Quinta-feira,
01 de outubro de 2015
"Uma
raça, cujo espírito não defende o seu solo e o seu idioma, entrega a alma ao
estrangeiro, antes de ser por ele absorvida." ( Rui Barbosa )
EVANGELHO
DE HOJE
Lc 10,1-12
— O Senhor
esteja convosco.
— Ele está
no meio de nós.
—
PROCLAMAÇÃO do Evangelho de Jesus Cristo, + segundo Lucas.
— Glória a
vós, Senhor!
Naquele
tempo:
1O Senhor
escolheu outros setenta e dois discípulos
e os enviou
dois a dois, na sua frente,
a toda
cidade e lugar aonde ele próprio devia ir.
2E
dizia-lhes: 'A messe é grande,
mas os
trabalhadores são poucos.
Por isso,
pedi ao dono da messe
que mande
trabalhadores para a colheita.
3Eis que vos
envio como cordeiros para o meio de lobos.
4Não leveis
bolsa, nem sacola, nem sandálias,
e não
cumprimenteis ninguém pelo caminho!
5Em qualquer
casa em que entrardes, dizei primeiro:
'A paz
esteja nesta casa!'
6Se ali
morar um amigo da paz,
a vossa paz
repousará sobre ele;
se não, ela
voltará para vós.
7Permanecei
naquela mesma casa,
comei e
bebei do que tiverem,
porque o
trabalhador merece o seu salário.
Não passeis
de casa em casa.
8Quando
entrardes numa cidade e fordes bem recebidos,
comei do que
vos servirem,
9curai os
doentes que nela houver
e dizei ao
povo: 'O Reino de Deus está próximo de vós.'
10Mas,
quando entrardes numa cidade
e não fordes
bem recebidos,
saindo pelas
ruas, dizei:
11Até a
poeira de vossa cidade, que se apegou aos nossos pés,
sacudimos
contra vós.
No entanto,
sabei que o Reino de Deus está próximo!
12Eu vos
digo que, naquele dia,
Sodoma será
tratada com menos rigor do que essa cidade.
Palavra da
Salvação
Glória a vós
Senhor
MEDITAÇÃO
DO EVANGELHO
Alexandre Soledade
Bom
dia!
Vamos
abordar três pontos…
Muitas
pessoas associam esse evangelho a diferenças religiosas. Imaginam aquele irmão
que passa de porta em porta a anunciar sua fé e se mal recebido declara aos
ventos que nem a poeira das sandálias ficará. Se certo ou errado aquela pessoa
queria apenas dizer que “(…) O Reino de Deus chegou até vocês”.
Mesmo
nos batendo à porta nos horários mais inconvenientes, bastaria para nós dizer:
“Sim irmão, ele já chegou! Vá em paz”! Como é que normalmente respondemos? Não
estou aqui dizendo que devemos ouvir e acatar tudo falam ou nos entregam nas
portas, nas ruas, nas praças, mas pelo menos não sermos mal educados com quem
leva uma mensagem positiva de casa em casa. Filtremos bem os proselitistas!
“(…)
Por essa razão, incentivo-vos a prosseguir dando passos positivos nesta
direção, como é o caso do diálogo com as igrejas e comunidades eclesiais
pertencentes ao Conselho Nacional das Igrejas Cristãs, que com iniciativas como
a Campanha da Fraternidade Ecumênica ajudam a promover os valores do Evangelho
na sociedade brasileira”. (BENTO XVI)
Outro
ponto…
Os
judeus possuíam muitos rituais particulares, hoje talvez déssemos o nome de
costume, hábitos, crendices, (…). Era, portanto um ritual particular, onde
todos ao saíssem da sua região para outra sendo esta pagã ou descrente, ao
retornarem não trouxessem (simbolicamente) nada daquele lugar onde não
aceitavam a Deus. O gesto era sacudir as sandálias como que dissessem: “não
trago nem o pó dessa terra”!
A
sabedoria do povo judeu não se limitava a costumes. Talvez dissessem hoje:
“QUANDO VOLTAR PARA CASA, À NOITE, VINDO DO TRABALHO, NÃO DESCONTE SEU CANSAÇO
E SUAS INSATISFAÇÕES NA SUA FAMÍLIA”!
