Domingo, 28
de fevereiro de 2016
“Amor é um
desejo irresistível de ser irresistivelmente desejado.” (Robert Frost)
EVANGELHO
DE HOJE
Lc 13,1-9
— O Senhor
esteja convosco.
— Ele está
no meio de nós.
—
PROCLAMAÇÃO do Evangelho de Jesus Cristo, + segundo Lucas.
— Glória a
vós, Senhor!
Nesse
momento, chegaram algumas pessoas trazendo a Jesus notícias a respeito dos
galileus que Pilatos tinha matado, misturando o sangue deles com o dos
sacrifícios que ofereciam. Ele lhes respondeu: “Pensais que esses galileus eram
mais pecadores do que qualquer outro galileu, por terem sofrido tal coisa?
Digo-vos que não. Mas se vós não vos converterdes, perecereis todos do mesmo
modo. E aqueles dezoito que morreram quando a torre de Siloé caiu sobre eles?
Pensais que eram mais culpados do que qualquer outro morador de Jerusalém? Eu
vos digo que não. Mas, se não vos converterdes, perecereis todos do mesmo
modo”. E Jesus contou esta parábola: “Certo homem tinha uma figueira plantada
na sua vinha. Foi lá procurar figos e não encontrou. Então disse ao agricultor:
‘Já faz três anos que venho procurando figos nesta figueira e nada encontro.
Corta-a! Para que está ocupando inutilmente a terra?’. Ele, porém, respondeu:
‘Senhor, deixa-a ainda este ano. Vou cavar em volta e pôr adubo. Pode ser que
venha a dar fruto. Se não der, então a cortarás”.
Palavra da
Salvação
Glória a vós
Senhor
MEDITAÇÃO
DO EVANGELHO
Pe. Antônio Queiroz CSsR
Vou
colocar adubo na figueira. Pode ser que ela dê fruto.
Este
Evangelho narra que contaram a Jesus um fato trágico: Houve dentro do Templo um
motim de judeus vindos da Galiléia. A guarda romana entrou na área reservada
somente aos judeus, e matou violentamente a todos.
Os
que deram a notícia a Jesus esperavam dele uma solidariedade aos judeus mortos,
e um repúdio à profanação do lugar sagrado.
Mas
Jesus chama a atenção para algo mais importante: Esse judeus eram violentos,
iguais aos soldados que os mataram. Neste momento de comoção nacional, Deus
chama todos à conversão, pois é dessa que depende a vida mais importante, a
eterna.
O
povo judeu era pequeno e fraco; não havia nenhuma saída diante do poder
opressor, a não ser a fé, que depende do perdão sem limites.
Muita
gente interpreta as catástrofes – enchente, incêndio, acidente... – como
castigos de Deus. E se é a própria pessoa que é vítima, ela se pergunta: Que
pecado eu fiz para merecer isso?
Essa
mentalidade descarta a vida futura, e pensa que Deus deve castigar os maus e
premiar os justos aqui na terra. E nem nos lembramos que Jesus era justo e
sofreu a vida inteira. Maria Santíssima e os demais santos também.
Deus
Pai não é como nós; ele “faz brilhar o sol sobre maus e bons, e cair a chuva
sobre justos e injustos” (Mt 5,45). Deus nos adverte através de sinais; mas nem
sempre converte os pecadores, enviando-lhes desgraças.
Às
vezes um favor de Deus é para nós motivo de conversão: como Deus é bom para
mim, apesar de eu ser tão ingrato a ele! Foi isso que aconteceu com Zaqueu (Lc
19,1). Na verdade, só há um castigo de Deus: perdê-lo para sempre.
É
comum encontrarmos no Antigo Testamento Deus castigando o povo com desgraças.
Isso porque eles não tinham clareza sobre a vida futura, sua fé ainda era
imperfeita. Temos, entretanto, o exemplo de Jô, um servo de Deus que sofreu a
vida inteira.
“Vós
pensais que esses galileus eram mais pecadores do que todos os outros? Eu vos
digo que não. Mas se vós não vos converterdes, ireis morrer todos do mesmo
modo.” As catástrofes são sinais de Deus a nós, não para julgarmos as vítimas,
mas para “por a nossa barba de molho”. Através delas Deus nos convida à
conversão.
E
Jesus cita outra catástrofe, que também era comentada pelo povo: O prédio
(torre) que caiu em Jerusalém, matando dezoito pessoas. E repete o alerta: “Se
não vos converterdes, ireis morrer todos do mesmo modo”.
Vamos
aproveitar as notícias de catástrofes para a nossa conversão, pois nós também
podemos ser vítimas e, de uma hora para outra, morrermos.
Na
parábola da figueira, Jesus deixa claro que a nossa conversão se mostra pelos
frutos, isto é, pelas nossas boas obras. Não adianta ser uma figueira bonita,
se não dá fruto. O mundo está cheio de pessoas de ótima aparência, mas pouco
fruto.
Boas
obras, nós sabemos: é não falar mal dos outros, falar só a verdade, ser justo,
perdoar, amar o próximo, ajudar os necessitados...
“O
machado já está posto à raiz das árvores. Toda árvore que não der bom fruto
será cortada e jogada ao fogo” (Mt 3,10).
