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LITURGIA DIÁRIA

LITURGIA DIÁRIA - REFLEXÕES E COMENTÁRIOS

Diário de Quinta-feira 06/12/2012





Quinta-feira, 06 de dezembro de 2012



“Faz parte do Natal tudo aquilo que de um jeito ou de outro, manifesta a nossa alegria pelo nascimento de Jesus.”



EVANGELHO DE HOJE
Mt 7,21.24-27


— O Senhor esteja convosco.
— Ele está no meio de nós.
— PROCLAMAÇÃO do Evangelho de Jesus Cristo, + segundo Mateus
— Glória a vós, Senhor!



Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: 21"Nem todo aquele que me diz: 'Senhor, Senhor', entrará no Reino dos Céus, mas o que põe em prática a vontade de meu Pai que está nos céus. 24Portanto, quem ouve estas minhas palavras e as põe em prática, é como um homem prudente, que construiu sua casa sobre a rocha. 25Caiu a chuva, vieram as enchentes, os ventos deram contra a casa, mas a casa não caiu, porque estava cons¬truída sobre a rocha. 26Por outro lado, quem ouve estas minhas palavras e não as põe em prática, é como um homem sem juízo, que construiu sua casa sobre a areia. 27Caiu a chuva, vieram as enchentes, os ventos sopraram e deram contra a casa, e a casa caiu, e sua ruína foi completa!"

- Palavra da Salvação.
- Glória a vós, Senhor.





