Quinta-feira,
17 de julho de 2014
“Preciso
mentir um pouco para que o ritmo aconteça e eu própria entenda o discurso.” (Adélia Prado)
EVANGELHO
DE HOJE
Mt 11,28-30
— O Senhor
esteja convosco.
— Ele está
no meio de nós.
—
PROCLAMAÇÃO do Evangelho de Jesus Cristo, + segundo Mateus.
— Glória a
vós, Senhor!
Naquele
tempo, tomou Jesus a palavra e disse: 28"Vinde a mim todos vós que estais
cansados e fatigados sob o peso dos vossos fardos, e eu vos darei descanso.
29Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim, porque sou manso e humilde de
coração, e vós encontrareis descanso. 30Pois o meu jugo é suave e o meu fardo é
leve".
Palavra da
Salvação
Glória a vós
Senhor.
MEDITAÇÃO
DO EVANGELHO
Padre
Antonio Queiroz
Vinde
a mim todos vós que estais cansados.
No
Evangelho de hoje, Jesus nos faz um maravilhoso convite: para nos aproximarmos
dele quando estivermos cansados ou desanimados. Ele nos confortará, prometeu.
Jesus é um amigo de todas as horas, mas especialmente das nossas horas mais
difíceis. Um amigo que quer ajudar, e pode porque é Deus.
“Aprendei
de mim que sou manso e humilde de coração.” Como que é uma pessoa mansa e
humilde: é pacífica, acolhedora, paciente, compreensiva, alegre e serviçal. As
pessoas não precisam se preparar para se aproximar delas, porque sabem que
sempre serão bem acolhidas e compreendidas. As crianças são as primeiras a
conhecerem essas pessoas, e logo as procuram.
Por
outro lado, há pessoas que são de difícil relacionamento. Você ensaia, ensaia,
para falar algo com elas, e mesmo assim se dá mal às vezes.
“O
meu jugo é suave e o meu fardo é leve.” Quando estamos cansados de carregar o
pesado jugo do mundo, Jesus nos convida a nos aproximarmos dele. Além de suave,
o seu jugo nos leva para o céu. Alias, o Evangelho nem é jugo, nós é que temos
essa impressão, devido à nossa inclinação ao pecado.
“O
Senhor corrige a quem ama e castiga a quem aceita como filho” (Hb 12,4). “Eu
repreendo e educo aos que amo” (Ap 3,10). É justamente o amor que Deus tem por
nós que o leva a nos impor o seu suave jugo.
E
Jesus não mudou este seu comportamento, mesmo nas suas horas mais difíceis, que
foram a condenação e a morte. “Jesus, tendo amado os seus que estavam no mundo,
amou-os até o fim” (Jo 13,1).
“Ele
tomou sobre si as nossas enfermidades e assumiu os nossos sofrimentos. Foi
castigado por nossos crimes. Nós fomos curados, graças aos seus padecimentos. O
justo justificou a muitos” (Is 53,4). A nossa salvação foi o principal gesto de
amor de Jesus.
“Cristo
morreu pelos pecadores, o justo pelos injustos, a fim de os conduzir a Deus”
(1Pd 3,18). Amar quem é bom, até que não é muito difícil. Mas amar um inimigo e
um injusto é difícil. Jesus nos amou quando éramos ruins, e este seu amor nos
tornou bons.
E
ele nos pede para imitá-lo: “Irmãos, tende em vós os mesmos sentimentos de
Cristo Jesus que, sendo rico se fez pobre por amor de vós!” (Fl 2,5). “Jesus,
manso e humilde de coração, fazei o nosso coração semelhante ao vosso.”
Queremos imitar o Senhor, tendo a virtude da benignidade, que é o amor às
pessoas fracas, que cometem erros ou que nos ofendem.
Ninguém
é totalmente ruim, nem totalmente bom. Só do demônio é totalmente ruim, e só
Deus é totalmente bom. Mas a nossa benignidade para com os ruins é um forte
convite a se tornarem melhores. E assim o mundo vai melhorando ao nosso redor.
Certa
vez, uma moça da roça foi para a cidade grande estudar. Lá começou a andar com
más companhias e a sua cabeça começou a mudar. Não era mais aquela jovem de
olhos brilhantes e sorriso estampado no rosto, como antes.
Os
pais perceberam tudo e começaram a escrever freqüentemente a ela. Eram cartas
com palavras de carinho e orientação. A menina foi guardando as cartas, mas
estava difícil deixar o mau caminho.
Preocupados,
os pais pediram ao filho mais velho, ainda solteiro, que fosse morar com ela.
Ela deixou a república onde morava e os dois foram morar num pequeno
apartamento.
Com
a ajuda do irmão, a jovem logo abandonou as más companhias e recuperou a
felicidade. Alguns colegas do grupo de jovens da paróquia começaram a
freqüentar o apartamento, aprofundando uma amizade saudável e gostosa. E os
pais continuaram escrevendo cartas, pois naquele tempo o telefone era difícil.
Quando
terminou a faculdade, na festa de formatura, aquela moça fez uma surpresa para seus
pais. Entregou a eles um belo álbum, onde estavam todas as cartas que eles lhe
tinham escrito durante o curso. Ao lhes entregar o presente, ela lhes disse
emocionada: “Aqui está o meu caminho”.
Deus
também não nos abandona, quando erramos. Ele mandou para a humanidade pecadora
inúmeras cartas, que são os livros da Bíblia. Depois nos mandou seu próprio
Filho, que veio morar conosco. E ele nos convida: Vinde a mim!