“Vou
colocar adubo na figueira. Pode ser que ela dê fruto.” Foi o pedido do
vinhateiro, quando o dono queria cortar a figueira. Que bom se nós fôssemos
como este vinhateiro, fazendo alguma coisa pelas pessoas que estão no caminho
errado, ou perdem tempo sem fazer boas obras! “Os que tiverem ensinado a muitos
o caminho da virtude, brilharão como as estrelas, por toda a eternidade” (Dn
12,3).
Certa
vez, um homem resolveu separar-se da esposa e disse a ela: “Vou separar-me de
você. Você pode separar tudo o que é importante para você nesta casa, que eu
fico com o resto”.
Ela
respondeu: “Sim, mas antes vamos fazer uma festinha. Assim as crianças se
divertem, dormem e depois nós faremos a divisão”.
Então
prepararam um churrasco, e convidaram os amigos. Como ele estava tenso, acabou
bebendo um pouco exagerado e, quando as visitas foram embora, ele dormiu.
Enquanto
ele dormia profundamente, a esposa, com a ajuda dos amigos, tirou todas as
coisas do quarto do casal, menos a cama dos dois, em que ele estava dormindo,
colocou no quarto as crianças, e dormiu ao lado dele.
Quando,
no outro dia cedo, ele acordou, perguntou assustado o que havia acontecido. Ela
disse: “Você não me pediu para separar o que é mais importante para mim? Já
separei. Para mim, o mais importante é o que está aqui: você e os nossos
filhos”.
Como
o vinhateiro da parábola, essa senhora ainda acreditava na sobrevivência da
família; por isso quis ainda “colocar um pouco de adubo” na tentativa de
salvá-la.
Maria
Santíssima era uma boa árvore, que produziu para nós o melhor fruto do mundo:
Jesus, nosso Salvador. Santa Mãe de Deus, rogai por nós!
Vou
colocar adubo na figueira. Pode ser que ela dê fruto.
VÍDEO
DA SEMANA
Por que
sofremos quando amamos? - Pe. Fábio de Melo
https://www.youtube.com/watch?v=wnAHVTu6s6s
MOMENTO
DE REFLEXÃO
Ela
se chamava Mega e tinha uma chefe terrível. Quando Mega chegava pela manhã e
falava "bom dia", a chefe respondia com uma pergunta:
-
Por que não chegou mais cedo?
Se
chegasse antes da hora, a chefe não estava lá, mas ficava sabendo e lhe
perguntava se ela não sabia qual o horário do expediente, mesmo depois de
trabalhar ali há tantos anos. Era uma mulher má, implicava com tudo, até que um
dia Mega se cansou e decidiu se demitir:
-
Vou sair, mas antes vou dizer tudo o que tenho vontade.
Exatamente
naquele dia ela estava almoçando quando encontrou a Dra. Casarjian que a
convidou para assistir a um treinamento, naquela tarde ao que ela respondeu:
-
Não posso, tenho expediente a cumprir.
-
E por que não?
Mega
falou sobre a chefe que vivia implicando com ela e a Dra. Casarjian lembrou que
pior a situação não poderia ficar, além do que, se a chefe lhe desse uma bronca
por faltar ao trabalho, naquela tarde, ao menos teria motivo.
Mega
lembrou que no dia seguinte iria se demitir, por isso resolveu ir ao encontro.
Ali ouviu referências a respeito do perdão. A Dra começou a palestra:
-
O perdão é bom para você... Se você perdoar alguém que o ofendeu ele continua
do mesmo jeito mas você se sentirá bem. Se você perdoar o mentiroso, ele
continuará mentiroso mas você não se sentirá mal por causa das mentiras dele.
Ao
final do treinamento, Mega concluiu que a sua chefe estava muito doente e tirou
a chefe da cabeça e tomou uma resolução:
-
Não vou deixar que ela me atormente mais. E nem vou abandonar o trabalho que eu
gosto.
No
dia seguinte, Mega chegou e cumprimentou sua Chefe:
-
Olá.
A
chefe foi logo lhe perguntando o que tinha acontecido. Ela estava diferente.
Mega falou que havia participado de um treinamento e que estava bem consigo
mesma e até convidou a chefe para tomar chá, ao final da tarde.... a reação
veio logo:
-
Você está me convidando só para eu não reclamar de você?
Mega
calmamente lhe respondeu:
-
Pode reclamar, até mandar descontar as minhas horas. Mas eu insisto no chá.
E
foram. Durante o chá, a chefe falou da sua surpresa em ter sido convidada para
aquele chá. Ela sabia que era intratável... também falou da sua emoção... nunca
ninguém a convidara para um lanche, um café e acabou por falar das suas dores.
O marido lhe batia, o filho vivia no mundo das drogas. Por isso ela odiava as
pessoas... era infeliz e agredia.
Semanas
depois, era a própria chefe que comparecia ao novo treinamento da Dra.
Casarjian a respeito do perdão.
Perdoar
é libertar-se. Quando alguém nos agride é porque este alguém está a um passo do
desequilíbrio e não pode nem imaginar o quanto se encontra enfermo.
Sem
dúvida, a felicidade pertence sempre àquele que pode oferecer, que a possui
para dar. Nosso maior exemplo é Jesus... poderia ter reagido às agressões, mas
preferiu perdoar e amar, por saber que aqueles que o afligiam eram espíritos
atormentados em si mesmos... por essa razão, dignos de perdão.
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