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LITURGIA DIÁRIA

LITURGIA DIÁRIA - REFLEXÕES E COMENTÁRIOS

Diário de Terça-feira 14/03/2017


Terça-feira, 14 de março de 2017


“O abraço é o aperto que deveríamos passar a vida toda.”     




EVANGELHO DE HOJE
Lc 23,1-12


— O Senhor esteja convosco.
— Ele está no meio de nós.­
— PROCLAMAÇÃO do Evangelho de Jesus Cristo, + segundo Lucas.
— Glória a vós, Senhor!


Depois, Jesus falou às multidões e aos discípulos: "Os escribas e os fariseus sentaram-se no lugar de Moisés para ensinar. Portanto, tudo o que eles vos disserem, fazei e observai, mas não imiteis suas ações! Pois eles falam e não praticam. Amarram fardos pesados e insuportáveis e os põem nos ombros dos outros, mas eles mesmos não querem movê-los, nem sequer com um dedo. Fazem todas as suas ações só para serem vistos pelos outros, usam faixas bem largas com trechos da Lei e põem no manto franjas bem longas. Gostam do lugar de honra nos banquetes e dos primeiros assentos nas sinagogas, de serem cumprimentados nas praças públicas e de serem chamados de 'rabi'. Quanto a vós, não vos façais chamar de 'rabi', pois um só é vosso Mestre e todos vós sóis irmãos. Não chameis a ninguém na terra de 'pai', pois um só é vosso Pai, aquele que está nos céus. Não deixeis que vos chamem de 'guia', pois um só é o vosso Guia, o Cristo. Pelo contrário, o maior dentre vós deve ser aquele que vos serve. Quem se exaltar será humilhado, e quem se humilhar será exaltado.

www.paulinas.org.br/diafeliz
  


Palavra da Salvação
Glória a vós Senhor.




MEDITAÇÃO DO EVANGELHO
Alexandre Soledade


Bom dia!
Já perdi as contas quantas vezes ouvi alguém dizer ou afirmar que os “piores estão dentro da igreja”. De fato estão e talvez também não estejam, depende do critério que adotamos. No entanto independentemente do critério, em ambos os casos, temos os piores exemplos.
Sim! Temos os piores exemplos em ambas as pontas. Veja! Piores exemplos e NÃO piores pessoas.
Os piores exemplos dos “de fora” (…)
Quem não esta na igreja e vê esse fato como vitória sobre quem tem um gosto diferente; quem ofende ou trata alguém diferenciadamente porque tem uma postura ou valores cristãos; quem caçoa ou ridiculariza o filho que quer ser coroinha, acólito ou seguir uma vocação religiosa; quem incentiva a outros (namorados, amigos, parentes) a se afastarem; quem só procura a benção da igreja movida por medo, status ou visualização social, ou seja, aqueles que só vão a igreja em datas festivas ou de profunda tristeza (casamento, sétimo dia, formaturas, batizados) e ainda ficam olhando no relógio “doidos” para ir embora. Que usam a catequese como babá dos seus filhos para poder ficar em casa assistindo futebol, (…).
“(…) Eu não me envergonho do evangelho, pois ele é a força salvadora de Deus para todo aquele que crê, primeiro para o judeu, mas também para o grego. Nele se revela a justiça de Deus, que vem pela fé e conduz à fé, como está escrito: “O justo viverá pela fé”. Ao mesmo tempo revela-se, lá do céu, a ira de Deus contra toda impiedade e injustiça humana, daqueles que por sua injustiça reprimem a verdade. Pois o que de Deus se pode conhecer é a eles manifesto, já que Deus mesmo lhes deu esse conhecimento. De fato, as perfeições invisíveis de Deus — não somente seu poder eterno, mas também a sua eterna divindade — são claramente conhecidas, através de suas obras, desde a criação do mundo. Portanto, eles não têm desculpa: apesar de conhecerem a Deus, não o glorificaram como Deus nem lhe deram graças. Pelo contrário, perderam-se em seus pensamentos fúteis, e seu coração insensato se obscureceu”. (Romanos 1, 16-21)
Os piores exemplos dos “de dentro” são os narrados por Jesus no Evangelho de hoje.
Aquele que “vira dono da igreja”; que faz acordos para se eleger coordenador de um movimento ou pastoral; que só participa visando criticar; que afasta as pessoas; que implica por tudo e por coisas pequenas; que cobra regras, mas não as segue; que punem a comunidade por orgulho; que não vê seus próprios defeitos; que fazem da homilia um desabafo; que toca pensando que é show; que fala mais que o padre; (…). Engraçado! Toda boa comunidade tem desses tipos “pitorescos”
Mas será que são os piores? Não, não são! Como também não são aqueles que são criticados por esses “santos”.
Apesar de estarem equivocados quanto à forma de conduzir sua vida em relação aos outros, são pessoas que ainda buscam ficar do lado certo. O “dono da igreja” me lembra o namorado que de tanto amor “morre” de ciúmes da namorada. Não quer que ninguém converse com ela e tawls. É estranho, amor demais que vira ciúme! Só ele (a) esta certo; só ele (a) resolve… (risos), só ele será salvo.. É um tremendo contra censo com a mensagem de hoje. “(…) Entre vocês, o mais importante é aquele que serve os outros. Quem se engrandece será humilhado, mas quem se humilha será engrandecido”.
Quantas vezes já nos pegamos fazendo algumas dessas situações também? Quaresma é um tempo propício para rever posturas… Reflitamos a primeira leitura
“(…) Lavai-vos, purificai-vos. Tirai a maldade de vossas ações de minha frente. Deixai de fazer o mal! Aprendei a fazer o bem! Procurai o direito, corrigi o opressor. Julgai a causa do órfão, defendei a viúva”. (Isaias 1, 16-17)
Um imenso abraço fraterno!







