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LITURGIA DIÁRIA

LITURGIA DIÁRIA - REFLEXÕES E COMENTÁRIOS

Diário de Segunda-feira 24/01/2011




Segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

“Dinheiro faz homens ricos, o conhecimento  homens sábios e a humildade faz grandes homens.” (Pe. Orlando Gambi)





EVANGELHO DE HOJE


Mc 3,22-30

Alguns mestres da Lei, que tinham vindo de Jerusalém, diziam:
- Ele está dominado por Belzebu, o chefe dos demônios. É Belzebu que dá poder a este homem para expulsar demônios.
Então Jesus chamou todos e começou a ensiná-los por meio de parábolas. Ele dizia:
- Como é que Satanás pode expulsar a si mesmo? O país que se divide em grupos que lutam entre si certamente será destruído. Se uma família se divide, e as pessoas que fazem parte dela começam a lutar entre si, ela será destruída. Se o reino de Satanás se dividir em grupos, e esses grupos lutarem entre si, o reino não continuará a existir, mas será destruído.
- Ninguém pode entrar na casa de um homem forte e roubar os seus bens, sem primeiro amarrá-lo. Somente assim essa pessoa poderá levar o que ele tem em casa.
- Eu afirmo a vocês que isto é verdade: os pecados que as pessoas cometem ou as blasfêmias contra Deus poderão ser perdoadas. Mas as blasfêmias contra o Espírito Santo nunca serão perdoadas porque a culpa desse pecado dura para sempre.
Jesus falou assim porque diziam que ele estava dominado por um espírito mau.





MEDITANDO SOBRE O EVANGELHO (1)
Fr. José Luís Queimado, CSsR.


OBRAS EM NOME DE DEUS!
Esta passagem não é fácil de ser interpretada, como vocês já percebem ao lê-la! A palavra Beelzebúl (Βεελζεβούλ), em grego, significa: senhor das moscas; esta palavra provém do hebraico Ba’al Zebub (בעל זבוב). Na realidade, esta divindade era adorada pelos filisteus, na cidade bíblica de Ekron (עֶקְרוֹן), a mais ou menos 30 km de Jerusalém.
As oferendas dos cananeus ao que eles chamavam Senhor dos Exércitos apodreciam nos mesmos lugares em que eram postas, por isso os judeus começaram a zombar dessa divindade estrangeira, dando-lhe o nome de “senhor das moscas”, pois elas tomavam conta das oferendas pútridas. Ba’al, na realidade, também significa senhor, em hebraico. Mas ninguém poderia adorar outra divindade que não IHWH (Javé), ainda mais se fosse Ba’al essa divindade.
Para aqueles que acusavam Jesus de operar curas e milagres em nome de Belzebu, os feitos miraculosos do Mestre eram realizados pelo poder de más divindades. Não se tinha ainda a noção de que Belzebu estava no inferno de enxofre comandando os diversos demônios, pois essa concepção demonológica só apareceu no século XVI. Chefe dos demônios, para os judeus, queria dizer que era a divindade estrangeira mais odiada e temida da época de Jesus.
O Mestre usa o mesmo argumento para rebater seus acusadores. Jesus sabe que os seus milagres não tinham nenhuma relação com Satanás ou Belzebu, ou com qualquer outra divindade ou ser mitológico da época. Suas obras são realizações de Deus, para mostrar que seu projeto transcendia a realidade palpável. Jesus fala a respeito de divisões nas famílias ou nos grupos, para que eles se convencessem do erro que estavam cometendo. O Mestre não podia expulsar os demônios (Satanás) em nome de Belzebu, pois estaria lutando contra o seu próprio grupo. Com esse argumento, muitos creram que aquelas obras de Jesus eram divinas.
A última idéia de Jesus é bem assustadora; sempre repercute em todos os ouvidos cristãos. Mas quem sabe dizer o que, na realidade, vem a ser um pecado contra o Espírito Santo!? Muitos já tentaram responder; mas cada um dá uma opinião diferente. É certo que essa linguagem usada por Jesus é para assustar os seus adversários. Mesmo estando aqueles escribas investindo contra ele, Jesus não quer vê-los distante do Reino de Deus. Por isso, ameaça duramente àqueles homens inteligentes da época, que sabiam escrever e interpretar as Escrituras, porque queria que eles aderissem ao projeto salvífico do Reino de Deus.
Pecar contra o Espírito é destruir um ser humano, que possui o Espírito de Deus; que tem o Espírito Santo. É fechar-se em si mesmo, e esquecer o sofrimento à sua volta. É tratar as pessoas ao seu redor como objetos descartáveis. Mas como diz São Paulo: “... mas, onde o pecado abundou, superabundou a graça!” (Rm 5, 20b). Jesus nunca condenou ninguém, e morreu na cruz para a salvação de todos! Por isso, todos os pecados podem ser perdoados, se houver arrependimento sincero de coração! Esse foi o maior sonho de Jesus: que todos acreditássemos que as suas obras eram da parte de Deus! Que São Francisco de Sales nos ajude a entender e a viver essa realidade!







