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LITURGIA DIÁRIA

LITURGIA DIÁRIA - REFLEXÕES E COMENTÁRIOS

Diário de Terça-feira 15/02/2011




Terça-feira, 15 de fevereiro de 2011


"Todo mundo gostaria de se mudar para um lugar mágico. Mas são poucos os que têm coragem de tentar." (Rubem Alves)





EVANGELHO DE HOJE

 

Mc 8,14-21

Os discípulos haviam esquecido de levar pão e só tinham um pão no barco. Jesus chamou a atenção deles, dizendo:
- Fiquem alertas e tomem cuidado com o fermento dos fariseus e com o fermento de Herodes!
Aí os discípulos começaram a dizer uns aos outros:
- Ele está dizendo isso porque não temos pão.
Jesus ouviu o que eles estavam dizendo e perguntou:
- Por que vocês estão discutindo por não terem pão? Vocês não sabem e não entendem o que eu disse? Por que são tão duros para entender as coisas? Vocês têm olhos e não enxergam? Têm ouvidos e não escutam? Não lembram dos cinco pães que eu parti para cinco mil pessoas? Quantos cestos cheios de pedaços vocês recolheram?
Eles responderam:
- Doze.
Jesus perguntou outra vez:
- E, quando eu parti os sete pães para quatro mil pessoas, quantos cestos cheios de pedaços vocês recolheram?
Eles responderam:
- Sete.
Então Jesus perguntou:
- Será que vocês ainda não entendem?





MEDITANDO O EVANGELHO (1)
Alexandre Soledade

Bom dia!
Costumo dizer que das vezes que fiquei decepcionado a ponto de “chutar o balde”, 80% das vezes foram com pessoas que eu definitivamente não esperava. Em uma grande parcela desses momentos, eram amigos muito próximos, maduros e sem motivo algum aparente. Quem nunca se decepcionou com alguém de sua comunidade (padres, coordenadores, parceiros), do trabalho, da faculdade ou da sua família?
Jesus deixa transparecer esse novo suspiro, só que agora pelos que o acompanham. Cronologicamente não conseguimos precisar quanto tempo Jesus convivia com eles quando houve esse diálogo. Um ano, dois… Não sabemos, mas depois de tantas experiências e profundos ensinamentos partilhados, como ainda podiam se comportar como se estivessem no convívio de um relacionamento?
A amizade entre pessoas cresce à medida que existe cumplicidade mútua. Jesus trazia a tona que havia “cumplicidade” por sua parte desde o começo. Demonstrava claramente a vontade de vê-los crescer, mudar, amadurecê-los e prepará-los para a eminência da sua ausência. Talvez justificasse assim a tristeza nas palavras que se seguiram durante o diálogo.
Se assim podemos dizer, só nos decepcionam aqueles de quem muito esperamos!
“(…) Quando fordes presos, não vos preocupeis nem pela maneira com que haveis de falar, nem pelo que haveis de dizer: naquele momento ser-vos-á inspirado o que haveis de dizer. Porque não sereis vós que falareis, mas é o Espírito de vosso Pai que falará em vós. O IRMÃO ENTREGARÁ SEU IRMÃO À MORTE. O PAI, SEU FILHO. OS FILHOS LEVANTAR-SE-ÃO CONTRA SEUS PAIS E OS MATARÃO ”. (Mateus 10, 19-21)
Engraçado que por vezes esquecemos o que nos aconteceu, mas questiono: Esquecemos mesmo? Como lidamos com as limitações dos outros? Qual é o nível de comprometimento que uma discussão ou desentendimento pode levar? Quantas brigas surgiram da vontade de AMBOS em ir à MESMA DIREÇÃO, no entanto cada um DO SEU JEITO?
Um ditado índio americano diz que dentro de cada um existem dois lobos, um bom e um ruim; que diariamente se digladiam para ver quem sairá vencedor. A sabedoria revela que logrará êxito aquele que for alimentado diariamente.
O lobo “bom” é alimentado de fé, esperança, paz, perdão, objetividade, coerência, discernimento, amor, (…); não dá pra perder o contato. Deus nos nutre de maravilhas incomensuráveis, mas deixa facultativo a nós aceitar ou não.
Apesar de próximos a Jesus, os apóstolos, talvez pelo medo, receio, incompreensão, angústia (alimento do outro lobo) não aceitavam por completo essa cumplicidade com que viam e ouviam. Andavam com Ele, mas ainda temiam seus próprios passos.
Mesmo caminhando a procura de Deus, devemos nos nutrir diariamente do que é bom. Nossa fé se fortalece na dificuldade, nos revés e inclusive no desânimo, na decepção, na tristeza. Se O abandonamos facilmente na primeira brisa, precisamos refletir a nossa cumplicidade nessa amizade.
Quanto às decepções com os outros… Continuemos andando!!!
“(…) Não vos inquieteis com nada! Em todas as circunstâncias apresentai a Deus as vossas preocupações, mediante a oração, as súplicas e a ação de graças. E a paz de Deus, que excede toda a inteligência, haverá de guardar vossos corações e vossos pensamentos, em Cristo Jesus. Além disso, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é nobre, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, tudo o que é virtuoso e louvável, eis o que deve ocupar vossos pensamentos. O que aprendestes, recebestes, ouvistes e observastes em mim, isto praticai, e o Deus da paz estará convosco”. (Filipenses 4, 6-9)
Um imenso abraço fraterno!



