Sábado, 10
de maio de 2014
Fiz um
acordo de coexistência pacífica com o tempo: Nem ele me persegue, nem eu fujo
dele, um dia a gente se encontra. ( Mario Lago)
EVANGELHO
DE HOJE
Jo 6,60-69
— O Senhor
esteja convosco.
— Ele está
no meio de nós.
—
PROCLAMAÇÃO do Evangelho de Jesus Cristo, + segundo João.
— Glória a
vós, Senhor!
Muitos
seguidores de Jesus ouviram isso e reclamaram: - O que ele ensina é muito
difícil! Quem pode aceitar esses ensinamentos? Não disseram nada a Jesus, mas
ele sabia que eles estavam resmungando contra ele. Por isso perguntou: - Vocês
querem me abandonar por causa disso? E o que aconteceria se vocês vissem o
Filho do Homem subir para onde estava antes? O Espírito de Deus é quem dá a
vida, mas o ser humano não pode fazer isso. As palavras que eu lhes disse são
espírito e vida, mas mesmo assim alguns de vocês não crêem. Jesus disse isso
porque já sabia desde o começo quem eram os que não iam crer nele e sabia
também quem ia traí-lo. Jesus continuou: - Foi por esse motivo que eu disse a
vocês que só pode vir a mim a pessoa que for trazida pelo Pai. Por causa disso
muitos seguidores de Jesus o abandonaram e não o acompanhavam mais. Então ele
perguntou aos doze discípulos: - Será que vocês também querem ir embora? Simão
Pedro respondeu: - Quem é que nós vamos seguir? O senhor tem as palavras que
dão vida eterna! E nós cremos e sabemos que o senhor é o Santo que Deus enviou.
Palavra da
Salvação
Glória a vós
Senhor.
MEDITAÇÃO
DO EVANGELHO
Padre
Queiroz
A
quem iremos, Senhor? Tu tens palavras de vida eterna.
Este
Evangelho nos trás a última parte do discurso de Jesus sobre a Eucaristia, o
pão da vida. Havia uma grande multidão ouvindo-o, entusiasmada por causa da
multiplicação dos pães acontecida minutos antes. Alguns queriam até fazê-lo
rei.
Mas
quando Jesus disse que ia dar um alimento muito melhor do que aquele pão: a sua
carne como comida e o seu sangue como bebida, os ouvintes se escandalizaram.
Nós não somos antropófagos! disseram entre si. “Esta palavra é dura. Quem
consegue escutá-la?
Jesus
procurou explicar, mostrando que ele tem poder para fazer isso: “Isso vos
escandaliza? E quando virdes o Filho do Homem subindo para onde estava antes? O
Espírito é que dá vida, a carne não adianta nada. As palavras que vos falei são
Espírito e vida”. Quer dizer, Deus pode tudo e faz coisas inacreditáveis.
Apesar
da explicação, “a partir daquele momento, muitos discípulos voltaram atrás e
não andavam mais com Jesus. Então Jesus disse aos doze: Vós também vos quereis
ir embora? Simão Pedro respondeu: A quem iremos, Senhor? Tu tens palavras de
vida eterna”. Em outras palavras, Pedro disse: Nós também não entendemos o que
o Senhor falou, e nós também achamos um absurdo comer a sua carne e beber o seu
sangue. Mas, o mundo lá fora é pior ainda. Preferimos ficar com o Senhor.
Nós
somos convidados a dar o passo de Pedro: A quem iremos, Senhor? Com o Senhor é
difícil, mas fora, no mundo, é muito pior. Por isso prefiro ficar com o Senhor.
Muitos ficam no meio do caminho; como a sua fé é fraca, seguem apenas mais ou
menos. Mas Deus prefere pessoas definidas, mesmo que seja contra ele.
Se
dermos o passo da fé mesmo sem entender direito, como fez S. Pedro, Deus entra
na nossa vida e nos transforma, inclusive firmando a nossa fé. Por isso hoje
queremos dizer a Jesus: eu estou com o Senhor, creio em tudo o que o Senhor
disse e ensinou, mesmo sem entender tudo. Creio porque sei que o Senhor é o
próprio Deus encarnado.