COMPORTAMENTO


O narcisismo na contemporaneidade: o mal estar da era das “selfies”
Por Revista Pazes -dezembro 27, 2016


Texto de Natali Maia Marques

A intenção é trazer uma reflexão sobre as famosas “selfies”, o que acontece com esse ciclo vicioso que estão se tornando. Pensar através de conceitos e teorias da psicologia e psicanálise para entender tal fenômeno na contemporaneidade, se não vivemos uma “neurose das selfies”, uma vez que neurose esta relacionada com a questão da compulsão e repetição.

Sigmund Freud, o criador da psicanálise, teorizou sobre o conceito de narcisismo, em sua obra Introdução ao Narcismo, trazendo questões importantes sobre o desenvolvimento do sujeito que ainda podem ajudar a pensarmos no meio em que vivemos, para que uma pessoa consiga estabelecer bons vínculos sociais, é necessário que durante o período da infância, a criança se sinta amada principalmente pelas figuras familiares, ou seja, caracterizando como fundamental o olhar e troca/investimento afetivo.

Com isso, de acordo com a teoria freudiana, é normal e esperado que o narcisismo esteja presente no desenvolvimento de todos nós, mas a forma como é vivenciado na infância influenciará nas outras fases da vida de cada um. Por exemplo, caso ocorra investimento narcísico em excesso o indivíduo poderá ficar voltado demais para si mesmo, e possivelmente terá dificuldades de estabelecer vínculos mais profundos.

Em relação à mitologia grega, Narciso era aquele que ficou conhecido pela sua beleza e também pela impossibilidade de se contemplar, pois segundo o mito, isso lhe renderia vida longa. Mas ao ver-se refletido nas águas de uma fonte, ele se apaixona por si. E em busca desse amor impossível, Narciso funde-se consigo mesmo e sucumbe na própria imagem. Trazendo para o atual contexto, podemos ver tal mito nas tecnologias, principalmente com o uso das redes sociais, e a tão falada “selfies” (substantivo originado de self, “eu” em inglês) não estariam ligadas apenas na intenção de se expor, através de fazer um auto-retrato, mas também uma busca pelo elogio e olhar do outro de ser admirado reconhecido, e assim, amado.