A
nossa vida nem sempre é aquela que sonhamos ou idealizamos. Ela é cheia de
altos e baixos, coisas boas e não tão boas. Padre Léo dizia que temos a grata
mania de olhar NOSSOS problemas com lentes de aumento, os tornado assim maiores
do que são. Passamos, talvez inconscientemente, a responder a insatisfação ou a
frustração com desamor, rancor, ranzinzes, (…). Essa poeira não deve voltar
para casa!
“(…)
Provai e vede como o Senhor é bom, feliz o homem que se refugia junto dele.
Reverenciai o Senhor, vós, seus fiéis, porque nada falta àqueles que o temem.
Os poderosos empobrecem e passam fome, mas aos que buscam o Senhor nada lhes
falta. Vinde, meus filhos, ouvi-me: eu vos ensinarei o temor do Senhor. Qual é
o homem que ama a vida, e deseja longos dias para gozar de felicidade? Guarda
tua língua do mal, e teus lábios das palavras enganosas. Aparta-te do mal e
faze o bem, busca a paz e vai ao seu encalço. Os olhos do Senhor estão voltados
para os justos, e seus ouvidos atentos aos seus clamores”. (Salmo 33, 9-14)
Católicos
ou evangélicos (mesmo sem aceitar isso) agradecem a São Jerônimo por seu
investimento, seu tempo, disposição e sabedoria em traduzir a Bíblia para que mais
que 72 pudessem ir de porta em porta, de casa em casa e dizer: “Que a paz
esteja nesta casa!”
Um
imenso abraço fraterno.
MUNDO
ANIMAL
Enriquecimento
Ambiental: que benefícios traz? Como fazer?
É
muito comum ouvir histórias de cães que destroem os objetos dos donos quando
estão sozinhos ou não. Mas você já chegou a pensar que eles ficam um tempão
dentro de casa, sem nada para fazer, enquanto você sai para trabalhar? São,
pelo menos, oito horas por dia! Obviamente, os cães vão procurar alguma coisa
para fazer quando se sentem entediados. E, geralmente, o que eles encontram
pela frente são os pés das cadeiras, a almofada, o chinelo, a meia etc...
Por
isso, neste artigo, vamos falar de enriquecimento ambiental. O objetivo é criar
um ambiente interativo, com atividades importantes para ocupar a mente e o
corpo. Enriquecer o ambiente é pensar em criar atividades, já que na natureza
eles estariam caçando, brincando com outros cães, acasalando etc. gastando seu
tempo e energia. É natural que eles procurem o que fazer. Por isso, o mais
saudável é oferecer alternativas para que eles possam conviver com os humanos
de uma forma mais adequada e equilibrada.
Podemos
começar escondendo a ração ou petiscos caninos pela casa: o cão teria que
procurar sua comida atrás do sofá, do lado do armário, debaixo da cama... E
ainda teria que tentar farejar o caminho que o dono fez para esconder a comida!
Podemos também colocar a comida dentro de uma garrafa pet com furos. Ele
precisaria interagir com a garrafa para que a comida caia. Podemos usar caixas
de papelão no lugar da garrafa pet também. No início, facilite a brincadeira e
vá aumentando gradativamente o nível de dificuldade, diminuindo os buracos da
garrafa ou escondendo em lugares mais difíceis. Existem alguns brinquedos
especiais que podem ser encontrados em pet shops com a mesma finalidade.
Alguns
cães, além de procurar a comida, também irão destruir a garrafa pet e a caixa
de papelão. Para eles, podemos oferecer mais algumas alternativas que podem ser
destruídas, como coco verde (eles adoram descascar), ossos e brinquedos
próprios para serem destruídos. Procure sempre supervisionar essas
brincadeiras, que podem se tornar perigosas caso o seu cão seja daqueles que
engole tudo o que vê pela frente!
Passeios
e atividade física também são importantes para o enriquecimento ambiental e
mental. Ensinar o cão a buscar objetos e interagir com as pessoas e caminhadas
pelo parque para estimular a sociabilização são atividades importantes para que
o cachorro tenha uma vida mais equilibrada.
Todos
os animais precisam de enriquecimento ambiental: pássaros, gatos, coelhos etc.
Por isso, sempre pense em dar uma qualidade de vida melhor para o seu bichinho
e, se for o caso, consulte um veterinário e um especialista em comportamento
animal para auxiliar na escolha das melhores atividades. Muitos problemas
comportamentais podem melhorar ou até ser evitados com a introdução do
enriquecimento ambiental. Por isso, vale muito a pena proporcionar estas atividades
ao seu pet.
