Páginas


(clique abaixo para ouvir a música)

LITURGIA DIÁRIA

LITURGIA DIÁRIA - REFLEXÕES E COMENTÁRIOS

Diário de Sexta-feira 11/02/2011



Sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

“Amigos são anjos que nos deixam de pé quando nossas assas tem problemas em se lembrar como voar.” (Cartecia)





EVANGELHO DE HOJE

Mc 7,31-37.

Tornando a sair da região de Tiro, veio por Sídon para o mar da Galileia, atravessando o território da Decápole.
Trouxeram-lhe um surdo tartamudo e rogaram-lhe que impusesse as mãos sobre ele.
Afastando-se com ele da multidão, Jesus meteu-lhe os dedos nos ouvidos e fez saliva com que lhe tocou a língua.
Erguendo depois os olhos ao céu, suspirou dizendo: «Effathá», que quer dizer «abre-te.»
Logo os ouvidos se lhe abriram, soltou-se a prisão da língua e falava correctamente.
Jesus mandou-lhes que a ninguém revelassem o sucedido; mas quanto mais lho recomendava, mais eles o apregoavam.
No auge do assombro, diziam: «Faz tudo bem feito: faz ouvir os surdos e falar os mudos.»





MEDITANDO O EVANGELHO (1)
Fr.Denis Francisco Rosa Oliveira CSsR



Jesus está em terras pagãs (Tiro, Sidônia e Galiléia), uma região muito pobre. Nessas terras vive um povo excluído pelos líderes religiosos judeus, e que mal conhece a Lei de Moisés. Pelo simples fato de não conhecerem a lei e de não poderem ir ao Templo, essas pessoas pobres são excluídas. Algo semelhante aos nossos dias.
O evangelho narra à cura de um surdo: “32Trouxeram então um homem surdo, que falava com dificuldade, e pediram que Jesus lhe impusesse a mão. 33Jesus afastou-se com o homem, para fora da multidão; em seguida, colocou os dedos nos seus ouvidos, cuspiu e com a saliva tocou a língua dele. 34Olhando para o céu, suspirou e disse: ‘Efatá!’, que quer dizer: ‘Abre-te!’ 35Imediatamente seus ouvidos se abriram, sua língua se soltou e ele começou a falar sem dificuldade”.
Esse relato enfatiza o “segredo messiânico”, que está sendo revelado na pessoa de Jesus. Um Deus que se fez homem para estar com os homens; um Deus que se fez pobre para estar com os pobres. Jesus, portanto, revela-se para o povo pobre do território da Galiléia. Um médico que vai a procura de doentes, fazendo milagres e prodígios.
Jesus não deseja que todos fiquem sabendo desses milagres e prodígios, pois correspondem ao segredo messiânico. Tudo para evitar transtornos religiosos e políticos naquela região. Esse segredo ainda não está totalmente revelado. Sua hora ainda não chegou. “O que queres de mim, mulher? A minha hora ainda não chegou” (Jo 2, 4).
Deus, às vezes, cutuca a gente por meio dos sinais revelados na Sagrada Escritura. Basta compreender o que, de fato, a escritura quer dizer. O cristão toma os ensinamentos e as revelações como opção de vida, e não como tarefa de fazer as pessoas cumpri-las. Uma realidade totalmente óbvia aos nossos olhos, não é mesmo?
Por isso, devemos ter em mente a pessoa de Jesus, nosso Senhor, não apenas como Deus e homem milagreiro, mas, também, de um Deus e homem que procurou viver sua vida ao lado de quem precisa. Foi a opção dele. Nós, seus seguidores, devemos fazer o mesmo.
Hoje, devemos tomar cuidado com certas pessoas que usam o nome sagrado “Jesus”, já que nem todos O usam com boa intenção.
Gente boa, devemos ser felizes. Temos um Deus que se fez homem; desceu de sua plenitude para estar em nosso mundo finito e problemático. Se sua vida é cheia de mistérios, problemas, dúvidas e etc, basta apenas buscar uma coisa: A pessoa de Jesus: humana e divina. Como disse um amigo meu ateu: “Jesus foi o cara”, visto que buscou conhecer a realidade concreta da vida e do mundo problemático dos homens. Vamos viver nossa vida, tocando nossos barcos. Por Jesus com Maria, na força da Eucaristia.






