“Há momentos na
vida em que sentimos tanto a falta de alguém que o que mais queremos é tirar
essa pessoa de nossos sonhos e abraçá-la.”
(Clarice Lispector)
EVANGELHO DE HOJE
Lc 12,54-59
— O Senhor esteja convosco.
— Ele está no meio de nós.
— PROCLAMAÇÃO do Evangelho de Jesus
Cristo, + segundo Lucas.
— Glória a vós, Senhor!
Naquele tempo, 54Jesus dizia às
multidões: “Quando vedes uma nuvem vinda do ocidente, logo dizeis que vem
chuva. E assim acontece. 55Quando sentis soprar o vento do sul, logo dizeis que
vai fazer calor. E assim acontece. 56Hipócritas! Vós sabeis interpretar o
aspecto da terra e do céu. Como é que não sabeis interpretar o tempo presente?
57Por que não julgais por vós mesmos o que é justo?
58Quando, pois, tu vais com o teu
adversário apresentar-te diante do magistrado, procura resolver o caso com ele
enquanto estais a caminho. Senão ele te levará ao juiz, o juiz te entregará ao
guarda, e o guarda te jogará na cadeia. 59Eu te digo: daí tu não sairás,
enquanto não pagares o último centavo”.
- Palavra da Salvação.
- Glória a vós, Senhor.
MEDITANDO O EVANGELHO
Padre Antonio Queiroz
Vós
interpretais a terra... Como não sabeis o que é justo?
Neste Evangelho, Jesus nos chama a atenção para uma incoerência nossa,
que é fruto do pecado: Somos avançados no conhecimento das ciências naturais, e
muito atrasados no conhecimento das coisas mais importantes, como Deus, a justiça,
o amor e o Evangelho.
Essa advertência vale de modo especial hoje, em que a humanidade cresceu
muito no conhecimento das ciências naturais, e parece que até regrediu no
conhecimento dos valores indispensáveis à nossa felicidade.
A parábola da caminhada com o adversário para o magistrado reforça a
necessidade de andarmos sempre com as contas em dia com Deus, pois quando
estivermos diante do Juiz, que é Cristo, não haverá mais tempo de corrigirmos
os nossos erros, ou de pedir perdão a Deus.
As pessoas conhecem o tempo cronológico, mas não procuram conhecer o
tempo da graça. Vivem pesquisando a natureza, a fim de utilizá-la, mas não
conhecem o Autor da natureza, e a passagem dele pela nossa vida.
Em resumo, as pessoas aprofundam-se na ciência, mas não na sabedoria. A
ciência não envolve a vida humana no seu conjunto, que tem duas partes: a
terrena e a eterna.
“Não dizeis vós: Ainda quatro meses e aí vem a colheita? Pois eu vos
digo: Levantai os olhos e vede os campos, como estão dourados, prontos para a
colheita!” (Jo 4,35-36). Estão aí as duas realidades: a simples ciência e a
sabedoria.
Sinais claros desse pecado do homem moderno: Doutores procurando
cartomante. Pessoas letradas valorizando o “ter” e se esquecendo do “ser”. Pais
que colocam os filhos, fora do horário escolar, em cursos caros, mas que
ensinam coisas fúteis, e se esquecem da catequese. Pessoas que se dizem
católicas, mas desprezam os mandamentos de Deus e da Igreja, como a
indissolubilidade do matrimônio e o respeito à vida intra-uterina. Combate à
AIDS com propagandas dispendiosas, mas sem citar o principal, que é o uso do
sexo conforme o plano de Deus. A multiplicação de seitas, sendo que está tão
claro nos Evangelhos que Jesus fundou uma Igreja só e deu as chaves do Céu para
S. Pedro.
“Estou ciente de que o bem não habita em mim, isto é, na minha carne.
Pois querer o bem está ao meu alcance, não, porém, realizá-lo. Não faço o bem
que quero, mas faço o mal que não quero” (Rm 8,18-19). Se temos alguma conta a
acertar com Deus, vamos fazê-lo logo, porque amanhã poderá ser tarde!