MEDITANDO O EVANGELHO (2)
Padre Queiroz

Tomai cuidado com o fermento dos fariseus e com o fermento de Herodes.

Este Evangelho narra que Jesus e os discípulos estavam atravessando o Mar da Galileia, e os discípulos estavam preocupados porque tinham se esquecido de levar pão. “Jesus falou: Tomai cuidado com o fermento dos fariseus e com o fermento de Herodes. Os discípulos diziam entre si: É porque não temos pão”. Jesus percebeu e os repreendeu por causa da preocupação exagerada com a falta de pão. Lembrou-lhes que, no dia anterior, havia multiplicado pães para uma multidão.
Tanto os fariseus como Herodes buscavam exageradamente a própria segurança, sem confiar em Deus. E essa busca se transformava em ganância, que gera a exploração do próximo, a desunião e muitos outros males sociais. Como os fariseus e Herodes pertenciam à classe alta, o seu exemplo de vida atuava na sociedade como o fermento, isto é, devagar, imperceptivelmente, mas de maneira muito forte, transformava toda a massa, que é a sociedade. Facilmente os discípulos poderiam cair em mais esta armadilha.
Nós passamos a vida preocupados com o pão material, e nos esquecemos de nos dedicar mais às coisas de Deus. O cristão não deve preocupar-se demais com as coisas materiais, pois sabe que Deus é Pai providente. Também não deve acumular bens em excesso. Pelo contrário, deve substituir a concentração pela partilha.
O milagre da multiplicação dos pães aconteceu exatamente quando Jesus e os discípulos fizeram o contrário dos fariseus e de Herodes: repartiam com os outros o pouco que tinham.
Na visita de Jesus aos seus amigos Marta, Maria e Lázaro, Marta cometeu um erro semelhante. Ao invés de ouvir Jesus, como sua irmã, ficou atarefada na preparação de comida e pouso para os queridos visitantes. E Jesus deu bronca: “Marta, Marta! Tu te preocupas com tantas coisas, mas uma só é necessária. Maria escolheu a melhor parte e esta não lhe será tirada” (Lc 10,41-42).
Os três grandes pecados do mundo são a concupiscência da carne, a cobiça dos olhos e a soberba da vida. Todos provêm da falta de fé, e são as raízes de todos os demais pecados que cometemos (Cf 1Jo 2,15-16).
Os fariseus tinham uma maneira de ser religioso muito comum em todos os tempos: praticar a religião egoísticamente, sem viver no amor. E sendo, tanto os fariseus como Herodes, gente importante na sociedade, os discípulos corriam sério perigo de ir na onda deles, o que já estava começando a acontecer naquela preocupação com o esquecimento dos pães. Os fariseus estavam dispostos a servir a Deus; mas Deus, em troca, devia reconhecer os méritos deles e premiá-los. Esta é a mentalidade da maioria das seitas atuais. Elas torcem para o inverso a frase de S. Francisco em sua oração: “É dando que se recebe”. O fariseu evita o trato simples com os demais, por medo de que descubram seus sentimentos. Ele sabe que tem as mesmas fraquezas, apesar de ser praticante da Lei. Mas não tem a chave da superação dos próprios defeitos, que é a oração humilde. Não lhe resta, portanto, outro caminho senão salvar as aparências, através de uma conduta externa irrepreensível.
O fermento era, para o povo daquela época, símbolo da corrupção. Por isso a Páscoa devia ser celebrada com pães sem fermento, ou pães ázimo. Também a hóstia que comungamos na santa Missa é feita como pão, mas sem fermento. “Purificai-vos do fermento velho para serdes massa nova, já que sois pães ázimos... da sinceridade e da verdade” (1Cor 5,7s).
O fermento dos fariseus é também a tentação do poder. Temos que aprender que a fraqueza da cruz de Cristo é a força salvadora de Deus. “Nós pregamos Cristo crucificado escândalo para os judeus, loucura para os gentios, mas para os chamados a Cristo, força de Deus e sabedoria de Deus” (1Cor 1,23s).
Havia, certa vez, um senhor bem idoso chamado Serapião. Ele tinha um cachorro vira-lata que atendia pelo nome de Malhado. Serapião era mendigo e andarilho. Mas ele e o cão estavam sempre juntos, andando pelas ruas da cidade. Não pedia dinheiro, apenas comida. Quando suas roupas estavam imprestáveis, logo era socorrido por alguma alma caridosa.
Serapião era um homem bom que perdera a família, os amigos e até a identidade. Não bebia e estava sempre tranquilo. Tudo o que ganhava dava primeiro para o Malhado. Não tinha onde dormir. Quando anoitecia, onde estava, lá dormia, e o Malhado o protegia a noite inteira, não deixando ninguém se aproximar. Também quando Malhado dormia, Serapião o vigiava, para que outro cachorro não o incomodasse. Ele me ajuda muito – dizia Serapião – e eu retribuo sempre que posso.
Quando Serapião ganhava um cachorro quente, tirava a salsicha e dava para o Malhado. Ele sempre dava para o cão a parte melhor da comida que ganhava.
A história é uma crítica à nossa ganância. Serapião, um velho caduco, dava a melhor parte para o cão amigo. Nós temos muitos amigos e amigas. Mas, quando se trata de dividir com eles os nossos bens, nós recusamos, ou lhes damos a pior parte.
Maria Santíssima não acumulava bens para si, nem procurava dar uma aparência melhor do que ela era. Mesmo não tendo pecado, era humilde e se reconhecia indigna dos favores divinos. Que ela nos ajude no testemunho da verdade, da humildade e da transparência, da confiança em Deus e do serviço aos irmãos.
Tomai cuidado com o fermento dos fariseus e com o fermento de Herodes.





