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LITURGIA DIÁRIA

LITURGIA DIÁRIA - REFLEXÕES E COMENTÁRIOS

Diário de Terça-feira 27/10/2015


Terça-feira, 27 de outubro de 2015


Dê sempre o melhor. E o melhor virá. (Madre Teresa de Calcutá)


EVANGELHO DE HOJE
Lc 13,18-21

— O Senhor esteja convosco.
— Ele está no meio de nós.
— PROCLAMAÇÃO do Evangelho de Jesus Cristo, + segundo Lucas.
— Glória a vós, Senhor!


E Jesus dizia: “A que é semelhante o Reino de Deus, e com que poderei compará-lo? É como um grão de mostarda que alguém pegou e semeou no seu jardim: cresceu, tornou-se um arbusto, e os pássaros do céu foram fazer ninhos nos seus ramos”. Jesus disse ainda: “Com que mais poderei comparar o Reino de Deus? É como o fermento que uma mulher pegou e escondeu em três porções de farinha, até tudo ficar fermentado”.



Palavra da Salvação
Glória a vós Senhor







MEDITAÇÃO DO EVANGELHO
Alexandre Soledade

Bom dia!

Certa vez os fariseus perguntaram a Jesus quando veriam ou viria o reino de Deus. Ele responde algo inusitado: “Ele já esta no meio de vós”!

“(…) Os fariseus perguntaram um dia a Jesus quando viria o Reino de Deus. Respondeu-lhes: O Reino de Deus não virá de um modo ostensivo. Nem se dirá: Ei-lo aqui; ou: Ei-lo ali. POIS O REINO DE DEUS JÁ ESTÁ NO MEIO DE VÓS”. (Lucas 17, 20-21)

Vamos tentar somar as pistas:

“Ele esta no meio de nós”;

Parece um “grão de mostarda”;

É o fermento a ser espalhado na massa…

Uma observação: Fico imaginando sovar massa para espalhar esse fermento de forma homogênea. Alguns estudiosos fazem uma analogia dessas três medidas de fermento às virtudes teologais: A fé, a esperança e o amor.

Muitas vezes (mais de 90 vezes) o fermento é usado na bíblia como símbolo de algo mal, algo a ser evitado, (…), mas Jesus apresenta, nesse exemplo, um reino de Deus (fermento) que paira ou reside homogeneamente dentro dessas três medidas; Ele é algo tão pequeno, mas que consegue fazer crescer a massa ao ponto de não sobrar espaço na fôrma; é algo que preenche por completo nossas vidas.

O reino de Deus esta dentro de nós e intimamente ligado a nossos valores mais íntimos. Ele esta também no irmão que persevera na fé, na esperança e no amor ao próximo. Ele não esta apenas em uma virtude, mas como diz a analogia da palavra, sovado e pulverizado entre elas, sendo assim, não faz diferença quantos talentos ou dons tem, pois o que importa é o quanto ele esta sovado na massa

O reino de Deus esta na fé perseverante de quem insiste em levantar, mesmo que o dia, o momento, a situação lhe pareça adversa; Ele esta na esperança que resiste ao tempo, aos prognósticos, as suposições, superstições; Ele também esta no gesto de amor ao próximo simbolizado pelo perdão, na caridade verdadeira, nos gestos de carinho, no afago, no preocupar-se, (…).

Deus esta na lágrima de quem assiste a um programa de TV e chora a toa; é Ele que nos move a levantar no ônibus e ceder o lugar a alguém que precisa mais que eu; É Ele que nos ensina o que falar a quem mais precisa ouvir. Ele esta na criança contente; no sorriso do meu (do seu) filho (a), na paz lá de casa. Ele assiste nossas falhas, vê nossos erros; dá-nos sinais, se revela no outro; ensina-nos, nos guarda, nos protege, (…) Deus esta em todo lugar. Sovado nessa massa!

“(…) Que comparação poderei usar para o Reino de Deus”?