O
fardo imposto pelo amor e acolhido com amor, não pesa. A mãe não vê como peso o
seu trabalho, que começa de manhã e termina à noite. Que Maria Santíssima nos
aproxime mais do seu Filho, para carregar o seu suave jugo.
Vinde
a mim todos vós que estais cansados.
MUNDO
ANIMAL
Problemas de
comportamento, podem virar filme ou casos de abandono e morte…
Casais
obrigados a dormir separados, vizinhos à beira da loucura, bens destruídos e
queixas policiais são algumas das consequências dos problemas comportamentais
dos cães e que são as principais causas dos abandonos e das eutanásias.
O
mais famoso cão com problemas de comportamento chamava-se Marley e é
protagonista de um “best-seller” que passou para o cinema num filme que foi
campeão de bilheteira nos Estados Unidos.
“Marley
e Eu” é o nome do livro e do filme e conta a história de uma família que tinha
um cão muito especial: “Arrombava portas, arranhava paredes, babava em cima das
visitas, comia roupa do varal alheio e abocanhava tudo o que pudesse”, lê-se na
apresentação da obra cinematográfica.
Este
cão “neurótico” apaixonou o mundo e os milhões de leitores que conheceram a sua
história e aproveitaram a ocasião para partilhar as suas idênticas angústias de
donos de cães com problemas comportamentais.
A
definição de cão bem comportado muda muito de sociedade para sociedade e,
enquanto que uma família considera bem comportado um cão completamente
submisso, para outra poderá ser um cão ativo mas que responde a ordens básicas.
Um
estudo europeu elegeu as características do cão preferidas dos donos: sociável,
adaptável, fácil de ensinar, simpático para os donos, equilibrado nos seus
comportamentos, que tenha feito uma socialização primária com a progenitora
(até pelo menos aos dois meses).
Quando
falha alguma destas características, os cães padecem de algum problema
comportamental que precisam de ajuda a resolver.
A
culpa dos conflitos – entre humanos e os seus cães – passa, na maioria dos
casos, pela comunicação, sobretudo pela comunicação corporal.
Os
cães percebem os nossos menores gestos mas interpretam-nos de acordo com o seu
código e linguagem, que é distinta da nossa, o abraço, por exemplo, enquanto
que para os humanos abraçar um cão é uma demonstração de afeto, para o cão este
gesto pode ser até uma agressão.
A
solução passa pelo estabelecimento de “uma ponte de diálogo”.
As
principais manifestações comportamentais que levam o dono a procurar um
veterinário para a consulta de comportamento são a ansiedade por separação
(cães que quando ficam sozinhos em casa destroem, uivam, sujam tudo), medos e
fobias, comportamentos obsessivo-compulsivos, agressividade dirigida a humanos
ou a outros animais.
Os
cães que apresentam estas manifestações comportamentais precisam de ajuda
técnica e profissional, bem como de um acompanhamento aos donos que estarão
certamente perdidos e a necessitar de ajuda.
Muitos
casos de ansiedade por separação começam com queixas de vizinhos que não
conseguem estar na sua própria casa com o barulho que o cão faz e terminam com
o envolvimento da polícia.
Na
maioria dos casos, o desfecho para o animal é que poderá ser o mais triste,
abandono ou até a eutanásia.
Em
todos os casos, procurando ajuda profissional é quase certa a solução, com
alguma paciência, vontade e principalmente amor.
MOMENTO
DE REFLEXÃO
Você
já reparou o quanto as pessoas falam dos outros?
Falam
de tudo.
Da
moral, do comportamento, dos sentimentos, das reações, dos medos, das
imperfeições, dos erros, das criancices, ranzinzices, chatices, mesmices,
grandezas, feitos, espantos.
Sobretudo
falam do comportamento.
E
falam porque supõem saber.
Mas
não sabem.
Porque
jamais foram capazes de sentir como o outro sente.
Se
sentissem não falariam.
Só
pode falar da dor de perder um filho, um pai que já perdeu, ou a mãe já ferida
por tal amputação de vida.
Dou
esse exemplo extremo porque ele ilustra melhor.
As
pessoas falam da reação das outras e do comportamento
delas
quase sempre sem jamais terem sentido o que elas sentiram.
Mas
sentir o que o outro sente não significa sentir por ele.
Isso
é masoquismo.
Significa
perceber o que ele sente e ser suficientemente forte para ajudá-lo exatamente
pela capacidade de não se contaminar com o que o machucou.
Se
nos deixarmos contaminar (fecundar?) pelo sentimento que o outro está sentindo,
como teremos forças para ajudá-lo?
Só
quem já foi capaz de sentir os muitos sentimentos do mundo é capaz de saber
algo sobre as outras pessoas e aceitá-las, com tolerância.
Sentir
os muitos sentimentos do mundo não é ser uma caixa de sofrimentos.
Isso
é ser infeliz.
Sentir
os muitos sentimentos do mundo é abrir-se a qualquer forma de sentimento.
É
analisá-los interiormente, deixar todos os sentimentos de que somos dotados
fluir sem barreiras, sem medos, os maus, os bons, os pérfidos, os sórdidos, os
baixos, os elevados, os mais puros, os melhores, os santos.
Só
quem deixou fluir sem barreiras, medos e defesas todos os próprios sentimentos,
pode sabê-los, de senti-los no próximo.
Espere
florescer a árvore do próprio sentimento.
Vivendo,
aceitando as podas da realidade e se possível fecundando.
A
verdade é que só sabemos o que já sentimos.
Podemos
intuir, perceber, atinar; podemos até, conhecer. Mas saber jamais.
Só
se sabe aquilo que já se sentiu.
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