MEDITANDO SOBRE O EVANGELHO (2)
Padre Queiroz

O Evangelho narra aquela acusação terrível dos mestres da Lei, dizendo que Jesus agia pela força de Belzebu, o príncipe dos demônios.
O povo judeu atribuía ao demônio as doenças físicas ou psíquicas e diversos outros males. De fato, a força do mal que age no mundo está na origem dos males e misérias, mas nem sempre é a sua causa direta.
As autoridades religiosas andavam preocupadas, porque o povo estava
deixando-as de lado e seguindo a Jesus. Isso devido aos contra testemunhos que elas davam.
Os dirigentes religiosos apenas repetiam tradições antigas, e criavam um emaranhado de leis, cada vez mais complexas, que só os peritos podiam interpretar.
E a Palavra de Deus, assim como a justiça e a fraternidade, ficavam esquecidas.
Jesus, ao contrário, falava com clareza e dava exemplo com a própria vida,
daquilo que falava. Ele libertava as pessoas de todos os males que tinham, do corpo, da alma e do espírito. Por isso, o povo se entusiasmava com ele e chamava a sua mensagem e gestos de Boa Nova.
As autoridades religiosas ficavam com inveja e ao mesmo tempo com preocupação, pois se continuasse assim, a religião deles iria acabar.
Procuravam então desmoralizar Jesus diante do povo e desacreditá-lo. Mas, e os milagres que Jesus fazia, como explicar? Foi aí que tiveram a idéia de atribuir os milagres a Belzebu, o chefe dos demônios.
Entretanto, quando Jesus expulsa um demônio, por si desmente a afirmação deles. Saída que tiveram: Jesus age por Belzebu, o chefe dos demônios. É o próprio chefe dos demônios que expulsa os seus súditos.
Belzebu era o nome de um ídolo antigo dos pagãos. O povo havia tomado este nome para designar o chefe dos demônios.
Jesus explica, através de uma comparação, que o argumento das autoridades era furado: Um reino divido contra si mesmo logo acaba. Uma família dividida se acaba.
E Jesus apresenta o motivo verdadeiro por que ele expulsa demônios: “Ninguém pode entrar na casa de um homem forte para roubar seus bens, sem antes o amarrar”.
A casa é o possesso. O homem forte que toma conta da casa é o demônio. O que entra é Jesus. Portanto, Jesus é mais forte que todos os demônios, inclusive Belzebu.
Com esse argumento, Jesus prova duas coisas. Primeira: Que não pelo poder do demônio que ele age. Segunda: Que ele é mais forte que todos os demônios.
É mais um convite àquelas autoridades a quebrarem as resistências e seguirem a Jesus.
Jesus ama os seus inimigos.
Um dia Jesus falou: “Quem não recolhe comigo, espalha”. Quer dizer, ninguém consegue ficar neutro em relação a Jesus.
Blasfemar contra o Espírito Santo é atribuir ao demônio uma obra que é do Espirito Santo, e fazer isso por maldade, sabendo que é obra de Deus. Na prática, não é Deus que recusa a pessoa, mas a pessoa que o recusa e procura destruir as obras de Deus.
Conta-se que S. Geraldo Magela um dia foi caluniado por uma moça da paróquia onde ele trabalhava. Ela procurou Santo Afonso, o superior, e disse que havia transado com o Irmão Magela.
Santo Afonso ficou surpreso, pois Magela era tido como um santo. Chamou-o, deu-lhe uma enorme bronca e determinou: Um mês de retiro, a pão e água, sem falar nada com ninguém.
Magela inclinou a cabeça, em sinal de submissão, e iniciou a penitência.
Dias depois, a moça percebeu que o irmão estava ficando fraco e abatido. Sentiu dó dele, procurou novamente Santo Afonso e contou que aquilo fora uma invenção dela e que nada havia acontecido entre os dois.
O superior então chamou Magela e perguntou por que ele lhe disse que aquilo não era verdade. Ele respondeu: "Está escrito no nosso regulamento que o súdito não deve justificar-se quando recebe uma repreensão do superior!"
No fundo, S. Geraldo deve ter ficado contente, pois assim participou um pouquinho das humilhações e calúnias que Jesus sofreu.
"Felizes os que são perseguidos por causa da justiça, porque deles é o Reino dos Céus. Felizes sois vós, quando vos injuriarem e perseguirem e, mentindo, disserem todo mal contra vós por causa de mim. Alegrai-vos e exultai, porque é grande a vossa  recompensa nos céus" (Mt 5,10-12).
Jesus amava os seus inimigos.
Maria Santíssima, que teve o coração transpassado por uma espada de dor, nos ajude a enfrentar bem as perseguições e calúnias e a amar os nossos inimigos.





