Quarta-feira, 12 de dezembro de 2012
Dia de Nossa Senhora de Guadalupe
“Que neste Natal,
eu esqueça as tristezas do ano que termina, e faça uma prece de alegria.”
EVANGELHO DE HOJE
Lc 1,39-47
— O Senhor esteja convosco.
— Ele está no meio de nós.
— PROCLAMAÇÃO do Evangelho de Jesus
Cristo, + segundo Lucas
— Glória a vós, Senhor!
39Naqueles dias Maria partiu para a
região montanhosa, dirigindo-se, apressadamente, a uma cidade da Judéia.
40Entrou na casa de Zacarias e cumprimentou Isabel. 41Quando Isabel ouviu a
saudação de Maria, a criança pulou no seu ventre e Isabel ficou cheia do
Espírito Santo. 42Com um grande grito, exclamou: "Bendita és tu entre as
mulheres e bendito é o fruto do teu ventre! 43Como posso merecer que a mãe do
meu Senhor me venha visitar? 44Logo que a tua saudação chegou aos meus ouvidos,
a criança pulou de alegria no meu ventre. 45Bem-aventurada aquela que
acreditou, porque será cumprido o que o Senhor lhe prometeu". 46Então
Maria disse: "A minha alma engrandece o Senhor, 47e o meu espírito se
alegra em Deus, meu Salvador".
- Palavra da Salvação.
- Glória a vós, Senhor.
MEDITANDO O EVANGELHO
Padre
Antonio Queiroz
Bendita és
tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre!
Hoje é com alegria que nós celebramos a festa de Nossa Senhora de
Guadalupe, padroeira da América Latina. Vejamos um pouquinho da vida de S. Juan
Diego, um índio asteca mexicano, a quem Maria Santíssima se manifestou, dia
nove de dezembro de 1531.
Juan Diego ganhou esse nome no batismo. Seu nome indígena é
Cuauhtlatoatzein. Ele foi canonizado pelo Papa João Paulo II, na cidade do México,
dia 31/07/2002. Ele nasceu em 1474, numa aldeia perto da cidade do México. Foi
batizado em 1524, com cinqüenta anos de idade. Quem o batizou foi o missionário
franciscano Frei Turíbio de Benavente. Era casado. Sua esposa também foi
batizada e recebeu o nome de Maria Lúcia. Pouco tempo depois ela faleceu e
Diego ficou viúvo. Foi então morar na casa de seu tio, que também era católico.
Ajudava o tio nos trabalhos da roça.
Diego era um católico fervoroso. Ele caminhava vinte km para assistir à
Santa Missa. Aproveitava a celebração para crescer na catequese, para orar e ao
mesmo tempo para venerar a Virgem Maria, para quem sentia uma afeição especial.
Diego era conhecido na sua aldeia como um homem religioso. Para ele não
foi difícil aceitar a fé católica, porque a via como muito superior à religião
do seu povo, os astecas.
Dia 09/12/1531, Diego dirigia-se à celebração eucarística e, quando
estava bem em cima da colina de Guadalupe, ouviu uma voz que o chamava pelo
nome, como se há muito o conhecesse. A voz dizia: “Juanito”, quer dizer
Joãozinho. Ele olhou para o céu azul e viu uma senhora. Esta lhe disse: “Onde
você vai?” Ele logo reconheceu que era Nossa Senhora, e disse: “Vou à tua casa
participar da santa Missa”.
“Quero que saibas – continuou ela – que sou Maria, a Mãe de Jesus.
Desejo que aqui seja construído um templo para que nele eu possa mostrar o meu
amor para com os habitantes deste lugar e para todos os que aqui vierem ou me
invocarem. Vai à casa do bispo do México para lhe dizer que sou eu que envio
você a ele. Manifeste a ele o meu desejo de ter aqui um templo. Preste atenção
para lhe dizer tudo quanto você viu e ouviu. Você tem a minha proteção. Farei
você feliz. Pode ir, meu filho”. Ele se inclinou diante da Senhora e foi.
