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LITURGIA DIÁRIA

LITURGIA DIÁRIA - REFLEXÕES E COMENTÁRIOS

Diário de Quinta-feira 03/01/2013





Quinta-feira, 03 de janeiro de 2013



"Para ser carregado pelos braços do Senhor antes você precisa abrir mão do seu direito de caminhar com as próprias pernas"




EVANGELHO DE HOJE
Jo 1,29-34


— O Senhor esteja convosco.
— Ele está no meio de nós.
— PROCLAMAÇÃO do Evangelho de Jesus Cristo, + segundo João.
— Glória a vós, Senhor!


 29No dia seguinte, João viu Jesus aproximar-se dele e disse: "Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo. 30Dele é que eu disse: Depois de mim vem um homem que passou à minha frente, porque existia antes de mim. 31Também eu não o conhecia, mas se eu vim batizar com água, foi para que ele fosse manifestado a Israel".
32E João deu testemunho, dizendo: "Eu vi o Espírito descer, como uma pomba do céu, e permanecer sobre ele. 33Também eu não o conhecia, mas aquele que me enviou a batizar com água me disse: 'Aquele sobre quem vires o Espírito descer e permanecer, este é quem batiza com o Espírito Santo'. 34Eu vi e dou testemunho: Este é o Filho de Deus!"



- Palavra da Salvação.
- Glória a vós, Senhor.






MEDITANDO O EVANGELHO

Alexandre Soledade


Bom dia!
Ontem falávamos de João Batista e sua fidelidade. Questionávamos também o que virou a nossa própria fé. Dizíamos ontem: ”(…) Rezamos terços e rosários, mas acreditamos em espelhos quebrados. Vamos à missa, grupos de oração, mas ainda não nos livramos de ler horóscopos, elefantes nas portas, figas, pés de coelhos… Colocamos terços nos retrovisores, terço esse que nunca rezei ou aprendi a rezar”.
Como diríamos aqui em Cuiabá: Então…
Se me declaro católico, cristãos, crentes em Deus, então deveríamos rogar e apresentar as pessoas a quem cremos e só assim poderemos fazer, e convence-las, como João Batista ao dizer: “é esse ai que é O CARA”. “(…) Aí está o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo”!
Certa vez pensei que eu exagerava no teor do comentário até que descobri que algumas pessoas falavam bem parecido comigo.
“(…) Investir, com afinco, na animação bíblica da pastoral e em agentes e equipes leva à instituição e à formação continuada dos ministros e ministras da Palavra [...]; com capacitação não apenas bíblica e litúrgica, mas também técnica. Especial atenção merece a homilia que precisa ATUALIZAR A MENSAGEM DA BÍBLIA DE TAL MODO QUE OS FIÉIS SEJAM LEVADOS A DESCOBRIR A PRESENÇA E A EFICÁCIA DA PALAVRA DE DEUS, NO MOMENTO ATUAL DE SUA VIDA”. (§97 Doc 94 CNBB – Diretrizes Gerais 2011-2015)
Apesar de nossos defeitos e fraquezas somos, e temos mostrado ao longo de tantos anos, que somos capazes de evangelizar e a ajudar a manter a fé das pessoas vivas. Assim foi comigo e com você e será com nossos filhos se fizermos nosso trabalho direito e não pense que será fácil…
Não! Não será fácil, pois o mundo de hoje cada vez mais se apega em “deuses” que prometem prazer e realização imediata, sem necessidade de fé ou esperar pelo tempo ou esforço pessoal. Uma fé sem igrejas ou templos. Um tempo onde despersonificam a Deus e agora o chamam de “ser”; Hollywood o tornou perverso e vingativo em diversos de seus filmes e quem pensa que isso é coincidência se engana, pois esse mundo tem feito de tudo para abandonarmos a fé, visto que ela incomoda.
Esse mundo que vivemos aos poucos passa a ser descrente e faz campanha que nossos valores religiosos são “quadrados e ultrapassados”. Fico a imaginar se não houvesse religião a quantidade de abortos, assassinatos e roubos, pois pode parecer que não, mas a crença que as pessoas tem embutem valores morais importantes em nossa sociedade. Mas se é verdade por que querem acabar com a fé? A resposta é simples: o poder do dinheiro e o do TER…
Vai começar mais uma edição daquele reality show que nos oferece valores “bem interessantes”. Nunca vi tanta mulher se beijando na boca em festas e eventos, e se declarar de orientação hetero, como depois de uma edição desse programa. Culpa do programa? Não! Nós é que andamos procurando mais os lobos ao invés do pastor. Lembre-se: “(…) Aí está o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo”!
E como disse ontem: “Deus espera”.
“(…) Peçam e vocês receberão; procurem e vocês acharão; batam, e a porta será aberta para vocês. Porque todos aqueles que pedem recebem; aqueles que procuram acham; e a porta será aberta para quem bate. Por acaso algum de vocês, que é pai, será capaz de dar uma pedra ao seu filho, quando ele pede pão? Ou lhe dará uma cobra, quando ele pede um peixe? Vocês, mesmo sendo maus, sabem dar coisas boas aos seus filhos. Quanto mais o Pai de vocês, que está no céu, dará coisas boas aos que lhe pedirem”! (Mateus 7, 7-11)
O que fazer em 2012? Parar de prometer dia 31 e passar a cumprir a partir do primeiro raiar de janeiro
Com todo respeito: JESUS É O CARA! Creia nele!
Um imenso abraço fraterno.