Cristo nos deixou todos os meios para vencermos o mal e fazermos o bem:
a oração, o sacramento da confissão, a Eucaristia, a vida em Comunidade, a
leitura da Bíblia...
Certa vez, um homem estava construindo uma casa. Passou alguém e lhe
perguntou: “Por que você está construindo esta casa?” “Para eu morar!”
respondeu ele. “E para que você vive?” perguntou o outro. O homem pensou um
pouco, depois disse: “Desculpe-me, mas não sei responder”.
Nós sabemos para que fazemos as coisas do dia-a-dia, mas não pensamos no
principal: para que vivemos!
Certa vez um padre, que era novo na Paróquia, viu um menino passar
correndo na rua em frente à igreja. Estranhou aquilo e saiu para ver. O garoto
correu uns três quarteirões e voltou correndo para trás.
Ao passar em frente à igreja, o padre o chamou, mas ele não atendeu, e
foi correndo no sentido contrário, mais três quarteirões. E voltou novamente.
Ao passar em frente à igreja, o padre correu atrás dele, segurou-o pela
mão, firme mas carinhosamente, e lhe perguntou: “Menino, de onde você vem?” Ele
respondeu: “Não sei!” “Para onde você vai?” “Não sei!” “Quem é você?” “Não
sei!” “O que você está fazendo, por que você está correndo assim, pra lá e pra
cá?” “Não sei!”
Um senhor que morava em frente à igreja viu a cena e disse para o padre:
“Senhor padre, esse menino é bobo!”
Que nós não sejamos bobos, aprofundando-nos nas ciências da terra,
correndo pra lá e pra cá, mas sem nos preocupar em responder as perguntas
fundamentais da nossa vida, que são aquelas que o padre fez ao menino!
As poucas palavras de Maria Santíssima que a Bíblia nos trouxe mostram
que ela entendia muito das coisas de Deus e do sentido profundo da vida. Que
ela nos ajude a dedicarmos os nossos talentos às coisas mais importantes.
Vós
interpretais a terra... Como não sabeis o que é justo?
DICAS DE SAÚDE
Ressaltamos que as Dicas de Saúde enviadas por este Diário, não equivalem
a uma receita médica; são apenas "dicas". Os exames preventivos são
sempre indispensáveis! Para mais informações consulte o seu médico.
Botulismo
Clostridium botulinum, um bacilo
anaeróbico que produz esporos resistentes e é encontrado no solo, nas fezes
humanas e de animais e nos alimentos.
A
doença pode apresentar-se sob diferentes formas: botulismo alimentar, em
lactente, das feridas. A mais comum é o botulismo produzido pela ingestão de
alimentos contaminados, na maioria dos casos, alimentos em conserva ou feitos
em casa. São exemplos os vegetais, especialmente o palmito, os embutidos, os
peixes e os frutos do mar preparados sem respeitar as regras básicas de
esterilização.
O
botulismo do lactente se manifesta nos primeiros meses de vida, em decorrência
da ingestão de esporos do Clostridium, que proliferam no solo ou nos alimentos
e liberam toxinas no intestino da criança. Nesse caso, a gravidade vai desde
problemas gastrintestinais contornáveis até episódios de síndrome da morte
súbita.
O
botulismo por feridas tem como causa lesões traumáticas ou cirúrgicas
infectadas pelo Clostridium botulinum e o uso de drogas injetáveis.
Incubação e sintomas
O
período de incubação varia de algumas horas até oito dias. Sua duração está
diretamente associada à quantidade de toxina liberada no organismo.
Os
principais sintomas são visão dupla e embaçada, fotofobia (aversão à luz),
ptose palpebral (queda da pálpebra), tonturas, boca seca, intestino preso e
dificuldade para urinar.
À
medida que a intoxicação evolui, o comprometimento progressivo do sistema
nervoso se manifesta na dificuldade para engolir, falar e de locomoção. O mais
grave de todos os sintomas do botulismo é a paralisia dos músculos
respiratórios, que pode ser fatal.
