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LITURGIA DIÁRIA

LITURGIA DIÁRIA - REFLEXÕES E COMENTÁRIOS

Diário de Quinta-feira 24/01/2013





Quinta-feira, 24 de janeiro de 2013
Dia de São Francisco de Sales


'Não é a força, mas a constância dos bons sentimentos que conduz os homens à felicidade.'(Nietzsche)



EVANGELHO DE HOJE
Mc 3,7-12


— O Senhor esteja convosco.
— Ele está no meio de nós.
— PROCLAMAÇÃO do Evangelho de Jesus Cristo, + segundo Marcos.
— Glória a vós, Senhor!


 Naquele tempo, 7Jesus se retirou para a beira do mar, junto com seus discípulos. Muita gente da Galileia o seguia. 8E também muita gente da Judeia, de Jerusalém, da Idu­méia, do outro lado do Jordão, dos territórios de Tiro e Sidônia, foi até Jesus, porque tinham ouvido falar de tudo o que ele fazia. 9Então Jesus pediu aos discípulos que lhe providenciassem uma barca, por causa da multidão, para que não o comprimisse.
10Com efeito, Jesus tinha curado muitas pessoas, e todos os que sofriam de algum mal jogavam-se sobre ele para tocá-lo. 11Vendo Jesus, os espíritos maus caíam a seus pés, gritando: “Tu és o Filho de Deus!” 12Mas Jesus ordenava severamente para não dizerem quem ele era.


- Palavra da Salvação.
- Glória a vós, Senhor.



MEDITANDO O EVANGELHO

Alexandre Soledade

Bom dia!
Nessa semana, quem teve a oportunidade de acompanhar os evangelhos viu o empenho do Senhor em realizar o projeto do Pai (curas, milagres, a boa nova aos pobres) e o também “empenho” dos fariseus e diversos homens da lei em encontrar meios de por Jesus em ciladas. Jesus se desvencilha delas uma a uma, no entanto como no tempo em que o Senhor viveu, somos também colocados a prova.
Então qual é a postura que deve ser adotada por aqueles que, como os apóstolos, seguem o Senhor e por seu projeto são perseguidos? O que por ventura nos torna especial para o Senhor ao ponto de presenciarmos seus milagres enquanto projeta e apresenta novos planos que nunca imaginávamos ter? O que ele espera de nós?
“(…) Então eu disse: Quem és, Senhor? O Senhor respondeu: Eu sou Jesus, a quem persegues. Mas levanta-te e põe-te em pé, pois eu te apareci para te fazer ministro e testemunha das coisas que viste e de outras para as quais hei de manifestar-me a ti. Escolhi-te do meio do povo e dos pagãos, aos quais agora te envio para abrir-lhes os olhos, a fim de que se convertam das trevas à luz e do poder de Satanás a Deus, para que, pela fé em mim, recebam perdão dos pecados e herança entre os que foram santificados”. (Atos 26, 15-18)
São Paulo deixa bem claro esse sentimento que temos. Mudamos de lado, opinião, de jeito, forma de se vestir e falar; abandonamos velhos hábitos, às vezes rapidamente outras vezes ao longo do tempo; notam nossa mudança, reparam as diferenças e por fim passam ver Jesus no nosso olhar.
Essa mudança não pode nos sufocar, pois a missão deve ser prazerosa e bem planejada. Jesus quando pede para que se encontre um barco para não ser acotovelado pela multidão demonstra também preocupação consigo e o Seu projeto. Como poderia ajudar a outros tantos se fosse sufocado por poucos? “(…) Jesus pediu aos discípulos que arranjassem um barco para ele a fim de não ser esmagado pela multidão”.
Todos que estão imbuídos de algum trabalho em prol de outros, sejam eles catequistas, voluntários, ministros, sacerdotes, pais, mães, (…) devem ter uma coisa em mente: TODOS PRECISAM PLANEJAR SUAS VIDAS. É PRECISO ORGANIZAR SEU TEMPO PARA NÃO SEREM ESMAGADOS PELO EXCESSO DE OFICIO.
Conheço pessoas que estão engajados e três a quatro frentes de trabalho, que não é novidade alguma, mas que horas param para rezar? Semeiam a palavra, catequizam, dão formação, mas em que momento pára para tomar conta da semente que foi semeada em si mesmo? Quantas lideranças conhecemos que após uma dura batalha ou período de trabalho se afastam da igreja e por vezes não mais retornam?
A obra de Deus vai acontecer conforme a vontade Dele, pois é Sua vontade continuar. Uma igreja sem músicos, o povo cantará; um padre bom que vai embora, outro tão ungido virá e assumirá a comunidade. Somos aqueles que se preocupam em encontrar uma barca para o Senhor e não quem senta nela!
Nossa comunidade tinha cerca de onze pastorais e movimentos e hoje são apenas seis ou sete. Dentre tantos motivos do esfriamento esta na falta de novos que “arrumem os barcos”, alimentando em algumas pastorais e movimentos a herança perpétua de algumas pessoas que pelo tempo, já se sentem no direito de sentar no barco (risos)
Nosso empenho deve estar focado em manter a palavra viva na praia. Jesus não deve parar de falar por nossa falta de empenho. Se fizermos nossa parte conseguiremos entender Santa Catarina de Sena quando disse: “Se fores aquilo que Deus quer, colocareis fogo no mundo.“
E “por fogo” no mundo não quer dizer que sairemos com tochas na mão, mas com um fogo abrasador que arde no peito de cada cristão chamado Espírito Santo. Façamos o melhor para manter esse fogo ardendo no mundo. Sejamos verdadeiros cristãos.
Um Imenso abraço fraterno!



