“No final,
não nos lembraremos das palavras dos nossos inimigos, mas do silêncio dos
nossos amigos.” (Martin Luther King)
EVANGELHO
DE HOJE
Mt 10,7-15
— O Senhor
esteja convosco.
— Ele está
no meio de nós.
—
PROCLAMAÇÃO do Evangelho de Jesus Cristo, + segundo Mateus.
— Glória a
vós, Senhor!
Naquele
tempo, disse Jesus aos seus discípulos: 7"Em vosso caminho, anunciai: 'O
Reino dos Céus está próximo'. 8Curai os doentes, ressuscitai os mortos,
purificai os leprosos, expulsai os demônios. De graça recebestes, de graça
deveis dar!
9Não leveis
ouro nem prata nem dinheiro nos vossos cintos; 10nem sacola para o caminho, nem
duas túnicas nem sandálias nem bastão, porque o operário tem direito a seu
sustento. 11Em qualquer cidade ou povoado onde entrardes, informai-vos para
saber quem ali seja digno. Hospedai-vos com ele até a vossa partida.
12Ao
entrardes numa casa, saudai-a. 13Se a casa for digna, desça sobre ela a vossa
paz; se ela não for digna, volte para vós a vossa paz. 14Se alguém não os
receber, nem escutar vossa palavra, saí daquela casa ou daquela cidade, e
sacudi a poeira dos vossos pés. 15Em verdade vos digo, as cidades de Sodoma e
Gomorra serão tratadas com menos dureza do que aquela cidade, no dia do juízo".
Palavra da
Salvação
Glória a vós
Senhor
MEDITAÇÃO
DO EVANGELHO
Alexandre
Soledade
Bom
dia!
Aonde
esta o reino de Deus? Aonde e por onde já o procuramos? Li certa vez numa
camiseta a seguinte frase: “dinheiro não é tudo, é 100%”. Vai saber se é mesmo?
“(…)
Porque nada trouxemos ao mundo, como tampouco nada poderemos levar. Tendo
alimento e vestuário, contentemo-nos com isto. Aqueles que ambicionam
tornarem-se ricos caem nas armadilhas do demônio e em muitos desejos insensatos
e nocivos, que precipitam os homens no abismo da ruína e da perdição. Porque a
raiz de todos os males é o amor ao dinheiro. Acossados pela cobiça, alguns se
desviaram da fé e se enredaram em muitas aflições”. (I Timóteo 6, 7-10)
O
que é o dinheiro se não temos a paz para gastá-lo?
Precisamos
muito do dinheiro para pagar nossas contas e manter nosso padrão de vida e a
nossa qualidade de vida, mas ele não nos visita, não nos consola, não nos
alegra no dia da tristeza. Vi certa vez na internet um homem que ganhou milhões
de dólares na loteria, no entanto hoje tenta recuperar o velho emprego de gari.
Assistindo
um documentário do History Channel sobre o paradeiro da arca da aliança os
pesquisadores e arqueólogos não descartam a possibilidade que ela, por ser
feita de madeira possa ter se desmanchado com o tempo, sobrando apenas o ouro
que a revestia.
A
arca carregava as tábuas da Lei, que eram de pedra, onde Moisés apresentou ao
povo os dez mandamentos. Poderia então tamanho tesouro virado pó junto com a
madeira? O que havia de mais precioso lá, as tábuas ou a mensagem?
Do
êxodo até os dias atuais, em que momento de nossas vidas não usamos como
referência os dez mandamentos? Na criação dos nossos filhos eles estão, nos
direitos e deveres públicos eles estão lá também, no entanto o ouro não está.
Precisamos
nos empenhar ainda mais a levar a mensagem de um reino de Deus que “paira”
sobre nós, mas que insistimos em não ver. Que o dinheiro, as posses, os bens
devem ser os adornos e não a vestimenta. Que a busca da felicidade não pode
estar condicionada a se acertar na loteria, em ser milionário, (…).
Quem
nunca sonhou estar de férias no caribe, na Europa, em Nova York com toda a
família, num hotel de luxo numa praia paradisíaca digna de um filme de
Hollywood? Como sonhar é bom! Por que então não acrescentamos nesses sonhos que
temos a paz, o sorriso de nossos filhos, a presença dos nossos amigos? O ouro
pode estar também na realidade que vivemos, esteja acontecendo num fundo de um
quintal ou numa laje sem cobertura.
