Domingo, 04
de maio de 2014
“A ação nem
sempre traz felicidade, mas não há felicidade sem ação.” (Benjamin Disraeli)
EVANGELHO
DE HOJE
Lc 24,13-35
— O Senhor
esteja convosco.
— Ele está
no meio de nós.
—
PROCLAMAÇÃO do Evangelho de Jesus Cristo, + segundo Lucas.
— Glória a
vós, Senhor!
13Naquele
mesmo dia, o primeiro da semana, dois dos discípulos de Jesus iam para um
povoado chamado Emaús, distante onze quilômetros de Jerusalém. 14Conversavam
sobre todas as coisas que tinham acontecido.
15Enquanto
conversavam e discutiam, o próprio Jesus se aproximou e começou a caminhar com
eles. 16Os discípulos, porém, estavam como cegos, e não o reconheceram. 17Então
Jesus perguntou: “Que ides conversando pelo caminho?” Eles pararam, com o rosto
triste, 18e um deles chamado Cléofas, lhe disse: “Tu és o único peregrino em
Jerusalém que não sabe o que lá aconteceu nestes últimos dias?
19Ele
perguntou: “Que foi?” Os discípulos responderam: “O que aconteceu com Jesus, o
Nazareno, que foi um profeta poderoso em obras e palavras, diante de Deus e
diante de todo o povo. 20Nossos sumos sacerdotes e nossos chefes o entregaram
para ser condenado à morte e o crucificaram. 21Nós esperávamos que ele fosse
libertar Israel, mas, apesar de tudo isso, já faz três dias que todas essas
coisas aconteceram! 22É verdade que algumas mulheres do nosso grupo nos deram
um susto. Elas foram de madrugada ao túmulo 23e não encontraram o corpo dele.
Então voltaram, dizendo que tinham visto anjos e que estes afirmaram que Jesus
está vivo. 24Alguns dos nossos foram ao túmulo e encontraram as coisas como as
mulheres tinham dito. A ele, porém, ninguém o viu”.
25Então
Jesus lhes disse: “Como sois sem inteligência e lentos para crer em tudo o que
os profetas falaram! 26Será que o Cristo não devia sofrer tudo isso para entrar
na sua glória?” 27E, começando por Moisés e passando pelos Profetas, explicava
aos discípulos todas as passagens da Escritura que falavam a respeito dele.
28Quando
chegaram perto do povoado para onde iam, Jesus fez de conta que ia mais
adiante. 29Eles, porém, insistiram com Jesus, dizendo: “Fica conosco, pois já é
tarde e a noite vem chegando!” Jesus entrou para ficar com eles. 30Quando se
sentou à mesa com eles, tomou o pão, abençoou-o, partiu-o e lhes distribuía.
31Nisso os
olhos dos discípulos se abriram e eles reconheceram Jesus. Jesus, porém,
desapareceu da frente deles. 32Então um disse ao outro: “Não estava ardendo o
nosso coração quando ele nos falava pelo caminho, e nos explicava as
Escrituras?” 33Naquela mesma hora, eles se levantaram e voltaram para Jerusalém
onde encontraram os Onze reunidos com os outros. 34E estes confirmaram: “Realmente,
o Senhor ressuscitou e apareceu a Simão!” 35Então os dois contaram o que tinha
acontecido no caminho, e como tinham reconhecido Jesus ao partir o pão.
Palavra da
Salvação
Glória a vós
Senhor.
MEDITAÇÃO
DO EVANGELHO
Alexandre
Soledade
Bom
dia!
Tudo
indica que um dos discípulos de Emaús (Cleófas) era o pai de Judas Tadeu e
Tiago, ambos apóstolos. O que impedia, segundo estudos recentes, o próprio tio
de Jesus de reconhecê-lo pelo caminho? E a nós? O que nos impede ainda de ver a
Jesus ressuscitado?
Tristeza,
a falta de fé, a descrença, o orgulho, a vaidade, o desamor, a perca da esperança,
a decepção, a ansiedade, a urgência, (…) nos cobrem os olhos a graça da
presença de Jesus em nosso meio. “(…) Enquanto conversavam e discutiam, o
próprio Jesus chegou perto e começou a caminhar com eles, MAS ALGUMA COISA NÃO
DEIXOU QUE ELES O RECONHECESSEM”. Em virtude disso, e de outros fatores,
deixamos de ver Deus a nos cercar e também de vê-lo no irmão ao nosso lado.
Algo
brotou nessa reflexão: O quanto sou igreja? Consigo ver no irmão de outra
pastoral ou movimento a face de Jesus? Consigo ver no irmão que perambula pela
rua a imagem do seu Senhor? Sou igreja ou uma identidade? Parecem perguntas
desconexas, mas tem muito haver com a reflexão.
