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LITURGIA DIÁRIA

LITURGIA DIÁRIA - REFLEXÕES E COMENTÁRIOS

Diário de Sexta-feira 10/01/2014



Sexta-feira 10 de janeiro de 2014


“Há um ditado popular que diz assim: "As pessoas mais felizes não têm o melhor de tudo, elas fazem o melhor de tudo com o que elas têm." Você terá um sentido mais profundo de contentamento se você contar suas bênçãos em vez de ansiar para o que você não tem.



EVANGELHO DE HOJE
Lc 5,12-16

— O Senhor esteja convosco.
— Ele está no meio de nós.
— PROCLAMAÇÃO do Evangelho de Jesus Cristo, + segundo Lucas.
— Glória a vós, Senhor!


12Aconteceu que Jesus estava numa cidade, e havia aí um homem leproso. Vendo Jesus, o homem caiu a seus pés, e pediu: "Senhor, se queres, tu tens o poder de me purificar". 13Jesus estendeu a mão, tocou nele, e disse: "Eu quero, fica purificado". E imediatamente, a lepra o deixou. 14E Jesus recomendou-lhe: "Não digas nada a ninguém. Vai mostrar-te ao sacerdote e oferece pela purificação o prescrito por Moisés como prova de tua cura".
15Não obstante, sua fama ia crescendo, e numerosas multidões acorriam para ouvi-lo e serem curadas de suas enfermidades. 16Ele, porém, se retirava para lugares solitários e se entregava à oração.

Palavra da Salvação
Glória a vós Senhor.





MEDITANDO O EVANGELHO
Pe. Antonio Queiroz


E, imediatamente, a lepra o deixou.
Este Evangelho narra Jesus curando um leproso. A lepra era uma das piores doenças; não tinha cura e deformava o doente. Além disso, o povo a considerava contagiosa. Esta cura do leproso é um sinal da chegada do Reino de Deus, que vence os males do mundo e liberta as pessoas de toda miséria, reintegrando-as na sociedade. Jesus veio curar todas as nossas enfermidades: físicas, mentais e espirituais.
“Vendo Jesus, o leproso caiu aos seus pés, e pediu: Senhor, se queres, tu tens o poder de me purificar.” A fé é requisito indispensável para receber as graças de Deus. Como a fé é também uma graça, precisamos pedi-la.
“Jesus estendeu a mão, tocou nele, e disse: Eu quero, fica purificado. E imediatamente a lepra o deixou”. O contato físico significa envolvimento pessoal com o doente. Hoje há leprosos de todos os tipos. Os vícios são piores que a lepra. Mas Deus cura também os vícios.
“Vai mostrar-te ao sacerdote.” O leproso devia viver isolado da sociedade e até da família. Para ser reintegrado, após a cura, a pessoa devia apresentar-se ao sacerdote, a fim de provar que estava curado. Jesus se interessa não só pela cura, mas pela integração daquele homem na sociedade. A Boa Nova não se limita a palavras, ela trás uma mudança de convivência social. Daqui para frente não haverá mais marginalizados.
“E oferece pela purificação o prescrito.” Os judeus consideravam a lepra um castigo de Deus. Portanto, a cura significava o perdão ao leproso. Ele devia, então, fazer uma oferta no Templo em ação de graças pela purificação.
O testemunho de Jesus, neste caso da cura do leproso, foi tríplice: Curou um leproso, reintegrou-o na sociedade e tudo de graça, sem cobrar nada. Isso numa sociedade que não se preocupava em curar os doentes, mas em preservar-se do contágio deles. É semelhante à sociedade de hoje, que quer prender os “bandidos”, para livrar-se deles, sem muita preocupação em recuperá-los.
“Não digas nada a ninguém.” Jesus fazia milagres como sinais, convidando o povo à conversão ao Reino de Deus. No entanto, as pessoas estavam mais interessadas em receber curas e outras ajudas materiais. Por isso que ele pedia a não divulgação. Suas boas obras eram inteiramente gratuitas; ele não queria nenhum retorno, nem reconhecimento.
“Não obstante, sua fama ia crescendo.” O testemunho é como o perfume, ele se espalha por si. Por isso, quanto mais Jesus pedia para não contar, mais a sua fama se espalhava.
Várias vezes, Jesus comparou a si mesmo, e os seus discípulos, com a luz, o sal e o fermento. A lâmpada não chama a atenção para si mesma, mas para os objetos que ela ilumina. Nós nem nos lembramos da lâmpada, a não ser quando ela se apaga. O sal desaparece no meio da comida. E o fermento também desaparece na massa. Era assim que Jesus queria viver. No entanto o povo acabava espalhando as suas obras e as multidões a procuravam. Que Jesus nos liberte da lepra do orgulho e do desejo de ser o maior, que tanto mal causa à sociedade.
“Ele, porém, se retirava para lugares solitários e se entregava à oração”. Jesus tinha ima inclinação incontida a unir-se a sós com Deus, para um diálogo, uma oração livre e descontraída. Isso acontece com muitos cristãos e cristãs que amam muito a Deus. É uma convivência semelhante à de pessoas que se amam apaixonadamente.
Certa vez, um senhor quebrou a perna e o médico a engessou. Como tinha de ficar muito tempo com o gesso, ele resolveu ir trabalhar assim mesmo. E lá se foi o homem, na rua, com a calça arregaçada de um lado e aquela perna branca, chamando a atenção.
Quando ia atravessar a rua, os carros logo paravam para que ele passasse. Quando chegava ao ponto de ônibus, era uma beleza, todo mundo dava a frente para ele. No elevador, a mesma coisa. Quando ia tomar táxi, o motorista dava a volta e abria a porta para ele.
Tempo depois, o homem sarou, o gesso foi retirado e ele começou a andar normal, como antes. Aí voltou àquela vida cruel: empurrões, buzinas quando atravessava a rua... E aquele homem sentia saudade do tempo em que tinha a perna engessada.
A sociedade do tempo de Jesus desprezava os doentes, os pecadores e os pobres. A nossa sociedade faz o contrário: é delicada com os visivelmente doentes, mas despreza o próximo, as pessoas que se aproximam de nós no meio da multidão.
Maria Santíssima era humilde e ao mesmo tempo muito atenciosa e solícita para com todos, tanto os sadios como os doentes. Santa Maria, rogai por nós.
E, imediatamente, a lepra o deixou.


