Sexta-feira, 14 de junho de 2013
“A gente até consegue ser feliz
sozinho. Mas é tão melhor ouvir o som de uma gargalhada no mesmo ritmo da tua.”
EVANGELHO DE HOJE
Mt 5,27-32
— O Senhor esteja convosco.
— Ele está no meio de nós.
— PROCLAMAÇÃO do Evangelho de Jesus
Cristo, + segundo Mateus.
— Glória a vós, Senhor!
Naquele tempo, disse Jesus aos seus
discípulos: 27“Ouvistes o que foi dito: ‘Não cometerás adultério’. 28Eu, porém,
vos digo: Todo aquele que olhar para uma mulher, com o desejo de possuí-la, já
cometeu adultério com ela no seu coração. 29Se o teu olho direito é para ti
ocasião de pecado, arranca-o e joga-o para longe de ti! De fato, é melhor
perder um de teus membros do que todo o teu corpo ser jogado no inferno. 30Se
tua mão direita é para ti ocasião de pecado, corta-a e joga-a para longe de ti!
De fato, é melhor perder um dos teus membros, do que todo o teu corpo ir para o
inferno.
31Foi dito também: ‘Quem se divorciar
de sua mulher, dê-lhe uma certidão de divórcio’. 32Eu, porém, vos digo: Todo
aquele que se divorcia de sua mulher, a não ser por motivo de união irregular,
faz com que ela se torne adúltera; e quem se casa com a mulher divorciada
comete adultério”.
Palavra da Salvação
Glória a vós Senhor.
MEDITANDO O EVANGELHO
Padre Antonio Queiroz
Todo aquele que olhar para uma mulher, com o desejo de possuí-la, já cometeu adultério com ela no seu coração.
Neste Evangelho, Jesus nos fala a respeito da fidelidade matrimonial e da indissolubilidade do casamento. O cristianismo é baseado no amor eterno, que é Deus. E a família é uma imagem da Santíssima Trindade. Até os nomes coincidem: Pai, filho... Por isso o amor na família tem de ser total e sem limites, um amor até a morte de um dos dois.
O amor verdadeiro é sempre total, desde o seu primeiro instante. Sentir tentação por uma mulher não é pecado. Mas consentir nessa tentação, olhando para ela com o desejo de possuí-la, é pecado.
Como a atração sexual, que é o instinto da conservação da espécie, é muito profundo em nós, superado apenas pelo instinto da conservação da própria vida (alimentar-se...), o cristão deve ser, neste ponto, radical: “Se o teu olho direito é para ti ocasião de pecado, arranca-o e joga-o para longe de ti! De fato, é melhor perder um de teus membros, do que todo o teu corpo ser jogado no inferno”. Jesus tomou como exemplo o olho e a mão, porque são coisas muito importantes para nós. Se até a esses membros temos de renunciar, se forem ocasião de pecado, quanto mais renunciar a uma paixão por alguém, fora do plano de Deus.
Jesus não quer no seu Reino gente medíocre. “Quem põe a mão no arado, e olha para trás, não é digno de mim”, disse ele.
Existe outro ponto em que Jesus foi radical. Disse ele ao jovem rico: “Vai, vende tudo o que tens, dá o dinheiro aos pobres e terás um tesouro no céu. Depois, vem e segue-me” (Mc 10,21).
Seguir a Jesus é uma coisa maravilhosa. Tudo o que renunciamos, ganhamos cem vezes mais. Mas precisamos estar dispostos a renunciar a tudo o que contradiz ao seu Evangelho. O mundo pecador é malandro, e nos apresenta o caminho do “mais ou menos”, ou da mediocridade. Mas é pura enganação. Uma tentação nossa é querer servir a dois senhores, levando uma vida dupla: hora servindo a Deus, hora ao pecado. A pessoa que faz isso torna-se “nem fria nem quente”. Jesus não gosta de uma pessoa assim. Ele prefere vomitá-la de sua boca.
Havia, certa vez, numa pequena cidade do interior, um homem muito bom, que o povo chamava de Sr. Dito. Ele tinha um burrinho e com esse animal passava pelas ruas recolhendo donativos para os pobres. O povo sabia que era ele, por causa da campainha que o burrinho trazia amarrada ao pescoço. Quando ouviam a campainha, saíam à porta de suas casas com os donativos para o Sr. Dito. Durante a noite, o burrinho ficava no curral do Sr. Dito.
