Sexta-feira, 14 de dezembro de 2012
Dia de São João da Cruz
"Ainda que
se percam outras coisas ao longo dos anos, mantenhamos o Natal como algo
brilhante. Regressemos a nossa fé infantil." (*Grace Noll Crowell)
EVANGELHO DE HOJE
Mt 11,16-19
— O Senhor esteja convosco.
— Ele está no meio de nós.
— PROCLAMAÇÃO do Evangelho de Jesus
Cristo, + segundo Mateus
— Glória a vós, Senhor!
Naquele tempo, disse Jesus às
multidões: 16"Com quem vou comparar esta geração? São como crianças
sentadas nas praças, que gritam para os colegas, dizendo: 17'Tocamos flauta e
vós não dançastes. Entoamos lamentações e vós não batestes no peito!' 18Veio
João, que nem come e nem bebe, e dizem: 'Ele está com um demônio'. 19Veio o
Filho do Homem, que come e bebe e dizem: 'É um comilão e beberrão, amigo de
cobradores de impostos e de pecadores'. Mas a sabedoria foi reconhecida com
base em suas obras."
- Palavra da Salvação.
- Glória a vós, Senhor.
MEDITANDO O EVANGELHO
Padre
Antonio Queiroz
Não ouvem
nem a João nem ao Filho do Homem.
Neste Evangelho, Jesus nos conta a parábola das crianças brincando na
praça. Existe no meio delas um grupinho de crianças amuadas, que não colaboram
com seus colegas nos brinquedos, sejam estes de alegria ou de tristeza.
As crianças costumam, em seus brinquedos, imitar os adultos. E o que as
crianças viam quase todos os dias eram as festas de casamento e os velórios.
Nas festas, uns tocavam flauta e todos dançavam. Nos velórios, havia as
“carpideiras”, mulheres especializadas em entoar lamentações tão tristes que
faziam todo mundo chorar. Mas aquelas crianças amuadas da praça não
participavam que as outras propunham.
João Batista era um asceta rígido, que praticava austeros jejuns. Não
fizeram caso dele, com o pretexto de que era um fanático. Chega Jesus
anunciando a Boa Nova e a alegria messiânica do Reino de Deus, e levando uma
vida normal, comendo e bebendo como qualquer pessoa, pronto: culparam-no de
glutão, beberrão e que anda em más companhias.
Deus planejou tudo direitinho: mandou João para despertar o
arrependimento dos pecados, e depois o seu Filho para realizar a sua
reconciliação com o povo, iniciando o Reino de Deus. Mas quando não há boa
vontade, nenhum plano funciona, por melhor que seja.
Entretanto, apesar do não acolhimento, a sabedoria de Deus triunfa.
Tanto João como Jesus, se não são reconhecidos agora, sê-lo-ão mais tarde, pois
as suas obras dão testemunho a favor deles, e a sabedoria da verdade, mais cedo
ou mais tarde prevalece. A própria riqueza das pregações dos dois, e os seus
milagres, dão testemunho em favor deles.
Nós não queremos ser como crianças amuadas; queremos participar de tudo
o que Deus nos mandou e que Jesus nos deixou para o nosso bem.
Quando não queremos aceitar a verdade anunciada por alguém, procuramos
diminuir a autoridade ou a competência ou a moral da pessoa que a fala, a fim
de ter um pretexto para a recusa. Quantas vezes os líderes cristãos são
criticados unicamente por isso: tocam na ferida, pisam no calo de quem não quer
sair do pecado. Toda discussão sobre “padres progressistas” e “padres
conservadores” parte daí. É mais fácil destruir o mensageiro do que acolher a
mensagem. Por exemplo, quem serve a Deus e ao dinheiro ao mesmo tempo, critica
cada vez que um líder de Comunidade toca nesse assunto.
“Eu não vou à Missa porque não gosto do padre”, dizem alguns. Por que
não lêem o folheto da Missa e refletem sobre ele? É uma hora só! Hoje há
livrinhos com as leituras das Missas, inclusive da semana. Isso prova que a
raiz do problema não está no padre, mas na pessoa, que quer continuar andando
com os pés em duas canoas.
Advento é tempo de limpar a casa para receber a visita de Jesus no
Natal. É tempo de retirar as sujeiras dos defeitos e enfeitar a casa com as
flores das virtudes.