MEIO AMBIENTE


Consumidores têm pouca informação sobre microorganismos transgênicos em alimentos.
Por: Paola Cardarelli e Victor Marin*


Quando se fala em transgênico, logo vem à mente a soja transgênica que é resistente ao herbicida glifosato. Mas, além das outras dezenas de plantas com alguma alteração genética, o consumidor não pode esquecer dos animais transgênicos e de um grupo de organismos que é pouco, ou nada, mencionado, o dos microrganismos transgênicos ou geneticamente modificados (MGM).
Os microrganismos, denominação geral para bactérias, fungos e leveduras, são amplamente empregados na produção de alimentos, sendo utilizados há milhares de anos - vivos no produto ou não. Substâncias vindas de microrganismos - como, por exemplo, as enzimas - ajudam no processamento de produtos. Há, no mínimo, cerca de 30 diferentes enzimas produzidas por MGM e muitas delas utilizadas na produção de alimentos.
O uso da tecnologia do DNA recombinante para produzir MGM é um dos mais importantes avanços científicos do século 20. Estima-se que existem mais de 100 cepas bacterianas oriundas de 25 espécies utilizadas em produtos alimentícios. A combinação dessas bactérias é extremamente importante para as características desejadas do alimento.
No mínimo, 25% dos alimentos processados passaram por algum processo microbiológico. Portanto, o uso seguro destes microrganismos é essencial, mas e se os microrganismos fossem transgênicos? Os consumidores não teriam o direito de saber? Não deveria estar no rótulo: "Contém OGM", no caso "Contém MGM" ou "Produto obtido a partir de um MGM"? Alimentos que contenham MGM viáveis devem passar por estudos de segurança alimentar antes de sua aprovação para uso na produção de alimentos, devendo ser implementada legislação específica.
As empresas que trabalham com alimentos, precisam distinguir os seus produtos, seja no aroma, no sabor, na cor ou na textura, oferecendo um produto de qualidade e satisfazendo as necessidades ou exigências do consumidor. A engenharia genética tem proporcionado que as empresas consigam estes objetivos rapidamente, mas e a rotulagem? A rotulagem só é obrigatória para a soja tolerante a herbicida? E as salsichas, linguiças ou embutidos em geral, os iogurtes ou os leites fermentados, além da soja RR, será que nenhum destes produtos foi obtido utilizando-se um MGM ou uma enzima oriunda de um MGM?
A legislação de rotulagem deveria ser usada para esses produtos, apesar da alegação que esses MGM já serem utilizados há 40 anos. Não estamos questionando a engenharia genética, sabemos que ela é uma ferramenta extraordinária, questionamos o pouco conhecimento em somente acreditar que os produtos alimentícios possam conter apenas a soja transgênica ou o milho Bt (resistente a alguns insetos) e a legislação de transgênicos ter sido elaborada baseando-se nestes produtos. Devemos deixar de nos preocupar apenas com a soja para encararmos de frente a biotecnologia, seus riscos e benefícios, a necessidade do livre acesso à informação sobre fatos científicos e a gestão da propriedade intelectual, o direito do consumidor de ter informações objetivas sobre as características dos produtos que adquire e a criação de um sistema de regulagem efetivo para o monitoramento e o controle pós-comercialização de alimentos.