Se
recebermos de coração aberto a paz ela será convidada a ficar, com dinheiro ou
sem dinheiro! “(…) Que a paz esteja nesta casa! Se as pessoas daquela casa
receberem vocês bem, que a saudação de paz fique com elas”.
O
que me impressiona é nossa vontade de construir patrimônio e se esquecer dos
alicerces que de fato nos sustentam para poder usufruir da conquista. E quanto
a questão de onde estaria o reino de Deus… Se de fato as tábuas viraram pó é
bem provável que elas até hoje estão no ar, ao nosso redor, sobre nós, sobre os
irmãos…
Encontrou?
A mensagem sobrevive ao tempo. É ela o verdadeiro patrimônio contido na arca da
aliança.
Fecho
esse texto com a reflexão proposta pelo site da CNBB, para esse mesmo texto, no
ano passado:
“(…)
A vida de quem é discípulo de Jesus consiste em fazer as obras do reino de Deus
para manifestar a sua presença no meio dos homens. É deixar de lado as suas
próprias obras para que, como enviado por Jesus, realize as obras de Deus. Para
que isso seja possível, o discípulo de Jesus não deve colocar a sua confiança
nos bens materiais, mas em Deus, que tudo proverá para que a sua obra seja
coroada de êxito. Com essa confiança em Deus, o discípulo de Jesus deve
procurar estar atento a tudo o que acontece ao seu redor, para que não perca
nenhuma chance de fazer o bem aos que necessitam dele e possa ser, também, um
promotor da paz”.
A
exemplo de São Barnabé, nos empenhamos em levar a notícia que muda a vida
verdadeiramente. O que levar? o que é importante.
Um
imenso abraço fraterno.
MUNDO
ANIMAL
Existe
Cachorro Racista?
Desde
que eu era menina sempre ouvi dizer que existem determinados cães, e em
especial determinadas raças de cães, que são racistas. Naquela época eu nunca
me questionei a este respeito e eu mesma fui dona de um Pastor Alemão que,
embora não pudesse ser chamado de "racista" pois sempre aceitou
pessoas brancas, pretas, japonesas ou de qualquer raça, poderia ser chamado de
"preconceituoso". Este cão tinha verdadeira aversão (e agressividade)
com relação a mendigos e bêbados, bem como por bando de crianças barulhentas e
sem camisa.
Mas
será que existem mesmo cães racistas e cães que detestam determinado grupo de
pessoas?
A
verdade é que esta atitude agressiva não é reflexo de preconceitos como nós
humanos entendemos. Mesmo que alguns cães pareçam ser mais agressivos e
desconfiados com determinados grupos de pessoas, cães não gostam ou deixam de
gostar mais ou menos de uma pessoa, seja ela negra, branca ou oriental, por
causa de conceitos prévios a respeito de uma possível correlação entre a cor da
pele e comportamento "padrão" tal como muitos humanos fazem.
Se
um cão discrimina determinado grupo de pessoas é porque uma das três razões
abaixo fizeram parte do seu desenvolvimento quando filhote:
1-
Ele nunca teve contato ou até mesmo viu uma pessoas com estas características
físicas.
Se
um cão for criado apenas numa comunidade negra ele (o cão) provavelmente irá
estranhar, podendo até demonstrar sinais de agressividade contra brancos. Da
mesma forma cães que nunca tiveram contato com crianças, pessoas obesas ou que
se utilizem de cadeira de rodas irão estranhar estes grupos.
2- O dono transmite insegurança ou
desaprovação com relação a determinados tipos de pessoas.
Embora
este sentimento possa ser involuntário e extremamente discreto o cão percebe e
reage tentando compensar a insegurança do dono. Este era exatamente o caso do
meu Pastor Alemão.
Meu
cachorro era dotado de muita sensibilidade e instinto de guarda. Hoje,
analisando minha relação com ele, percebo que todas as vezes que eu avistava um
mendigo ou um bêbado (na época eu devia ter um 15 anos e morria de medo de ser
abordada por estas pessoas) eu retesava a coleira, puxando o cachorro ainda
mais para perto de mim. Não foram necessárias muitas repetições deste movimento
para que o cão percebesse o meu desconforto e passasse a dar o aviso aos
transeuntes, que se enquadravam neste padrão, para que não se aproximassem.
