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LITURGIA DIÁRIA

LITURGIA DIÁRIA - REFLEXÕES E COMENTÁRIOS

Diário de Terça-feira 22/02/2011



Terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

O amor vive neste sutil fio de conversação, balançando-se entre a boca e o ouvido.” (Rubem Alves)





EVANGELHO DE HOJE

 

Mt 16,13-19

Jesus foi para a região que fica perto da cidade de Cesaréia de Filipe. Ali perguntou aos discípulos:
- Quem o povo diz que o Filho do Homem é?
Eles responderam:
- Alguns dizem que o senhor é João Batista; outros, que é Elias; e outros, que é Jeremias ou algum outro profeta.
- E vocês? Quem vocês dizem que eu sou? - perguntou Jesus.
Simão Pedro respondeu:
- O senhor é o Messias, o Filho do Deus vivo.
Jesus afirmou:
- Simão, filho de João, você é feliz porque esta verdade não foi revelada a você por nenhum ser humano, mas veio diretamente do meu Pai, que está no céu. Portanto, eu lhe digo: você é Pedro, e sobre esta pedra construirei a minha Igreja, e nem a morte poderá vencê-la. Eu lhe darei as chaves do Reino do Céu; o que você proibir na terra será proibido no céu, e o que permitir na terra será permitido no céu.





MEDITANDO O EVANGELHO (1)
Alexandre Soledade


Bom dia!
De antemão gostaria de pedir desculpas pela dureza nas palavras de hoje, mas serão necessárias para construirmos pessoas ainda melhores. OK?
Gostaria de aproveitar o contexto que vivemos na campanha da fraternidade, “Não podeis servir a Deus e ao dinheiro”, e lançar esse questionamento de Jesus que ainda é muito atual: “(…) E vocês? Quem vocês dizem que eu sou?”.
Professor Felipe Aquino cita São Basílio Magno:
“(…) O grande São Basílio Magno (329-379), bispo e doutor da Igreja, ensina em seus escritos que há três formas de amar a Deus: A PRIMEIRA É COMO O MERCENÁRIO, que espera a retribuição; A SEGUNDA, É COMO ESCRAVO QUE OBEDECE POR MEDO DO CHICOTE, o castigo de Deus; e o TERCEIRO É O AMOR FILIAL, daquele que obedece porque de fato ama o Pai. É assim que devemos amar a Deus; e, a melhor forma de amá-lo é repudiando todo pecado“. (Blog Canção Nova)
E nós, quem dizemos que Ele é?
Ninguém vai aceitar que alguém diga ou insinue que vemos Deus da primeira ou da segunda forma, mas isso não cabe a ninguém falar, precisamos fazer uma reflexão intima dos nossos atos, falas e pensamentos.
Faça uma reflexão silenciosa…
Volto mais para Deus quando passo por um problema? Sou fiel à medida que sou afligido? Quando estou “forte” me afasto da comunidade? Vigio meus atos apenas nos dias que estou “a serviço”? Justifico meus atos equivocados, como padre Zezinho diz, com “palavras sorteadas” ou interpretações que me favoreçam? Mesmo crendo em Deus ainda tenho elefantinhos virados para a porta de entrada da casa? Costumo ir à igreja para pedir antes mesmo de louvar? Dou dez imaginando que receberei o dobro? Funções na igreja são vistas como “cargos” que dão “status”? Na missa, no grupo, na reunião, canto, prego, coordeno “com” ou “para” a comunidade?
Nós não aceitamos bem os dedos a nos apontar, mas de certa forma SÃO NECESSÁRIOS ou pensamos que estamos além do bem ou do mal em nossas atitudes? Ou é bonito ver na TV um senhor levar até o topo de um monte um garrafão de água nas costas, demonstrando sofrimento, angústia, nitidamente para ser visto enquanto o profeta Joel diz: “(…) RASGAI VOSSOS CORAÇÕES E NÃO VOSSAS VESTES; VOLTAI AO SENHOR VOSSO DEUS”? (Joel 2, 13)
Sim! Faltam dedos, faltam operários, faltam profetas para denunciar nossas mazelas. Falsos pastores, que denigrem a imagem dos verdadeiros evangélicos, como nós cristãos, que só conseguem ter essa expressão toda, pois no fim, muitos vêm Deus como no primeiro caso apresentado por São Basílio.
Nem sempre os dedos que nos apontam desejam nosso mal, e se assim o vemos, precisamos nos curar, pois ao viver “imaginando” que só querem nosso mal, talvez se esconda por trás disso, aquilo que não desejamos que fosse visto. Ou será que o povo que “aprontava” enquanto Moisés esperava a direção de Deus estava certo e ele errado?
Podemos nos desvencilhar ou fugir dos questionamentos ou das correções fraternas que por ventura receberemos; sermos habilidosos em omitir nossas fragilidades, mas nunca poderemos nos esconder dos olhos de Deus, e é para refletir com Ele que esse tempo é tão propício.
Não dá pra viver uma coisa e sermos outra. Ninguém gosta de amigos que só nos procuram pra pedir e nos respeitam por que querem algo. Gostamos de amigos que possamos trazer em nossa casa, partilhar nossas alegrias e tristezas, que nos visitam, que nos trazem conforto, e não os que tem amizade conosco, muitas vezes, como  temos com Deus.
“(…) Que diz ela, afinal? A palavra está perto de ti, na tua boca e no teu coração (Dt 30,14). Essa é a palavra da fé, que pregamos. Portanto, se com tua boca confessares que Jesus é o Senhor, e se em teu coração creres que Deus o ressuscitou dentre os mortos, serás salvo. É CRENDO DE CORAÇÃO QUE SE OBTÉM A JUSTIÇA, E É PROFESSANDO COM PALAVRAS QUE SE CHEGA À SALVAÇÃO. A Escritura diz: Todo o que nele crer não será confundido (Is 28,16)”. (Romanos 10, 8-11)
Um imenso abraço fraterno!