MEDITANDO O EVANGELHO (2)
Padre Queiroz


Aos surdos faz ouvir e aos mudos falar.
Este Evangelho trás para nós a belíssima cena de Jesus curando o homem surdo e que falava com dificuldade.
O texto começa dizendo: “Jesus saiu de novo...” Jesus caminhava, ia atrás do povo, não ficava parado. Ele não ficava esperando que as pessoas fossem até ele. O amor nos dá esse dinamismo. Como é importante nós também aproveitarmos a nossa saúde e tempo disponível para nos movimentarmos, indo até as pessoas que precisam da Água Viva, da Boa Nova de Cristo!
Quando Jesus atravessava uma região, trouxeram-lhe “um homem surdo, que falava com dificuldade”. Geralmente os surdos têm deficiência na conversa, porque a nossa fala depende da audição.
Na área espiritual é a mesma coisa: as pessoas que não ouvem a Palavra de Deus, acabam não ouvindo também os apelos da realidade que as cerca, e conseqüentemente tornam-se mudas, não falando a palavra certa na hora certa. Não ficam indignadas com nada; passam pela vida sem influenciar, indo na onda da sociedade de consumo.
Uma Comunidade que não ouve corretamente a Palavra de Deus, confrontando com a realidade do seu meio, também se torna muda, não fala nem faz nada de transformador, em direção ao Reino Deus.
Jesus, no seu primeiro discurso na sinagoga de Nazaré, disse que veio para abrir os olhos dos cegos, dar audição aos surdos e libertar os oprimidos, anunciando o ano da graça do Senhor (Cf Lc 4,18-19).
Muitas pessoas são como aquelas que Jesus citou na parábola do samaritano: passam ao lado do irmão ferido e fecham os olhos para não ver. Ou então, como o rico da parábola: vivem uma vida inteira ao lado do Lázaro e não se tocam. Não existe nada mais forte para tapar os ouvidos, os olhos e a boca das pessoas, do que o apego às riquezas.
Jesus “olhando para o céu, suspirou e disse: ‘Efatá’, que quer dizer: Abre-te!” Recordando esta cena, no nosso batismo o padre fez um gesto parecido: colocou a mão nos nossos ouvidos e na nossa boca, e disse: “Efatá!”
Quando o povo hebreu era escravo no Egito, Deus apareceu para Moisés e disse: “Eu vi a opressão de meu povo no Egito, ouvi os gritos de aflição diante dos opressores e tomei conhecimento de seus sofrimentos, e desci para libertá-los” (Ex 3,7-8). Deus tem os olhos e os ouvidos abertos. Assim como chamou Moisés, ele chama os seus filhos e filhas, em todos os tempos e lugares, a fim de libertarem o seu povo. Deus ama o seu povo, e não quer vê-los como ovelhas sem pastor.
“Jesus afastou-se com o homem para fora da multidão”. É interessante que a primeira coisa que Jesus fez com o homem foi afastá-lo para longe da multidão. O primeiro objetivo foi ter um contato mais pessoal com ele. Nós não podemos ficar só “na multidão”, mesmo que essa multidão seja de cristãos.
O segundo objetivo de Jesus é para que o homem, depois de curado, pudesse voltar para o meio do povo, ouvindo e falando sem dificuldade, inclusive para ajudar os outros.
Os nossos bispos, reunidos em Aparecida, disseram: “Vivemos uma mudança de época, e seu nível mais profundo é o cultural. Dissolve-se a concepção integral do ser humano, sua relação com o mundo e com Deus” (DA 44). Portanto, a nossa missão é grande, como “discípulos e missionários de Jesus Cristo, para que o povo tenha mais vida nele”.
Havia, certa vez, uma menina que morava na roças. E um pássaro muito bonito começou a entrar no quarto dela. Ela comprou ração apropriada e espalhou em cima do guarda-roupa, e também uma tacinha de água, já preparada para não transmitir dengue.
Assim, o belo passarinho fez amizade com ela. Parecia que os dois eram velhos amigos. Todos os dias ele aparecia. Suas penas eram brilhantes e seus olhinhos encantadores.
Com medo de perder o amiguinho, a garota o prendeu numa gaiola. Poucos dias depois, suas penas perderam o brilho e ele passou a contar diferente, um canto parecido com choro. Passava o dia todo olhando para a janela.
Quando percebeu o erro que havia cometido, mais que depressa a menina abriu a gaiola e a ave foi-se embora, para nunca mais voltar.
Que Cristo abra os nossos ouvidos e olhos para contemplarmos a natureza, mas sem prejudicá-la!
O exemplo de Maria Santíssima é maravilhoso. Ela não foi surda nem muda, mas ouviu o apelo de Deus, entendeu-o direitinho e o cumpriu com generosidade. No magnificat, ela mostrou que ouvia também os anseios do povo, e falava com coragem. Que ela nos ajude a nos aproximarmos de seu Filho, a fim de que ele, dizendo “Efatá!”, nos cure da surdez e da conseqüente dificuldade em falar.
Aos surdos faz ouvir e aos mudos falar.





