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LITURGIA DIÁRIA

LITURGIA DIÁRIA - REFLEXÕES E COMENTÁRIOS

Diário de Segunda-feira 22/08/2011




Segunda-feira, 22 de agosto de 2011


"Democracia é quando eu mando em você, ditadura é quando você manda em mim." (Millor Fernandes)





EVANGELHO DE HOJE
Lc 1,26-38


O anjo Gabriel foi enviado por Deus a... Nazaré, a uma virgem prometida em casamento a... José... A virgem se chamava Maria. O anjo chegou... e disse: "Alegra-te, cheia de graça! O Senhor está contigo". Ela... começou a pensar qual seria o significado da saudação. O anjo... disse: "Não tenhas medo, Maria! Encontraste graça junto a Deus. Conceberás e darás à luz um filho, e lhe porás o nome de Jesus...". Maria perguntou: "Como acontecerá isso, se eu não conheço homem?" O anjo respondeu: "O Espírito Santo descerá sobre ti, e o poder do Altíssimo te cobrirá com a sua sombra. Por isso, aquele que vai nascer será chamado santo, Filho de Deus. Também Isabel, tua parenta, concebeu um filho... Este já é o sexto mês daquela que era chamada estéril, pois para Deus nada é impossível". Maria disse: "Eis aqui a serva do Senhor! Faça-se em mim segundo a tua palavra". E o anjo retirou-se.






MEDITANDO O EVANGELHO
Pe. Antônio Queiroz CSsR


Alegra-te, cheia de graça, o Senhor está contigo!
 Hoje é com muita alegria que nós celebramos a solenidade da Imaculada Conceição de Nossa Senhora. O Evangelho narra a cena da Anunciação, em que o anjo Gabriel lhe fala: “Alegra-te, cheia de graça, o Senhor está contigo!”
Deus quis que uma mulher contribuísse bem de perto na redenção da humanidade, já que uma mulher, Eva, havia contribuído no pecado. E a mulher que Deus escolheu não podia ser vítima de pecado, pois seria um sinal de fraqueza de Deus, diante das forças do mal. Como Davi venceu o gigante Golias (1Sm 17,49), Jesus derrotou o tentador. Não só derrotou, mas arrasou com ele completamente. Nem junto à sua mãe ele teve vez. Após o dilúvio, uma pomba trouxe em seu bico um raminho verde para Noé (Gn 8,11). Aquela pomba não estava suja de barro, ela não fora atingida pelo dilúvio.
Nós também somos chamados a colaborar na redenção. Deus não gosta de gente manchada, suja. Como podemos anunciar a vitória de Cristo, se até nós, os anunciadores, somos vítima do tentador? Pecadores todos nascemos. Mas temos condições de nos purificar, usando os meios que Jesus nos deixou, entre os quais se destaca a Igreja, da qual Maria é Mãe. Assim, tirando a trave do nosso olho, temos condições de tirar o cisco que está no olho do nosso irmão.
A concepção imaculada de Maria nos mostra que Deus não quer conviver com pecado. Ele quer o pecado longe dele. Ele nos suporta, quando pecamos, mas não queria isso, como qualquer pai que não quer ver o filho ou filha no caminho errado. Como podemos dizer a Deus: “Senhor, eu vos amo sobre todas as coisas”, e depois viramos as costas e já começamos a colocar outras coisas acima dele? Por isso que Deus fala na Bíblia: “Estou para vomitar-te da minha boca” (Ap 3,16).
A Imaculada Conceição foi um fruto antecipado da redenção realizada por Jesus, o seu Filho. E o fato de ela ter sido isenta do pecado, já na sua concepção, mostra que a força da graça redentora supera infinitamente a força do pecado. “Onde abundou o pecado, superabundou a graça” (Rm 5,20).
“Quando éreis escravos do pecado, praticáveis ações das quais hoje vos envergonhais. Agora, porém, libertados do pecado e como servos de Deus, produzis frutos para a vossa santificação, tendo como meta a vida eterna. Com efeito, a paga do pecado é a morte, mas o dom de Deus é a vida eterna no Cristo Jesus, nosso Senhor” (Rm 6,20-23). Antes, quando reinava o pecado, o carro estava na frente dos bois, e dava tudo errado. Cristo veio, colocou os bois na frente do carro, e na direção certa, que é a nossa felicidade.
Deus realizou plenamente a redenção na Mãe do seu Filho, para nos mostrar o que ele quer de todos nós. Ela se tornou assim a estrela da esperança, que nos anima a sempre nos levantar a caminhar.
Santo Agostinho, quando estava mergulhado no pecado, leu, por sugestão de sua mãe, muitas biografias de santos. Um dia ele disse para si mesmo, em latim, que era a sua língua: “Potuerunt ii, potuerunt ee; cur non tu, Agostiné?” Em português é: “Puderam estes, puderam aquelas, por que não tu, Agostinho?” Impulsionado por este lema, venceu.
Daqui a exatamente nove meses, celebraremos o nascimento de Maria. Rezemos, neste tempo, pelos nascituros, a fim de que sejam protegidos por suas mães.
Havia, certa vez, um rapaz que trabalhava no centro de uma cidade grande e morava na periferia.
Numa tarde, ao voltar para casa, enquanto atravessava um bairro de classe alta, viu numa lixeira uma caixa preta, parecida com caixa de sanfona. Ficou curioso, abriu a caixa, era mesmo uma sanfona! E estava boa de tudo. Tocava direitinho.
Ele se lembrou de um vizinho, que sabia tocar sanfona e não possuía o instrumento, e levou-a para ele. O vizinho se alegrou com o presente, e começou a tocar belas canções. A casa toda se alegrou. Até algumas crianças apareceram na porta.
À noite, algumas pessoas se reuniram na casa, e foi aquela festa. Daí para frente, de vez em quando o tocador de sanfona era chamado, seja para tocar em festinha de aniversário, em reza, até na Santa Missa. A sanfona tornou aquele bairro mais alegre.
A sanfona representa a graça de Deus, que une as pessoas e alegra o ambiente. O rapaz que a achou somos nós que recebemos a graça no batismo, e a levamos a outros.
Muitos jogam no lixo a graça batismal, e vivem tristes por aí, procurando a felicidade na riqueza, no prazer, no poder etc. Nós não queremos ser assim.
Uma pergunta: com qual desses personagens você mais se identifica? Com o rapaz? Com o homem que ganhou a sanfona? Com os vizinhos que acorreram, ao som da sanfona? Ou com aquele ou aquela que a jogou no lixo?
Nossa Senhora da Conceição, rogai por nós!
Alegra-te, cheia de graça, o Senhor está contigo!