MEDITANDO O EVANGELHO (2)
Pe. Antônio Queiroz CSsR


Tu és Pedro e eu te darei as chaves do Reino dos céus.


Hoje nós celebramos a festa da Cátedra de S. Pedro. Cátedra é a cadeira onde se senta o titular de um cargo ou função. Por exemplo, professor catedrático. O titular vai passando de uma pessoa para outra, mas o cargo continua o mesmo. Portanto, Cátedra de S. Pedro é a função de chefe geral da Igreja, que hoje é exercida por Bento 16. Ele é o 266º sucessor de S. Pedro. Portanto hoje é a festa, não do papa atual, nem de S. Pedro, mas dessa função tão importante instituída por Cristo.
Quando Jesus chamou S. Pedro, ele se chamava Simão. Jesus mudou seu nome para Pedro, porque no hebraico é a mesma palavra (Cefas) que designa Pedro e pedra. Comparando a Igreja com um edifício, S. Pedro é a pedra fundamental.
Jesus não podia ter sido mais claro, ao dizer: “Eu te darei as chaves do Reino dos Céus: tudo o que tu ligares na terra será ligado nos céus; tudo o que tu desligares na terra será desligado nos céus”.
O Evangelho de hoje narra o momento em que Jesus confere a Pedro o cargo de chefe geral da Igreja. Foi uma resposta à sua profissão de fé em Jesus, como Messias e Filho de Deus.
O alicerce, a pedra fundamental da Igreja é Cristo. Mas o seu representante visível a nós é a pessoa que se senta na cátedra de Pedro. O papa governa a Igreja na colegialidade com os bispos, sucessores dos Apóstolos.
A Igreja acontece e se perpetua no mundo, graças a duas grandes forças geradas nela pelo Espírito Santo: a comunhão e a participação. A comunhão é uma força para dentro e a participação é uma força para fora.
A comunhão faz com que os cristãos se subdividam, de acordo com as distâncias geográficas e as diferenças de língua, idade, situações de vida etc. A subdivisão é para que melhor se encontrem e se amem. Um grupo muito grande tende naturalmente para o anonimato. Assim, surgem o CELAM, a CNBB com seus regionais, as dioceses, as paróquias as comunidades, até chegar à base da Igreja que é a família.
A participação leva esses níveis a se encontrarem e se unirem, formando uma só Igreja.
O nosso grande princípio é a unidade na diversidade. Não queremos uniformidade, pois esta pode quebrar a unidade. É preferível o bom, unido, ao ótimo, desunido ou sozinho. É por esse caminho que esperamos um dia nos encontrarmos com os nossos irmãos separados, formando uma só Igreja, diferente sim, mas unida no amor. Os grandes pecados que têm gerado divisões entre pessoas de boa vontade são: 1) A intransigência, não saber distinguir o que é essencial e o que é secundário. 2) A crítica destrutiva. A crítica é um direito da pessoa, mas, para ser construtiva, tem de ser solidária e unida com a auto crítica. É preferível o bom, unido, ao ótimo, desunido. “Nos pontos fundamentais, unidade. Nos demais, liberdade. Em tudo, caridade” (Santo Agostinho).