MEDITANDO O EVANGELHO
Alexandre Soledade


Bom dia!
“(…) Somente quem faz a vontade do Pai que está nos céus irá participar plenamente do seu Reino. Jesus veio até nós para nos revelar quem é o Pai, assim como a sua vontade, para que, a partir do seu conhecimento, pudéssemos praticá-la e participar conscientemente do Reino. Por isso, todos os que desejam a vida eterna devem fundamentar a sua existência na palavra de Jesus e procurar viver segundo os valores que ele pregou no Evangelho, colocando em prática a vontade do Pai, que Jesus, ao se fazer homem e vir ao mundo, revelou para todos nós”. (Reflexão proposta pela CNBB)
Já adentramos dezembro e que reflexão faço da minha casa, ou seja, de mim, esse ano? Quantas vezes caí? Quantas vezes me envergonhei dos meus atos? Sobre o que edifiquei ou me embasei nas minhas decisões? Decidi ou me manifestei no calor de emoções? A quantos feri? Mais pra frente entenderemos o porquê dessas perguntas.
Somos chamados, ano a ano a acompanhar o tempo. Os dias passam e com eles o tempo também. Um fruto, um dia foi semente, foi flor e depois o fruto, uma sequência natural que também acontece conosco, pois um dia fomos crianças, outrora jovens e agora maduros, mas nesse ano, quantos passos foram dados em busca da maturidade?
“(…) Então é natal, e o que você fez? O ano termina, e nasce outra vez…”.
Pergunto isso todos os anos… Responda sem preocupações: Quantos livros eu li? O quanto me aperfeiçoei ou me dediquei em algo? Que conceitos ou pré-conceitos foram revistos? O que era um defeito e agora é um fato controlado ou pelo menos esta mais tênue? A quantos eu estendi a mão (perdão, conforto, paz)? O que plantei? Que projetos idealizei e consegui concluir?
O ano renasce a cada novo amanhecer. Se usarmos uma analogia daquela placa “ESTAMOS EM OBRAS PARA MELHOR ATENDÊ-LO”, descobrimos que passamos mais tempo em obras do que abertos ao público. Que afugentamos mais do que trazemos para perto de nós. Que temos medo de abraçar, pois não sabemos as intenções verdadeiras de quem nos abraça; que damos mais “esmolas” se tivermos algo em troca.
Pergunte-se: A quem mais ajudamos no dia a dia, o malabarista de semáforo que nos pede um trocado pelo show ou ao rapaz da Manasses (casa que lida na recuperação de vítimas do álcool e outras drogas) que entra no ônibus e nos dá duas canetas em “troca” de 2 Reais? Ambos estão trabalhando. Poderíamos alegar que o motivo dos meninos da Manasses seja mais nobre, mas como não verificar a dificuldade de reconhecer que até a melhor de nossas intenções pode ser movida por interesses?
Quantas vezes minha decisões foram movidas por meus interesses ou sentimentos particulares? Quantos projetos naufragaram por minha falta de vontade ou por minhas críticas? Quantas vezes fui movido pelas dores dos outros a atacar ou julgar outras? Quantos, que nem mesmo conhecia, mas eu já imaginava como seriam (pré-julgamento)?
A música “Então é Natal” termina com um pedido de paz e uma lembrança a Hiroxima e Nagasaki, cidades destruídas pelo ímpeto humano de estar certo a qualquer custa. Quantos casamentos, noivados, namoros e amizades também foram e são desfeitos também pelo orgulho, por não querer ceder, não aceitar as correções? Por exemplo, o orgulho de homens que não querem ajudar na lida doméstica (lavar, cozinhar, passar) como se fosse “coisas de mulher” ou quando não as deixam estudar, sair de casa, (…)
As reformas do nosso ser não param de acontecer, pois temos um imenso prazer em receber as pessoas, estar perto delas, de nos socializar, cada vez melhor, mais dóceis, amáveis… Quem tem Deus no coração não consegue se isolar, se calar, fugir.
João, o evangelista, era provavelmente o mais novo dos apóstolos e somente na velhice conseguiu sintetizar o que Jesus realmente desejava. É dele fases como “Deus é Amor”, mas algo que ele escreveu, que nesse período tão favorável, me toca:
“(…) Compreendemos o que é o amor, porque Jesus deu a sua vida por nós; portanto, nós também, devemos dar a vida pelos irmãos. Se alguém possui bens deste mundo e, vendo o seu irmão em necessidade, lhe fecha o coração, como pode o amor de Deus permanecer nele? Filhinhos, não amemos com palavras nem com a língua, mas com obras e de verdade”. (I João 3, 16-18)
Daí se sintetiza o evangelho de hoje “(…) Filhinhos, não amemos com palavras nem com a língua, mas com obras e de verdade”, pois como Jesus disse “(…) Não é toda pessoa que me chama de “Senhor, Senhor” que entrará no Reino do Céu, mas somente quem faz a vontade do meu Pai, que está no céu.
Meus irmãos! Precisamos crescer com as primaveras que passam.
Um imenso abraço fraterno.




MEIO AMBIENTE


Consumidores têm pouca informação sobre microorganismos transgênicos em alimentos.

