Domingo, 19
de julho de 2015
"A fama
produz os aplausos, mas não a alegria. Produz o assédio, mas não elimina a
solidão." (Augusto Cury)
EVANGELHO
DE HOJE
Mc 6,30-34
— O Senhor
esteja convosco.
— Ele está
no meio de nós.
—
PROCLAMAÇÃO do Evangelho de Jesus Cristo, + segundo Marcos.
— Glória a
vós, Senhor!

Palavra da
Salvação
Glória a vós
Senhor
MEDITAÇÃO
DO EVANGELHO
Padre
Queiroz
Eram
como ovelhas sem pastor.
O
Evangelho de hoje começa com o amável convite de Jesus aos Apóstolos, que
acabavam de chegar da sua missão apostólica, satisfeitos e cansados: “Vinde
sozinhos para um lugar deserto e descansemos um pouco”.
Entretanto,
o povo descobriu para onde iam, e foi a pé, por terra. Assim, quando chegaram,
encontraram uma multidão os esperando! Jesus “teve compaixão, porque eram como
ovelhas sem pastor. E começou a ensinar-lhes muitas coisas”.
É
interessante o modo de Jesus se relacionar com a multidão. Ele disse uma vez:
“Eu conheço as minhas ovelhas e elas me conhecem” (Jo 10,14). Jesus evitava
aquele messianismo político, pelo qual os seus contemporâneos judeus ansiavam.
Evitava também o sectarismo gregário de massa. O seu contato era personalizado,
dando origem ao Povo de Deus, ou à Comunidade cristã, na qual todos se conhecem
e se amam, assim como o pastor conhece suas ovelhas.
“Foi
vontade de Deus santificar e salvar os homens, não isoladamente e sem conexão
alguma de uns com os outros, mas constituindo um Povo, que o confessasse em
verdade e o servisse em santidade” (Concílio Vat. II, LG, 9).
Os
primeiros cristãos entenderam bem essa lição e se uniam em Comunidades, onde
viviam unidos como irmãos, tendo um só coração e uma só alma. Hoje a Igreja,
pelo fato de ter milhões de membros, pode dar a impressão de ser massa. Mas não
é. É só observar as nossas paróquias e Comunidades.
Várias
vezes os evangelistas escrevem que Jesus sentiu compaixão. Ele tinha dó das
pessoas carentes, das que sofriam, e aqui, das que estavam como ovelhas sem
pastor. E ele não parava só no sentimento de compaixão, mas fazia o que ele
podia pelo povo.
Jesus
não possuía nada, não tinha nem onde reclinar a cabeça. Mesmo assim, não se
preocupava consigo mesmo, mas com os outros. Quantos cristãos e cristãs têm
esse mesmo coração! É deles que nascem as diversas pastorais e as atividades
missionárias das Comunidades. Quando sentimos compaixão, e rezamos, Deus nos
indica algum caminho.
Que
bom seria se nós, ao nos depararmos com situações de carência, material ou
espiritual, sentíssemos compaixão, uma compaixão ativa que se transforma depois
em ação!
Certa
vez, um homem terminou de construir a sua casa. Ficou linda. Ele a mobiliou com
móveis novos, todos no mesmo estilo.
Então
convidou um amigo para almoçar com ele e ver a casa. Terminada a refeição,
mostrou toda a casa para o amigo, depois perguntou: “Falta alguma coisa? Pode
dizer sem acanhamento, que vou comprar hoje mesmo”.
O
amigo criou coragem e falou: “Eu sinto que está faltando Deus na sua casa!” O
dono da casa se surpreendeu, porque não havia pensado nesse componente da casa.
E ficou perdido, confuso, sem saber o que fazer, pois Deus não dá para se
comprar!
Quantas
casas hoje são assim: têm tudo, menos o principal que é Deus. Que sintamos
compaixão, uma compaixão ativa, como fez o visitante da nova casa. “O que
adianta a alguém ganhar o mundo inteiro, se vier a perder-se e a arruinar a si
mesmo?” (Lc 9,25).
Maria
Santíssima foi uma mulher ativa na luta pelo bem do povo. Vemos os seus anseios
expressos no magnificat, e levados à ação nas bodas de Caná, ao pé da cruz, no
Cenáculo etc. Santa Mãe Maria, o povo continua como ovelhas sem pastor; dai-nos
um coração semelhante ao vosso!
Eram
como ovelhas sem pastor.
VÍDEO
DA SEMANA
Refletindo sobre as urgências -
Pe. Fábio de Melo
https://www.youtube.com/watch?v=v_Jbu5XHXMA
MOMENTO
DE REFLEXÃO
Não
podemos controlar todas as situações que vivemos, algumas não dependem da nossa
vontade.
E
não podemos mudar tudo também, mesmo se somos fortes, decididos e positivos.
Mas
podemos colocar um pouco de sal e de luz.
Podemos aprender a gerenciar essas situações
de maneira que não nos afetem completamente ou profundamente, que não nos
destruam ou acabem com nossos relacionamentos de amor e de amizade.
Quando perdemos o controle de nós, perdemos o
controle de tudo.
É como um motorista que, ao sentir o perigo,
larga o volante: o acidente é inevitável!
Por mais desesperadoras que pareçam as
situações, temos que segurar o volante.
Guardar a calma nos momentos mais críticos é
uma atitude preciosa, não só para nós, mas para os outros também.
Todavia
há maneiras de exteriorizar o que nos atormenta sem que os pedaços da nossa ira
afetemtudo ao nosso redor.
Podemos chorar até que nossa alma se sinta
lavada, podemos falar com alguém em quem tenhamos confiança, podemos pintar,
desenhar, construir, correr ou apenas nos entregar à dor até que o peito se
esvazie dela.
Somos humanos, eu sei e não podemos ficar
indiferentes à tudo o que acontece, não podemos nos esconder atrás de escudos
que nunca defenderão nossa sensibilidade, pois no inevitável encontro com nosso
eu, precisamos ainda encontrar forças e coragem para nos olhar nos olhos.
Temos todos em nós sementes de virtudes
plantadas.
Devemos
dar a elas condições para que floreçam, para que dêem frutos, para que as
pessoas possam,
uma
vez que nos encontram, carregar-nos nos corações para o restante das suas
vidas.
Letícia Thompson
Nenhum comentário:
Postar um comentário