MOTIVAÇÃO NO TRABALHO

Dominando o medo

O sucesso ou o fracasso podem se transformar em um hábito para todos nós. Numerosas pessoas não obtém sucesso porque temem fracassar. Não há a menor dúvida de que muitas pessoas jamais vencem na vida porque têm medo do fracasso. O interessante é que quase sempre o fracasso exige o mesmo esforço que pode levar ao sucesso. O medo do fracasso pode ser um problema sério! Hoje vamos repassar algumas sugestões para vencer o medo, libertando-se emocionalmente, para fazer um esforço determinado na direção do sucesso. Em primeiro lugar na ocasião em que você simplesmente tem de se obrigar a ir em frente, a tentar, aferre-se, rilhe os dentes e mergulhe. Você, por exemplo, pode ter sido convidado a falar em público, mas está apavorado. Bem, pode ser muito mais proveitoso fazer das tripas coração e pronunciar um discurso, mesmo com os dentes tocando castanholas e os joelhos dançando. Numa grande maioria das pessoas não verá nada disso. Em segundo, não espere até a situação tornar-se perfeita ante de iniciar um projeto. Meta os peitos! Acabe com essa de guardar que se forme o conjunto perfeito de circunstâncias! Se for esperar até que o "perseguidor" se mude de sua filial, que a empresa passe você para outro departamento , que o novo prefeito tome posse, que os novos modelos estejam prontos, ou qualquer outra mudança nos fatos externos, antes de decidir-se a seguir em frente e fazer alguma coisa com sua vida, então, meu amigo, você jamais fará mais do que uma fração do que é capaz. Domine o medo do fracasso começando com pequenos sucessos! Comece com aquele primeiro passo! Como diz o provérbio chinês, “Uma jornada de mil léguas começa com um único passo”.Na minha época de ginásio no interior do Paraná, tive uma professora que um dia disse em sala de aula: "Nunca esqueça uma regra básica da vida...só se aprende a fazer, fazendo!"..Nunca me esqueci, e a maior prova disso é que esta lembrança me inspirou a escrever este texto!