VIDA SAUDÁVEL

O que faço para amenizar a ansiedade?
Ana Maria Rossi/Isma-BR

A ansiedade é uma parte essencial da vida. Ela causa mudanças fisiológicas específicas: a respiração torna-se rápida e superficial, a freqüência cardíaca acelera, aumenta a pressão arterial, a tensão muscular e o suor dos pés e das mãos, a temperatura das mãos e pés baixa e, muitas vezes, o sistema gastrintestinal é envolvido.

Psicologicamente, as alterações são associadas com o sistema nervoso. Com freqüência a ansiedade causa simplesmente uma sensação de desconforto, mas pode aumentar, a ponto de tornar a pessoa disfuncional. Não gaste sua energia lutando contra a ansiedade, por isso pode originar uma forma de escravidão mental.
Você pode, por meio do controle da respiração, monitorar as reações fisiológicas decorrentes da ansiedade. Posicione-se confortavelmente. Inspire pelo nariz, dilatando os músculos do abdome, e expire pelo nariz ou pela boca, contraindo os músculos. Estabeleça uma respiração rítmica e profunda. Procure clarear a mente de qualquer pensamento ativo, concentrando a atenção em relaxar todos os músculos do corpo. Mantenha o pensamento focalizado no ritmo da respiração

Como lidar com a ansiedade?

Roer unhas ou puxar os próprios cabelos (tricotilomania) podem ser apenas falta de vaidade ou simples manias. Mas pode ser que em vez de atos banais, podem ser indícios de que a pessoa sofre de ansiedade patológica, que é quando o indivíduo não encontra formas saudáveis de lidar com a ansiedade.
Segundo definição da psicóloga Luciana Nunes, "ansiedade é um estado caracterizado pelo medo, apreensão, mal-estar, desconforto, insegurança, estranheza do ambiente ou de si mesmo e, muito freqüentemente, a sensação de que algo desagradável pode acontecer".
Antes que você ache que, por sentir-se ansioso, ache que está precisando visitar um psicólogo, é importante dizer que a ansiedade é um estado normal. Todo mundo fica ansioso. Agora a forma como você lida com o estado de ansiedade é que pode ou não resultar num distúrbio.
"A situação de quem sofre de ansiedade é muito desagradável, motivo pela qual a ansiedade patológica pode mobilizar o comprometimento social da pessoa", explica Luciana Nunes. Por isso, quando a pessoa não consegue lidar de forma saudável com os estados de ansiedade, é fundamental a procura de um psicólogo.
Um quadro de ansiedade pode se construir devido um fato na vida pessoal, como separação de um casal ou morte de uma pessoa querida. Se a pessoa não consegue elaborar essas situações graves de forma satisfatória e está tendo problemas por conta disso, a indicação é procurar um profissional que lhe ajude a lidar com esses fatos