Um dia, quando escureceu, um ladrão foi lá e roubou o burrinho. Levou-o para o seu curral, e foi dormir. Mas o ladrão não conseguia dormir porque cada vez que o burrinho se mexia, a campainha fazia barulho e o acordava.
Já tarde da noite, o ladrão foi lá, tirou a campainha do pescoço do burrinho e a colocou perto da água. Mais tarde, o burrinho foi tomar água, esbarrou na campainha, esta soou e acordou o ladrão.
Ele voltou ao curral e escondeu a campainha debaixo do capim. O burrinho foi comer o capim, mexeu na campainha, esta soou novamente e acordando o ladrão. Não havia jeito.
Quando eram três da madrugada, o ladrão perdeu a paciência, foi ao curral, pegou o burrinho com campainha e tudo e devolveu ao curral do Sr. Dito.
No outro dia cedo, quando o Sr. Dito se levantou, lá estava em seu curral o burrinho com a campainha, como se nada tivesse acontecido.
Nós também temos uma campainha, que soa quando fazemos uma coisa errada. É a nossa consciência, que fica sempre nos inquietando. Não adianta querer esconder essa campainha, porque ela continua soando e nos inquietando, onde quer que esteja. Não adianta correr dela, porque ela vai atrás. Ela só nos deixa em paz quando nos libertamos do pecado. Foi Deus q criou esta campainha, porque nos ama e não nos quer longe dele e infelizes.
Deus sabe direitinho quando que olhamos para uma mulher com o desejo de possuí-la e quando a olhamos na inocência, como se ela fosse nossa irmã. O mesmo vale para a mulher em relação ao homem. E ele criou em nós este “sensor” da consciência porque nos ama e por isso nos quer sempre junto dele e felizes.
Maria Santíssima não servia a dois senhores, mas somente a Deus. Por isso nunca fez pecado. Imaculada, Maria de Deus, rogai por nós!
Todo aquele que olhar para uma mulher, com o desejo de possuí-la, já cometeu adultério com ela no seu coração.
DICAS DE SAÚDE
Ressaltamos que as Dicas de Saúde
enviadas por este Diário, não equivalem a uma receita médica; são apenas
"dicas". Os exames preventivos são sempre indispensáveis! Para
mais informações consulte o seu médico.
Labirintite
Entrevista do Dr. Drauzio Varella com Dr. Antonio
Douglas Menon que é médico otorrinolaringologista e faz parte do corpo clínico
do Hospital Sírio-Libanês de São Paulo (SP).
A pessoa consegue manter o equilíbrio porque
seu cérebro recebe um conjunto de informações que processa para definir qual é
a posição dela no espaço. Quais são essas informações? São informações táteis,
essas percebidas pela pele e que chegam através dos músculos e articulações, as
óticas (por isso quando fechamos os olhos podemos perder a noção do equilíbrio)
e as auditivas que vêm através dos sons.
Para entender melhor o que é labirintite, uma
doença que pode comprometer o equilíbrio, é preciso conhecer um pouco a
anatomia do ouvido interno, atrás da membrana do tímpano. Ele é constituído
pela cóclea, uma estrutura enovelada semelhante a um caracol que contém as
terminações do nervo auditivo, e por três canais semicirculares. Logo abaixo
deles está o vestíbulo.
Todas as células que revestem essas
estruturas têm a característica de receber as ondas sonoras que fazem vibrar o
tímpano e, identificando essas vibrações, transformá-las em estímulo nervoso,
em sinal elétrico que através do nervo auditivo alcança o cérebro onde são
decodificados os impulsos recebidos.
Quando essas estruturas sofrem processos
inflamatórios, infecciosos, destruições ou compressões mecânicas podem provocar
os sintomas próprios da labirintite.
SINTOMAS DA LABIRINTITE
Drauzio –
O que provoca a labirintite?