MEIO AMBIENTE


Águas ainda não passadas
Por: Eloi Zanetti*

Todo ser vivo transmite de uma geração para outra, para filhos e netos, o seu saber viver. Uma planta, por exemplo, ensina às descendentes, através do código genético, o que ela aprende durante a sua vida, sobre a difícil tarefa da luta pela sobrevivência. Assim, geração após geração, a sua espécie vai descobrindo que atrair insetos pode ajudá-la na polinização e conseguir aliados na defesa da sua integridade. Anos de exposição às intempéries vão lhe dizer quais as melhores defesas a serem adotadas nos períodos de seca, calor ou frio. Insetos ficam cada vez mais imunes aos venenos, porque os geneticamente mais fortes aprendem rápido como sobreviver às aplicações contra eles, criando defesas e transmitindo esse aprendizado para as próximas gerações. É a procura da proteção aos descendentes, pois a sobrevivência destes irá depender do que aprenderem e souberem passar aos que irão ocupar os seus lugares na natureza.

Refletindo sobre o comportamento humano, especialmente o das últimas gerações, e observando o descaso com que tratamos o lugar onde moramos, podemos formular algumas perguntas:

-Por que é que nós, que temos o dom da inteligência e que somos tão eficientes em produzir descendentes e ocupar espaços, agimos com tanta estupidez quando se trata de transmitir exatamente a nossa principal herança - um meio ambiente sadio?

Por que é que a cada geração deixamos a Terra cada vez mais suja e arrasada? E, de que adianta transmitir riquezas materiais para nossos netos e bisnetos se não estamos sabendo fazer o essencial, deixar o meio ambiente saudável para eles?

Não temos o direito de repassar aos nossos descendentes uma natureza devastada, florestas derrubadas, desertos, erosão, rios assoreados com águas sujas e envenenadas. Não temos o direito de entregar aos futuros moradores do nosso planeta um certificado dizendo: "Bem vindo à Terra, um lugar perigoso. Com certeza você vai morrer cedo, de fome, doença grave ou por falta de água. Talvez você não tenha tempo nem de gerar seus próximos descendentes e, se produzi-los, poderão apresentar sérios defeitos genéticos."

Os direitos de propriedade sobre a terra são relativamente recentes na história da humanidade, ainda não convivemos bem com a noção de que esta forma jurídica nos dá a garantia de ser dono de uma área, mas não dá o direito de destruí-la. Quem já percebeu isso, tem um duro trabalho de catequese pela frente: fazer com que nossos governantes, juristas, fazendeiros, agricultores, madeireiros e industriais entendam que estamos aqui de passagem, por breve espaço de tempo, e que não podemos usar até à exaustão qualquer bem que a natureza ou um Poder Divino nos "dá emprestado durante a nossa curta existência". Os antigos romanos sabiam disso e tinham como norma de vida intervir o mínimo possível na natureza, deixando-a quase como a encontraram. São conhecidos os lugares onde habitaram e promoveram a recuperação e a proteção da água e das florestas.