No fator humano três itens se sobressaem:
1. Adaptação do homem ao trabalho.
2. Adaptação do trabalho ao homem.
3. Adaptação do homem ao homem.

No primeiro ítem podemos pensar na velha frase: “Cada macaco no seu galho”, ou seja o homem certo, no lugar certo! Lembro-me que quando era chefe de serviço em uma instituição bancária, um dia o gerente me apresentou um novo funcionário e disse-me: "Ele vai trabalhar com você! Veja em que área você vai colocá-lo!..." Então eu o coloquei na área de contratos e dois dias depois ele me disse: “Eu não vou conseguir, tem muita pressão e eu fico nervoso, começo a transpirar e não sai nada”! Coloquei-o na carteira de cobrança. Novamente veio o rapaz: “Eu sou muito tímido e quando vou telefonar para os clientes eu começo a gaguejar e não sai nada”! Então coloquei-o na área de cadastro e novamente veio o Eurico (esse era o seu nome) e me disse: “Ali também não me adapto...e senhor falou que quando eu não me sentisse bem com o trabalho era para avisar, então estou avisando”! Falei com o gerente sobre a situação e ele me disse: “Mande embora...aliás já demorou para mandar embora”! e eu respondi: "Talvez a falha seja minha, não tenho conversado com ele, vou tentar um diálogo mais aberto hoje e ver onde poderíamos aproveitá-lo, dar mais uma chance”! e o gerente me respondeu: “Problema seu, depois não me venha dizer que o serviço não está fluindo”! Eu e o Eurico tivemos uma longa conversa e soube que ele tinha sido redator de um jornal e que adorava pesquisa e “mexer com papéis”, como se expressou...então me lembrei que o banco tinha uma carteira chamada CL (Crédito em Liquidação), e era o grande problema da agência... tinha memorandos de mais de ano sem responder, pois exigia muita pesquisa...tinha que remexer em pastas e arquivos...pensei: "Está aí a solução, ninguém gosta dessa carteira, quem sabe seja o que o Eurico goste”! E não deu outra...em 03 meses o Eurico acabou com problemas de pesquisa de mais de um ano e meio. Isso é adaptar o homem ao trabalho...O trabalho da empresa moderna é promover funcionários de dentro da empresa, evitando contratações de quem vem de fora, preocupando-se só com resultados imediatos!.. É lógico que se no quadro não temos alguém a altura da produtividade que a empresa necessita, então é necessário a busca, mas formar profissionais tem grande peso na relação custo X benefício!..Outro fator observado por quem supervisiona, é se o material de trabalho do funcionário está longe de onde ele se instala (layout)...isso é perca de tempo e de energia!..e nessas épocas difíceis tempo e energia são fundamentais!..O segundo item é o ambiente físico adaptado ao homem...e até as cores do ambiente influenciam na produtividade, por exemplo: as cores verde e amarela aumentam a produtividade das pessoas...Mas isso é "papo" para outro artigo!

