Quarta-feira,
27 de junho de 2012
“Ou eu
encontro um caminho ou eu o faço.” (Philip Sidney)
EVANGELHO
DE HOJE
Mt 7,15-20
- Cuidado
com os falsos profetas! Eles chegam disfarçados de ovelhas, mas por dentro são
lobos selvagens. Vocês os conhecerão pelo que eles fazem. Os espinheiros não
dão uvas, e os pés de urtiga não dão figos. Assim, toda árvore boa dá frutas
boas, e a árvore que não presta dá frutas ruins. A árvore boa não pode dar
frutas ruins, e a árvore que não presta não pode dar frutas boas. Toda árvore
que não dá frutas boas é cortada e jogada no fogo. Portanto, vocês conhecerão
os falsos profetas pelas coisas que eles fazem.
MEDITANDO
O EVANGELHO
Alexandre
Soledade
Bom
dia!
Na
rede Record era apresentado um programa chamado “O APRENDIZ”. Nesse programa um
grande empresário ditava quem poderia ou não continuar, levando em consideração
o perfil desejado, o empenho e a capacidade de resolver adversidades o melhor
que possível.
Muita
gente acompanhava o programa torcendo para que seus favoritos conseguissem
lograr êxito e saírem vencedores.
Apesar
da nítida dureza e severidade racional do apresentador só discordávamos dele
quando criticava ou eliminava aqueles que estávamos emocionalmente envolvidos.
Após cada “DEMISSÃO” havia uma reação proporcional dos que torciam desse lado
da tela.
Duas
coisas servem esse exemplo para nossa reflexão de hoje:
1)
Discordamos apenas quando a opinião afeta nosso desejo;
2)
Sabíamos reconhecer que o apresentador “vendia bem o seu peixe”.
Quanto
a primeira…
É
duro de aceitar, mas somos para Deus o PRODUTO e não a PROPAGANDA. Não dá para
mentir para quem bem nos conhece. Boa parte de nossas desavenças surgem de
interesses escondidos dentro do assunto. Um pai dificilmente vai a escola
elogiar o trabalho de um professor, mas madruga na reunião que falará da nota
vermelha que ele tirou.
Tornamos-nos
mansos quando queremos algo. Somos fartos nos elogios e sorrisos aos chefes,
aos que são importante, os que podem nos fazer algo, mas desrespeitosos com os
mais simples que limpam nossa casa, nosso local de trabalho, nosso dia-a-dia.
Conseguimos ser coelhos na “rua” e “cavalos” em casa com os nossos pais;
andamos quilômetros para ver a nova namorada, mas não vamos à padaria da
esquina comprar o pão (hunf)… Como disse, Deus conhece o PRODUTO e não se
engana com a PROPAGANDA. “(…) Eles chegam disfarçados de ovelhas, mas por
dentro são lobos selvagens. Vocês os conhecerão pelo que eles fazem“.
Uma
coisa deve ser bem frisada: falsos pastores NÃO DISCORDAM DO NOSSO DESEJO MESMO
QUE ELE SEJA EQUIVOCADO.
A
segunda…
Voltando
ao último grifo: Como é fácil fazer as coisas e por culpa nos outros?
Eu
não duvido que o mal sugira as pessoas a fazer coisas erradas, mas é preciso
ter claro que a última opinião será sempre nossa. Como pode uma moça ficar
grávida e por a culpa na insistência do namorado e vice-versa?
Mas
é justamente nisso que muitas igrejas e seitas se embasam: TUDO É O DIABO! Sim
pode ser ele, mas sempre a última palavra do livre arbítrio é nossa. Não se faz
ninguém crescer na fé dizendo que ele nada fez e sim outra pessoa. São igrejas
onde só existem anjos. Repare o modelo impregnado do comércio nessa situação: O
CLIENTE SEMPRE TEM RAZÃO.
Cada
vez mais surgem pessoas mal intencionadas a falar o que QUEREMOS QUE FALEM em
troca de dinheiro, ofertas e até de TRÍZIMO. Não falei errado não! Uma igreja
já pregou a suas ovelhas que deveriam por uma graça parar o TRÍZIMO.
Precisamos
reconhecer que ELES SABEM VENDER O SEU PEIXE! Fico triste que o povo acaba
comendo JAÚ pensando que é PINTADO “(…) A árvore boa não pode dar frutas ruins,
e a árvore que não presta não pode dar frutas boas. Toda árvore que não dá
frutas boas é cortada e jogada no fogo. Portanto, vocês conhecerão os falsos
profetas pelas coisas que eles fazem”.
Para
finalizar deixo uma reflexão que talvez não conste na interpretação da Bíblia
que eles apresentam aos seus:
“(…) Se
alguém transmite uma doutrina diferente e não se atém às palavras salutares de
nosso Senhor Jesus Cristo e ao que ensina nossa piedade, é um orgulhoso, um
ignorante, alguém doentiamente preocupado com questões fúteis e contendas de
palavras. Daí se originam invejas, ultrajes, suspeitas malévolas, discussões sem
fim entre pessoas de mente corrompida, que estão privadas da verdade e
consideram a piedade como uma fonte de lucro. Ora, a piedade dá grande ganho,
sim, mas para quem se satisfaz com o que tem. Com efeito, não trouxemos nada
para este mundo, como também dele não podemos levar coisa alguma“.(I Timóteo 6,
3-7)
Um
imenso abraço fraterno!
CURIOSIDADES
Uma viagem
pelo corpo humano
1-Cada
soluço dura menos de 1 segundo e ocorre com frequência normal e regular de 5 a
25 vezes por minuto. O livro dos recordes menciona um soluço que durou 57 anos.
