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LITURGIA DIÁRIA

LITURGIA DIÁRIA - REFLEXÕES E COMENTÁRIOS

Diário de Domingo, 02/01/2011



"Para sonhar um ano novo que mereça este nome, você, meu caro, tem de merecê-lo, tem de fazê-lo novo, eu sei que não é fácil, mas tente, experimente, consciente. É dentro de você que o Ano Novo cochila e espera desde sempre." (Carlos Drummond de Andrade




EVANGELHO DE HOJE



Mt 2,1-12

Jesus nasceu na cidade de Belém, na região da Judéia, quando Herodes era rei da terra de Israel. Nesse tempo alguns homens que estudavam as estrelas vieram do Oriente e chegaram a Jerusalém. Eles perguntaram:
- Onde está o menino que nasceu para ser o rei dos judeus? Nós vimos a estrela dele no Oriente e viemos adorá-lo.
Quando o rei Herodes soube disso, ficou muito preocupado, e todo o povo de Jerusalém também ficou. Então Herodes reuniu os chefes dos sacerdotes e os mestres da Lei e perguntou onde devia nascer o Messias. Eles responderam:
- Na cidade de Belém, na região da Judéia, pois o profeta escreveu o seguinte:
"Você, Belém, da terra de Judá,
de modo nenhum é a menor
entre as principais cidades de Judá,
pois de você sairá o líder
que guiará o meu povo de Israel."
Então Herodes chamou os visitantes do Oriente para uma reunião secreta e perguntou qual o tempo exato em que a estrela havia aparecido; e eles disseram. Depois os mandou a Belém com a seguinte ordem:
- Vão e procurem informações bem certas sobre o menino. E, quando o encontrarem, me avisem, para eu também ir adorá-lo.
Depois de receberem a ordem do rei, os visitantes foram embora. No caminho viram a estrela, a mesma que tinham visto no Oriente. Ela foi adiante deles e parou acima do lugar onde o menino estava. Quando viram a estrela, eles ficaram muito alegres e felizes. Entraram na casa e encontraram o menino com Maria, a sua mãe. Então se ajoelharam diante dele e o adoraram. Depois abriram os seus cofres e lhe ofereceram presentes: ouro, incenso e mirra.
E num sonho Deus os avisou que não voltassem para falar com Herodes. Por isso voltaram para a sua terra por outro caminho.