Certa vez, em um domingo do advento, uma Comunidade rural estava
celebrando o culto dominical, na sua capela. Estava presente um senhor da
cidade, que veio passar o fim de semana na casa de um amigo.
Na hora da partilha da palavra, ele contou que lá na Comunidade urbana
estavam preparando cestas básicas, para dar às famílias carentes, antes do
Natal. E sugeriu que esta Comunidade também fizesse isso.
Um dos membros da Comunidade disse a ele: “Desculpe, senhor fulano, mas
para nós aqui Natal é o ano inteiro. Nós assumimos o compromisso de não deixar
ninguém passar fome aqui no nosso bairro”. O visitante ficou com a cara no
chão.
De fato, o certo é isso mesmo. Quando promovemos campanhas de Natal é
mais para despertar nas pessoas a solidariedade, que deve haver o ano todo; e
não era este o caso daquela Comunidade rural.
Maria Santíssima dançou quando Deus tocou flauta, e bateu no peito
quando Deus entoou lamentações. Foi a discípula do Senhor, fiel a ele sempre e
em tudo.
Ó Mãe do Redentor, do céu ó porta, ao povo que caiu, socorre e exorta,
pois busca levantar-se, Virgem pura, nascendo o Criador da criatura. Tem
piedade de nós e ouve, suave, o anjo te saudando com seu Ave!
Não ouvem
nem a João nem ao Filho do Homem.
DICAS DE SAÚDE
Ressaltamos que as Dicas de Saúde enviadas por este Diário, não
equivalem a uma receita médica; são apenas "dicas". Os exames
preventivos são sempre indispensáveis! Para mais informações consulte o seu
médico.
Odores do corpo /
bromidrose
As glândulas
sudoríparas estão espalhadas por toda a extensão da pele e são responsáveis
pela produção do suor. Sua principal função é regular e manter a temperatura do
corpo que deve permanecer em torno de 36,5º. Existem dois tipos de glândulas
sudoríparas: as écrinas e as apócrinas. As écrinas estão distribuídas pela
superfície total do corpo desde o nascimento e têm função termorreguladora. O
suor que eliminam pelos poros é constituído basicamente por água e alguns sais
que não se decompõem. Por isso, praticamente não exalam nenhum cheiro. As
apócrinas, por sua vez, desenvolvem-se em apenas algumas regiões do corpo:
axilas, área genital, couro cabeludo, ao redor dos mamilos. O suor que secretam
é eliminado através dos folículos pilosos e, além de água e alguns sais, contém
restos celulares e do metabolismo que podem produzir odores desagradáveis
quando expostos à ação de bactérias e fungos, em ambientes em que calor,
umidade e falta de luz sejam predominantes. Essa “condição de odor fétido
devido à ação de bactérias e leveduras que decompõem o suor e restos celulares”
é chamada bromidrose. (Manual Merck). Ela recebe o nome de bromidrose axilar,
popularmente conhecida como cê-cê, quando o cheiro ruim se concentra na região
das axilas, e de bromidrose plantar, ou chulé, quando se instala nos pés.
Causas
Além da ação dos
micróbios, diabetes, alcoolismo, certos alimentos (cebola, alho, pimentas),
alguns antibióticos e certos hormônios podem alterar o odor da transpiração,
atribuindo-lhe características peculiares e desagradáveis.
Sintomas
O sintoma
característico da bromidrose é o mau cheiro que o suor infectado por
micro-organismos provoca nas axilas e nos pés. Nos pés, quando a sudorese é
abundante, além do odor desagradável, podem surgir sinais de maceração e descamação
da pele.
Tratamento
O primeiro passo é
identificar a causa da bromidrose para prescrever o tratamento adequado,
começando por atacar o problema de base. Qualquer que seja ela, porém, é
fundamental promover a higiene cuidadosa da pele, especialmente da pele das
mãos, dos pés e das axilas, uma vez que a sudorese é mais abundante nessas
regiões, porque nelas está concentrado número maior de glândulas sudoríparas. O
objetivo de tal medida é restringir ao máximo as condições de proliferação dos
micro-organismos que conferem mau cheiro ao suor. Outro recurso é utilizar
produtos de higiene (desodorantes antitranspirantes, por exemplo) que controlem
a produção excessiva de suor), assim como prescrever medicamentos com ação
bactericida, fungicida e antimicótica. O
tratamento cirúrgico é uma solução terapêutica raramente utilizada. Na verdade,
ele não tem por objetivo a cura da bromidrose, mas, sim, controlar a
transpiração excessiva nas áreas de maior risco.