DICAS DE SAÚDE


Ressaltamos que as Dicas de Saúde disponíveis neste Diário, não equivalem a uma receita médica; são apenas "dicas".  Os exames preventivos são sempre indispensáveis! Para mais informações consulte o seu médico.


Sobre alergia ocular


O pólen das flores é considerado um dos causadores das reações alérgicas
Muitos associam alergia sazonal a coriza, dor de cabeça ou congestão nasal. Mas milhões de pacientes alérgicos também têm coceira, vermelhidão e lacrimejamento dos olhos. Veja abaixo o que você deve saber a respeito de alergia ocular:


O que é alergia ocular?

Alergia ocular, ou conjuntivite alérgica, é uma condição médica que afeta 6 entre 10 pacientes alérgicos. Quando o olho entra em contato com uma substância à qual o paciente é sensível, ocorre uma reação alérgica. Tal reação pode ser tanto imediata quanto tardia.
 A conjuntivite alérgica não é uma doença contagiosa, mas pode causar muito desconforto e irritação nos indivíduos que dela sofrem. Esfregar os olhos constantemente, que normalmente acompanha a alergia ocular não tratada, pode levar a problemas oculares mais sérios.


Quais são os sintomas de alergia ocular?

A alergia ocular pode estar acompanhada de qualquer um ou todos os sintomas a seguir:

. Coceira nos olhos
. Vermelhidão nos olhos
. Queimação nos olhos
. Lacrimejamento
. Visão borrada
. Sensação de arranhado no olho
. Inchaço ou vermelhidão na parte interna das pálpebras
. Sensibilidade à luz
. Sensação de que há um corpo estranho no olho


O que causa a alergia ocular?

Os olhos disparam uma reação alérgica quando entram em contato com os alérgenos, ou substâncias às quais são sensíveis. Apesar de haver vários tipos de alérgenos, há alguns mais comuns, que você deve reconhecer. Uma forma de ajudar a controlar a alergia ocular é tentar minimizar sua exposição aos alérgenos, tais como:

Pólen - Árvores, flores, grama e ervas liberam pólen no ar, que é carregado pelo vento. Quando a contagem de pólen é grande, normalmente durante a primavera e o outono, você pode ter alergia, mesmo que você nunca tenha tido antes.

Mofo - Assim como o pólen, esporos de mofo são liberados no ar. Externamente, os esporos de mofo podem ser encontrados na grama, folhas e feno. Internamente, esporos de mofo desenvolvem-se em ambientes úmidos, tais como banheiros.

Pêlos de animais - pêlos de animais, particularmente de gatos, podem causar alergias. Estas pequenas esfoliações, parecidas com caspa que os animais soltam todos os dias podem permanecer no ar da casa e ficar aderidos em móveis e tapetes.
Outros alérgenos comuns incluem ácaros de poeira, poluição e cosméticos.





MOMENTO DE REFLEXÃO


Acho que foi o Hemingway quem disse que olhava cada coisa à sua volta como se a visse pela última vez. Pela última ou pela primeira vez? Pela primeira vez foi outro escritor quem disse. Essa idéia de olhar pela última vez tem algo de deprimente. Olhar de despedida, de quem não crê que a vida continua, não admira que o Hemingway tenha acabado como acabou.
Se eu morrer, morre comigo um certo modo de ver, disse o poeta. Um poeta é só isto: um certo modo de ver. O diabo é que, de tanto ver, a gente banaliza o olhar. Vê não-vendo. Experimente ver pela primeira vez o que você vê todo dia, sem ver. Parece fácil, mas não é. O que nos
cerca, o que nos é familiar, já não desperta curiosidade. O campo visual da nossa rotina é como um vazio.
Você sai todo dia, por exemplo, pela mesma porta. Se alguém lhe perguntar o que é que você vê no seu caminho, você não sabe. De tanto ver, você não vê. Sei de um profissional que passou 32 anos a fio pelo mesmo hall do prédio do seu escritório. Lá estava sempre, pontualíssimo, o mesmo porteiro. Dava-lhe bom-dia e às vezes lhe passava um recado ou uma correspondência. Um dia o porteiro cometeu a descortesia de falecer.
Como era ele? Sua cara? Sua voz? Como se vestia? Não fazia a mínima idéia. Em 32 anos, nunca o viu. Para ser notado, o porteiro teve que morrer. Se um dia no seu lugar estivesse uma girafa, cumprindo o rito, pode ser também que ninguém desse por sua ausência. O hábito suja os olhos e lhes baixa a voltagem. Mas há sempre o que ver. Gente, coisas, bichos. E vemos? Não, não vemos.
Uma criança vê o que o adulto não vê. Tem olhos atentos e limpos para o espetáculo do mundo. O poeta é capaz de ver pela primeira vez o que, de fato, ninguém vê. Há pai que nunca viu o próprio filho. Marido que nunca viu a própria mulher, isso existe às pampas. Nossos olhos se gastam no dia-a-dia, opacos. É por aí que se instala no coração o monstro da indiferença.



Otto Lara Resende- Texto publicado no jornal “Folha de S. Paulo”, edição de 23 de fevereiro de 1992.

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