Domingo, 17 de
abril de 2016
"Acreditar
que basta ter filhos para ser um pai é tão absurdo quanto acreditar que basta
ter instrumentos para ser músico." (Mansour Chalita)
EVANGELHO
DE HOJE
Jo 10,27-30
— O Senhor
esteja convosco.
— Ele está
no meio de nós.
—
PROCLAMAÇÃO do Evangelho de Jesus Cristo, + segundo João.
— Glória a
vós, Senhor!
Naquele
tempo, disse Jesus:
27“As minhas
ovelhas escutam a minha voz, eu as conheço e elas me seguem. 28Eu dou-lhes a
vida eterna e elas jamais se perderão. E ninguém vai arrancá-las de minha mão.
29Meu Pai,
que me deu estas ovelhas, é maior que todos, e ninguém pode arrebatá-las da mão
do Pai. 30Eu e o Pai somos um”.
www.paulinas.org.br/diafeliz
Palavra da
Salvação
Glória a vós
Senhor
MEDITANDO
O EVANGELHO
Elian
Neste
domingo, IV domingo da Páscoa, chamamos de Domingo do Bom Pastor. E no
evangelho de hoje Jesus se apresentada como o bom pastor. "Eu sou o bom
pastor ( Jo, 10, 14)...As minhas ovelhas escutam minha voz... elas me seguem" (Jo 10,27). Ele nos dará
a vida eterna, nos protegerá contra todo mal. Nenhuma de suas ovelhas se
perderá, pois foi que Pai que lhe deu essas ovelhas (Jo, 10, 29). O Bom Pastor
dará sua vida para que suas ovelhas sejam salvas, para que sejam livres de todo
pecado, de todo tipo de opressão e para que todos tenham vida. Nós somos suas ovelhas, e somos cuidadas por
Ele com muito carinho, amor e misericórdia. Mesmo assim, em algum momento, por
um pequeno descuido, nos perdemos do rebanho, nos afastamos também de nosso
Pastor. E nos expomos a todos os perigos físicos e espirituais. O Pastor fica
triste quando perde uma de suas ovelhas, mas Ele vai em busca dela, e não
descansa enquanto não a trás de volta, e sua alegria é imensa quando a
encontra.
O
nosso Bom Pastor, é Jesus Ressuscitado. É pela fé, na nossa fé que temos a certeza de que Ele está conosco,
nunca nos abandona. E essa mesma fé que nos direciona a Ele, nos faz ser seus
seguidores. Ele conhece a cada um de nós, nos chama pelo nome, para seguirmos
suas orientações, para fazer parte de seu Reino, estar em comunhão com Ele e o
Pai. Ouçamos o chamado do Bom Pastor, para sermos seus discípulos/as, e como
Ele também ser seus pastores. E da mesma forma que o Bom Pastor nos livra dos
animais ferozes, da perseguição, da angustia, das tribulações, da exploração,
da alienação, Ele nos livra também dos maus pastores, que infelizmente estão em
nossas comunidades e muitas vezes afastam algumas ovelhas. Jesus, o bom pastor
lutará e defenderá a todos, para que nenhum se perca, levando a todos a vida
plena.
É
nossa missão, anunciar a boa nova de Jesus, atender seu chamado, ser seus seguidores, como luz para muitos.
Neste domingo do Bom Pastor, rezemos pelo Papa, por nossos padres, pelos
missionários/as, pelos religiosos e religiosas, por todos que consagraram e consagram
sua vida, e que não buscam seus interesses pessoais, mas aderiram ao projeto de
salvação de Cristo, colocando sua vida a serviço da evangelização, resgatando
novas ovelhas.
Oração
Espírito
de proteção, nunca me falte teu amparo, especialmente nos momentos em que os
adversários tentam afastar-me do Mestre Jesus.
Um
abraço a todos.