Chegando à casa do Sr. Bispo, Dom João de Zumárraga, expôs-lhe as
palavras da Senhora. Mas o bispo não acreditou muito. Pensou tratar-se de uma
ingenuidade daquele índio.
Diego voltou ao mesmo lugar. A Virgem lhe apareceu e ele disse:
“Senhora, fui bem recebido pelo Sr. Bispo, mas tenho impressão de que ele achou
que fui eu que inventei essas coisas. Peço-lhe, Senhora, que dê esta missão a
outra pessoa mais conhecida e de maior reputação que eu. Eu sou um pobre homem
insignificante”.
Sempre sorridente, a amável Senhora respondeu-lhe: “Escuta, meu filho
querido, o mais pequeno de todos, eu lhe recomendo e até ordeno que amanhã
volte ao bispo e lhe diga o meu nome. Diga que sou a Maria, a Mãe de Jesus”.
Diego voltou ao Sr. Bispo e lhe contou a nova visão. Dom João lhe fez várias
perguntas e ele respondeu a todas, não deixando dúvidas de que era mesmo a
Santíssima Virgem que lhe tinha falado. O Sr. Bispo lhe disse que ia comunicar
o fato ao conselho diocesano. Que ele voltasse dias depois.
Foi aí que aconteceu aquele fato bonito: um dia, Diego estava indo
apressadamente à vila a fim de chamar um padre para atender o seu tio que
estava muito mal. No caminho, a Senhora lhe aparece, e diz: “Caro filho, não se
preocupe com a saúde do seu tio. Ele sarou”.
Diego então tirou o seu manto e o estendeu aos pés dela, para lhe
prestar homenagem, conforme o costume dos índios astecas.
E logo depois Diego fica deslumbrado: de um momento para outro, o seu
manto ficou coberto de flores belíssimas, perfumadas e recém desabrochadas.
Isso, apesar de ser inverno, tempo em que não existe nenhuma flor naquela
região. Maria então lhe falou: “Leve estas flores para o Sr. Bispo”.
Quando, na frente do bispo, ele estendeu o manto, a surpresa: Havia nele
exatamente esta pintura de Nossa Senhora de Guadalupe, que nós conhecemos. A
partir daí, é claro, todo mundo acreditou, e o Santuário foi erguido,
exatamente naquela colina, que tinha o nome de Guadalupe, e onde a Virgem
apareceu.
De fato, naquele momento em que a Virgem falou que seu tio havia sarado,
ele ficou completamente curado.
Fizeram primeiro um santuário pequeno, depois um maior, e por fim este
que existe lá hoje, que é enorme.
O Evangelho da Missa de hoje descreve a solicitude de Maria, indo
apressadamente ajudar a prima Isabel, e a saudação de Isabel: “Bendita és tu
entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre!” Essa sua solicitude não
parou na sua Assunção. Pelo contrário, ela se multiplicou, e continua se
estendendo pelos séculos, especialmente nos seus santuários.
Certa vez, um rapaz procurou a Madre Teresa de Calcutá e lhe disse:
“Irmã, eu não consigo mudar-me. O que deve fazer?” Madre Teresa respondeu:
“Basta você dizer: Quero”.
Realmente, essa palavrinha tem uma força incalculável. Nada resiste à
palavra: “Quero”, pronunciada por uma pessoa. Ela expressa uma decisão,
manifesta uma vontade firme e clara de fazer ou de conseguir alguma coisa. E
onde há uma decisão, pode cair o mundo em volta que a pessoa continua firme,
empregando todos os meios para conseguir aquilo.
Nós, muitas vezes, preferimos ficar no meio do caminho: “Queria”,
“gostaria”, “vou tentar”. A esses, Jesus deixa de lado, pois ele disse: “Seja o
vosso sim, sim; e o vosso não, não” (Mt 5,37).