MOMENTO DE REFLEXÃO


Sempre pensei que ia morrer cedo. A luta armada, a clandestinidade na luta contra a ditadura, aventuras, promiscuidade, orgias, riscos... Tudo me levava a crer que não chegaria aos trinta anos.
Para quem tem vinte anos, quem tem trinta já é coroa. Tomei um susto quando vi-me vivo e saudável aos trinta.
Aos quarenta percebi a possibilidade real da morte. No dia do meu aniversário quarentão, um jovem ator de 24 anos perguntou como eu me sentia: "Agora? de frente para a morte". Para minha surpresa foi o jovem quem morreu logo depois.
Aos cinqüenta apaixonei-me pela letra de Aldir Blanc na voz de Paulinho da Viola: "... aos cinqüenta anos, insisto na juventude...", isto enquanto percebia meu ângulo peniano caminhando para os 90º. Mas, antes dos sessenta a pílula azul alargou minhas possibilidades e possibilitou-me ver o sexo por ângulos mais estreitos.
Agora estou além dos sessenta.
Aos quarenta, rezava pela alma dos mortos amigos e parentes. Nome por nome eu pedia ao Senhor. Hoje, são tantos os que caíram, que apenas peço "... pelos mortos em geral".
E mais uma vez espanto-me por estar ainda vivo, e consolo-me no Salmo 91.7 que diz: "... 1.000 cairão ao teu lado e 10.000 à sua direita, mas você não será atingido". Mesmo confiando na Palavra, ainda assim caminho embaixo de marquise pra São Pedro não me ver.
Ainda estou vivo, e pra quem pensou que morreria aos trinta, descubro que existe vida após a vida.
Mas o preço do viver é muito alto para o jovem de hoje: tem que comprar apartamento, arranjar um trampo, ganhar dinheiro, ficar famoso, comer todas, bombar no youtube, malhar, casar, ter filhos, comprar carro, estar bronzeado, conhecer tudo de web, e ainda ir ao show da Madonna, entre outras miudezas.
Após os sessenta, você já está quite com tudo isto e pensa que vai viver em paz.
Qual o quê: tem que tomar insulina, antidepressivos, rivotris, controlar a pressão, não comer açúcar, não comer sal, não fumar, não beber, se conseguir comer uma e outra já é uma vitória, tem que caminhar ao menos meia hora por dia mesmo sem querer, cuidar do joanete, dormir cedo, vender o apartamento, fugir da bolsa, não discutir no trânsito, não se alterar no caixa do supermercado, tolerar os filhos, agradar os netos, ficar calado diante da mediocridade, aceitar o salário de aposentado, ter o testamento em dia, e curtir todas as dores ósseas, nervosas e musculares porque se algum dia você acordar sem dor é porque está morto...
Claro que o idoso tem suas vantagens: uma delas é a transparência. Quanto mais velho mais transparente você se torna. Chega a ficar invisível: ninguém mais lhe percebe, mais um pouco e nem lhe enxergam.
Mas, pode passar à frente dos jovens nas filas todas, com aquele ar de superior: "Você é jovem e sarado, mas eu tenho prioridade"... E ante qualquer aborrecimento ou dificuldade você ameaça enfartar ou ter um AVC. Funciona sempre, todos logo se tornam gentis e cordatos, e é garantia de muitas meias e lenços como presentes no Natal.
Lidando com a minha "terceira idade" ouço de meu psicanalista, o bom Luiz Alfredo: "Só há dois caminhos: envelhecer... ou o outro, muito pior".
Prefiro envelhecer, aceitando cada minúsculo "sim" que a vida me dá com uma grande alegria e uma grande vitória. Hoje quando encontro vaga num elevador do shopping, quando o banco está vazio, ou quando encontro promoção na farmácia, já considero uma bênção gigantesca e agradeço a Deus pela Graça Alcançada...

Após os sessenta, como no filme de Brad Pitt, regrido na existência, deixo Paulinho e a viola de lado e reencontro Lupiscinio "Esses moços, pobres moços... ah se soubessem o que eu sei...". Mas se soubessem não ia adiantar nada: porque a sabedoria é filha do tempo. Como diz o amigo Percinotto, também idoso: "o diabo é sábio porque é velho".
Pelo andar da carruagem, percebo que já morri muitas vezes nesta vida, e que viverei até fartar.

Benvindo Sequeira







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