Por: Paola Cardarelli e Victor Marin*


Quando se fala em transgênico, logo vem à mente a soja transgênica que é resistente ao herbicida glifosato. Mas, além das outras dezenas de plantas com alguma alteração genética, o consumidor não pode esquecer dos animais transgênicos e de um grupo de organismos que é pouco, ou nada, mencionado, o dos microrganismos transgênicos ou geneticamente modificados (MGM).
Os microrganismos, denominação geral para bactérias, fungos e leveduras, são amplamente empregados na produção de alimentos, sendo utilizados há milhares de anos - vivos no produto ou não. Substâncias vindas de microrganismos - como, por exemplo, as enzimas - ajudam no processamento de produtos. Há, no mínimo, cerca de 30 diferentes enzimas produzidas por MGM e muitas delas utilizadas na produção de alimentos.
O uso da tecnologia do DNA recombinante para produzir MGM é um dos mais importantes avanços científicos do século 20. Estima-se que existem mais de 100 cepas bacterianas oriundas de 25 espécies utilizadas em produtos alimentícios. A combinação dessas bactérias é extremamente importante para as características desejadas do alimento.
No mínimo, 25% dos alimentos processados passaram por algum processo microbiológico. Portanto, o uso seguro destes microrganismos é essencial, mas e se os microrganismos fossem transgênicos? Os consumidores não teriam o direito de saber? Não deveria estar no rótulo: "Contém OGM", no caso "Contém MGM" ou "Produto obtido a partir de um MGM"? Alimentos que contenham MGM viáveis devem passar por estudos de segurança alimentar antes de sua aprovação para uso na produção de alimentos, devendo ser implementada legislação específica.
As empresas que trabalham com alimentos, precisam distinguir os seus produtos, seja no aroma, no sabor, na cor ou na textura, oferecendo um produto de qualidade e satisfazendo as necessidades ou exigências do consumidor. A engenharia genética tem proporcionado que as empresas consigam estes objetivos rapidamente, mas e a rotulagem? A rotulagem só é obrigatória para a soja tolerante a herbicida? E as salsichas, linguiças ou embutidos em geral, os iogurtes ou os leites fermentados, além da soja RR, será que nenhum destes produtos foi obtido utilizando-se um MGM ou uma enzima oriunda de um MGM?
A legislação de rotulagem deveria ser usada para esses produtos, apesar da alegação que esses MGM já serem utilizados há 40 anos. Não estamos questionando a engenharia genética, sabemos que ela é uma ferramenta extraordinária, questionamos o pouco conhecimento em somente acreditar que os produtos alimentícios possam conter apenas a soja transgênica ou o milho Bt (resistente a alguns insetos) e a legislação de transgênicos ter sido elaborada baseando-se nestes produtos. Devemos deixar de nos preocupar apenas com a soja para encararmos de frente a biotecnologia, seus riscos e benefícios, a necessidade do livre acesso à informação sobre fatos científicos e a gestão da propriedade intelectual, o direito do consumidor de ter informações objetivas sobre as características dos produtos que adquire e a criação de um sistema de regulagem efetivo para o monitoramento e o controle pós-comercialização de alimentos.

* Paola Cardarelli é PhD em bioquímica e pesquisadora do Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde (INCQS) da Fiocruz. Victor Marin é Doutor em Biotecnologia Vegetal e pesquisador-visitante do INCQS.