Neste caso o cheiro (bebida alcóolica ou da falta de higiene corporal) eram a
dica para que ele começasse a latir ameaçadoramente. Da mesma forma, na região
em que eu morava, era comum que bando de meninos voltando da praia atacassem
pessoas para realizar pequenos furtos ou apenas para ameaça-las e dar boa
risada da cara de pavor do pobre coitado. Mais uma vez, toda vez que eu avista
um destes bandos eu puxava o cachorro para junto de mim .
E
mais uma vez Tiquinho (este era o nome do cão) vinha em meu socorro.
Nestes
casos eu imagino que além do cheiro de praia, a algazarra dos meninos, e a
maneira que eles andavam pela rua (tentado cobrir um raio suficiente para
cercar as pessoas) deflagrava os instintos do meu bicho. Claro que eu não sabia
o que eu estava fazendo. Eu não estava tentando ensinar ao meu cachorro a me
proteger, mas sempre eu o recompensava, já que me sentia aliviada com a
distancia que estas pessoas mantinham de nós. Aliás, era uma dupla recompensa:
Uma quando eu acabava acariciando o cão, e outra através das pessoas que se
afastavam. Eu e elas estávamos mostrando ao Tiquinho que ele estava fazendo um
belíssimo trabalho e que deveria continuar se aperfeiçoando.
Em
poucos meses não era preciso mais que eu visse as pessoas
"indesejadas" se aproximando, nem que eu puxasse a coleira do
Tiquinho. Não subestimem os sentidos de um cão (olfato, visão e audição
principalmente). Bastava estas pessoas estarem a centenas de metros de nós e
Tiquinho logo se arrepiava e se colocava em posição de defesa (Graças a Deus,
nunca de ataque).
3- Determinados grupos de pessoas estimulam o
comportamento desconfiado do cão.
As
pessoas que tem medo de cachorro acabam dando o sinal de que alguma coisa está
errada, mesmo quando o dono e o cão estão tranqüilos.
Foi exatamente isso que aconteceu outro dia
quando eu estava treinando um Rottiweiler de 1 ano e 2 meses.
É
bastante comum que quando saio para treinar cães grandes como o Rott as pessoas
evitem de passar muito perto de nós. Mas num dia em especial eu vinha
caminhando calmamente com este belíssimo exemplar da raça, com a coleira
totalmente frouxa, já que o cão é totalmente confiável e está quase pronto para
andar sem guia, quando dois jovens negros começaram a andar em direção contrária
a nossa.
Lá de longe eu já havia percebido que os dois
vinham se cutucando e se empurrando e, tal como eu, o cachorro também percebeu.
Desta
vez tenho certeza de que não mandei nenhum sinal para o Thor. Eu estava
absolutamente calma e de espírito desarmado. Também não poderia enviar nenhum
sinal pela guia, já que a mesma estava passando por trás do meu pescoço antes
de chegar ao cão (justamente com o propósito de eliminar o vício de corrigir o
cão quando estamos preparando o animal para andar fora da guia).
Na
medida quem que os rapazes se aproximavam de nós, eles mais se cutucavam e se
empurravam, com um tentando manter o outro próximo da rota do cachorro,
enquanto que o que era empurrado tentava escapar.
A
título de verificar o temperamento do Thor, resolvi manter o meu passo e não
interferir na tensão da guia. Quando estávamos quase cruzando com os rapazes o
Thor começou a rosnar muito baixinho. Era quase inaudível, na verdade eu podia
mais sentir a vibração do corpo dele junto a minha perna do que propriamente
ouvir o rosnado dele. Imediatamente reforcei o comando para que ele se
mantivesse junto a mim e não toquei na guia. Quando os rapazes estavam
paralelos a nós o Thor finalmente colocou os dentes para fora e começou a
latir, virando a cabeça para acompanhar os dois rapazes (que nesta hora
aceleraram o passo e pararam de se cutucar), porém sem nunca se afastar do meu
lado..
Comentário
do rapaz que estava sendo empurrado para o amigo que ria histérica e
nervosamente. "Viu seu Mané, não falei que estes cachorros não gostam de
pretos?!".
Me
controlando para não rir do comentário que foi dito num misto de pavor e
aborrecimento dignos de comédia, parei, coloquei o Thor na posição deitada e
expliquei para os dois que o cachorro não tinha nada contra a cor da pele
deles. Que apenas tinha reagido à forma que os dois se aproximaram, que para o
cão pareceu diferente, e portanto suspeita. Resposta dos dois: ‘A senhora pode
falar o que quiser dona, mas eu é que não chego perto destes cachorros, eles
não gostam de pretos e tá acabado!".