Diagnóstico
O
diagnóstico leva em conta os sinais e sintomas, a resposta ao exame
neurológico, o resultado da pesquisa sobre os alimentos ingeridos e a
ocorrência de casos de intoxicação em pessoas próximas, que possam ter
consumido os mesmos alimentos contaminados.
No
entanto, o diagnóstico de certeza só é dado por exames que demonstram a
presença da toxina no sangue ou da bactéria nas fezes do paciente.
Tratamento
Paciente
com botulismo exige internação hospitalar para terapia de suporte e controle
das complicações, especialmente dos problemas respiratórios, que podem ser
letais.
O
processo de recuperação é lento e depende de como o sistema imunológico reage
para eliminar a toxina. Quanto ao uso de medicamentos, antibióticos não são
eficazes para reverter o quadro, mas a aplicação de soro antibotulínico pode
evitar que a toxina circulante no sangue alcance o sistema nervoso.
Recomendações
*
Toda atenção é pouca, quando se trata de alimentos enlatados, em vidros, ou
embalados a vácuo, porque a bactéria tem predileção por ambientes sem oxigênio.
Não os consuma, se notar qualquer irregularidade na embalagem, como lata
enferrujada ou estufada ou água turva dentro dos vidros;
*
O preparo de conservas caseiras deve obedecer rigorosamente aos cuidados de
higiene para evitar a contaminação pelo Clostridium;
*
Ferver os alimentos enlatados, especialmente palmito, ou as conservas antes de
consumi-los, é uma boa dica para destruir toxinas liberadas pela bactéria;
*
O mel pode ser um reservatório da bactéria do botulismo. Só consuma os
fabricados por companhias idôneas.
MOMENTO DE REFLEXÃO
Você já deve ter ouvido a
comovente história sobre a grande amizade entre dois soldados nas trincheiras
da Primeira Guerra Mundial.
Dois colegas serviam juntos em
meio à lama e à miséria de um deplorável campo de batalha na Europa. (Há uma
versão que identifica os dois como irmãos.) Eles passaram meses nas
trincheiras, no frio e na lama, sob o tiroteio dos inimigos e o comando de seus
superiores.
De tempos em tempos, uma das
tropas inimigas investia contra a outra e retornava às suas trincheiras para
cuidar de seus ferimentos, enterrar seus mortos e aguardar o momento de repetir
o ataque.
Durante esse período, muitas
amizades tiveram início em meio à desgraça. Dois soldados tornaram-se amigos
íntimos. Dia após dia, noite após noite, medo após medo, eles conversavam sobre
a vida, a família, a esperança ou sobre o que fariam quando (e se) conseguissem
sair do horror daquela guerra.
Em uma daquelas investidas
infrutíferas, “Jim” tombou gravemente ferido. Seu amigo “BilI” conseguiu
retornar à relativa segurança das trincheiras. Jim ficou estendido no chão sob
os clarões das explosões noturnas. Entre as trincheiras. Sozinho.
O tiroteio continuava. O perigo
havia atingido seu ponto máximo. Aquele lugar entre as trincheiras era o mais
perigoso de todos. Mesmo assim, BilI queria ficar perto de seu amigo,
consolá-lo, animá-lo como só os amigos sabem fazer.
O oficial encarregado não
permitiu que Bili saísse da trincheira. Era perigoso demais. Porém, assim que o
oficial virou as costas, Bili saiu da trincheira. Sem importar-se com o cheiro
de pólvora no ar, os abalos provocados pelos tiroteios e as batidas fortes de
seu coração, Bili chegou ao local onde Jim estava.
Algum tempo depois, ele conseguiu
levar Jim de volta para a segurança das trincheiras. Tarde demais. O amigo
estava morto. Ao ver o corpo de Jim, o oficial perguntou com ar de cinismo a
Bill se “valeu a pena”.
Bill respondeu sem hesitação:
— Sim, senhor, valeu. As últimas
palavras de meu amigo valeram a pena. Ele olhou para mim e disse: “Eu sabia que
você viria”.
- Stu Weber, Histórias Para o Coração.
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