Quinta-feira,
28 de junho de 2012
“Ousar é
perder o equilíbrio momentaneamente. Não ousar é perder-se.” (Sören
Kierkegaard)
EVANGELHO
DE HOJE
Mt 7,21-29
- Não é toda
pessoa que me chama de "Senhor, Senhor" que entrará no Reino do Céu,
mas somente quem faz a vontade do meu Pai, que está no céu. Quando aquele dia
chegar, muitas pessoas vão me dizer: "Senhor, Senhor, pelo poder do seu
nome anunciamos a mensagem de Deus e pelo seu nome expulsamos demônios e
fizemos muitos milagres!" Então eu direi claramente a essas pessoas:
"Eu nunca conheci vocês! Afastem-se de mim, vocês que só fazem o
mal!"
- Quem ouve
esses meus ensinamentos e vive de acordo com eles é como um homem sábio que
construiu a sua casa na rocha. Caiu a chuva, vieram as enchentes, e o vento
soprou com força contra aquela casa. Porém ela não caiu porque havia sido
construída na rocha.
- Quem ouve
esses meus ensinamentos e não vive de acordo com eles é como um homem sem juízo
que construiu a sua casa na areia. Caiu a chuva, vieram as enchentes, e o vento
soprou com força contra aquela casa. Ela caiu e ficou totalmente destruída.
Quando Jesus
acabou de falar, as multidões estavam admiradas com a sua maneira de ensinar.
Ele não era como os mestres da Lei; pelo contrário, ensinava com a autoridade
dele mesmo.
MEDITANDO
O EVANGELHO
Padre
Antonio Queiroz
A casa
construída sobre a rocha e a casa construída sobre a areia.
Neste
Evangelho, Jesus nos conta a bela parábola da casa construída sobre a rocha e
da casa construída sobre a areia. A construção da casa é ouvir a Palavra de
Deus, portanto a diferença não está aí, pois os dois ouviam a Palavra. O que
faz a diferença – rocha e areia – é a prática ou não da Palavra. De fato,
principalmente hoje com os meios de comunicação, todo mundo ouve a Palavra de
Deus. No entanto, só uma minoria a segue.
A
chuva, a enchente e a tempestade representam as dificuldades que enfrentamos na
vida, que querem nos derrubar e impedir a nossa caminhada para Deus. Mas se a
casa está construída sobre a rocha, isto é, se praticar a Palavra que ouvimos,
“tiramos de letra” todos esses obstáculos.
A
Palavra de Deus tem uma força própria, mas supõe a nossa colaboração, a nossa
abertura a ela. Ela entra em nós pelos olhos ou ouvidos, mas não deve parar por
aí e sim ir até a nossa inteligência para assimilá-la e aplicá-la na nossa
vida, depois ir para o nosso coração, a fim de amá-la, e depois ela deve sair
pelas nossas palavras, mãos, pés etc, transformando a nossa vida e nos fazendo
agentes de transformação do mundo.
“Como
a chuva e a neve que caem do céu para lá não voltam sem antes molhar a terra e
fazê-la germinar e brotar, a fim de produzir semente para quem planta e
alimento para quem come, assim também acontece com a minha palavra: Ela sai da
minha boca e para mim não volta sem produzir seu resultado, sem fazer aquilo
que planejei, sem cumprir com sucesso a sua missão” (Is 55,10-11). Essa é a
força da Palavra de Deus. Mas quem a ouve é livre, por isso precisa colaborar,
fazer a sua parte.
Jesus
se refere àqueles que, no dia do juízo final, vão reclamar da sua condenação:
“Senhor, senhor, não foi em teu nome que profetizamos?... Então eu lhes direi
publicamente: Jamais vos conheci. Afastai-vos de mim, vós que praticais o mal”.
Essas palavras são uma forte advertência para nós, pois a nossa auto avaliação
de santidade nem sempre coincide com a avaliação de Deus. No nosso julgamento
final, o que vai valer é se praticamos ou não sua Palavra. Na parábola do
fariseu e o publicano, o fariseu se julgava santo, no entanto não era.
E
Deus nos fala: A minha Palavra “não é difícil para ti nem está fora do teu
alcance” (Dt 30,11).
Nós
praticamos a Palavra quando obedecemos os dez mandamentos da Lei de Deus e os
cinco mandamentos da Igreja, que aprendemos no catecismo. Cumprindo também os
nossos deveres de estado, na prática da justiça e da caridade.
Deus
deseja transformar o mundo todo, usando a nós como seus instrumentos. O
primeiro passo nosso é ouvir a sua Palavra e a por em prática.
A
nossa vida é como aquela caminhada que o povo hebreu fez no deserto, do Egito
até a terra prometida. Cada dia de manhã, eles desarmavam a sua tenda, punham
nas costas e caminhavam mais um pouco. Isso dura a nossa vida toda, pois só no
dia da nossa morte é que teremos chegado, ou não, à terra prometida, que é o
céu. Sempre há algo a melhorar, a aprender e a caminhar. Vivendo e aprendendo,
aprendendo e ensinando.
Havia,
certa vez, um casal que morava na roça e não tinha filhos. Um dia, a esposa
resolveu abandonar o marido e fugir com outro homem. Ele ficou muito abatido,
mas levantou a cabeça. Como não tinha quem cozinhasse, deixou a roça e foi
morar na cidade. Arrumou emprego e morava numa pensão. Os anos se passaram e
ele nunca mais teve notícia da esposa. Um dia, ele viu na rua a sua esposa.