Tenho
certeza que se esta experiência fosse repetida mais uma dúzia de vezes, e
sempre com pessoas de pele escura, o Thor iria começar a ter uma atitude
suspeita contra todos os negros, já que ele é criado por uma família branca e
não costuma sair muito às ruas.
Bom,
a esta altura você pode estar se perguntando: "E se alguém não gosta de
judeus? É possível tornar um cachorro anti-semita?" (Se você não se
perguntou isso não tem importância, estou só querendo aproveitar para
esclarecer a dúvida de um aluno meu). : -)
Teoricamente
não, já que não existe nenhuma característica aparente e comum a todos os
judeus que o dono ou seu cão pudessem usar como forma de identificação. A não
ser que a pessoa morasse num lugar onde houvesse uma comunidade ortodoxa. Aí
sim, talvez, quem sabe, os cães pudessem estabelecer uma relação com as roupas
escuras, os chapéus e as barbas longas que a maioria dos homens desta religião
usam. Mas veja bem: Qualquer pessoa que estivesse trajando o mesmo tipo de
roupa, e com as mesmas características físicas, estaria sujeita ao
comportamento anti-social do cão.
E
afinal de contas, qual é a vantagem de estimular o comportamento anti-social de
um cão baseado apenas na aparência das pessoas? Melhor mesmo é manter os cães
longe deste comportamento horroroso que alguns humanos desenvolvem.
Mais
uma notinha: Este comportamento não é exclusividade de cachorros grandes. Até
um poodle pode reagir da mesma maneira, mas as raças desenvolvidas
geneticamente com o propósito de guarda são mais sensíveis e mais reativas do
que raças de caça ou de companhia. Além disso as pessoas tendem a mostrar mais
medo de cachorro grande justamente porque certas raças já possuem a fama de
racistas.
Claudia
Pizzolatto - Treinadora e Especialista em Comportamento Canino
MOMENTO
DE REFLEXÃO
Poucas
coisas são tão pesadas quanto as palavras e emoções que carregamos dentro de
nós. São coisas que não podemos colocar no chão para descansar um pouco e pegar
depois, com forças renovadas. Elas nos seguem e, por que não dizer, nos
perseguem.
As
vezes nos sentimos pequeninos sim. As vezes queremos não dizer nada, estar
simplesmente nos braços de alguém e fechar os olhos e outras, gostaríamos de
gritar nossa dor, nossa revolta e deixar que as lágrimas façam caminho no nosso
rosto.
Mas
nos calamos... por que reconhecer nossa fragilidade diante de outra pessoa é
expôr-se, entregar-se a ela, na nudez da alma. E por pudor, medo, vergonha ou
orgulho, não queremos isso.
Portanto,
a fragilidade não está em mostrar-se frágil. Só os fortes são capazes de
reconhecer suas fraquezas para melhor lidar com elas. Ser forte é desenvolver a
capacidade de lidar com as emoções, que corroem o ser como uma doença
incurável.
Desabafar
é abrir as portas do coração e as janelas da alma. Deixar sair o ar fechado e
entrar o sol. É soltar palavras e acolher alívio; é partir para o grande vôo da
liberdade que todo mundo anseia.
Mas,
claro, é preciso sabedoria para se saber onde vamos. Não podemos sair por aí
proclamando a todo mundo que temos situações mal resolvidas dentro de nós.
Temos que escolher cuidadosamente as pessoas que são capazes de nos receber com
maturidade, sem julgamentos.
Há
pessoas que nos fazem crescer. Os grandes amigos estão incluídos nessa
categoria. A eles então nossas portas podem ser abertas e as palavras poderão
fluir, até que nos sintamos mais leves.
E
há ainda e, principalmente, Aquele que mesmo conhecendo nosso íntimo melhor
ainda que nós, aceita e pede que nosso coração se abra.
Ele
nos pega nos braços, seca nossas lágrimas e nos carrega no colo. Ele nos leva
até a praia e nos apresenta o raiar do
dia e o pôr-do-sol... nos diz que a
natureza também dorme, acorda e chora às vezes, mas que assim é a vida e que o
importante mesmo é continuar de pé, buscando um mundo melhor.
Letícia
Thompson contact@leticiathompson.net
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