Deus esta na criança pobre que consegue estudar; no velho que consegue ainda ter forças para ajudar seus filhos a criar seus netos; é a força que nos faz superar a depressão, o pânico, (…); Ele esta na alegria por uma meta cumprida; na aprovação do vestibular, na força de tentar mais uma vez após um insucesso.

Deus esta na “dó” (misericórdia) que temos por uma árvore cortada ou arrancada, no sentimento de um animal ferido; no grito de um faminto. Deus esta no mendigo deitado na calçada, no irmão protestante, no ateu, no judeu…

Na tempestade, Deus não estava no vento, mas no recomeço; Na morte, Deus não estava dor, mas agarrado as lágrimas; Na cegueira, Deus não esta nos olhos, mas num coração que mesmo assim encontra o caminho de casa; Na favela, Deus não estava na bala perdida, e sim ao seu lado como sempre estará

Realmente. Deus esta sovado na massa!

Quem é essa massa preparada com tanto esmero?

“(…) O Senhor Deus FORMOU, POIS, O HOMEM DO BARRO DA TERRA, e inspirou-lhe nas narinas um sopro de vida e o homem se tornou um ser vivente“. (Genesis 2, 7)

Deus sovou seu amor dentro de nós! Agradeçamos por um instante pelo dia de hoje.

Um imenso abraço fraterno.






COMPORTAMENTO

Livros de colorir para adultos: a nova mania
Calila Galvão


Quem aqui pensa que pintar desenhos num papel é apenas coisa de criança engana-se. Ultimamente é possível ver nas redes sociais várias pessoas postando fotos de seus livros de pintura coloridos. Tem se tornado uma técnica relaxante e de tão boa tende a viciar.
Os livros de colorir para adultos já venderam milhares de cópias no mundo todo. As imagens são basicamente de jardins extremamente detalhados e quando você terminar a sua página parecerá o vitral de uma igreja. Os benefícios que esse tipo de exercício artístico traz justifica o tamanho da fama.

Os benefícios dos livros de colorir para adultos
O grande diferencial desse novo passatempo é que ele exige paciência, concentração e atenção aos detalhes. Todas essas coisas costumam ser perdidas no nosso cotidiano pela nossa rotina. Parece que temos o Coelho Branco gritando nos nossos ouvidos “é tarde, é tarde, é tarde” e com isso deixamos as pequenas coisas da vida passarem despercebidas.
Entre os muitos benefícios que os livros para colorir podem trazer podemos citar a redução da ansiedade, muito comum nos tempos de hoje, melhora da concentração, aumenta da criatividade que acaba por ativar uma parte do cérebro que para muitos estava sedentária, aumento dos níveis de tolerância e frustração e combate ao estresse.

Outro benefício importante é o aumento da socialização. Até mesmo os tímidos vão querer compartilhar o seu progresso na pintura. Através de fotos no Facebook e Instagram é possível ver o progresso dos amigos e conhecidos e descobrir novas técnicas para realizar a sua obra de arte.

Como tudo começou

Uma versão mais interativa na literatura começou com o livro Destrua Este Diário da autora canadense Keri Smith. Depois disso não pararam de surgir versões de livros que apresentavam uma nova roupagem de conexão com os leitores. Mas, a grande pioneira dos livros de colorir para adultos foi a designer gráfica e britânica Johanna Basford.

Basford sempre foi muito elogiada pelos desenhos que fazia que eram basicamente em preto e branco e muitos a incentivaram a expô-los. Depois de alguns trabalhos com a Sony e a Absolut Vodka o sucesso começou e ela passou a disponibilizar alguns desenhos de forma gratuita como papel de parede para computador.

Saiba como usar as cores a favor do seu humor.

Os dois livros de Johanna são Floresta Encantada e Jardim Secreto. Este foi inspirado nos jardins do castelo escocês de Brodick, onde o avô da autora trabalhou como jardineiro durante muitos anos. Já o Floresta Encantada veio logo em seguida inspirado na floresta que cresceu ao redor da casa dos avós de Basford.

Quem mais aderiu aos livros de colorir para adultos?