MOTIVAÇÃO NO TRABALHO
Max Gehringer



O QUE É... PERIPATÉTICO

É seguir o exemplo de Jesus: ensinar caminhando
Numa das empresas em que trabalhei, eu fazia parte de um grupo de treinadores voluntários.
Éramos coordenados pelo chefe de treinamento, o professor Lima, e tínhamos até um lema:
"Para poder ensinar, antes é preciso aprender" (copiado, se bem me recordo, de uma literatura do Senai). Um dia, nos reunimos para discutir a melhor forma de ministrar um curso para cerca de 200 funcionários. Estava claro que o método convencional -- botar todo mundo numa sala -- não iria funcionar, já que o professor insistia na necessidade da interação, impraticável com um público daquele tamanho. Como sempre acontece nessas reuniões, a imaginação voou longe do objetivo, até que, lá pelas tantas, uma colega propôs usarmos um trecho do Sermão da Montanha como tema do evento. E o professor, que até ali estava meio quieto, respondeu de primeira. Aliás, pensou alto:-- Jesus era peripatético...
Seguiu-se uma constrangida troca de olhares, mas, antes que o hiato pudesse ser quebrado por alguém com coragem para retrucar a afronta, dona Dirce, a secretária, interrompeu a reunião para dizer que o gerente de RH precisava falar urgentemente com o professor. E lá se foi ele,deixando a sala à vontade para conspirar.
-- Não sei vocês, mas eu achei esse comentário de extremo mau gosto -- disse a Laura.
-- Eu nem diria de mau gosto, Laura. Eu diria ofensivo mesmo -- emendou o Jorge, para acrescentar que estava chocado, no que foi amparado por um silêncio geral.
-- Talvez o professor não queira misturar religião com treinamento -- ponderou o Sales, que era o mais ponderado de todos. -- Mas eu até vejo uma razão para isso...
-- Que é isso, Sales? Que razão?
-- Bom, para mim, é óbvio que ele é ateu.
-- Não diga!
-- Digo. Quer dizer, é um direito dele. Mas daí a desrespeitar a religiosidade alheia...
Cheios de fúria, malhamos o professor durante uns dez minutos e, quando já o estávamos sentenciando à fogueira eterna, ele retornou. Mas nem percebeu a hostilidade. Já entrou falando:
-- Então, como ia dizendo, podíamos montar várias salas separadas e colocar umas 20 pessoas em cada uma. É verdade que cada treinador teria de repetir a mesma apresentação várias vezes, mas... Por que vocês estão me olhando desse jeito?
-- Bom, falando em nome do grupo, professor, essa coisa aí de peripatético, veja bem...
-- Certo! Foi daí que me veio a idéia. Jesus se locomovia para fazer pregações, como os filósofos também faziam, ao orientar seus discípulos. Mas Jesus foi o Mestre dos Mestres, portanto a sugestão de usar o Sermão da Montanha foi muito feliz. Teríamos uma bela mensagem moral e o deslocamento físico... Mas que cara é essa? Peripatético quer dizer "o que ensina caminhando".
E nós ali, encolhidos de vergonha. Bastaria um de nós ter tido a humildade de confessar que desconhecia a palavra que o resto concordaria e tudo se resolveria com uma simples ida ao dicionário. Isto é, para poder ensinar, antes era preciso aprender. Finalmente, aprendemos.
Duas coisas. A primeira é: o fato de todos estarem de acordo não transforma o falso em verdadeiro. E a segunda é que a sabedoria tende a provocar discórdias. Mas a ignorância é quase sempre unânime.