Texto:
Tatiane Ichitani (consult. de comportamento da Cão Cidadão) Revisão e Edição:
Alex Candido
MOMENTO
DE REFLEXÃO
Depois
de muito meditar sobre o assunto concluí que os casamentos (relacionamentos)
são de dois tipos: há os casamentos do tipo Tênis e há os casamentos do tipo
Frescobol.
Os casamentos do tipo tênis são uma fonte de
raiva e ressentimentos e terminam mal. Os casamentos do tipo Frescobol são uma
fonte de alegria e têm a chance de ter vida longa. Explico-me.
Para começar, uma afirmação de Nietzche, com a
qual concordo inteiramente. Dizia ele: "Ao pensar sobre a possibilidade do
casamento, cada um deveria se fazer a seguinte pergunta:
"Você
crê que seria capaz de conversar com prazer com esta pessoa até sua
velhice?"
Tudo
o mais no casamento é transitório, mas as relações que desafiam o tempo são
aquelas construídas sobre a arte de conversar.
Sherezade sabia disso. Sabia que os casamentos
baseados nos prazeres da cama são sempre decapitados pela manhã, e terminam em
separação, pois os prazeres do sexo se esgotam rapidamente, terminam na morte,
como no filme O Império dos
Sentidos.
Por isso, quando o sexo já estava morto na cama, e o amor não mais se podia
dizer através dele, Sherezade o ressuscitava pela magia da palavra: começava
uma longa conversa sem fim, que deveria durar mil e uma noites. O sultão se
calava e escutava as suas palavras como se fossem música. A música dos sons ou
da palavra - é a sexualidade sob a forma da
eternidade:
é o amor que ressuscita sempre, depois de morrer. Há os carinhos que se fazem
com o corpo e há os carinhos que se fazem com as palavras.
E contrariamente ao que pensam os amantes
inexperientes. Fazer carinho com as palavras não é ficar repetindo o tempo
todo:
"Eu
te amo". Barthes advertia: "Passada a primeira confissão, eu te amo
não quer dizer mais nada". É na conversa que o nosso verdadeiro corpo se
mostra, não em sua nudez anatômica, mas em sua nudez poética. Recordo a
sabedoria de Adélia
Prado:
"Erótica é a alma".
Tênis
é um jogo feroz. O objetivo é derrotar o adversário. E a sua derrota se revela
no seu erro: O outro foi incapaz de devolver a bola. Joga-se tênis para fazer o
outro errar. O bom jogador é aquele que tem a exata noção do ponto fraco do seu
adversário, é justamente para aí que ele vai dirigir sua cortada. Palavra muito
sugestiva - que indica o seu objetivo sádico, que é o de cortar, interromper,
derrotar. O prazer do tênis se encontra, portanto, no momento em que o jogo não
pode mais continuar porque o adversário foi colocado fora de jogo. Termina
sempre com a alegria de um e a tristeza de outro.
Frescobol se parece muito com o tênis: dois
jogadores, duas raquetes e uma bola. Só que, para o jogo ser bom, é preciso que
nenhum dos dois perca. Se a bola veio meio torta, a gente sabe que não foi de
propósito e faz o maior esforço do mundo para devolvê-la gostosa, no lugar
certo, para que o outro possa pegá-la. Não existe adversário porque não há
ninguém a ser derrotado. Aqui ou os dois ganham ou ninguém ganha. E ninguém
fica feliz quando o outro erra. O erro de um, no frescobol, é um acidente
lamentável que não deveria ter acontecido. E o que errou pede desculpas, e o
que provocou o erro se sente culpado. Mas não tem importância: começa-se de
novo este delicioso jogo em que ninguém marca pontos...
A bola: são nossas fantasias, irrealidades,
sonhos sob a forma de palavras. Conversar é ficar batendo sonho prá lá, sonho
prá cá....
Mas
há casais que jogam com os sonhos como se jogassem tênis. Ficam à espera do
momento certo para a cortada. Tênis é assim: recebe-se o sonho do outro para
destruí-lo, arrebentá-lo, como bolha de sabão.. O que se busca é ter razão e o
que se ganha é o distanciamento. Aqui, quem ganha sempre perde.

O bom ouvinte é aquele que, ao falar, abre
espaços para que as bolhas de sabão do outro voem livres ao vento. Bola vai,
bola vem - cresce o amor... Ninguém ganha, para que os dois ganhem. E se deseja
então que o outro viva sempre, eternamente, para que o jogo nunca tenha fim...
Rubem Alves
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