Aquele “sim” que Maria disse ao Anjo, na anunciação, foi tão decidido
que ela o desdobrou pela vida afora, em pequenos “sins”, como este de ajudar
Isabel, ou de pedir um santuário para acompanhar os seus filhos e filhas
peregrinos na terra.
Vamos pedir a N. Senhora de Guadalupe que, assim como conseguiu de Deus
a saúde para o tio de Diego, que a consiga para nós também, tanto a saúde
física como a espiritual. E que ela nos ensine como esperar bem o nascimento de
Jesus.
Bendita és
tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre!
CURIOSIDADES
Arvore de Natal
Hoje em dia, as árvores
de Natal são montadas para decorar a casa e proporcionar um clima especial
durante as comemorações, no entanto, no deixa de ter seu significado.
Acredita-se que a
tradição começou em 1530, na Alemanha, com o Martinho Lutero. Em certa noite,
enquanto caminhava pela floresta, Lutero ficou impressionado com a beleza dos
pinheiros cobertos de neve. As estrelas do céu ajudaram a comportar a imagem
que Lutero reproduziu com galhos de arvore em sua moradia. Além das estrelas,
Lutero usou também algodão e outros enfeites para mostrar aos seus familiares
bela cena que havia presenciado na floresta.
Esta tradição foi
levada para o continente americano por alguns alemães, que se instalaram na
América durante o período colonial. J no Brasil, onde a maioria da população
cristã, as árvores de Natal estão presentes em inúmeros lugares, no tão somente
para decorar os ambientes, mas também trazem uma simbologia muito forte que
represente a alegria, paz e esperança.
Juntamente com a
árvore, algumas pessoas ainda montam o Presépio, que também tem um papel muito
importante na decoração natalina. O presépio mostrar o cenário do nascimento de
Jesus Cristo, uma manjedoura com animais, os três reis Magos e também os pais
do menino Jesus. Esta tradição de montar os presépios teve inicio no século
XIII com São Francisco de Assis, bem como as músicas de Natal, que também fazem
parte dessa linda comemoração.
MOMENTO DE REFLEXÃO
“Não é fácil
encontrar a felicidade em nós mesmos e é impossível encontrá-la em outro
lugar.” (Agnes Repplier).
Uma casa nova, uma piscina nos fundos, dois
belos carros na garagem e meu primeiro filho a caminho.
Faltavam apenas alguns dias para eu dar à luz
o meu primeiro filho quando uma conversa com meu marido abalou o mundo em que
eu vivia.
- Eu quero estar presente para o bebê, mas
acho que não te amo mais - ele falou.
Eu não conseguia acreditar no que estava
ouvindo! Ele se afastara de mim durante a gravidez, mas eu relacionara isso ao
seu medo e preocupação em se tornar pai.
Enquanto eu o sondava em busca de
explicações, ele me contou que tivera um caso cinco anos antes e desde então
não sentia a mesma coisa por mim. Pensando apenas no meu bebê e querendo salvar
meu casamento, disse-lhe que podia perdoá-lo e que queria consertar as coisas
entre nós.
Aquela última semana antes do nascimento de
meu filho foi um passeio emocional numa montanha-russa. Estava tão animada com
o bebê, com tanto medo de estar perdendo meu marido e sentindo-me tão culpada,
às vezes, pois achava que era culpa do bebê isso tudo estar acontecendo.
John nasceu numa sexta-feira de julho. Era
tão lindo e inocente. Não fazia ideia do que estava acontecendo no mundo de sua
mãe. Estava com quatro semanas quando descobri o verdadeiro motivo do
afastamento de seu pai. Não apenas ele tivera um caso cinco anos antes, mas
começara a ter um caso durante minha gravidez, e continuava a ter.
Então, quando ele estava com cinco semanas,
John e eu abandonamos a casa nova, a piscina e todos os meus sonhos desfeitos
para trás. Mudamos para um apartamento do outro lado da cidade.
Não sabia que existia depressão tão profunda
quanto a que eu entrei. Nunca havia experimentado nada igual à solidão de
passar uma hora depois da outra sozinha com uma criança recém-nascida.