Recomendações
* Não se descuide
da higiene pessoal. Seque bem a pele depois do banho, especialmente a pele das
axilas e entre os dedos dos pés. Se necessário, use um secador de cabelo numa
temperatura morna para eliminar os resquícios de umidade que possam favorecer a
proliferação de micro-organismos;
* Dê preferência
aos sabonetes antissépticos e aos desodorantes antiperspirantes;
* Troque de roupas
todos os dias. Atualmente, existem produtos que ajudam a eliminar os odores
durante a lavagem;
* Evite as roupas
de tecido sintético, especialmente as meias. Sempre que possível, escolha
roupas de puro algodão;
* Deixe os sapatos
em lugares ventilados enquanto estão fora de uso;
* Prefira os
calçados abertos e fabricados com matérias-primas naturais aos fechados e
produzidos com material sintético;
* Fuja da
automedicação. Consulte um dermatologista para orientar o tratamento, se o odor
da transpiração está se tornando inconveniente.
MOMENTO DE REFLEXÃO
Encontrei a Sra. George, a professora do novo
Ginásio Dr. J. P. Lord, pela primeira vez em uma pequena sala planejada para um
professor e um aluno.
O aposento fora convertido em sala de aula
para quatro garotos adolescentes. Três de nós estavam em cadeiras de rodas e um
andava com uma bengala.
Todos ali na sala possuíam uma variedade de
problemas médicos. O aluno com a bengala era legalmente cego. Quanto aos três
em cadeiras de rodas, um era vítima de um tiro na cabeça, um tinha distrofia
muscular e o outro paralisia cerebral.
Eu era o que tinha paralisia cerebral. Quando
tentei falar, a Sra. George brincou comigo dizendo que parecia o chamado de
acasalamento de um alce.
Cada um de nós tinha necessidades acadêmicas
e emocionais diferentes, variando de se preparar para a faculdade até a se
preparar para a morte. A Sra. George fez tudo o que pôde para ajudar a primeira
turma do Ginásio Dr. J. P. Lord.
A Sra. George, com cinqüenta e poucos anos,
cerca de um metro e meio de altura, cabelos negros que estavam ficando
grisalhos (e que ficariam muito mais grisalhos ao final do ano letivo), pele
azeitonada e uma voz estridente. Tinha o hábito de falar rápido demais e
terminava suas explicações com "entende?"
Ela nos cumprimentou no primeiro dia de aula
dizendo animadamente:
- Bom dia, rapazes. Esta sala foi arrumada no
último minuto, mas acho que vai dar tudo certo. Este ginásio é o primeiro de
seu tipo em Nebraska, portanto, somos pioneiros. Os pioneiros têm que agüentar
alguns problemas.
Sei que vocês se conhecem, a não ser Bill e
David. David, este é o Bill. Ele tem paralisia cerebral. Largou a escola mais
ou menos quando você entrou, porque esta escola não tinha ginásio na época.
Bill, David é um estudante havaiano de intercâmbio e tem distrofia muscular.
Fará dezenove anos no dia 6 de maio. Daremos
uma festa de aniversário com dançarinas.
Imaginei se ela sabia o que era distrofia
muscular. Eu sabia que David não iria durar até seu aniversário. Ele já fizera
mais aniversários do que a maioria das pessoas que sofrem de sua doença. Seus
pulmões já haviam sido afetados, o que significava que teria que se esforçar o
ano todo para respirar.
- Agora vamos começar com o que eu quero que
vocês façam. Tenho expectativas a respeito de todos, entendem? - declarou a
nova e idealista professora.
Quando ela veio até mim, eu estava
classificando rochas para preencher uma exigência da aula de Ciência Naturais.
Sentando-se a meu lado, ela disse:
- Ouvi dizer que você está fazendo um curso
por correspondência da Universidade de Nebraska, em Lincoln, e que progrediu
muito nos últimos três anos. Sei que esses cursos são difíceis e exigem muito
tempo. Mas vou ajudá-lo e iremos tentar a formatura na próxima primavera.