Uma geração é pouco para fazer os humanos compreenderem que destruir a natureza não é bom negócio. Nossos agricultores precisam parar de levar suas máquinas agrícolas até às margens dos rios, onde ganham alguns metros quadrados de lavoura, cuja produção depois é perdida na imperícia da colheita, nos desajustes dos equipamentos agrícolas e no transporte precário. Isso, sem contar com as perdas na hora da venda, pois estamos escravizados às bolsas de cereais do mercado internacional, que nos impõem o preço do que produzimos às duras penas e às custas da destruição do nosso maior patrimônio - nossas florestas, rios e animais silvestres -, patrimônio que, com certeza, fará muita falta num futuro não muito distante.

É urgente que aprendamos a salvar a Terra Brasilis para os futuros brasileiros, pois poucos lugares no mundo receberam dádiva tão generosa na forma de boa geografia, bom regime de águas, clima e biodiversidade. E para não sobrecarregar de culpa somente os responsáveis pela lavoura e pelo corte da madeira, observemos que os nossos principais rios passam sempre por dentro ou ao lado de cidades cujos moradores e administradores, já de longa data, pensam servir para descargas de lixo, esgotos e resíduos. Nesse trabalho de destruição sistemática iniciado há dezenas de anos, e na nossa falsa esperteza, valorizamos o fiscal corrupto que cobra por sua omissão, deixando que a sujeira e o veneno contaminem as águas ainda não passadas. E, se continuarmos a agir assim, quem viver, - das águas ainda não passadas -, delas não beberá.

*Eloi Zanetti é ambientalista, um dos criadores de Fundação Boticário de Proteção à Natureza, conselheiro da The Nature Conservancy para o Brasil e da Sociedade de Pesquisa em Vida Silvestre e Educação Ambiental [SPVS].




MOMENTO DE REFLEXÃO


Ignace Jan Paderewski, famoso compositor e pianista, estava programado para apresentar-se em um grande salão de concertos nos Estados Unidos. Foi uma noite inesquecível — smokinqs e vestidos longos, uma ostentação da alta sociedade.
Presente na platéia naquela noite estava uma mãe acompanhada de seu irrequieto filho de nove anos. Cansado de esperar, o filho se mexia constantemente na poltrona. A mãe tinha esperança de que ele se animasse a estudar piano ao ouvir o imortal Paderewski tocar.
Mesmo contra a vontade, o menino estava ali. Enquanto ela virou-se para conversar com alguns amigos, o menino desistiu de ficar sentado. Afastou-se dela estranhamente atraído pelo enorme piano de ébano Steinway e pela macia banqueta de couro instalados no imenso palco, cujas inúmeras lâmpadas acesas chegavam a ofuscar os olhos.
Sem atrair a atenção da requintada plateia, o menino sentou-se na banqueta, com os olhos arregalados diante das teclas brancas e pretas. Em seguida, colocou seus dedos pequenos e trêmulos nas teclas certas e começou a tocar o “Bife”.
O vozerio da plateia cessou, e centenas de rostos carrancudos voltaram-se em direção ao garoto. Irritadas, as pessoas começaram a gritar:
“Tirem esse garoto daí!”
“Quem trouxe esse moleque aqui?”
“Onde está a mãe dele?”
“Mandem o garoto parar!”
Dos bastidores, o mestre ouviu a gritaria e pôs-se a imaginar o que estaria acontecendo. Apressado, ele pegou sua casaca e correu para o palco. Sem dizer uma só palavra, curvou-se sobre o garoto, passou os braços ao redor dele e começou a improvisar uma música que se harmonizava com o “Bife” para torná-lo mais melodioso. Enquanto os dois tocavam, Paderewski sussurrava o tempo todo ao ouvido do garoto:
— Continue. Não desista! Continue tocando.., não pare... não desista!
O mesmo acontece conosco. Esforçamo-nos para levar adiante um projeto, que parece tão insignificante quanto o “Bife” em um salão de concertos. E, quando estamos prontos para desistir, chega o Mestre, que se curva sobre nós e sussurra:
Continue... Não desista. Vá em Frente... não pare; não desista, enquanto Ele improvisa uma melodia para nos ajudar, proporcionando o toque certo no momento certo.

- Charles Swindoll, em Histórias Para o Coração.



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