Após
a consagração, na Missa, o padre fala: “Eis o mistério da fé”. A Eucaristia é o
cerne da fé. Nela, acreditamos na Palavra de Jesus, sem ver nem entender. “No
Calvário se escondia tua divindade, mas aqui também se esconde tua humanidade;
creio em ambas e peço, como o bom ladrão, no teu Reino, eternamente, tua
salvação” (Canto: Deus de amor).
Não
vamos cair na tentação de dizer que na Eucaristia o pão “simboliza” o corpo de
Cristo e vinho “simboliza” o seu sangue. Não simboliza apenas, mas é realmente.
Jesus está ali, vivo, em seu corpo, sangue, alma e divindade. E está todinho,
tanto na hóstia como no vinho consagrados. Por isso que após a Consagração nós
não chamamos pão e vinho, mas Corpo e Sangue de Cristo. Se fosse símbolo só,
Jesus teria chamado de volta a multidão que se retirava, e explicado melhor.
Teria dito, por exemplo: “Não, gente, não é que vou lhes dar a minha carne para
vocês comerem! É um símbolo!...” Mas ele não fez isso. Pelo contrário, disse
para os Apóstolos: “Vocês também não querem ir embora?” Isso significa que a
sua presença na Eucaristia é real e total, e que esta é uma verdade fundamental
da nossa fé.
Havia
certa vez um rapaz que estava desempregado. Ele procurava emprego em toda parte
e não encontrava. Um dia, foi a um zoológico e perguntou se havia uma vaga. O
chefe lhe disse: “Nós não temos vagas. O nosso quadro de funcionários está
completo. Mas o nosso gorila morreu, e ele era a grande diversão da criançada.
Se você quiser imitar um gorila, podemos lhe arrumar as roupas próprias”. O
rapaz topou. Afinal, estava desempregado e precisa ganhar um dinheirinho.
Vestiu
a roupa apropriada, colocou a máscara... ficou igualzinho a um gorila. Depois
entrou na jaula e começou a andar, pular e fazer micagens, como um gorila. As
crianças se divertiam.
Uma
hora, ele olhou para cima e viu uma gangorra e um trapézio. Pensou: Ah! O
gorila usava isto. Vou usar também. Subiu e começou a gangorrar pra lá e pra
cá. Mas uma hora ele exagerou na gangorra, desequilibrou-se e foi cair dentro
da jaula do leão. Pensou: Agora estou frito! O leão vai me devorar. Começou a
tremer e a chorar.
O
leão veio na direção dele, chegou perto do seu ouvido e disse baixinho: “Fique
calado, senão nós dois perdemos o emprego!”
“A
quem iremos, Senhor?” Este mundo é cercado de mentiras e falsidades; preferimos
ficar com Jesus, o nosso caminho, verdade e vida. Alimentados por ele, seremos
agentes de transformação.
Que
Maria Santíssima, o primeiro sacrário do Corpo de Cristo, nos ajude a não só
acreditar na Eucaristia, mas a transformar a Eucaristia em vida e a nossa vida
em Eucaristia.
A
quem iremos, Senhor? Tu tens palavras de vida eterna.
CASA,
LAR E FAMÍLIA
Contra a Ação de Vigaristas
1. Não compre tapetes havidos como de procedência
estrangeira de "turistas" desconhecidos em aperturas financeiras... É
o conto do Magliari; são produtos nacionais de baixa qualidade, desprovidos de
etiquetas, negociados como falso contrabando, por preços várias vezes superior
ao real;
2. Benzimentos, rezas, e despachos nunca resolveram
problemas que a medicina não pode solucionar. Denuncie os exploradores da
credulidade pública e jamais permita que um deles entre em sua casa;
3. Não acredite em "honrosas ofertas" de
compra de lotes de terreno por telefone. Há malandros que vivem a custa do
chamado trabalho de macaco, ou seja, conversa fiada pelo telefone para impingir
terrenos "frios" aqueles que creêm estar falando com pessoas de
projeção;
4. Reserve seus donativos e óbulos para entidades
idôneas credenciadas pelo Serviço Social do Estado e Serviço de Fiscalização
das Associações de Caridade. Não confie na conversa de angariadores que não
exibam credenciais legítimas;
5. Não acredite em "Revelações" e Profecias
feitas por ciganas que apareçam em sua casa. Elas só desejam se apropriar de
seus valores. Chame a polícia;
6. Uisque falsificado é antes de tudo um produto
nocivo à sua saúde. Acautele-se contra os espertalhões que vendem gato por
lebre;
7. Quando estiver transportando valores não se
deixe distrair por qualquer motivo. Cuidado com os descuidistas que vigiam e
que querem furtá-lo;
8. Não dê esmolas pelo telefone ou pelo correio. No
geral quem solicita dessa forma não tem coragem de fazê-lo pessoalmente. É
vigarice.