2-A
cada sílaba que o homem fala, 72 músculos entram em movimento. Para sorrir, são
utilizados 14 músculos. Para beijar, 29.
3-As
impressões digitais formam-se de 6 a 8 semanas antes de o bebê nascer e nunca
são iguais.
4-A
temperatura do corpo não fica estabilizada em 37 graus o dia inteiro. Ela sobe
para 37,2 às 5 ou 6 da tarde e vai caindo para 36 graus durante a madrugada.
5-O
homem tem 46 cromossomos, que contêm os genes que determinam as características
de cada pessoa, como cor dos olhos e formato do rosto.
MOMENTO
DE REFLEXÃO
Ao
viajar pelo Oriente, mantive contatos com monges do Tibete, da Mongólia,
do Japão e da China. Eram homens
serenos, comedidos, recolhidos e em paz nos seus mantos cor de açafrão. Outro dia, eu observava o movimento do
aeroporto de São Paulo: a sala de espera cheia de executivos com telefones
celulares, preocupados, ansiosos, geralmente comendo mais do que deviam. Com certeza,
já haviam tomado café da manhã em casa, mas como a companhia aérea oferecia um
outro café, todos comiam vorazmente. Aquilo me fez refletir: 'Qual dos dois
modelos produz felicidade?'
Encontrei
Daniela, 10 anos, no elevador, às nove da manhã, e perguntei: 'Não foi à aula?'
Ela respondeu: 'Não, tenho aula à tarde'. Comemorei: 'Que bom, então de manhã
você pode brincar, dormir até mais tarde'. 'Não', retrucou ela, 'tenho tanta
coisa de manhã...' 'Que tanta coisa?', perguntei. 'Aulas de inglês, de balé, de
pintura, piscina', e começou a elencar seu programa de garota robotizada.
Fiquei pensando: 'Que pena, a Daniela não disse: 'Tenho aula de meditação!
Estamos construindo super-homens e super mulheres, totalmente equipados, mas
emocionalmente infantilizados.
Uma
progressista cidade do interior de São Paulo tinha, em 1960, seis livrarias e
uma academia de ginástica; hoje, tem sessenta academias de ginástica e três
livrarias! Não tenho nada contra malhar o corpo, mas me preocupo com a
desproporção em relação à malhação do espírito. Acho ótimo, vamos todos morrer
esbeltos: 'Como estava o defunto?'. 'Olha, uma maravilha, não tinha uma
celulite!' Mas como fica a questão da subjetividade? Da espiritualidade? Da
ociosidade amorosa?
Hoje,
a palavra é virtualidade. Tudo é virtual. Trancado em seu quarto, em Brasília,
um homem pode ter uma amiga íntima em Tóquio, sem nenhuma preocupação de
conhecer o seu vizinho de prédio ou de quadra! Tudo é virtual. Somos místicos
virtuais, religiosos virtuais, cidadãos virtuais. E somos também eticamente
virtuais...
A
palavra hoje é 'entretenimento'; domingo, então, é o dia nacional da
imbecilização coletiva. Imbecil o apresentador, imbecil quem vai lá e se apresenta no palco, imbecil quem perde a
tarde diante da tela. Como a publicidade não consegue vender felicidade, passa
a ilusão de que felicidade é o resultado da soma de prazeres: 'Se tomar este
refrigerante, vestir este tênis, usar esta camisa, comprar este carro, você
chega lá!' O problema é que, em geral,
não se chega! Quem cede desenvolve de tal maneira o desejo, que acaba precisando de um analista. Ou de remédios.
Quem resiste, aumenta a neurose.
O
grande desafio é começar a ver o quanto é bom ser livre de todo esse
condicionamento globalizante, neoliberal, consumista. Assim, pode-se viver
melhor. Aliás, para uma boa saúde mental
três requisitos são indispensáveis: amizades, autoestima, ausência de estresse.
Há
uma lógica religiosa no consumismo pós-moderno. Na Idade Média, as cidades
adquiriam status construindo uma catedral; hoje, no Brasil, constrói-se um
shopping-center. É curioso: a maioria dos shoppings-centers tem linhas
arquitetônicas de catedrais estilizadas; neles não se pode ir de qualquer
maneira, é preciso vestir roupa de missa
de domingo. E ali dentro sente-se uma sensação paradisíaca: não há mendigos,
crianças de rua, sujeira pelas calçadas...
Entra-se
naqueles claustros ao som do gregoriano pós-moderno, aquela musiquinha de
esperar dentista. Observam-se os vários nichos, todas aquelas capelas com os
veneráveis objetos de consumo, acolitados por belas sacerdotisas. Quem pode
comprar à vista, sente-se no reino dos céus. Deve-se passar cheque pré-datado,
pagar a crédito, entrar no cheque
especial, sente-se no purgatório. Mas se não pode comprar, certamente vai se
sentir no inferno... Felizmente, terminam todos na eucaristia pós-moderna,
irmanados na mesma mesa, com o mesmo suco e o mesmo hambúrguer do Mc Donald...
Costumo
advertir os balconistas que me cercam à porta das lojas: 'Estou apenas fazendo
um passeio socrático.' Diante de seus olhares espantados, explico: 'Sócrates,
filósofo grego, também gostava de descansar a cabeça percorrendo o centro
comercial de Atenas. Quando vendedores como vocês o assediavam, ele
respondia:...
"Estou
apenas observando quanta coisa existe de que não preciso para ser
Feliz"!!!
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