Segunda-feira,
20 de janeiro de 2014.
"Melhor
curvar-se do que se quebrar." -Provérbio Escocês
EVANGELHO
DE HOJE
Mc 2,18-22
— O Senhor
esteja convosco.
— Ele está
no meio de nós.
—
PROCLAMAÇÃO do Evangelho de Jesus Cristo, + segundo Marcos.
— Glória a
vós, Senhor!
Naquele
tempo, 18os discípulos de João Batista e os fariseus estavam jejuando. Então,
vieram dizer a Jesus: “Por que os discípulos de João e os discípulos dos
fariseus jejuam, e os teus discípulos não jejuam?”
19Jesus
respondeu: “Os convidados de um casamento poderiam, por acaso, fazer jejum,
enquanto o noivo está com eles? Enquanto o noivo está com eles, os convidados
não podem jejuar. 20Mas vai chegar o tempo em que o noivo será tirado do meio
deles; aí, então, eles vão jejuar.
21Ninguém
põe um remendo de pano novo numa roupa velha; porque o remendo novo repuxa o
pano velho e o rasgão fica maior ainda. 22Ninguém põe vinho novo em odres
velhos; porque o vinho novo arrebenta os odres velhos e o vinho e os odres se
perdem. Por isso, vinho novo em odres novos”.
Palavra da
Salvação
Glória a vós
Senhor.
MEDITANDO
O EVANGELHO
Padre
Antonio Queiroz
O
noivo está com eles.
Este
Evangelho começa com uma pergunta feita a Jesus, por que os seus discípulos não
jejuam, e a resposta dele: “Os convidados de um casamento poderiam, por acaso,
fazer jejum, enquanto o noivo está com eles?” Em seguida, Jesus esclarece ainda
mais, através de duas comparações: do remendo de pano novo em roupa velha, e do
vinho novo colocado em odres velhos.
Para
os judeus, o jejum era prática fundamental da religião, ao ponto de os mais
piedosos jejuarem até duas vezes por semana, a fim de acelerar a chegada do
Messias e do Reino de Deus. Já os discípulos de Jesus pouco jejuavam; mais ou
menos como fazemos hoje.
Jesus
explica o motivo da diferença: durante uma festa de casamento, os amigos dos
noivos evidentemente não jejuam, enquanto os noivos estão com eles. Jesus é o
noivo, no casamento de Deus com a humanidade, com o novo Povo de Deus. Jesus
usa a imagem veterotestamentária dos esponsais de Deus com o povo. E se coloca
como Deus, como realmente é.
“Mas
vai chegar o tempo em que o noivo será tirado do meio deles; aí, então, eles
vão jejuar.” Isto é, sofrerão perseguições e dificuldades, tristeza e
desolação.
E
Jesus esclarece com as duas comparações, curtas e claras: ninguém põe remendo
de pano novo numa roupa velha, porque a peça nova repuxa e rasga a roupa,
deixando a rasgão ainda maior. Igualmente, ninguém põe vinho novo em odres
velhos, porque o vinho novo ainda está em processo de fermentação e estoura os
odres velhos que são mais fracos.
As
parábolas sublinham a incompatibilidade da nova situação religiosa criada por
Jesus, com as velhas instituições e prescrições da religião judaica,
representadas, aqui, na prática do jejum. Jesus não veio mudar só a “casca” do
velho estilo religioso, veio mudar profunda e radicalmente. Não é possível
“costurar” a religião judaica com a cristã; a única saída é deixar de lado a
religião judaica e abraçar de corpo e alma a Boa Nova de Jesus.
De
fato, Cristo não se empenhou em reformar a sinagoga e o velho culto. Antes,
fundou o novo Povo de Deus, que é a Santa Igreja. Isto é bem esclarecido por
Jesus em Mt 5,20-6,18: “Ouvistes o que foi dito aos antigos... Eu porém vos
digo...” A religião de Jesus está fundamentada mais no coração da pessoa do que
na obediência às leis exteriores. A sua lei é o amor, a fraternidade, a
justiça, a fé... virtudes que cada um de nós concretiza no dia-a-dia da vida. O
nove Templo é a sua pessoa e a Comunidade cristã. “Acaso não sabeis que sois
templo de Deus e que o Espírito de Deus habita em vós?” (1Cor 3,16). Frente aos
sacrifícios de animais da antiga aliança, surge o novo sacrifício de si mesmo,
realizado na cruz e atualizado constantemente na Eucaristia e na vida dos
cristãos.