Luiz Antonio Silva, palestrante e facilitador da PHAROL-RH







MOMENTO DE REFLEXÃO

O que acontece comigo é que não consigo andar pelo mundo pegando coisas e trocando-as pelo modelo seguinte só por que alguém adicionou uma nova função ou a diminuiu um pouco…
Não faz muito, com minha mulher, lavávamos as fraldas dos filhos, pendurávamos na corda junto com outras roupinhas, passávamos, dobrávamos e as preparávamos para que voltassem a serem sujadas.
 E eles, nossos nenês, apenas cresceram e tiveram seus próprios filhos se encarregaram de atirar tudo fora, incluindo as fraldas. Se entregaram, inescrupulosamente, às descartáveis!
 Sim, já sei. À nossa geração sempre foi difícil jogar fora. Nem os defeituosos conseguíamos descartar! E, assim, andamos pelas ruas, guardando o muco no lenço de tecido, de bolso.
Nããão! Eu não digo que isto era melhor. O que digo é que, em algum momento, me distraí, caí do mundo e, agora, não sei por onde se volta.
O mais provável é que o de agora esteja bem, isto não discuto. O que acontece é que não consigo trocar os instrumentos musicais uma vez por ano, o celular a cada três meses ou o monitor do computador por todas as novidades.
Guardo os copos descartáveis! Lavo as luvas de látex que eram para usar uma só vez.
Os talheres de plástico convivem com os de aço inoxidável na gaveta dos talheres!
É que venho de um tempo em que as coisas eram compradas para toda a vida!
É mais! Se compravam para a vida dos que vinham depois! A gente herdava relógios de parede, jogos de copas, vasilhas e até bacias de louça.
E acontece que em nosso, nem tão longo matrimônio, tivemos mais cozinhas do que as que haviam em todo o bairro em minha infância, e trocamos de refrigerador três vezes.
Nos estão incomodando! Eu descobri! Fazem de propósito! Tudo se lasca, se gasta, se oxida, se quebra ou se consome em pouco tempo para que possamos trocar.
Nada se arruma. O obsoleto é de fábrica.
Aonde estão os sapateiros fazendo meia-solas dos tênis Nike? Alguém viu algum colchoeiro encordoando colchões, casa por casa? Quem arruma as facas elétricas? o afiador ou o eletricista? Haverá teflon para os funileiros ou assentos de aviões para os talabarteiros?
Tudo se joga fora, tudo se descarta e, entretanto, produzimos mais e mais e mais lixo. Outro dia, li que se produziu mais lixo nos últimos 40 anos que em toda a história da humanidade.
Quem tem menos de 30 aos não vai acreditar: quando eu era pequeno, pela minha casa não passava o caminhão que recolhe o lixo!
Eu juro! E tenho menos de ... anos! Todos os descartáveis eram orgânicos e iam parar no galinheiro, aos patos ou aos coelhos (e não estou falando do século XVII).
Não existia o plástico, nem o nylon. A borracha só víamos nas rodas dos autos e, as que não estavam rodando, as queimávamos na Festa de São João.
Os poucos descartáveis que não eram comidos pelos animais, serviam de adubo ou se queimava..
Desse tempo venho eu.  E não que tenha sido melhor....
É que não é fácil para uma pobre pessoa que educaram com "guarde e guarde que alguma vez pode servir para alguma coisa", mudar para o "compre e jogue fora que já vem um novo modelo".
Troca-se de carro a cada 3 anos, no máximo, por que, caso contrário, és um pobretão. Ainda que o carro que tenhas esteja em bom estado...
E precisamos viver endividados, eternamente, para pagar o novo!!!
Mas... por amor de Deus!
Minha cabeça não resiste tanto. Agora, meus parentes e os filhos de meus amigos não só trocam de celular uma vez por semana, como, além disto, trocam o número, o endereço eletrônico e, até, o endereço real.
E a mim que me prepararam para viver com o mesmo número, a mesma mulher, a mesma e o mesmo nome (e vá que era um nome para trocar).
Me educaram para guardar tudo. Tuuuudo! O que servia e o que não servia. Por que, algum dia, as coisas poderiam voltar a servir.
Acreditávamos em tudo. Sim, já sei, tivemos um grande problema: nunca nos explicaram que coisas poderiam servir e que coisas não.
E no afã de guardar (por que éramos de acreditar), guardávamos até o umbigo de nosso primeiro filho, o dente do segundo, os cadernos do jardim de infância e não sei como não guardamos o primeiro cocô.
Como querem que entenda a essa gente que se descarta de seu celular a poucos meses de o comprar? Será que quando as coisas são conseguidas tão facilmente, não se valorizam e se tornam descartáveis com a mesma facilidade com que foram conseguidas?