Antonio Douglas Menon – A labirintite é uma
doença que pode acometer tanto o equilíbrio quanto a parte auditiva. Os órgãos
responsáveis pelo equilíbrio e pela audição estão situados dentro do ouvido
interno e se comunicam com o sistema nervoso central através dos nervos da
audição e do nervo vestibular. Doenças infecciosas, inflamatórias, tumorais e
mesmo alterações genéticas podem ocasionar alterações nessas estruturas
anatômicas. Essas patologias podem provocar sintomas como vertigem e tonturas.
Drauzio – Qual é a diferença entre vertigem e
tontura?
Antonio Douglas Menon – Vertigem vem do latim
“vertere” e quer dizer rodar. A definição clássica de vertigem é a alucinação do movimento. Tontura admite
outras definições. O indivíduo tem a sensação de desequilíbrio, de
instabilidade, de pisar no vazio, de que vai cair.
Drauzio – Vamos deixar bem claro quais
sintomas diferenciam a crise de labirintite da tontura comum que a pessoa sente
porque se alimentou mal, por exemplo.
Antonio Douglas Menon – Na vertigem, o
indivíduo vê os objetos do ambiente rodarem
a sua volta ou seu corpo rodar em relação ao ambiente. Pode parecer a
mesma coisa, mas não é. São duas manifestações diferentes. Uma é subjetiva e a
outra, objetiva. Esses sintomas, associados ou não a náuseas, vômitos, sudorese
caracterizam a crise labiríntica típica.
Sentir-se mal e ter a sensação de desmaio
podem ser sintomas de hipoglicemia, de hipotensão ou de uma síncope e nada têm
a ver com o labirinto. É o caso do indivíduo que vai à igreja sem comer, fica
sentado muito tempo na mesma posição, tem uma queda nos níveis de açúcar e
sente-se mal, com náusea.
Drauzio – Além de sentir as coisas girarem,
que outras características tem a labirintite?
Antonio Douglas Menon – Além da vertigem, a
labirintite pode apresentar manifestações neurovegetativas, ou seja, na fase
aguda a doença, pode ser acompanhada por náuseas, vômitos, sudorese e até por
alterações gastrintestinais. Ela pode também estar associada a manifestações
auditivas, como perda de audição, sensação de plenitude auditiva (sensação de
ouvido cheio ou tapado), zumbido. Trata-se de manifestações audiovestibulares
que podem acompanhar a crise de vertigem, embora nem isso nem o inverso sempre
aconteçam.
No entanto, existem quadros completos que
ocorrem, por exemplo, na Síndrome de Ménière, uma doença comum cujas principais
características são crise vertiginosa acompanhada de surdez flutuante, zumbido
e alterações neurovegetativas, como náuseas, vômitos, mal-estar e diarreia, que
impedem o paciente de locomover-se, de movimentar-se.
Drauzio – A manifestação mais ou menos típica
da labirintite é a tontura surgir quando a pessoa muda a posição da cabeça. Por
que isso acontece?
Antonio Douglas Menon - Além da doença de
Ménière, outras doenças vestibulares dão vertigem. Uma delas é a vertigem
postural paroxística. Seu portador desencadeia a crise quando movimenta a
cabeça ou movimenta a cabeça e o corpo conjuntamente.
Drauzio – O que acontece dentro da cabeça
nesse momento?
Antonio Douglas Menon – Dentro do labirinto,
nos canais semicirculares, há um líquido – a endolinfa – e uma configuração de
otólitos, pedras pequeninas que se movimentam quando o indivíduo move a cabeça.
No caso da vertigem postural paroxística, na área do utrículo e do sáculo,
existem as otocônias, pedrinhas situadas sobre a mácula que se movimentam
quando a pessoa mexe a cabeça. Esse é um fator desencadeante da vertigem e um
quadro bem definido dentro da otorrinolaringologia.
Existem outras doenças vestibulares que podem
provocar vertigem além da síndrome de Ménière e da vertigem postural
paroxística, como as neuronites ou neurites vestibulares (processos
inflamatórios no nervo e nos gânglios vestibulares) e os neurinomas ou schwanomas
que são patologias tumorais importantes.
Drauzio – Todas as alterações que aparecem
nessa região do ouvido interno podem provocar labirintite?
