco e
baixo, hoje a gente fala, fala e fala... e fala alto, quase sempre.
Fiquei
andando pelo aeroporto, procurando um cantinho mais quieto. Não existe. Se as
pessoas estão acompanhadas, conversam alto entre elas. Se estão sozinhas,
claro, falam no celular – alto, também. O fato é que ver alguém de boca fechada
ou falando baixo é uma raridade.
Fiquei
pensando como seria bom se nos lugares públicos existissem espaços separados
para os falantes e os não-falantes. Uma ala onde os que gostam de barulho podem
falar alto e sem parar – inclusive (ou principalmente) no celular. E outra ala
onde os que preferem o silêncio (pelo menos naquele momento) podem ler, pensar
na vida ou não pensar em nada. Eventualmente, podem até falar – mas baixo.Logo
agora que a briga entre fumantes e não-fumantes está pegando fogo (sem
trocadilho), venho dar uma sugestão dessas. Daqui a pouco apanho... Mas apanho
por uma boa causa, porque amo o silêncio. Aprendo com ele, me renovo nele,
sonho, viajo.
Há
pouco tempo, na minha viagem pra Índia, fiquei surpresa quando cheguei em
Dharamshala, cidade onde mora o Dalai Lama, e vi os monges pelas ruas e nos
jardins do mosteiro falando sem parar ao celular. Ali, aos pés do Himalaia,
numa espécie de paraíso budista, um lugar que inspira quietude e serenidade,
pra qualquer canto que você olhe tem um monge conversando animadamente no
celular, como se estivesse no aeroporto de Congonhas.
Em Dharamshala, perdi as
esperanças. E vi que, por algum motivo, estamos fugindo desesperadamente do
silêncio. Talvez porque ele, mais do que qualquer outra coisa, nos leva pra
dentro de nós – um lugar que cada vez nos interessa menos e onde menos queremos
chegar.
Leila
Ferreira
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