Em casa tínhamos um móvel com quatro gavetas. A primeira gaveta era para as toalhas de mesa e os panos de prato, a segunda para os talheres e a terceira e a quarta para tudo o que não fosse toalha ou talheres. E guardávamos...
Como guardávamos!! Tuuuudo!!! Guardávamos as tampinhas dos refrescos!! Como, para quê?
Fazíamos limpadores de calçadas, para colocar diante da porta para tirar o barro. Dobradas e enganchadas numa corda, se tornavam cortinas para os bares.
Ao fim das aulas, lhes tirávamos a cortiça, as martelávamos e as pregávamos em uma tabuinha para fazer instrumentos para a festa de fim de ano da escola.
Tuuudo  guardávamos! Enquanto o mundo espremia o cérebro para inventar acendedores descartáveis ao término de seu tempo, inventávamos a recarga para acendedores descartáveis.
E as Gillette – até partidas ao meio – se transformavam em apontadores por todo o tempo escolar. E nossas gavetas guardavam as chavezinhas das latas de sardinhas ou de corned-beef, na possibilidade de que alguma lata viesse sem sua chave.
E as pilhas! As pilhas das primeiras Spica passavam do congelador ao telhado da casa. Por que não sabíamos bem se se devia dar calor ou frio para que durassem um pouco mais.
Não nos resignávamos que terminasse sua vida útil, não podíamos acreditar que algo vivesse menos que um jasmim. As coisas não eram descartáveis. Eram guardáveis.
Os jornais!!! Serviam para tudo: para servir de forro para as botas de borracha, para por no piso nos dias de chuva e por sobre todas as coisa para enrolar.
Às vezes sabíamos alguma notícia lendo o jornal tirado de um pedaço de carne!!!
E guardávamos o papel de alumínio dos chocolates e dos cigarros para fazer guias de enfeites de natal, e as páginas dos almanaques para fazer quadros, e os conta-gotas dos remédios para algum medicamento que não o trouxesse, e os fósforos usados por que podíamos acender uma boca de fogão (Volcán era a marca de um fogão que funcionava com gás de querosene) desde outra que estivesse acesa, e as caixas de sapatos se transformavam nos primeiros álbuns de fotos e os baralhos se reutilizavam, mesmo que faltasse alguma carta, com a inscrição a mão em um valete de espada que dizia "esta é um 4 de bastos".
As gavetas guardavam pedaços esquerdos de prendedores de roupa e o ganchinho de metal. Ao tempo esperavam somente pedaços direitos que esperavam a sua outra metade, para voltar outra vez a ser um prendedor completo.
Eu sei o que nos acontecia: nos custava muito declarar a morte de nossos objetos. Assim como hoje as novas gerações decidem ‘matá-los’ tão-logo aparentem deixar de ser úteis, aqueles tempos eram de não se declarar nada morto: nem a Walt Disney!!!
E quando nos venderam sorvetes em copinhos, cuja tampa se convertia em base, e nos disseram: ‘Comam o sorvete e depois joguem o copinho fora’, nós dizíamos que sim, mas, imagina que a tirávamos fora!!!
As colocávamos a viver na estante dos copos e das taças. As latas de ervilhas e de pêssegos se transformavam em vasos e até telefones.
As primeiras garrafas de plástico se transformaram em enfeites de duvidosa beleza. As caixas de ovos se converteram em depósitos de aquarelas, astampas de garrafões em cinzeiros, as primeiras latas de cerveja em porta-lápis e as cortiças esperaram encontrar-se com uma garrafa.
E me mordo para não fazer um paralelo entre os valores que se descartam e os que preservávamos.
Ah!!! Não vou fazer!!!

Morro por dizer que hoje não só os eletrodomésticos são descartáveis; também o matrimônio e até a amizade são descartáveis. Mas não cometerei a imprudência de comparar objetos com pessoas.
Me mordo para não falar da identidade que se vai perdendo, da memória coletiva que se vai descartando, do passado efêmero. Não vou fazer.
Não vou misturar os temas, não vou dizer que ao eterno tornaram caduco e ao caduco fizeram eterno.
Não vou dizer que aos velhos se declara a morte apenas começam a falhar em suas funções, que aos cônjuges se trocam por modelos mais novos, que as pessoas a que lhes falta alguma função se discrimina o que se valoriza aos mais bonitos, com brilhos, com brilhantina no cabelo e glamour.
Esta só é uma crônica que fala de fraldas e de celulares.
Do contrário, se misturariam as coisas, teria que pensar seriamente em entregar à ‘bruxa’, como parte do pagamento de uma senhora com menos quilômetros e alguma função nova.
Mas, como sou lento para transitar este mundo da reposição e corro o risco de que a ‘bruxa’ me ganhe a mão e seja eu o entregue...


Eduardo Galeano - Jornalista e escritor uruguaio







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