VÍDEO
DA SEMANA
A tristeza é oportunidade
de crescimento - Pe. Fábio de Melo
https://www.youtube.com/watch?v=AfEUMW0OfnM
MOMENTO
DE REFLEXÃO
O
filósofo Mario Sérgio Cortella, professor da PUC-SP e ex-monge carmelita
descalço, diz que estamos perdendo o GPS de nós mesmos ao nos preocuparmos mais
com o objetivo do que com a jornada. Quando desprezamos a paisagem, deixamos de
ampliar nosso repertório de imagens e a capacidade de criar – enfim, de viver.
Em
uma entrevista para o jornal Estadão, o professor falou sobre a objetivação do
tempo e que o mundo virtual faz com que as pessoas deixem de apreciar pequenas
coisas como a paisagem em uma viagem de carro, de ônibus ou de avião, para
ficarem de cabeça baixa olhando seus smartphones. Um ponto muito interessante
na fala do filósofo é a necessidade do ócio, do tédio.
Pois
estes são propulsores da criatividade. Não fossem eles, a roda jamais teria
sido inventada. Isso não quer dizer que não devemos trabalhar ou que devemos
ficar estáticos esperando que uma possível ‘lâmpada’ de ideias apareça e nossa
vida será plena em gozo. De modo algum, o que ele explana é que a praticidade
da vida pós-moderna – tudo prontinho – não nos permite criar. E que ao ficarmos
escravos submissos às tecnologias deixaremos de ser criativos.
Abaixo,
recortes da entrevista
“Existe
uma instrumentalização do nosso tempo para impedir que sejamos capazes do ócio.
O que é um passeio de fato? Aquilo que o francês chamava de ‘promedade’. Vou
dar uma volta. É você não ter rumo, não precisar saber aonde vai. Ócio não é
vagabundagem. É não ser obrigado a uma ocupação. Preso não tem ócio. Desocupado
não tem ócio. Ócio é quando você tem liberdade para fazer do seu tempo aquilo
que deseja. Antigamente, a expressão de quem saía por aí de maneira livre era
‘vagamundo’ – em grego antigo – aliás, se diz ‘planetes’ e origina a palavra
planeta, astro que fica dando voltas. Mas depois a palavra virou vagabundo e
ganhou conotação negativa.
“Não
sou avesso a tecnologias, mas também não sou submisso. A grande vantagem delas
é ajudar a chegar logo. Sei da ajuda do GPS e para isso (as tecnologias) servem
bem”. Cortella
Na
sociedade capitalista, nos mundo dos últimos 500 anos, dentro da ética
protestante, a ideia de quem sair por aí, sem eira e nem beira se tornou
absolutamente reprovável. Só o trabalho salva. Só o trabalho dignifica. Aliás,
como escreveram os nazistas nos campos de concentração, só o trabalho liberta.
Certo? Há uma objetivação extremada do tempo livre hoje. A tal ponto que ficar
desocupado é quase uma insuportabilidade.
“Ao
ignorar os percursos, perdemos a possibilidade de ampliar nosso universo de
visões e imagens”. Cortella
O
resultado são crises de criatividade. Porque o tédio é absolutamente criativo.
Você inventa coisas porque não tem o que fazer. E a ausência hoje de tédio,
porque você fica o tempo todo ocupado com algo, resulta numa vida que precisa
ter meta e objetivo o tempo todo. Como se fosse uma carreira. Despreza-se que a
arte seria impossível com a ocupação contínua. Só existe arte, filosofia, por
conta da desocupação.
“É
um reflexo da instrumentalização do nosso tempo. Estamos sempre ocupados com
metas e objetivos e não temos espaço para distração, para aproveitar as
jornadas que, no fim das contas, são a nossa vida”. Cortella
Michelangelo
dizia: todo pintor pinta a si mesmo. É evidente que quando eu viajo quero me
conhecer naquilo que estou conhecendo. Por isso toda viagem é um
reconhecimento. Eu sou uma subjetividade, você é uma subjetividade. Para eu me
saber como sou, preciso me colocar para fora de mim. Isto é, eu preciso
objetivar minha subjetividade (…)”.
Mário Sérgio
Cortella
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