Antonio Douglas Menon – Provocam
manifestações traduzidas pela vertigem clássica, rotatória, ou tontura
caracterizada por desequilíbrio e instabilidade,
LABIRINTITE, ÁLCOOL E MEDICAMENTOS
Drauzio – O álcool pode desencadear um processo semelhante a
esse?
Antonio Douglas Menon – Pode provocar.
Ingerido em doses um pouco maiores, deixa o indivíduo tonto, com alterações
vestibulares, reflexos da ação do álcool sobre o labirinto por causa da
hipotensão que ele acarreta dentro das estruturas do vestíbulo.
Drauzio – Alguns medicamentos também podem
provocar essa manifestação?
Antonio Douglas Menon – As drogas
vestibulotóxicas, por exemplo, também podem provocar manifestações semelhantes
às do álcool. Alguns antibióticos aminoglicosídeos, entre eles a gentamicina e
outros mais ototóxicos que agem sobre a cóclea inclusive, principalmente a
estreptomicina, podem ter alguns efeitos colaterais. No entanto, atualmente um
dos tratamentos utilizados para a doença de Ménière, por exemplo, é a injeção
intratimpânica de uma droga vestibulotóxica, a gentamicina.
Drauzio – A droga é aplicada no tímpano?
Antonio Douglas Menon - Há várias técnicas
para se fazer isso. Com a cabeça do paciente rodada para o lado, aplica-se uma
injeção de gentamicina diretamente no ouvido médio. Através das janelas redonda
e oval, ela vai para o interior do vestíbulo e atua sobre as estruturas do
ouvido interno, principalmente as vestibulares, fazendo com que cesse o quadro
vertiginoso.
FAIXA ETÁRIA E AÇÃO DOS MEDICAMEENTOS
Drauzio – Labirintite em criança existe, mas
é pouco frequente.Qual a relação entre crises de labirintite e idade?
Antonio Douglas Menon - A labirintite incide
mais na idade adulta a partir dos 40 ou 50 anos, decorrente de alterações
metabólicas e vasculares. Níveis aumentados de colesterol, triglicérides e
ácido úrico podem acarretar alterações dentro das artérias, alterações essas
que diminuem a quantidade de sangue nas áreas do cérebro e do labirinto.
Drauzio – Como agem os medicamentos usados
para tratar labirintite?
Antonio Douglas Menon – Há vários tipos de
medicamentos. Há os vasodilatadores que facilitam a circulação sanguínea porque
melhoram o calibre dos vasos muitas vezes reduzido pelas placas de ateromas.
Existem os labirintossupressores, drogas que suprimem a tontura através de sua
ação no sistema nervoso. Existem, ainda, aqueles que atuam sobre outros
sintomas, suprimindo a náusea, o vômito e o mal-estar.
Drauzio – Sem tratamento, quanto tempo a
crise costuma durar?
Antonio Douglas Menon – Depende do tipo da
doença. A fase aguda pode durar de minutos ou horas a dias conforme a
intensidade da crise.
Geralmente na doença de Ménière,
caracterizada por vertigem com náuseas, vômitos, perda auditiva e zumbido, é
necessário sedar o paciente, porque na maior parte das vezes a crise é
desencadeada pelo estresse. Nesse caso, elas podem ser mensais, anuais ou
desaparecerem por dois ou três anos.
Drauzio – Às vezes são crises subentrantes?
Antonio Douglas Menon - São subentrantes, mas
sempre com perda da audição. É a chamada surdez flutuante, porque se alternam
períodos de queda e de melhora da audição.
CUIDADOS COM O ESTILO DE VIDA
Drauzio – Você falou em estresse. Que outros
fatores do estilo de vida interferem na sucessão das crises?
Antonio Douglas Menon – A parte psíquica e
emocional é muito importante assim como certos fatores alimentares. Geralmente,
em indivíduos pré-diabéticos, o excesso de açúcar está relacionado com crises
subentrantes por causa da hipoglicemia. Bebidas gasosas que contenham quinino
também podem desencadear zumbido no ouvido, por exemplo. Na verdade, cada
organismo reage de uma maneira diversa diante do estímulo a que está sendo
submetido.
Drauzio – As crises podem ter alguma relação
com a prática de exercícios físicos?