9. Ao vender qualquer de seus bens, não se
impressione com o alto preço ofertado, investigue antes a idoneidade do
comprador;
10. Não se deixe levar pelas promessas de
curandeiros e charlatões que falam em curas milagrosas. Eles só querem apropriar-se
de seu dinheiro em prejuízo de sua saúde;
11. Desconfie sempre do fiscal rigoroso que
rapidamente se prontifica a quebrar o galho mediante propina - é um malandro,
chame o policial mais próximo;
12. Não confie a guarda ou o transporte de valores
a menores ou pessoas inexperientes. Se for obrigado a fazê-lo, alerte-os contra
a ação dos vigaristas que agem nos centros bancários;
13. Ao fazer negócios com desconhecidos não se
deixe embair por referências favoráveis colhidas em fontes igualmente desconhecidas.
Procure confirmar as informações recebidas com pessoas de sua confiança;
14. Ao investir suas economias em um consórcio ,
não acredite em todas as promessas do vendedor e leia com atenção o contrato
que vai assinar para não se arrempeder mais tarde;
15. Caipira que o aborda na rua com um bilhete
premiado para receber é um malandro que deseja lesá-lo. Chame o policial mais
próximo;
16. Se você for interpelado por alguém que se diz
policial, exija a exibição de sua cédula de identidade funcional é um direito
seu e sua garantia;
17. Cheque visado dado em pagamento por
desconhecidos fora do expediente bancário deve ser confirmado pelo banco sacado
antes de ser aceito como dinheiro em espécie;
18. A Casa da Moeda não tem filiais. Não acredite
em métodos especiais de reproduzir dinheiro verdadeiro. É o conto da guitarra,
chame a polícia;
19. Agências de emprego que cobram taxas
antecipadas a pretexto de conseguir colocações não passam de arapucas
disfarçadas. Denunciem-nas.
20. Desconfie sempre do providencial mecânico que
aparece quando seu carro enguiça na rua sem motivo aparente. É o conto do
mergulho;
21. Seu carnê foi premiado? Parabéns! Todavia não
pague nada a ninguém até certificar-se sobre o resultado do sorteio;
22. A ambição desmedida do lucro fácil favorece o
engodo preparado pelos vigaristas, não se deixe levar por ofertas fabulosas e
negócios da China;
23. Ao ser procurado por um desconhecido que lhe dá
uma notícia trágica, não se precipite procure antes confirmação e não lhe
entregue dinheiro;
24. Não confie sua carga a carreteiros
desconhecidos, portadores de documentação duvidosa. O frete poderá custar mais
caro do que você pensa;
25. Negócios muito vantajosos que surgem da noite
para o dia geralmente dissimulam um bem engedrado conto do vigário. Tenha
cuidado!
MOMENTO DE REFLEXÃO
Ser amado e amar significa “entrega em intimidade”,
isto é, sintonia das emoções. Quando entregamos uma parte do nosso espaço e
tempo à pessoa amada, não significa que perdemos nossa individualidade.
Entregar-se significa deixar de viver analisando,
apegando-se a velhos preconceitos. É dar um salto no abismo, é acolher o novo
de mente aberta.
Muitas pessoas não ousam sequer deixar o lar dos
pais para estudar fora, com medo do novo, do imprevisível. Quando vão a uma
festa, querem saber de antemão tudo o que vai acontecer. Quando estão com
alguém, querem que as coisas aconteçam à sua maneira. Com isso, restringem-se a
uma vida repetitiva.