Também irei lhe dar o almoço na boca, se estiver tudo bem para você. Sei que
você preferiria uma daquelas mocinhas recém-saídas da faculdade, mas não tem
como se livrar de mim. Alguma pergunta?
- Acho que David não chega até o seu
aniversário. Seus pulmões estão fracos demais e os invernos são difíceis para
qualquer um - escrevi lentamente no painel com uma caneta de feltro presa em
minha cabeça.
- Nós sabemos disso, mas ele não sabe. Da
mesma forma que você quer aquele diploma, David quer seu bolo de aniversário de
dezenove anos.
A Sra. George cumpriu sua palavra. Terminei
meus cursos e comecei outros com uma velocidade impressionante. Entretanto,
David piorou durante a época do Natal.
Tinha medo de dormir à noite, pois pensava
que não acordaria mais. Então a Sra. George deixava que ele dormisse durante a
aula, dizendo:
- Temos um hospital do outro lado da rua e,
se tivermos que visitá-lo, poderemos estar lá em cinco minutos. Portanto,
David, você está mais seguro aqui do que em qualquer outro lugar.
Uma vez, quando David estava tendo problemas
para respirar, ela teve que massagear seu peito durante toda a tarde. Enquanto
o fazia, disse para o fisioterapeuta-assistente de pé ao lado do oxigênio:
- David está me ajudando a fortalecer meu
braço para jogar tênis, então, se você vir uma mulher de um metro e meio com
bíceps desenvolvidos na quadra de tênis, sou eu. Isso é um exercício
fantástico! Entende?
Um dia estávamos discutindo algum assunto
entediante para meu curso de História Mundial quando ela disse:
- Quando estou trabalhando com os outros dois
rapazes não posso monitorar a respiração de David, então vou encarregar você,
Bill, está bem? Se ele tiver um colapso, faça um dos seus barulhos de alce para
chamar minha atenção.
Ele não parece bem, parece? Mas vamos
mantê-lo na escola o maior tempo possível. Pelo menos sua mãe não tem que tomar
conta dele quando ele está aqui. Agora devemos ser capazes de terminar este
maldito curso de História em março, se tivermos sorte. Este é um curso chato e
tenho certeza de que você está cheio dele, porque eu estou!
Frequentemente, quando estava tentando
respirar, David olhava para mim e dizia:
- Estou bem, Bill. Estou bem. Obrigado por
tomar conta de mim.
Felizmente, meu som de alce nunca foi
necessário. A vigília, entretanto, me amadureceu imensamente. Eu observava
David e, ao fazê-lo, tornei-me consciente de seu desejo de viver. Vendo-o lutar
a cada respiração que tomava, de repente compreendi o valor da vida. Então,
quando tinha que fazer alguma pesquisa tediosa, não me importava, porque pelo
menos podia fazê-lo sem ter que me preocupar em respirar.
Acho que esta era a lição que a Sra. George
estava me ensinando ao fazer com que eu tomasse conta de David.
O dia 10 de abril foi o último dia de aula de
David. Naquela noite ele piorou. Foi levado às pressas para o hospital, onde
máquinas podiam manter sua respiração.
No dia 15 de abril de 1975, eu havia
planejado visitá-lo depois da aula. Mas, naquela manhã, encontrei um bilhete
escrito à mão ao lado de minha máquina de escrever dizendo:
"Não vá ao hospital hoje à noite. David
morreu dormindo. Não quis contar aos outros porque hoje a escola vai ao circo e
não há motivos para estragar isso. Choraremos juntos por ele. J. George."
Ainda que a Sra. George possa não ter
realizado o sonho de David de um aniversário de dezenove anos (Deus sabe que
ela tentou!), ela fez com que meu sonho de me formar no segundo grau se
tornasse realidade.
Fiquei sentado no palco em uma tarde quente
de maio em 1976, ouvindo o começo da música “O Sonho Impossível”, as palavras
servindo perfeitamente à mulher vestida de amarelo, observando com orgulho
enquanto eu recebia meu diploma, porque ela "sonhara o sonho
impossível" e fizera com que ele se tornasse realidade.
(William L. Rush)
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