Estava magra, acabadinha, mal vestida e triste. E o pior: carregava uma sacola
e pedia esmolas. Ele foi seguindo-a, atrás, disfarçadamente, e a viu entrar num
bar. Ele foi depressa e entrou pela outra porta, sem que ela o visse. Ela
começou a pedir ajuda para todos os homens que estavam ali. Ele então
aproximou-se dela por trás e lhe deu todo o dinheiro que tinha. E logo se escondeu
atrás de uma coluna, para que ela não o reconhecesse. A mulher estranhou a
generosidade, mas aceitou a ajuda e agradeceu com um “muito obrigado”, mesmo
sem ver quem era. Ele procurou o dono do bar e lhe pediu que desse para aquela
mulher duas refeições por dia, que ele pagava. Mas, enquanto ele fala isso, ela
reconheceu a sua voz. Chorou de vergonha, mas o marido a acalmou, dizendo-lhe:
“O que passou, passou. Vamos reiniciar a nossa vida a dois, conforme juramos no
Altar.
Percebemos,
neste casal, que ele construía a sua casa sobre a rocha, e ela, sobre a areia.
Felizmente ele agiu como Deus, mesmo após uma traição, continua amando e
protegendo a pessoa que ama.
Queremos
ser como Maria Santíssima: olhar para Deus, abrir o braços e dizer: “Eis aqui o
escravo, a escrava do Senhor. Faça de mim como o Senhor quiser”.
A casa
construída sobre a rocha e a casa construída sobre a areia.
MEIO
AMBIENTE
Estudo
indica que geleiras derretem mais lentamente
Por Daniel
Accioly
Uma
nova perspectiva, animadora, indica que as geleiras da Groenlândia derretem
mais lentamente do que se imaginava. De acordo com um estudo realizado em um
período de dez anos, os resultados apontam para a possibilidade do derretimento
estar ocorrendo de forma mais lenta que o esperado.
O
estudo é liderado por Twila Moon, doutora da Universidade de Washington. A
pesquisadora conduziu o estudo tendo como objetivo obter um dado mais preciso,
tendo em vista as variações dos dados anteriores.
Quando
as geleiras derretem, sobe o nível dos mares. A previsão de aumento de 2 metros
até o ano 2100 foi reajustado para 0,8 metro.
A
velocidade do derretimento está diretamente ligada à velocidade de deslocamento
das geleiras, e ambos processos estão ocorrendo mais lentamente, de acordo com
a pesquisa, publicada pela revista Science.
De
acordo com Moon, os resultados são importantes para entender os efeitos das mudanças
climáticas, mas não respondem a todas as dúvidas sobre o aumento do nível do
mar nas próximas décadas.
A
pesquisa foi financiada pela agência espacial americana (Nasa) e pela Fundação
Nacional de Ciência dos Estados Unidos e servirá como base para a previsão de
eventos futuros.
Se
as geleiras derretem mais lentamente, as perspectivas se tornam mais animadoras
para o meio científico e para a sociedade.
Com
informações do portal Terra
MOMENTO
DE REFLEXÃO
Era
uma vez um ferreiro que, após uma juventude cheia de excessos, resolveu
entregar sua alma a Deus. Durante muitos anos trabalhou com afinidade, praticou
a caridade, mas, apesar de toda sua dedicação, nada parecia dar certo na sua
vida. Muito pelo contrário: seus problemas e dívidas acumulavam-se cada vez
mais. Uma bela tarde, um amigo que o visitara, e que se compadecia de sua
situação difícil -- comentou: "'É realmente estranho que, justamente
depois que você resolveu se tornar um homem temente a Deus, sua vida começou a
piorar. Eu não desejo enfraquecer sua fé, mas apesar de toda a sua crença no
mundo espiritual, nada tem melhorado".
O
ferreiro não respondeu imediatamente.
Ele
já havia pensado nisso muitas vezes, sem entender o que acontecia em sua vida.
Entretanto,
como não queria deixar o amigo sem resposta, começou a falar e terminou
encontrando a explicação que procurava.
Eis
o que disse o ferreiro:
Eu
recebo nesta oficina o aço ainda não trabalhado e preciso transformá-lo em
espadas. Você sabe como isto é feito?
Primeiro
eu aqueço a chapa de aço num calor infernal, até que fique vermelha.
Em
seguida, sem qualquer piedade, eu pego o martelo mais pesado e aplico golpes até
que a peça adquira a forma desejada.
Logo,
ela é mergulhada num balde de água fria e a oficina inteira se enche como
barulho do vapor, enquanto a peça estala e grita por causa da súbita mudança de
temperatura.
Tenho
que repetir esse processo até conseguir a espada perfeita: uma vez apenas não é
o suficiente.
O ferreiro deu uma longa pausa, e
continuou: As vezes, o aço que chega até
minhas mãos não consegue aguentar esse tratamento o calor, as marteladas e a
água fria terminam por enchê-lo de rachaduras.
E
eu sei que jamais se transformará numa boa
lâmina de espada.
Então,
eu simplesmente o coloco no monte de ferro-velho que você viu na entrada de
minha ferraria.
Mais
uma pausa e o ferreiro concluiu:
Sei
que Deus está me colocando no fogo das aflições. Tenho aceitado as marteladas
que a vida me dá, e às vezes sinto-me tão frio e insensível como a água que faz
o aço.
Mas
a única coisa que peço é:
Meu
Deus, não desista, até que eu consiga tomar a forma que o Senhor espera de mim.
Tente
da maneira que achar melhor pelo tempo que quiser – mas jamais me coloque no
monte de ferro-velho de ALMAS.
(Tradução
Paulo Coelho)
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