Alguns dias aquela responsabilidade toda me
esmagava e eu tremia de medo. A família e os amigos estavam lá para ajudar,
mas, ainda assim, havia muitas horas cheias de pensamentos a respeito de sonhos
desfeitos e desespero.
Eu chorava com frequência, mas me assegurei
de que John nunca me visse chorando. Estava determinada a não deixar que isso o
afetasse. De algum lugar dentro de mim eu sempre encontrava um sorriso para
ele.
Os primeiros três meses da vida de John
passaram num borrão de lágrimas. Voltei ao trabalho e tentei esconder de todo
mundo o que estava acontecendo. Tinha vergonha, ainda que não soubesse por quê.
Cheguei ao fundo do poço num domingo de
manhã, quando John estava com quatro meses. Acabara de ter outra discussão
emocional com meu marido e ele saíra como um furacão do meu apartamento. John
estava dormindo em seu berço e me peguei sentada no chão do banheiro, encolhida
como uma bola, balançando para frente e para trás. Ouvi-me dizendo em voz alta:
"Eu não quero mais viver." Depois de dizer isso, o silêncio foi
arrebatador.
Acredito que Deus esteve comigo naquele dia.
Após dizer aquilo, fiquei sentada em silêncio, deixando as lágrimas correrem
pelo meu rosto. Não sei quanto tempo se passou, mas de algum lugar de dentro de
mim surgiu uma força que eu não havia sentido antes. Decidi naquele momento
tomar o controle da minha vida. Não iria mais dar ao meu marido o poder de
afetar minha vida de uma forma tão negativa.
Percebi que, ao prestar tanta atenção em suas
fraquezas, estava permitindo que aquelas fraquezas arruinassem a minha vida.
Naquele mesmo dia, arrumei uma mala para mim
e John e fui passar o fim de semana na casa do meu irmão. Era a primeira viagem
que fazia sozinha com John e me senti tão forte e independente! Lembro-me de
que durante a viagem de duas horas eu ri, conversei e cantei para John por todo
o caminho.
Foi durante esta viagem que percebi como meu
filho fora meu “salvador” durante todos aqueles meses. Saber que ele estava lá
todos os dias e que precisava de mim me mantivera viva e me dera uma razão para
me levantar todas as manhãs.
Que bênção ele era na minha vida!
Daquele dia em diante, decidi concentrar-me
na confiança e na força que me fizeram levantar do chão do banheiro. Ter mudado
minha atenção para pensamentos tão positivos transformou a minha vida. Senti
vontade de rir novamente e de estar na companhia dos outros pela primeira vez
em meses. Iniciei o processo de descobrir o indivíduo que mantive escondido
dentro de mim durante tanto tempo - um processo que ainda estou apreciando.
Comecei a fazer terapia logo depois de John e
eu termos nos mudado da casa, e continuei com ela durante vários meses depois
do dia em que cheguei ao fundo do poço.
Quando não senti mais necessidade de ter seu
apoio e aconselhamento, lembrei-me da última pergunta que minha terapeuta me
fez antes que eu saísse de seu consultório naquele dia:
- O que você aprendeu? - ela perguntou. Não
hesitei em responder:
- Aprendi que minha felicidade tem que vir de
dentro.
É esta lição de que me lembro todos os dias e
que desejo partilhar com os outros. Cometi o erro, na minha vida, de basear
minha identidade em meu casamento e em todas as coisas materiais que cercavam a
relação.
Aprendi que sou responsável por minha própria
vida e felicidade. Quando centralizo minha vida em outra pessoa e tento
construir minha vida e minha felicidade em volta daquela pessoa, não estou
vivendo de verdade. Para viver de verdade preciso deixar que o espírito dentro
de mim seja livre e regozije-se em sua singularidade.
É neste estado de ser que o amor de outra
pessoa se torna uma alegria e não algo que temos medo de perder.
Que o seu espírito seja livre e voe alto!
(Laourie Waldron)
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