Alguns
movimentos e pastorais sucumbem ou sofrem por falta de humildade ou de apoio.
Muitos, como os discípulos de Emaus, andam com o Senhor, mas não o reconhecem,
pois esquecem que são igreja quando se apegam a uma identidade pastoral para
justificar suas faltas com a igreja como um todo. “Batem no peito” o nome do
seu grupo ou movimento, esquecendo o principal: VER JESUS, A PRÓPRIA CABEÇA DA
IGREJA.
Essa
cegueira (ou seria miopia) que fez sucumbir a teologia da libertação, que
apesar de ser muito preciosa e bem fundamentada, agarrou-se ao partidarismo
político abandonando a oração e consequentemente a Jesus. Essa cegueira, como
dos discípulos de Emaús, tem sinais bem clássicos:
Marcam
reuniões nos horários de missas e celebrações, não participam e tão pouco
ajudam nas festas comunitárias; não acatam ou aceitam regras de horários; nas
missas esquecem da liturgia, não ajudam na campanha da fraternidade, no natal,
no advento; não fazem ações sociais; mas no quesito “CRÍTICA”, são imbatíveis!
(risos).
Quando
limito propositalmente meu olhar esqueço paulatinamente os propósitos de
Cristo. Quando vejo que precisam do meu serviço, da minha ajuda, da minha
atenção, mas limito a ajudar os meus, grandemente me equivoco.
Veja
na primeira leitura. Se Pedro fingisse não ver o problema do coxo, não teria
compreendido o quanto Deus habitava em seu coração
“(…)
Quando viu Pedro e João entrando no Templo, o homem pediu uma esmola. Os dois
olharam bem para ele e Pedro disse: ‘Olha para nós!’ 5O homem fitou neles o
olhar, esperando receber alguma coisa. 6Pedro então lhe disse:’Não tenho ouro
nem prata, mas o que tenho eu te dou: em nome de Jesus Cristo, o
Nazareno,levanta-te e anda!’”. (Atos 3, 3-6)
Esse
evangelho nos apresenta um alerta: MESMO CAMINHANDO COM JESUS, SENDO SEU
PRÓXIMO, ESTUDANDO SUA PALAVRA, SEM A DIVINA SENSIBILIDADE E A DOCILIDADE EM
OUVIR, NÃO CONSEGUIREMOS RECONHECÊ-LO.
Preciso
rever minhas falas e meus conceitos sobre ser igreja. Será que ficar só numa
sala rezando é ser igreja? Será que fazer uma ação social sem rezar é ser
igreja? Em ambos os casos, é e não é! Frei Faustino Paludo (referencia em
liturgia da CNBB) certa vez disse que receber a eucaristia sem meditar a
consequência do nosso pecado “como” e “na” comunidade torna nossa comunhão
incompleta. “Sou santo”, mas não me misturo; vou à igreja todos os dias, mas
não mudo minha forma de lidar com as pessoas… É preciso rever isso!
Ainda
estamos vivendo a páscoa, a espera de Pentecostes, mas não podemos esquecer
nossos dons, o que aprendemos, por medo ou preciosismo.
Sim,
parece utopia, mas busquemos completar o gesto eucarístico de cada dia com
ações, a começar enxergando o que minha comunidade igreja precisa.
Para
terminar deixo a reflexão proposta pela CNBB
“(…)
Este trecho nos mostra todas as etapas do trabalho evangelizador. Inicialmente,
as pessoas estão caminhando em comunidade. NINGUÉM CAMINHA VERDADEIRAMENTE
QUANDO ESTÁ SOZINHO. Jesus é o verdadeiro evangelizador, que entra na caminhada
das pessoas, caminha com elas. DURANTE A CAMINHADA, FAZ SEUS CORAÇÕES ARDEREM,
PORQUE DESPERTA NELES O AMOR, PERMANECE COM ELES, FORMANDO UMA NOVA COMUNIDADE,
E SE DÁ VERDADEIRAMENTE A CONHECER QUANDO AS PESSOAS DÃO RESPOSTAS CONCRETAS
AOS APELOS DO AMOR, fazendo com que elas sejam novas testemunhas da
ressurreição”. (CNBB)
Um
imenso abraço fraterno.
VÍDEO DA SEMANA
MOMENTO DE REFLEXÃO
No canto de minha
escrivaninha há um bilhete, amarelando lentamente e enrugado pelo tempo.
É um cartão mandado
por minha mãe, contendo apenas quatro frases, mas com impacto suficiente para
mudar minha vida para sempre.