DICAS DE SAÚDE





Ressaltamos que as Dicas de Saúde enviadas por este Diário, não equivalem a uma receita médica; são apenas "dicas".  Os exames preventivos são sempre indispensáveis! Para mais informações consulte o seu médico.



Verão pede cuidados redobrados com os olhos



O Verão é a estação da praia, do calor e da diversão. Mas é nessa época que os cuidados com os olhos devem ser redobrados. A temperatura aumenta e algumas bactérias começam a se reproduzir com mais facilidade. E é nessa hora que as doenças externas dos olhos começam a aparecer com freqüência, a conjuntivite e a blefarite, ou seja, inflamação nas bordas da pálpebra, são as mais comuns. Essas doenças são transmitidas pelo contato com a bactéria, ou com pessoas contaminadas. Se alguém com conjuntivite ou blefarite coça os olhos e logo após aperta as mãos de outra, ela estará contaminando essa pessoa. E assim sucessivamente. Os sintomas da conjuntivite são, usualmente, olhos vermelhos, coceira, sensação de areia nos olhos, sensibilidade à luz, inchaço das pálpebras e secreção. Na blefarite as pálpebras superiores e inferiores ficam recobertas por detritos oleosos e bactérias em torno da base dos cílios. O paciente sente irritação ocular e, em certos casos, ocorre a inflamação do olho. A limpeza regular e completa da borda palpebral contribui para o controle da blefarite. Para prevenir essas doenças, deve-se lavar as mãos no mínimo quatro vezes ao dia, evitar o contato com pessoas doentes e manter a higiene em dia. O cuidado deve ser redobrado com as crianças, pois elas costumam ser as mais afetadas.
 - Se o contágio já tiver sido feito, deve-se imediatamente procurar um oftalmologista. Algumas conjuntivites são autolimitadas, ou seja, após quatro ou cinco dias, seu organismo consegue eliminá-las. Nesses casos o paciente deve ficar lavando os olhos com soro até ficar bom. Porém, existem outros tipos que só desaparecem com o uso de colírios. Por isso é muito importante que se procure um especialista. Mas as pessoas também não precisam ficar desesperadas, pois é raro que uma dessas doenças cause danos permanentes a visão - diz doutor Renato David, do Serviço de Oftalmologia da UFRJ. O uso de óculos escuros, segundo o médico, não são essenciais. Mas, se a pessoa quiser utiliza-los, devem ser apropriados a ponto de barrar os raios ultravioletas vindos do Sol. “Se a pessoa compra um óculos de má qualidade, ela terá o ambiente escurecido e a sua pupila dilatará. Isso fará com que os raios ultravioletas penetrem nos olhos e os prejudiquem", explicou o oftalmologista.