Bom, vários outros autores, inspirados pelo sucesso de Johanna, resolveram criar os seus próprios livros de colorir para adultos e são opções para todos os tipos e gostos. Até mesmo várias blogueiras entraram na onda como Lia Camargo, Priscila Paes, Isabella, Gabriela Cadamuro, Cynthia Rachel e outras.







MOMENTO DE REFLEXÃO


O perigo da viagem mora nas malas. Elas podem nos impedir de apreciar a beleza que nos espera. Experimento na carne a verdade das palavras, mas não aprendo. Minhas malas são sempre superiores às minhas necessidades. É por isso que minhas partidas e chegadas são mais penosas do que deveriam.
Ando pensando sobre as malas que levamos...
 Elas são expressões dos nossos medos. Elas representam nossas inseguranças. Olho para o viajante com suas imensas bagagens e fico curioso para saber o que há dentro das estruturas etiquetadas. Tudo o que ele leva está diretamente ligado ao medo de necessitar. Roupas diversas; de frio, de calor – o clima pode mudar a qualquer momento! – remédios, segredos, livros, chinelos, guarda chuva – e se chover? –, cremes, sabonetes, ferro elétrico – isso mesmo! – Microondas? – Comunique-me, por favor, se alguém já ousou levar.
O fato é que elas representam nossas inseguranças. Digo por mim. Sempre que saio de casa levo comigo a pretensão de deslocar o meu mundo. Tenho medo do que vou enfrentar. Quero fazer caber no pequeno espaço a totalidade dos meus significados. As justificativas são racionais. Correspondem às regras do bom senso, preocupações naturais para quem não gosta de viver privações.
Nós nos justificamos. Posso precisar disso, posso precisar daquilo...
Olho ao meu redor e descubro que as coisas que quero levar não podem ser levadas. Excedem aos tamanhos permitidos. Já imaginou chegar ao aeroporto carregando o colchão para ser despachado?
As perguntas são muitas... E se eu tiver vontade de ouvir aquela música? E o filme que costumo ver de vez em quando, como se fosse a primeira vez?
Desisto. Jogo o que posso no espaço delimitado para minha partida e vou. Vez em quando me recordo de alguma coisa esquecida, ou então, inevitavelmente concluo que mais da metade do que levei não me serviu pra nada.
É nessa hora que descubro que partir é experiência inevitável de sofrer ausências. E nisso mora o encanto da viagem. Viajar é descobrir o mundo que não temos. É o tempo de sofrer a ausência que nos ajuda a mensurar o valor do mundo que nos pertence.
E então descobrimos o motivo que levou o poeta cantar: “Bom é partir. Bom mesmo é poder voltar!” Ele tinha razão. A partida nos abre os olhos para o que deixamos. A distância nos permite mensurar os espaços deixados. Por isso, partidas e chegadas são instrumentos que nos indicam quem somos, o que amamos e o que é essencial para que a gente continue sendo. Ao ver o mundo que não é meu eu me reencontro com desejo de amar ainda mais o meu território. É conseqüência natural que faz o coração querer voltar ao ponto inicial, ao lugar onde tudo começou.
É como se a voz identificasse a raiz do grito, o elemento primeiro.
Vida e viagens seguem as mesmas regras. Os excessos nos pesam e nos retiram a vontade de viver. Por isso é tão necessário partir. Sair na direção das realidades que nos ausentam. Lugares e pessoas que não pertencem ao contexto de nossas lamúrias... Hospitais, asilos, internatos...
Ver o sofrimento de perto, tocar na ferida que não dói na nossa carne, mas que de alguma maneira pode nos humanizar.
 Andar na direção do outro é também fazer uma viagem. Mas não leve muita coisa. Não tenha medo das ausências que sentirá. Ao adentrar o território alheio, quem sabe assim os seus olhos se abram para enxergar de um jeito novo o território que é seu. Não leve os seus pesos. Eles não lhe permitirão encontrar o outro. Viaje leve, leve, bem leve. Mas se leve.


Padre Fábio de Melo

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