Antonio Douglas Menon – O exercício físico
provoca um desgaste, pois queima muitas calorias. Se a pessoa fizer exercício
sem um preparo prévio adequado, por exemplo, sem ingerir alimentos que
mantenham a taxa de glicose no sangue em bom nível, em decorrência da
hipoglicemia pode ter queda de pressão, alterações no sistema vestibular,
tontura, mal-estar e desequilíbrio.
Drauzio – Quando aparece um doente em plena
crise, além de prescrever os medicamentos adequados, você recomenda que
permaneça numa posição específica?
Antonio Douglas Menon – Recomendo que ele
fique na posição em que se sentir melhor, não importa qual seja ela, sentado,
deitado de costas ou de lado. Em geral, esses pacientes sabem muito bem como se
posicionar durante a crise.
Drauzio – Na sua experiência, qual a posição
que eles preferem?
Antonio Douglas Menon – Há quem goste de
ficar sentado, mas a maioria prefere ficar em decúbito dorsal lateral com a
cabeça um pouco levantada.
Drauzio – Em relação à alimentação, o que
você recomenda?
Antonio Douglas Menon – Recomendo uma dieta
extremamente leve constituída por alimentos fáceis de digerir e líquidos à
vontade. Prescrevo também medicamentos para controlar náuseas e vômitos para
que o indivíduo consiga alimentar-se. Às vezes, ele precisa ser hospitalizado
para receber medicação parenteral, ou seja, soro na veia com glicose, soro
fisiológico, cloreto de sódio, visando à sua hidratação. Existem, ainda,
medicações atuantes, muito usadas em anestesias, que melhoram a crise
vertiginosa rapidamente. Esse tratamento, porém, só deve ser feito no hospital
por causa dos efeitos colaterais que essas drogas apresentam.
Drauzio – Qual a conduta mais indicada para
as pessoas que periodicamente apresentam crises de labirintite?
Antonio Douglas Menon – É preciso fazer um
tratamento de base, no sentido de prevenir as crises, se possível respaldado
pelo diagnóstico etiológico da doença. Conhecer sua causa permite tratar melhor
o paciente. Em sua grande maioria, os tratamentos são sintomáticos, com drogas que
deprimem o labirinto e evitam as crises de tontura.
Drauzio – Quanto ao estilo de vida, o que
você aconselha? As pessoas podem dirigir automóvel, por exemplo?
Antonio Douglas Menon – Durante a crise,
nunca, porque poderão ocasionar acidentes graves. Fora dela, dependendo do
remédio, as pessoas podem levar vida normal. Atualmente, a grande maioria das
drogas de manutenção não restringe as atividades dos pacientes. Por outro lado,
em geral eles sabem o que costuma desencadear as crises, se é virar muito a
cabeça ou ouvir ruídos muito fortes, e se previnem contra esse tipo de
agressão.
Drauzio – A pessoa que tem crises com
determinada frequência, além de tomar remédios, o que deve fazer para
evitá-las?
Antonio Douglas Menon – Geralmente a pessoa
sabe quais são os fatores que desencadeiam suas crises. Ela se mantém em
equilíbrio por informações que partem do labirinto e vão para o cérebro. São
informações visuais, táteis ou que partem de seus músculos e articulações.
Quando ocorre uma informação errada no cérebro, o indivíduo tem tontura, tem
vertigem. Às vezes, são fatores visuais. Há pacientes que não podem ver objetos
em movimento, nem mesmo a movimentação das imagens na televisão ou na tela do
computador.
Drauzio – A influência da visão é nítida.
Pessoa de olhos fechados se desequilibra facilmente.
Antonio Douglas Menon – Pessoas privadas da
visão baseiam-se muito na informação tátil. Elas tocam as coisas e enviam ao
cérebro informações sobre seu posicionamento no espaço naquele momento.
CINETOSE OU DESSORIENTAÇÃO ESPACIAL
Drauzio – Crianças que ficam tontas dentro de
automóveis em movimento, por exemplo, ou pessoas que começam a ler durante uma
viagem e ficam tontas estão tendo uma crise de labirintite?