Tainá Saramago Fonte: www.olharvital.ufrj.br






MOMENTO DE REFLEXÃO

"Hoje em dia, fazer 70 anos é uma banalidade. Vou reunir filhos e pouquíssimos amigos e fazer aquela festona nos 80"




Acho essa coisa da idade fascinante: tem a ver com o modo como lidamos com a vida. Se a gente a considera uma ladeira que desce a partir da primeira ruga, ou do começo de barriguinha, então viver é de certa forma uma desgraceira que acaba na morte. Desse ponto de vista, a vida passa a ser uma doença crônica de prognóstico sombrio. Nessa festa sem graça, quem fica animado? Quem não se amargura?
O tempo me intriga, como tantas coisas, desde quando eu tinha uns 5 anos. Quando esta coluna for publicada, mais ou menos por aqueles dias, estarei fazendo 70. Primeiro, há meses, pensei numa grande festa, eu que sou avessa a badalações e gosto de grupos bem pequenos. Mas pensei, bem, 70 vale a pena! Aos poucos fui percebendo que hoje em dia fazer 70 anos é uma banalidade. Vou reunir filhos e pouquíssimos amigos e fazer aquela festona nos 80. Ou 90.
Pois se minhas avós eram damas idosas aos 50, sempre de livro na mão lendo na poltrona junto à janela, com vestidos discretíssimos, pretos de florzinha branca (ou, em horas mais festivas, minúsculas flores ou bolinhas coloridas), hoje aos 70 estamos fazendo projetos, viajando (pode ser simplesmente à cidade vizinha para visitar uma amiga), indo ao teatro e ao cinema, indo a restaurante (pode ser o de quilo, ali na esquina), eventualmente namorando ou casando de novo. Ou dando risada à toa com os netos, e fazendo uma excursão com os filhos. Tudo isso sem esquecer a universidade, ou aprender a ler, ou visitar pela primeira vez uma galeria de arte, ou comer sorvete na calçada batendo papo com alguma nova amiga.
Outro dia minha neta de quase 10 anos me disse: "Você é a pessoa mais divertida que conheço, é a única avó do mundo que sai para comprar mamão e volta com um buldogue". Era verdade. Se sou tão divertida não sei, mas gosto que me vejam não como a chata que se queixa, reclama e cobra, mas como aquela que de verdade vai comprar a fruta de que o marido mais gosta, anda com vontade de ter de novo um cachorro e entra na loja quase ao lado do mercado. Por um acaso singular, pois não são cachorros muito comuns, ali há um filhotinho de buldogue inglês que voltou comigo para casa em lugar da fruta. Foi batizada de Emily e virou mais uma alegria.

E por que não? Por que a passagem do tempo deveria nos tornar mais rígidas, mais chatas, mais queixosas, mais intolerantes, espantalhos dos afetos e da alegria? "Why be normal?", dizia o adesivo que amigos meus mandaram fazer há muitos anos para colocarmos em nossos carros só pela diversão, pois no fundo não queria dizer nada além disso: em nossas vidas atribuladas, cheias de compromissos, trabalho, pouco dinheiro, cada um com seus ônus e bônus, a gente podia cometer essa transgressão tão inocente e engraçada, de ter aquele adesivo no carro.
Não precisamos ser tão incrivelmente sérios, cobrar tanto de nós, dos outros e da vida, críticos o tempo todo, vendo só o lado mais feio do mundo. Das pessoas. Da própria família. Dos amigos. Se formos os eternos acusadores, acabaremos com um gosto amargo na boca: o amargor de nossas próprias palavras e sentimentos. Se não soubermos rir, se tivermos desaprendido como dar uma boa risada, ficaremos com a cara hirta das máscaras das cirurgias exageradas, dos remendos e intervenções para manter ou recuperar a "beleza". A alma tem suas dores, e para se curar necessita de projetos e afetos. Precisa acreditar em alguma coisa.
O projeto pode ser comprar um vaso de flor e botar na janela ou na mesa, para contemplarmos beleza. Pode ser o telefonema para o velho amigo enfermo. Pode ser a reconciliação com o filho que nos magoou, ou com o pai que relegamos, quando não nos podia mais sustentar. O afeto pode incluir uma pequena buldogue chamada Emily, para alegrar ainda mais a casa, as pessoas, sobretudo as crianças, que estão sempre por aqui, o maior presente de uma vida de apenas 70 anos.

Lya Luft







Clique aqui para fazer seus comentários 
ou inscrever-se e receber nossos Diários 
em sua caixa de e-mail.

Nenhum comentário:

Postar um comentário