Nele, ela elogia,
sem restrições, minhas habilidades como escritora. Cada frase está cheia de
amor, oferecendo exemplos específicos do que minha atividade significou para
ela e meu pai.
A palavra
"porém" nunca aparece no cartão. Entretanto, a palavra "e"
está lá quase meia dúzia de vezes.
Sempre que o leio -
o que acontece quase todos os dias lembro-me, de perguntar a mim mesma se estou
fazendo a mesma coisa por minhas filhas. Perguntei-me quantas vezes eu disse
"mas" a elas e a mim mesma, afastando-nos da felicidade.
Odeio dizer que foi
com mais freqüência do que eu gostaria de admitir.
Ainda que nossa
filha mais velha normalmente só tirasse dez em seu boletim, nunca houve um
semestre em que pelo menos um dos professores não sugerisse que ela falava
demais em sala de aula.
Eu sempre me
esquecia de perguntar-lhes se ela estava melhorando quanto ao controle de seu
comportamento, se seus comentários contribuíam para a discussão em andamento ou
encorajavam um aluno mais calado a falar. Em vez disso, eu ia para casa e a
cumprimentava:
"Parabéns! Seu
pai e eu estamos muito orgulhosos de suas realizações, mas será que você
poderia tentar baixar o tom em sala de aula?"
O mesmo era verdade
para nossa filha mais nova. Como sua irmã, ela era uma criança adorável,
inteligente, articulada e amigável. Ela também trata o chão de seu quarto e do
banheiro como um armário, o que me levou a dizer, em mais de uma ocasião:
"Sim, este projeto é ótimo, mas arrume o seu quarto!"
Percebi que outros
pais fazem a mesma coisa: "Toda a nossa família estava junta no Natal, mas
Kyle escapuliu cedo para brincar com seu novo jogo de computador", "O
time de hóquei ganhou, mas Mike deveria ter feito aquele último gol",
"Amy é a Rainha da Primavera, mas agora quer duzentos dólares para comprar
um vestido e sapatos novos".
Mas, mas, mas.
Ao contrário,
aprendi com minha mãe que, se você quer realmente que o amor flua para seus
filhos, comece a pensar "e, e, e...".
Por exemplo:
"Toda a nossa família estava junta no jantar de Natal, e Kyle conseguiu
ficar craque em seu novo jogo de computador antes que a noite tivesse
terminado", "O time de hóquei ganhou e Mike fez o melhor que pôde
durante todo o jogo", "Amy é a Rainha da Primavera e ela vai estar
linda!".
A verdade é que
"mas" não nos faz sentir bem e "e" faz. E quando falamos de
nossos filhos, sentir-se bem é o que temos que fazer. Quando se sentem bem a
respeito de si mesmos e do que estão fazendo, fazem ainda mais, aumentando sua
autoconfiança, seus critérios e as conexões harmoniosas com os outros. Quando
tudo o que dizem, pensam ou fazem é qualificado ou desprezado de alguma
maneira, sua felicidade azeda e sua raiva aumenta.
Isso não quer dizer
que as crianças não precisam ou não irão corresponder às expectativas de seus
pais. Precisam e vão, independente dessas expectativas serem boas ou ruins.
Quando essas expectativas são consistentemente inteligentes e positivas e então
são ensinadas, modeladas e expressas, coisas inacreditáveis acontecem:
"Vejo que você
cometeu um erro. E sei que você é inteligente o bastante para descobrir o que
fez errado e tomar uma decisão melhor da próxima vez." Ou: "Você está
há horas trabalhando nesse projeto. Adoraria que o explicasse para mim."
Ou: "Nós trabalhamos duro para ganhar dinheiro e sei que você pode nos
ajudar a descobrir um jeito de pagar pelo que você quer."
Não basta dizer que
amamos nossos filhos. Em uma época em que a frustração cresceu aterradoramente,
não podemos mais nos dar ao luxo de limitar a expressão do amor.
Se quisermos
diminuir o som da violência em nossa sociedade, teremos que aumentar o volume
da atenção, do elogio, da orientação e da participação no que é correto para
nossos filhos.
"Chega de
mas!" é o toque de chamada para a felicidade. Também é um desafio, a
oportunidade fresca diante de nós, todos os dias, de concentrarmos nossa
atenção no que é bom e promissor a respeito de nossos filhos e de acreditarmos
de todo o coração que eles, eventualmente, serão capazes de ver o mesmo em nós
e nas pessoas com quem, no final, irão viver, trabalhar e servir.
E, se algum dia eu
me esquecer, tenho o bilhete de minha mãe para lembrar-me.
(Robin L. Silverman)
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