MOMENTO DE REFLEXÃO


Após vinte e um anos de casamento, descobri uma nova maneira de manter acesa a fagulha do amor e da intimidade no meu relacionamento com minha esposa.
Comecei, recentemente, a sair com outra mulher. Na realidade, foi idéia da minha esposa.
- Você sabe que a ama - ela disse um dia, pegando-me de surpresa. - A vida é muito curta.
Você precisa passar algum tempo com as pessoas que ama.
- Mas eu amo você - protestei.
- Eu sei. Mas também a ama. Você provavelmente não vai acreditar em mim, mas acho que, se vocês dois passarem mais tempo juntos, isso será bom para nós.
Como sempre, Peggy estava certa.
A outra mulher com quem minha esposa estava me encorajando a sair é minha mãe.
Minha mãe é uma viúva de setenta e um anos de idade que vive sozinha desde que meu pai morreu, há dezenove anos. Logo depois de sua morte, viajei quatro mil quilômetros para morar na Califórnia, onde comecei minha própria família e minha carreira.
Quando voltei à minha cidade natal há cinco anos, prometi a mim mesmo que passaria mais tempo com ela. Mas, de alguma maneira, com as exigências de meu trabalho e três filhos, nunca cheguei a vê-la fora das reuniões familiares e dos feriados.
Ela ficou surpresa e desconfiada quando telefonei e sugeri que fôssemos jantar e depois ao cinema.
- O que aconteceu? Você vai se mudar para longe com meus netos? - perguntou.
Minha mãe é o tipo de mulher que acha que qualquer coisa fora do habitual - um telefonema tarde da noite ou um convite surpresa para jantar feito por seu filho mais velho - significa más notícias.
- Achei que seria bom passar algum tempo com você - eu disse. - Só nós dois.
Ela avaliou a observação por um instante.
- Eu gostaria disso - falou. - Gostaria muito. Surpreendi-me nervoso enquanto dirigia para a casa dela na sexta-feira depois do trabalho. Estava com a ansiedade do pré-encontro - e só estava saindo com a minha mãe, pelo amor de Deus!
Sobre o que iríamos conversar? E se ela não gostasse do restaurante que escolhi? Ou do filme? E se não gostasse de nenhum dos dois?
Quando estacionei em frente à sua garagem, percebi o quanto ela também estava nervosa com o nosso encontro. Estava me esperando na porta, já de casaco. Tinha feito um penteado especial. Sorria.
- Eu disse para as minhas amigas que ia sair com o meu filho e todas ficaram impressionadas - falou enquanto entrava no carro. - Mal podem esperar até amanhã para ouvirem a respeito da nossa noite.
Não fomos a nenhum lugar chique, apenas um restaurante do bairro, onde pudéssemos conversar. Quando chegamos lá, ela agarrou meu braço - metade por carinho, metade para ajudá-la a subir os degraus para o salão.
Sentamos e eu tive que ler o cardápio para nós dois. Os olhos dela só veem grandes formas e sombras. Já tinha lido metade das entradas, quando olhei para cima.
Mamãe estava sentada do outro lado da mesa, olhando para mim. Tinha um sorriso pensativo nos lábios.
- Era eu quem lia o cardápio quando você era pequeno disse.
Entendi imediatamente o que ela estava dizendo. De responsável a dependente, de dependente a responsável, nossa relação se invertera completamente.
- Então chegou a hora de você relaxar e me deixar retribuir o favor - falei.
Conversamos agradavelmente durante o jantar. Nada avassalador, apenas sobre nossas vidas. Conversamos tanto que perdemos o filme.
- Saio com você novamente, mas só se você deixar eu pagar o jantar da próxima vez - disse minha mãe quando a deixei em casa. Concordei.
- Como foi o seu encontro? - minha esposa quis saber quando cheguei em casa aquela noite.
- Bem... melhor do que eu esperava - respondi. Ela deu seu sorriso do tipo “eu-bem-que-disse”.
Desde aquela noite, tenho tido encontros regulares com minha mãe. Não saímos toda semana, mas tentamos nos ver pelo menos duas vezes por mês. Sempre jantamos e às vezes assistimos a um filme.
No entanto, na maior parte das vezes apenas conversamos. Conto-lhe dos desafios diários de meu trabalho. Conto vantagem a respeito de meus filhos e de minha esposa. Ela atualiza meu conhecimento a respeito das fofocas da família com as quais pareço nunca estar em dia.
Também me conta do seu passado. Agora eu sei como foi para minha mãe trabalhar em uma fábrica durante a Segunda Guerra Mundial. Sei como ela conheceu meu pai lá e como eles se cortejaram no bonde durante aqueles tempos difíceis. Ouvindo essas histórias percebi o quanto elas significam para mim. São minhas histórias. Não me canso de ouvi-las.
Mas não conversamos apenas a respeito do passado. Também conversamos sobre o futuro. Por causa de problemas de saúde, minha mãe se preocupa com os dias por vir.
- Tenho tanta coisa para viver - ela me disse certa noite. - Tenho que estar aqui enquanto meus netos crescem. Não quero perder nem um pouquinho.
Como muitos amigos da minha geração, tenho a tendência de viver correndo, enchendo ao máximo a agenda enquanto luto para fazer com que a carreira, a família e os relacionamentos caibam na minha vida.
Com frequência reclamo da velocidade com que o tempo passa. Passar algum tempo com a minha mãe me ensinou a importância de diminuir o ritmo. Finalmente entendi o significado de um termo que ouvi um milhão de vezes: qualidade de vida.
Peggy estava certa. Sair com outra mulher realmente ajudou meu casamento. Fez de mim um marido e um pai melhores e, espero, um filho melhor.
Obrigado, mamãe! Eu te amo.


(David Farrell)




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