Não é correto dizer que todas as religiões são boas, ou que todas levam para o céu. “A verdade vos libertará” (Jo 8,32). No tempo de Jesus, havia muitas religiões, como hoje. Se todas fossem boas, Jesus não teria fundado uma. O Papa Bento 16, quando esteve em Aparecida, disse que as passagens de católicos para as seitas se devem à falta de catequese sobre a Igreja.
Jesus podia fundar uma Igreja, pois veio do Céu e é Deus encarnado, credenciado por Deus Pai. Religião vem de religar. É uma instituição que nos religa com Deus, após a separação causada pelo pecado original. Só Deus pode fazer essa religação, ninguém mais. Se um homem ou mulher fundar uma religião, está errado, porque ele ou ela nunca morreu, não conhece a outra vida e não tem as chaves do céu. Os membros dessa Igreja podem encontrar a porta do Céu fechada. E daí, onde está a chave? Portanto, o mais seguro é seguir uma religião cujo chefe tem a chave do Céu, e tem o poder de ligar e desligar as pessoas com Deus.
Nós agradecemos a Deus o fato de termos nascido na Igreja que Jesus fundou, pois queremos ir para o Céu, e só o nosso chefe, sucessor de S. Pedro, hoje Papa Bento 16, tem as chaves do Reino dos Céus. O que adianta pertencer a uma instituição religiosa, por mais bonita que seja, mas que não tem o bilhete de entrada no Céu?
Na Igreja de Jesus, o dinheiro está a serviço da vida, não o contrário. Cada vez que rezamos o Pai Nosso, estamos reafirmando que a nossa família é mais ampla que os nossos parentes de sangue, e a ela nos amamos e nos sentimos solidários.
Certa vez, um rapaz estava andando num caminho de roça e viu no chão uma formiguinha carregando uma folha dez vezes maior que ela. O jovem parou e ficou observando. Cada vez que dava um pequeno vento, ela caía com a folha, mas se levantava e continuava o caminho. Uma hora, ela não agüentou mais carregar a folha e a arrastava. Até que chegou a um pequeno buraco no chão, que era a entrada do formigueiro. Ela tentou entrar com a folha nas costas, mas não conseguiu porque a folha era muito maior que o buraco. Depois de algumas tentativas, a formiguinha deixou a folha e entrou no buraco.
O rapaz pensou: Coitada! Tanto sacrifício inútil! Mas de repente saem do buraco várias formiguinhas e começam a cortar a folha em pedaços. Foi um verdadeiro mutirão. Em pouco tempo a grande folha desapareceu, dando lugar a pequenos pedaços. Cada formiga pegou um pedacinho daquele e entrou no buraco, certamente para alegria dos filhotes que estavam lá dentro.
“A união faz a força”. “Povo unido jamais será vencido“. Até os animais vivem juntos e trabalham em equipe, como a Igreja que Jesus fundou. “Foi do agrado de Deus salvar e santificar os homens, não individualmente, mas unidos em Comunidade” (Concílio Vat. II, LC 9)
Vamos hoje reafirmar a nossa fé na Igreja . Ela é pecadora, mas tem muita gente santa, em primeiro lugar o seu fundador, Jesus Cristo. Em segundo lugar a sua Mãe, Maria Santíssima. Peçamos a ela que nos ajude a reafirmar a nossa fé na Igreja e a amá-la mais. Queremos amar a nossa Comunidade, a nossa Paróquia, a nossa Diocese e a Igreja do mundo inteiro, e fazê-la cada vez mais viva, santa e bonita.
Tu és Pedro e eu te darei as chaves do Reino dos céus.