O que é muito discutido atualmente, seria se toda essa exposição e busca revela um sintoma da sociedade, cada vez menos interessada nas relações de fato e reais, á medida que apenas investe na proliferação de imagens, que não necessariamente traduzem o sentido real, ou seja, se o indivíduo de fato esta feliz e bem. Mas nessa busca por ser admirado e amado, de modo tão instantâneo, muitas vezes sem parar refletir, sendo assim de modo mais impulsivo, traduzem os reais sentimentos? E ao final, o indivíduo que terá muitas curtidas e elogios realmente se sentirá melhor?

Acredito que esse sentimento perdura um curto período de tempo, é instantâneo, e por isso, novamente a pessoa precisa postar outra e outra e mais uma “selfie”, para ter mais curtidas e mais elogios, pra de novo “estar bem”, virando um ciclo vicioso, uma tornando-se, assim, uma “neurose” se há uma compulsão da repetição, daquilo que nunca é atingido, por isso a compulsão (postar constantemente uma selfie) para evitar o sentimento de vazio, possivelmente quando o indivíduo começa a entrar em contato com a sensação do vazio instantaneamente “tirar uma selfie”, e novos elogios virão. E não seriam isso as “selfies”, um vício, uma repetição pela busca deste sentimento de “felicidade”, em ser “admirado ou amado”?

Fica a reflexão por uma dificuldade também da pessoa de estar sozinha, com os próprios e reais sentimentos, sejam eles bons ou ruins, ou de pode estar em contato com outro, configurando um mal-estar na era das “selfies”. Dessa forma, cada vez mais as relações se tornam superficiais, ou seja, quando se esta realmente em contato com o outro o indivíduo pouco expõem o que deseja, sente, pensa, pois esta tão voltado para a sua “selfie”, pra si mesmo, como diz Caetano Veloso “Narciso odeia tudo aquilo que não é espelho”, e a “selfie” nada mais é do que uma forma de espelho!

Assim, a pessoa nem se reconhece mais no olhar do outro, não sabe mais o que busca e como no mito, pode sucumbir na própria admiração. Além das fotos de si mesmo, também é muito compartilhado os momentos vividos, mas realmente vivê-los é necessário!

Por fim, como as redes sociais poderiam ser diferentes e mais úteis também? E se cada um começasse a postar mais os seus interesses, informações culturais, a compartilhar projetos sociais importantes, e não somente o seu próprio retrato, mas sim, o que esta por trás da “selfie”, quem realmente é, e como pode ajudar a sociedade em que vive, que com certeza, não será através da postagem de milhares de fotos de si mesmo. A necessidade de construirmos uma sociedade menos individualista e egoísta, que cada vez mais nos tornamos, e sim que as redes sociais possam ter, principalmente, uma função de contribuição à sociedade!






MOMENTO DE REFLEXÃO


Perdão sem limites

Certa vez, um africano foi vendido para um navio negreiro, e transportado para os Estados Unidos. Lá, ele se converteu à Igreja Católica. Devido às suas grandes qualidades, o fazendeiro que o comprara gostava muito dele.

Um ano depois, o navio chegou trazendo mais escravos. O fazendeiro decidiu comprar mais vinte escravos, e pediu àquele de quem gostava que fosse até o navio e escolhesse os vinte melhores.

Entre os escolhidos, havia um velho, quase inútil para o trabalho em fazenda. O escravo convertido dava a todos muita atenção, mas o velho recebia cuidado especial. Admirado, a fazendeiro perguntou-lhe:

- Ele é seu pai?
- Não. Ele não é meu parente.
- Então por que você lhe dá tanta atenção?
- Ele foi meu inimigo. Foi ele que me vendeu ao chefe do navio em que vim.

“Amai os vossos inimigos e fazer o bem aos que vos odeiam. Falai bem dos que falam mal de vós, e orai por aqueles que vos caluniam. Se alguém te bater numa face, oferece-lhe também a outra” (Lc 6,27-29).



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