Numa noite escura, um homem andava no meio de uma
floresta. De repente, ele caiu. A única coisa que conseguiu fazer foi
segurar-se em um galho. Quando olhou para baixo, só viu escuridão. Começaram
então os pensamentos catastróficos: “Eu vou cair neste abismo e vou morrer...
Este galho não vai agüentar, eu vou me machucar todo”. À medida que o tempo
passava, o galho ia se desprendendo, e cada vez mais o homem se desesperava,
com medo de cair e morrer. A claridade foi chegando com a manhã, e então ele
percebeu que estava com os pés a apenas quarenta centímetros do chão e que todo
o seu medo e sofrimento tinham sido infundados.
Assim fazem as pessoas que não se soltam das raízes
do passado para voar em direção aos sonhos do presente. Ficam com medo de se
arrebentar, quando, na realidade, o salto a ser dado tem pouco mais de quarenta
centímetros: a distância que separa o cérebro do coração.
Este é o grande salto a ser dado: parar de viver o
tempo todo se analisando e deixar de ouvir o “juiz” que existe na sua cabeça.
Passar a viver os acontecimentos, em vez de ficar julgando a si mesmo, o outro
e tudo o que está ocorrendo.
Muitas pessoas confundem entrega com submissão, o
que é um erro, pois cada uma delas se origina em um ponto distinto da
personalidade. Enquanto a entrega tem origem na autovalorização e é movida pelo
amor, a submissão decorre de um sentimento de inferioridade e é mobilizada pelo
medo.
Ser amado e amar significa “entrega em intimidade”,
isto é, sintonia das emoções. Quando entregamos uma parte do nosso espaço e
tempo à pessoa amada, não significa que perdemos nossa individualidade.
Na entrega, tornamo-nos transparentes para o outro,
despidos de qualquer máscara, o que possibilita ao ser amado nos ver e nos
sentir exatamente como somos.
Na entrega, é como se um pudesse ver o que o outro
está pensando, porque estão sintonizados na mesma freqüência de sentimentos.
A confiança é o suporte básico para a entrega e
necessita ser mútua, isto é, não pode ser unilateral num grande amor. Todos
temos guardados, dentro de nós, nossos segredos, nossos sentimentos, nossas
dúvidas, inquietações e medos; nossa genialidade, nossa criatividade, nossa
beleza, sensualidade e sexualidade; todas as nossas verdades, vivências e
experiências boas e ruins, que representam o nosso tesouro íntimo e que só nós
conhecemos e fazemos questão de manter no fundo do nosso ser.
Entregar-se ao outro é presenteá-lo com a chave
desse cofre, é transformá-lo num explorador e co-guardião dessas riquezas. E,
na entrega mútua, os tesouros se fundem e se transformam num grande amor — cada
um é depositário e depositante da riqueza dos dois. Nessa fusão, o par de
amantes transcende e se integra no Universo.
Para muitos, isso pode parecer uma grande ameaça,
porque a entrega implica comprometimento com o amor. Não se entregando
profundamente a alguém, fica a pessoa se entregando aos pedacinhos a várias, o
que representa desgaste, tensão e uma dicotomia muito grande. É feita uma
oferta de chaves falsas, que jamais abrirão cofre nenhum.
Conseqüentemente, também são recebidas chaves
falsas. Muitas vezes nem nós mesmos conhecemos o nosso tesouro; esquecemos o
seu segredo. Pode ser que só possamos ter acesso a ele através do amor e da
entrega, porque a pessoa amada vai nos ajudar a ter coragem de mergulhar nas
profundezas, sem medo do que possamos encontrar, e até mesmo nos tornar curiosos
por descobrir mais.
Analisando o que temos feito na vida, vemos que,
muitas vezes, nos preparamos para o banho, chegamos perto do mar, mas
acreditando que a água está fria desistimos de nadar e voltamos para casa
frustrados. Tendo consciência disso, podemos aprender a mergulhar nas águas do
amor, ainda que elas signifiquem um banho frio.
O importante é a percepção de que frustrações
desnecessárias geram um sentimento de incapacidade e que a entrega significa
lançar-se neste mar — com a força dos braços e das pernas, saberemos fazer
nosso corpo esquentar-se e fortalecer-se no amor.
Roberto Shinyashiki
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