MOMENTO DE REFLEXÃO


Muitas pessoas na vida são acometidas por uma doença muito grave chamada Síndrome do Estrelismo”. Duas grandes ilusões acompanham os portadores desta síndrome. Primeiramente, pensam que têm brilho próprio. Em segundo lugar, pensam que o seu brilho dura para sempre.
Toda estrela vive a ilusão do brilho próprio, e pensa que brilha por si mesma; logo imagina também que se basta a si mesma. É o complexo de superioridade, sempre acompanhado de alguns sintomas muito conhecidos, tais como presunção, arrogância, soberba, orgulho e vaidade. Geralmente esse tipo de luz se apaga muito rapidamente e, pior ainda, quando cair, a queda é muito grande.
Neste mundo de DEUS ninguém tem brilho próprio. As noites enluaradas nada mais são do que reflexo do brilho do sol sobre a lua. O sol brilha e a lua resplandece. Se na própria natureza percebemos o valor da interdependência, da justa cooperação para a beleza maior do universo, também isso é verdadeiro no plano da vivência humana.
Quando resplandecemos, alguém está nos emprestando o seu brilho. Quem pensa que brilha sozinho, vive uma grande ilusão e usurpa uma luz que não lhe pertence. Nossas vitórias e conquistas trazem o reflexo de muitos brilhos e do brilho de muitos, e que, mesmo no anonimato, ainda assim são mais importantes do que imaginamos.
Uma outra grande ilusão do portador da síndrome do estrelismo é imaginar que vai brilhar para sempre. É o complexo de eternidade adoecendo a vida de alguns pobres mortais. Nesta vida nada é para sempre !
Existem pessoas que não podem conquistar alguns espaços sociais, especialmente no exercício do poder e de influência (políticos, religiosos, artistas, intelectuais, etc.), pois imaginam-se astros-reis, brilhando numa constelação de míseros vaga-lumes.
Tais pessoas esquecem que a vida terrena é muito efêmera, e que as marcas desta efemeridade estão presentes em toda nossa existência. Tudo na vida é ilusório. O rei Salomão disse: “Tudo é vaidade !” Isso vale, também, para os que se imaginam intocáveis e eternos.
Neste novo milênio, seremos todos desafiados a buscar a cooperação mútua, o intercâmbio constante e o reconhecimento de que não somos estrelas isoladas, mas membros de uma grande constelação, onde o brilho de todos é também reflexo do brilho de cada um.
Precisamos deixar que os outros brilhem, pois muitas vezes, quando alguém lança uma luz sobre nosso caminho, aponta-nos o abismo onde iríamos cair.
Estrela não tem luz própria. A glória do universo é apenas um pequeno reflexo da luz maior que provém de DEUS, e todos nós somos fagulhas de DEUS.
Quando pensamos que estamos brilhando, é ELE quem nos empresta a Sua luz.





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