Antonio Douglas Menon – Isso não é
labirintite. É uma doença do movimento que se chama cinetose, sem ligações com
as doenças vestibulares do labirinto. Acomete pessoas que em determinadas
condições de movimento apresentam manifestações neurovegetativas caracterizadas
por tonturas, náuseas e vômitos.
A cinetose é uma patologia bastante comum e
relacionada com a enxaqueca. Crianças e jovens com esse tipo de problema,
geralmente, na idade adulta ou na puberdade, têm crises de enxaqueca.
Drauzio – Como se trata a cinetose?
Antonio Douglas Menon – Previnem-se as crises
com drogas, principalmente com dimenidrato. Nos navios e aviões, costuma haver
comprimidos desse medicamento à disposição dos passageiros com sintomas de
cinetose.
Drauzio – O mal-estar que as pessoas sentem num
barco balançando está associado à labirintite?
Antonio Douglas Menon – Não. Esse mal-estar,
chamado de motion sickness, também é desencadeado por mecanismo
neurovegetativo.
Drauzio – Você disse que esses episódios têm
relação com a enxaqueca?
Antonio Douglas Menon – Estudos mostram que
de 60% a 80% das crianças com a chamada vertigem postural da infância, na fase
adulta, manifestam alguma forma de enxaqueca. Esse é um dado muito importante
para diagnóstico e tratamento.
Drauzio – Crianças com cinetose têm
prevalência alta de enxaqueca na vida adulta. O problema pode desaparecer com o
crescimento?
Antonio Douglas Menon – Pode desaparecer com
a idade por mecanismos que ainda não conhecemos direito. É mais ou menos o
mesmo que acontece com a enxaqueca. Sabe-se como acontecem as crises, quais são
as alterações vasculares e os fatores desencadeantes, e que existe uma
tendência familiar para o problema, mas não se descobriu ainda sua causa.
Drauzio – No caso da labirintite,
identificado o elemento causador da doença, o tratamento cura as pessoas?
Antonio Douglas Menon – Identificada a causa
e estabelecido o tratamento adequado, a doença desaparece. Quando a causa não é
evidente, é preciso ficar atento, fazer alguns exames e não deixar de fazer o
diagnóstico, pois existem doenças no sistema nervoso central que podem provocar
manifestações no labirinto. Entre elas destacam-se esclerose em placas, tumores
no nervo auditivo, no cerebelo e nas áreas do tronco cerebral, além de doenças
imunológicas.
Crianças que manifestem quadros de tontura
constante e desequilíbrio exigem uma avaliação clínica bastante detalhada,
porque alguns tumores podem provocar esses sintomas. Afastada a hipótese de
vertigem postural ligada à enxaqueca e de cinetose, se os sintomas persistem,
elas devem ser examinadas não só pelo otorrinolaringologista, mas também por
neurologistas. Vertigem em criança deve ser levada a sério.
MOMENTO DE REFLEXÃO
Certa vez, uma
senhora estava dirigindo o seu carro em uma estrada, e o pneu furou. Apesar da
chuva fina e do frio, ela saiu do carro e começou a pedir ajuda.
Apareceu um
caminhão. O motorista parou. Ela explicou o caso, e ele disse: “Entre no carro,
porque esta chuva lhe pode fazer mal. Eu estou acostumado com isso”.
Em poucos minutos
ele trocou o pneu. Ela quis dar-lhe uma gorjeta, mas ele não aceitou, e disse:
“Aí para frente, ajude outra pessoa que esteja precisando”. Os dois se despediram
e continuaram suas viagens.
Um pouco na frente,
ela parou para tomar um café. Percebeu que a garçonete estava grávida, e tinha aparência
de pobre.
Ela lembrou-se do
pedido do caminhoneiro. Escreveu um bilhete dizendo: “Isto é um presente para
ajudar você no parto”. Colocou dentro do bilhete uma nota de cinquenta Reais,
deixou sobre o pratinho usado no café, e foi embora.

Amor gera amor, e
vai tornando o mundo mais feliz. O mesmo acontece com o egoísmo, que gera
egoísmo e vai tornando o mundo mais triste, infeliz e violento.
Maria Santíssima
mostrou seu amor de diversas formas. Que ela nos ajude a dar ao mundo o Amor
encarnado, que é Cristo.
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