Temos
de nos deixar transformar pelo Espírito, que nos transforma em vinho novo, para
alegria de Deus e vida do mundo.
“Todo
mundo sabe que sois uma carta de Cristo, redigida por nosso intermédio, escrita
não com tinta, mas com o Espírito de Deus vivo, gravado não em tábuas de pedra,
mas em tábuas que são corações humanos” (2Cor 2,3).
S.
Bernardo era um monge que viveu na França, no Séc. XII. Sua mãe faleceu cedo,
ficando o pai com sete filhos.
Quando
Bernardo era adolescente, foi para o convento. Logo os irmãos começaram a ir
também.
Por
fim, sobrou o pai e o mais novo, chamado Nivaldo. Um dia, o pai disse para o
Nivaldo: “Filho, eu estou com vontade de ir também para o convento. Por isso,
eu deixo de presente para você todos os nossos bens: esta casa com tudo o que
está dentro dela, as nossas terras... tudo. Concorda?”
Nivaldo
respondeu: “Bonito, hein pai! Vocês escolhem o céu e deixam a terra para mim?
Querias! Eu também vou. O senhor pode dar fim em tudo isso”. De fato, Nivaldo
tinha razão, porque o Céu é mais importante que a terra.
“Aí,
então, eles vão jejuar.” O nosso jejum principal é a prática das virtudes
cristãs, inclusive o desapego dos bens da terra, como Nivaldo.
Como
Jesus disse para Marta: “Marta, Marta! Tu te preocupas e andas agitada com
muitas coisas. No entanto, uma só é necessária. Maria escolheu a melhor parte e
esta não lhe será tirada” (Lc 10,41-42).
Que
Maria Santíssima nos ajude a abandonar o homem velho e nos deixar embriagar
pelo vinho novo que é a Boa Nova de Jesus.
O
noivo está com eles.
MOTIVAÇÃO
NO TRABALHO
Organize seu
tempo
Ricos
ou pobres, todos temos em comum o tempo: nossas 24 horas não podem ser
encurtadas ou estendidas, mas sim devidamente aproveitadas. Não quero dizer que
devemos usar laboralmente nossas 24 horas - temos sim que saber dividir bem o
tempo para acomodar produção, descanso e lazer. No entanto, ouço cotidianamente
muita gente se queixar da velocidade da vida moderna, da ansiedade e da
correria sem descanso.
A
primeira coisa que recomendo é paradoxal: PARE. É preciso primeiro analisar com
detalhe como está a rotina conduzida. Muitas vezes vejo pessoas que fazem
infinitas atividades sem qualquer planejamento, somente reagindo aos estímulos
de produção: há um problema, vá resolver. Este é um dos maiores ladrões de
tempo: a reação por estímulo de urgência. Isso faz com que deixemos de lado o
que é importante, nossa meta, nossa prioridade.
Para
começar a controlar melhor o tempo que dispomos, precisamos definir metas e
objetivos: o que queremos realizar naquele dia, naquela semana, em dois meses,
assim por diante. É fundamental ter organização do que será feito, além de
aprender a lidar com o tempo, o trabalho burocrático e mesmo o telefone.
De
um ponto de vista prático, recomendo as atitudes abaixo para auxiliar em sua
concentração e buscar um melhor uso do tempo:
•
Faça um plano diário do que você quer realizar. Coloque este plano no papel, ou
no computador, mas tenha isso bem claro; não deixe que este plano esteja
somente na sua cabeça. Quando escrevemos, realizamos a primeira ação para que
este plano se concretize.
•
Desenvolva lista de metas a atingir (diárias, semanais, mensais e anuais). Não
tenha medo que alguns pontos não saiam exatamente como planejados; é importante
corrigir as metas periodicamente. Você verá que irá mais facilmente conquistar
os objetivos e ter melhor noção do tempo que dispôs para isso.
•
Tenha prioridades, e aprenda a pesar suas contra as de seu chefe ou de seus
clientes. Não aceite passivamente metas que você sabe que não poderá atingir.
Uma coisa é superação, vencer desafios. Outra é tentar fazer o impossível, o
que não acontecerá de forma alguma.