MEDITANDO SOBRE O EVANGELHO
Padre Queiroz




Viemos do Oriente adorar o Rei.
Hoje celebramos com alegria a solenidade da Epifania do Senhor, palavra que significa manifestação. Os magos tinham cores diferentes, representando todos os povos. Um era branco, outro negro e o terceiro pardo. Aquela criança que nasceu tão humilde numa gruta, é o rei não só de Israel, mas de todas as nações.
Os presentes oferecidos à criança são uma retribuição pelo grande presente que a humanidade recebeu: a redenção. Eles têm também sentido simbólico, indicando as características daquela criança:
1) O ouro é o rei dos metais; Jesus é o rei dos reis. Oferecer ouro a Jesus é reconhecê-lo como o Senhor da nossa vida. Somos de Deus. “Eu te chamo pelo nome, tu és meu”(Is 43,1).
2) O incenso é usado para o culto a Deus; Jesus é Deus. Oferecer-lhe incenso é reconhecer a sua divindade. Os magos voltaram felizes, porque têm agora onde adorar. “Onde está o teu tesouro aí está o teu coração” (Mt 6,21).
3) A mirra é uma resina que tem duas propriedades: perfumar e evitar o apodrecimento. Por isso untavam os defuntos com essa resina. Indica que Jesus vai terminar sua vida terrena sendo assassinado, mas este não será o seu fim. Nenhum sofrimento é o fim. Unido com Jesus, todo sofrimento torna-se um trampolim. Nós também queremos dar presentes a Jesus.
“Retornaram para a sua terra, seguindo outro caminho.” Deus protege seus filhos e filhas, e lhes indica outro caminho, se necessário. “Não perdereis um só fio de cabelo.”
“Ao saber disso, o rei Herodes ficou perturbado.” Jesus veio transformar; quem está preso ao mal e não quer ser transformado, persegue Jesus ou seus discípulos. A Comunidade cristã é a continuação de Jesus na terra. Ela tem a mesma missão e também a mesma sorte dele; uns a acolhem, outros perseguem. “Vede, eu vos envio como ovelhas para o meio de lobos. Sede, portanto, prudentes como as serpentes e simples como as pombas” (Mt 10,16).
O nosso testemunho produz dois efeitos contrários, como aconteceu com a notícia do nascimento de Jesus: uns se alegram e outros se inquietam. A presença do Reino de Deus alegra os que amam a verdade e suscita ódio aos que vivem na mentira. “Teus filhos vem de longe...” (Is 60,1-6). O Reino de Deus representa uma ameaça aos que se opõem a ele. Desses a estrela se esconde.
A viagem da vida tem uma estrela que nos guia. E nós também somos chamados a ser estrelas, indicando às pessoas onde está Cristo. “Vós sois a luz do mundo”. Nós agradecemos a Deus todas as pessoas que ele mandou para nos indicar o caminho dele e da santa Igreja: nossos pais, nossa catequista, o pároco, a avó... E queremos ir em frente, fazendo o mesmo.
Certa vez, um pai e seu filho de onze anos foram pescar em um lago. A temporada de pesca só começaria no dia seguinte, mas pai e filho saíram no fim da tarde para pegar apenas peixes cuja captura estava liberada.
Veio a noite e, de repente, a vara do garoto se envergou, indicando que havia algo enorme no anzol. O pai olhava com admiração, enquanto o filho, habilmente, erguia o peixe da água. Era o maior peixe que ele já tinha visto. Sua pesca, porém, só era permitida na temporada. O pai e o filho olhavam para o peixe bonito, sua guelras para trás e para frente.
O pai então acendeu um fósforo e olhou para o relógio: pouco mais de vinte e duas horas. Ainda faltavam quase duas horas para a abertura da temporada. Disse ao menino: “Você tem de devolvê-lo, filho! Vai aparecer outro”. “Mas não tão grande quanto este”, disse a criança, choramingando.
O garoto olhou à volta do lago, não havia outros pescadores ou embarcações à vista. Voltou novamente a olhar para o pai. Mesmo sem ninguém por perto, pelo tom de voz do pai, ele sabia que a decisão era inegociável. Devagarinho, tirou o anzol da boca do peixe e o devolveu à água. O peixe movimentou-se rapidamente e desapareceu.
Isso aconteceu há trinta e quatro anos. Hoje o garoto é um arquiteto bem sucedido. Ele leva seus filhos para pescar no mesmo local. Sua intuição estava correta: nunca mais conseguiu pegar um peixe tão maravilhoso como o daquele dia. Entretanto, sempre vê o mesmo peixe, sempre que depara com uma questão ética. Porque, como o pai lhe ensinou, a ética é simplesmente uma questão de certo ou errado. Agir corretamente quando se está sendo observado é uma coisa. A ética, porém, está em agir corretamente quando ninguém está nos observando
Essa conduta correta só é possível quando, desde criança, aprendeu-se a devolver o peixe à água. A ética é como uma moeda de ouro: tem valor em toda parte.
Epifania é manifestação de Cristo. A sociedade precisa conhecer a verdadeira face de Cristo: caminho, verdade, vida.
“Quando entraram na casa, viram o menino com Maria, sua mãe.” Naturalmente, Maria mostrou o Menino Jesus a eles. E mostrou sorrindo, como fazem todas as mães, ao mostrar seu bebê para uma visita. Este foi o momento exato da Epifania, o momento em que o Filho de Deus é apresentado ao mundo, representado naqueles magos. E Maria foi o instrumento usado por Deus para realizar esta primeira Epifania. Ela não só gerou Jesus, mas o mostrou e manifestou ao mundo.
Várias vezes Maria Santíssima mostrou: na apresentação no Templo, nas Bodas de Cana, e o mostrou em muitos outros momentos, evidentemente.
Aí está uma virtude de Maria, que podemos imitar: apresentar Jesus, pois ele é o grande amigo que as pessoas poderiam ter, se déssemos uma mãozinha.
O mundo atual padece de uma doença terrível: a noite do espírito, ou a ausência de Deus. Maria fez, e continua fazendo, a parte dela. E nós?... Não é Deus que se ausenta, mas as pessoas que se ausentam dele. Imagine um satélite girando no espaço, e que perde o contato com o centro espacial. Ele fica girando sem rumo, até cair, ou se desintegrar no espaço. É o que acontece com quem anda desconectado de Deus. Muitos são Epifania de Cristo pela própria vida.
Viemos do Oriente adorar o Rei.