VIDA SAUDÁVEL



Evite o estresse do trânsito com alongamento e relaxamento

 Não adianta sofrer. O trânsito das grandes cidades está cada dia pior e mais inevitável. O segredo para não penar muito nas horas diárias que se gasta dentro de um carro indo para o trabalho ou para casa é procurar alternativas que tornem esse período mais confortável. Os fatores de estresse são muitos: aquele motorista que entra à direita ou à esquerda sem sinalizar, a lentidão ou o trânsito parado, os atrasos gerados, o risco de ser assaltado ou perder o carro em uma enchente. "Isso sem falar nas buzinas, que causam uma irritação muito grande", afirmou o psicólogo clínico e consultor Marcelo Giorgis.
Mas se por um lado é impossível abrir mão de andar de carro, começar o dia estressado não é um bom negócio para ninguém. Então qual o segredo para tornar o período dentro do carro menos estressante? "Antes de mais nada devemos entender que estresse é uma reação absolutamente normal nos seres humanos. É um conjunto de reações químicas que prepara o organismo para enfrentar estímulos externos e ou internos e deixa o organismo apto para enfrentar as pressões. Por esse motivo, uma dose dele é absolutamente normal e útil. Quem não tem estresse é planta¿" disse o psicólogo.
A questão é que o estresse no trânsito começa a ficar perigoso para a saúde quando atinge níveis constantemente elevados e vem com sintomas. O segredo é que cada um encontre alternativas para controlá-lo antes que passe do limite aceitável. "Uma boa maneira de tolerá-lo seria não levá-lo tão a sério. Ninguém muda o trânsito. Não há nada que se possa fazer até que ele flua", disse o psicólogo.
Adaptação e paciência
Segundo ele, há duas regras para encarar o martírio diário de maneira saudável: a primeira é tentar se antecipar ao trânsito, saindo um pouco mais cedo de casa, o que evita uma série enorme de transtornos; a segunda é exercitar a paciência. "Entenda e aceite o trânsito como ele é, e não como gostaríamos que ele fosse. Não adianta ficar buzinando ou xingar a pessoa da frente. Nada disso alterará o ritmo do trânsito e, pelo contrário, só aumentará o seu estresse e o dos motoristas perto de você. Somando as duas regras, o nível de estresse cairá muito", afirmou Giorgis.
Aproveitar os longos minutos que se passa dentro do carro também pode ser inteligente. Uma das soluções apresentadas pelo professor Eduardo Okuhara Arruda, da disciplina de Corporeidade e Cultura Brasileira, da Faculdade de Educação Física da Universidade Metodista de São Paulo, é ouvir áudio-livros, de preferência com conteúdo tranquilo, ou gravações de relaxamento. Aprender um idioma no carro, ou praticá-lo, também é uma boa ideia. "Passe o tempo ouvindo suas músicas prediletas ou faça alguns alongamentos para os braços e mãos, e também movimentos lentos em 360 graus com o pescoço. Relaxe", disse Giorgis.
Dores físicas
E além da tensão por estar tanto tempo nas ruas, há os problemas físicos causados pelo excesso de tempo na mesma posição. Para evitar dores, é bom estar atento à postura e tentar amenizar a tensão provocada pelo trânsito com alongamentos simples. "Enquanto se dirige, praticamente todo o peso do corpo é distribuído para a pele que cobre o osso ísqueo, nas nádegas. O assento deve permitir mudanças frequentes de postura, retardando o aparecimento da fadiga e permitindo que você aproveite ainda mais o carro", afirmou Arruda.
De acordo com o profissional, o projeto inadequado de assentos obriga o condutor a adotar posturas erradas e cansativas que, mantidas por um longo tempo, provocam fortes dores localizadas. Almofadas e capas nos bancos também podem ser boa ideia. "A utilização desses recursos é muito pessoal. Trata-se de fazer um teste e observar se existem melhoras", disse.
Confira abaixo quais as dores localizadas no corpo provocadas por posturas inadequadas, segundo o professor Eduardo Okuhara Arruda:
1) Sentado com o encosto muito inclinado: terá dores nos músculos extensores do dorso.
2) Com o assento muito alto: terá dores nas partes inferiores das pernas, joelhos e pés.
3) Se e o assento estiver muito baixo: você sentirá dores no dorso e pescoço.
4) Braços esticados: durante o ajuste do assento em relação à distância dos pedais e volante, evite distâncias; você corre o risco de ficar com dores nos ombros e braços.
5) Empunhaduras inadequadas: fortes dores nos antebraços.



Confira 7 alongamentos para fazer no trânsito




Passar as longas horas nos congestionamentos pode ser uma boa oportunidade para realizar alongamentos, que além de fazerem bem para o corpo, relaxam a cabeça. Confira abaixo sete exercícios fáceis e rápidos para serem feitos enquanto está sentado no banco do carro esperando a fila andar, alongando cada parte do corpo. As sugestões foram dadas pelo professor Eduardo Okuhara Arruda, da Faculdade de Educação Física da Universidade Metodista de São Paulo.

1) Pescoço: Mova lateralmente dos dois lados e permaneça de 10 a 15 segundos de cada lado.
2) Ombros: Mova circularmente, primeiro para frente e depois com o giro invertido, para trás. Repita o movimento de 5 a 10 vezes.
3) Mãos: Apoie o dorso das mãos no meio das coxas e permaneça de 10 a 15 segundos.
4) Pernas: Estique uma das pernas e incline o tronco para frente. Pode até encostar na direção. Permaneça de 10 a 15 segundos.
5) Tronco: Apoie a mão ao lado do banco e gire o tronco (deve-se fazer com cuidado, pois perde-se a visão do trânsito). Faça dos dois lados com cerca de 10 segundos de permanência.
6) Antebraços: Apoie a palma das mãos no vidro dianteiro e permaneça de 10 a 15 segundos.
7) Abdome: Debruce sobre o volante, contraindo o abdome e fique assim de 10 a 15 segundos.