•
Tenha horário para trabalhar só e outro onde você está aberto para receber
pessoas. Isso ajuda imensamente na organização. Pode parecer até pretensioso,
mas ao ser posto em prática irá ajudar muito inclusive para aqueles que
trabalham ao seu redor.
•
Nunca tenha um papel mais do que duas vezes em suas mãos. Uma vez é muito
melhor. Focalize para fazer isto. Não deixe pendências rolando por muito tempo,
tente resolvê-las e finalizá-las.
•
Aproveite a tecnologia - computadores, calculadoras, handhelds, celulares e
telefones fixos. Mas não seja escravo deles. Procure usá-los de acordo com o
seu primeiro planejamento, para que sejam eficazes na sua vida.
•
Diminua o tempo gasto com leitura de negócios. Aprenda a folhear, marque o que
for importante e posteriormente leia com detalhe. Muitas idéias saem mais
facilmente quando juntamos artigos e textos de um assunto e podemos nos dedicar
à leitura totalmente.
•
Participe somente de reuniões importantes. A princípio, parece que todas são.
Nem tanto: analise o que realmente precisa de sua presença (e eventualmente até
de uma reunião, será que uma conversa informal pode adiantar?) e procure
documentar o que foi falado e decidido para evitar possíveis repetições
futuras.
•
Faça negócios durante o seu almoço quando isso puder acrescentar positivamente
ao seu dia-a-dia. Não tente anular o único momento de relaxamento e
desestresse. Se não, agende horários viáveis para que você e seu convidado
possam efetivar negócios. Não force seu corpo, lembre-se o quanto ele é caro!
•
Procure fazer uma atividade física todos os dias, nem que seja uma caminhada de
vinte minutos. Isso é excelente para aliviar sua cabeça e recuperar as
energias.
•
Por último, aprenda a delegar. Não concentre tudo em suas mãos, pois isso traz
uma sobrecarga e a falsa sensação de insubstitubilidade. Use seu tempo e
trabalho naquilo que somente você é capaz de realizar.
Rogério
Martins
MOMENTO
DE REFLEXÃO
“É
difícil defender só com palavras a vida”, diz o poema de João Cabral que
poderia ser o emblema da trajetória de Zilda Arns, cuja partida nesta semana
deixou-nos o legado de uma existência dedicada a ajudar os semelhantes.
Quantos
milhões de brasileiros estão vivos hoje, sobreviventes da fome e da miséria,
graças à ação da Pastoral da Criança e dos seus milhares de voluntários?
Zilda
Arns nos ensinou o verdadeiro sentido da palavra missão e foi precursora na
montagem de uma rede social de cunho humanista, orientada para preservar o bem
mais precioso e desamparado do país, nossas frágeis crianças predestinadas às
estatísticas de mortalidade infantil.
Tantas
crianças franzinas, severinas como diz o poema, mas que trazem “a marca de
humana oficina” que o trabalho da Pastoral cuidou de fazer vingar por meio de
uma tecnologia social simples, quase rústica, a chamada farinha múltipla, um
complemento alimentar que operou o milagre bíblico da multiplicação do pão da
vida.
E
com que grandeza moral e desprendimento Zilda Arns foi a pastora de tantas
almas, sem sucumbir ao proselitismo e sem cobrar recompensas pessoais. Essa a
sua maior lição de vida. Num tempo em que os problemas parecem ser maiores que
as soluções, Dona Zilda, como era carinhosamente chamada, mostrou que não somos
vítimas de um destino traçado.
A
Pastoral surgiu em 1983, “bela como um sim, numa sala negativa”, desabando as
taxas de mortalidade da cidade de Florestópolis, no Paraná, de 127 para apenas
20 por mil, em apenas dois anos. Zilda Arns mostrou o caminho e começou a
construir a rede que conta hoje com 260 mil voluntários que acompanham 1,8
milhão de crianças e perto de cem mil gestantes em mais de quatro mil
municípios. A Pastoral estendeu sua ação para mais de vinte países, dentre eles
o Haiti, vitimado pela tragédia do terremoto.
Graças
ao trabalho de Zilda Arns o Brasil está apto a atingir um dos oito objetivos de
Desenvolvimento do Milênio da ONU, que é o de diminuir as taxas de mortes de
crianças em dois terços até 2015.

Roberto
Rocha
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