* Paola Cardarelli é PhD em bioquímica e pesquisadora do Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde (INCQS) da Fiocruz. Victor Marin é Doutor em Biotecnologia Vegetal e pesquisador-visitante do INCQS.





MOMENTO DE REFLEXÃO


- Querido, alguém deixou um casaco no armário da sua mãe gritei para meu marido.
A jaqueta de falso leopardo estava enfiada no fundo do armário, contra a parede, destacando-se dos casacos e suéteres escuros. Fiquei imaginando quem esconderia roupas no armário de minha sogra. Estávamos ali para pegar um casaco pesado para ela porque estava voltando para casa do hospital, uma semana depois de ser levada às pressas para a sala de emergência.
- Casaco? Que casaco? - meu marido desviou o olhar da correspondência que estava separando. Segurei a jaqueta, colocando-a na luz para que ele a pudesse ver.
- Ah, essa jaqueta... Mamãe a comprou anos atrás, quando eu era criança... Você sabe, quando elas estavam na moda. Papai e ela chegaram a brigar por causa disso.
Pensei na mulher que eu conhecia há trinta anos. Ela comprava seus vestidos e conjuntos de poliéster no supermercado ou na Sears, mantinha seu cabelo grisalho bem preso dentro de uma rede de cabelo e escolhia o menor pedaço de carne na travessa quando o prato era passado de mão em mão. Eu sabia que ela não era o tipo de pessoa vistosa que possuiria uma jaqueta estampada imitando leopardo.
- Não consigo imaginar mamãe usando isso - eu disse a ele.
- Acho que ela nunca a usou fora de casa - respondeu meu marido.
Retirei a jaqueta do cabide acolchoado e a coloquei em cima da colcha de chenile branca. Parecia se esparramar como um animal exótico. Minhas mãos alisaram o plush grosso e o brilho das pintas mudava conforme meus dedos se afundavam nele.
Meu marido estava de pé na porta.
- Eu costumava ver mamãe passar os dedos pelo casaco, como você está fazendo.
Quando deslizei meus braços por dentro das mangas, a jaqueta exalou um perfume de gardênias e sonhos. Ficava solta nos meus ombros, o colarinho alto roçando em minhas bochechas, a pele falsa macia como veludo.
Pertencia a uma época glamourosa e distante, o tempo de Lana Turner e Joan Crawford, mas não ao armário da prática mulher de oitenta e três anos de idade que eu conhecia.
- Por que você não me disse que sua mãe tinha uma jaqueta de leopardo? - sussurrei, mas meu marido saíra do quarto para regar as plantas.
Se me pedissem para fazer uma lista de coisas que minha sogra nunca desejaria na vida, aquela jaqueta estaria perto do primeiro lugar. Ainda assim, encontrá-la mudou nosso relacionamento. Fez com que eu percebesse quão pouco eu conhecia as esperanças e os sonhos daquela mulher.
Levamos o casaco para o hospital para que ela o usasse no caminho para casa. Ficou ruborizada quando o viu, e ficou ainda mais vermelha quando a equipe brincou com ela.
Durante nossos três últimos anos juntas, dei-lhe como presentes perfumes, hidratantes e maquiagem ao invés de roupa de baixo prática e chinelos.
Saíamos para almoçar uma vez por semana, quando ela usava a jaqueta e começou a enrolar o cabelo para que ficasse fofo e glamouroso para nossos encontros. Passava muito tempo olhando seu álbum de fotografias e, finalmente, comecei a enxergar a jovem que havia ali, com a boca no formato de um arco de Cupido.
Pele falsa voltou à moda. Está nas vitrines das lojas e nas ruas. Todas as vezes que vejo uma delas, lembro-me da jaqueta de minha sogra e de que todos nós temos um ser secreto que precisa ser encorajado e partilhado com aqueles que amamos.

(Grazina Smith)






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