MOMENTO DE REFLEXÃO

Uma cena, como uma pintura, desenha-se à nossa frente: um homem compenetrado, pai de família, sentado em sua cadeira preferida, estudando para a fase final de seu doutorado.
No ambiente tranqüilo, calado, ouve-se então alguns passos apressados e leves: era Sarah, sua filhinha.
Papai, você quer ver meu desenho? - perguntou ela, com brilho nos olhos.

Sarah, papai está ocupado. Volte um pouco mais tarde, querida.
Realmente ele estava ocupado, o trabalho de uma semana inteira precisava ser feito em apenas um fim de semana.
Dez minutos depois, ela volta à biblioteca, dizendo: papai, me deixa mostrar o meu desenho?
Sarah, meu amor, volte mais tarde. Isto que estou fazendo é importante - respondeu ele.
Três minutos depois ela entra novamente, fica à um palmo do nariz do pai e fala com todo poder que um comandante de cinco anos de idade poderia conseguir:
Você quer ver ou não?
Não, eu não quero - retorquiu o homem, sem pensar muito no que havia dito.
Com isso, então, ela zuniu para fora e o deixou só.
E de alguma maneira, estando só naquele momento, ele não estava tão satisfeito quanto pensou que ficaria.
Sentiu-se como que puxado, e foi até a porta da frente.
Sarah! - ele chamou. - você poderia entrar um minuto, por favor? Papai gostaria de ver o seu desenho.
Ela entrou sem reclamações e se atirou em seu colo.
Era um grande quadro. Ela lhe deu até um título. No alto, com sua melhor letra, estava escrito: "nossa família".
Explique-me o quadro. - pediu ele a ela.
Com os pequeninos dedos de sua pequenina mão, ela descreveu:
Aqui é a mamãe (uma figura de palito com cabelo longo, amarelo e ondulado); aqui sou eu, do lado de mamãe; aqui é Katie (nosso cachorro); e aqui é Missy (a pequenina irmã dela).
Adorei seu desenho, querida - elogiou o pai, sorrindo vou pendurar na parede da sala de jantar, e toda noite quando eu voltar para casa eu vou olhar para ele.
Ela sorriu de orelha a orelha e foi brincar lá fora, enquanto o pai voltava aos estudos.
Mas, por alguma razão, ele manteve a leitura no mesmo parágrafo repetidamente. Algo o deixava intranqüilo. Algo sobre o desenho de Sarah. Alguma coisa estava faltando.
Ele foi então até a porta da frente e voltou a chamar a filhinha.
Posso ver seu desenho novamente?
Ela o apanhou rapidamente, e logo já estava no colo do pai, animada.
Foi então que ele fez uma pergunta para Sarah, da qual não estava certo de que gostaria de ouvir a resposta:
 Querida... tem a mamãe, e Sarah, e Missy, e até Katie em seu desenho. E tem também sol, e nossa casa e muitos pássaros. Mas Sarah, onde está seu papai?
Rapidamente então ela respondeu, nem sequer imaginando a lição que estava prestes a dar a seu pai:
Você está na biblioteca!
Com aquela declaração simples, Sarah fez parar o tempo para seu pai. Erguendo-a suavemente, ele a mandou de volta para brincar ao sol da primavera.
Em seguida afundou-se em sua cadeira, com a cabeça girando. Aquela simples frase voltava a ecoar em seu coração: "você está na biblioteca!"
Algumas semanas se passaram, e ele tornou-se doutor.
Então, certa noite, ainda com o coração apertado, conversando com sua esposa antes de dormir, fez-lhe a seguinte pergunta:
Bárbara... eu quero voltar para casa. Posso?
Vinte segundos de silêncio se seguiram. Parecia que ele havia prendido seu fôlego por mais de uma hora.
Gary, disse a esposa cuidadosamente. - as meninas e eu o amamos muito. Nós o queremos em casa. Mas você não esteve aqui! Eu me senti como pai e mãe por muito tempo!
E aquela era a verdade clara, sem disfarce - pensou ele.
Sua vida tinha sido descontrolada, sua família estava em piloto automático, e ele tinha uma longa estrada pela frente se as quisesse conquistar novamente.
Agora que a névoa havia se dissipado, ele estava disposto a tentar, e este passou a ser o objetivo mais importante de sua vida.






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