MOMENTO DE REFLEXÃO


Creio que a busca de todo ser humano é o equilíbrio espiritual, emocional, físico e financeiro. De uma forma ou de outra, chamamos isso de felicidade para resumir.
E para que a vida tenha tido um sentido no seu fim, o homem quer ainda salvar a sua alma. O que é natural, pois a plenitude da vida do homem é o seu reencontro com Aquele que o criou.
E todo mundo corre atrás dessa felicidade, desse bem maior. Vai-se de um lado para o outro, crê-se nisso ou naquilo, porque é necessário apegar-se a alguma coisa nesse mundo para que a vida tenha sentido, para que possamos esperar pelo dia seguinte e acreditar que no próximo ano as coisas estarão melhores.
Por que os homens procuram tantas soluções para os seus problemas se a única que existe está tão próxima deles? Talvez justamente porque o que está perto demais a gente não vê direito. O que é evidente a gente não enxerga, está tão perto que nem prestamos atenção. Tudo parece tão comum quando está junto de nós o tempo todo!
É preciso se ter consciência que todo caminho não conduz a Deus e é por isso que a humanidade se sente perdida. Tanto que se ela não se reencontrar nAquele que a gerou, ela vai continuar vagando, nessas idas e vindas que a conduzirão a muitas coisas, menos ao essencial.
Existem muitas verdades no mundo? Sim, muitas. Mas só UMA conduz a Deus: Jesus!
Religiões e crenças não levam a Deus, embora possamos aprender muito com grupos de pessoas que têm o mesmo objetivo que nós. Mas nenhum outro ser humano que não seja Jesus pode nos levar ao Pai, em nenhum outro encontraremos respostas para nossa felicidade. A vida é efêmera, as pessoas vêem e se vão, mas Jesus é eterno.
Fazer o bem, amar o próximo e levar uma vida correta é conseqüência do nosso relacionamento com Deus, não um caminho para se chegar a Ele. Homens podem curar, fazer milagres, trazer a paz, nos mostrar o caminho, mas ainda assim só serão homens, por melhores que sejam, simples mortais. A natureza é linda e perfeita, mas foi-nos dada para nosso deleite, e mostrar o quanto Deus é minucioso na sua perfeição, mas ela jamais vai nos conduzir a Ele.
Só existe uma Verdade Absoluta e quem crê em Deus, deve crer nisso. Só existe UM Caminho! Quem negar isso, nega todo o sacrifício da cruz e as próprias palavras do Mestre. Quem negar isso, nega o amor dAquele que nos amou acima de tudo.
Há mistérios no mundo que a nós não foi dada a ciência para desvendar. Não ainda. Mas um dia nossos olhos se abrirão e teremos todo o entendimento.
Enquanto isso, sejamos pacificadores, sejamos o sal da terra e a luz do mundo, sejamos aqueles que seguem as pisadas do Mestre, sejamos aqueles que já compreenderam que Deus está junto de nós e que podemos caminhar de mãos dadas com Ele se assim decidirmos. Isso vai fazer toda a diferença no nosso caminho. Creiam nisso!...


Letícia Thompson




e até que nos encontremos novamente,
que Deus lhe guarde serenamente na
palma de Suas mãos.

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