Terça-feira,
27 de Setembro de 2016
“Fazer o bem
é a minha religião.” (Thomas Paine)
EVANGELHO
DE HOJE
Lc 9,51-56
— O Senhor
esteja convosco.
— Ele está
no meio de nós.
—
PROCLAMAÇÃO do Evangelho de Jesus Cristo, + segundo Lucas.
— Glória a
vós, Senhor!
51Estava
chegando o tempo de Jesus ser levado para o céu. Então ele tomou a firme
decisão de partir para Jerusalém 52e enviou mensageiros à sua frente. Estes
puseram-se a caminho e entraram num povoado de samaritanos, a fim de preparar
hospedagem para Jesus. 53Mas os samaritanos não o receberam, pois Jesus dava a
impressão de que ia a Jerusalém. 54Vendo isso, os discípulos Tiago e João
disseram: “Senhor, queres que mandemos descer fogo do céu para destruí-los?”
55Jesus, porém, voltou-se e repreendeu-os. 56E partiram para outro povoado.
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Palavra da
Salvação
Glória a vós
Senhor.
MEDITAÇÃO
DO EVANGELHO
Padre
Antonio Queiroz
Bom
dia!
Se
recordarmos outro trecho do evangelho (o da Samaritana) poderemos criar um
desfecho equivocado a esse evangelho.
”(…)
Ora, devia passar por Samaria. Chegou, pois, a uma localidade da Samaria,
chamada Sicar, junto das terras que Jacó dera a seu filho José. Ali havia o
poço de Jacó. E Jesus, fatigado da viagem, sentou-se à beira do poço. Era por
volta do meio-dia. Veio uma mulher da Samaria tirar água. Pediu-lhe Jesus:
Dá-me de beber“. (João 4, 4-7)
Poderíamos
pensar: “não foram esses mesmos samaritanos que se converteram ao ouvir a
mulher falar de Jesus”? “não são eles que acolheram a mensagem e agora não
querem que Jesus passe por seu território”?
Nada
podemos afirmar se era a mesma região ou o mesmo povoado visto que a região da
Samaria era extensa e se assim for verdade cairia por terra nossa primeira
impressão de traição. Quem não imaginaria a cena e não se revoltaria com o
povo. Sem saber da plena verdade dos fatos criamos algo odioso chamado
pré-conceito.
É
claro que nossas convicções poderiam estar certas sobre o fato, mas nossos
esquemas pessoais sobre o mundo e sobre as pessoas precisam mudar. Precisamos
“adivinhar” menos!
Quem
nunca ouviu estórias e contos de pessoas simples, trajando roupas simples
entrarem em lojas e não serem atendidas, pois os vendedores “pensavam que era
perca de tempo”? Quem nunca ouviu também estórias de pessoas desprezadas aos
olhos comprarem a loja à vista?
Jesus
era um “problema”. Sua presença na região trazia a atenção dos poderosos e
influentes para onde estava e com quem falava. Quantos não foram interrogados
pelos mestres da lei após serem curados buscando um traço de mentira nos
milagres do homem de Nazaré? Muita gente não queria que Jesus as encontrasse,
pois tinham receio de serem vistos como um dos seus. Que o diga Nicodemos, José
de Arimatéia e outros que foram seus seguidores em silêncio
Muita
gente preferia admirá-lo de longe, sem se comprometer; viam talvez nele a
esperança, mas o medo as impedia de segui-lo. Reparem na seqüência imediata
desse evangelho que alguns desejam segui-lo mas ainda não conseguem abandonar o
velho regime. Cada qual a seu tempo, pois todos temos nossas limitações e
cárceres.
Esse
trecho antecede o envio dos discípulos (setenta e dois) de dois em dois pelas
regiões da Judéia. Jesus identifica o medo que os impedia de mudar sua vida,
mas não deseja que se exponham. “(…) O
senhor quer que a gente mande descer fogo do céu para acabar com estas pessoas?
PORÉM JESUS, VIRANDO-SE PARA ELES, OS REPREENDEU”.
O
Senhor talvez não desejasse que fossem julgados pelo medo (pré-conceito,
limitações pessoais) e sim pelas atitudes de fé e coragem. Na passagem
seqüencial que manda que os setenta e dois aos vilarejos, propõe uma mudança de
atitude: o medo deve dar lugar a paz! Uma pequena porta que se abre para a
acolher a Jesus torna-se maior que os pecados e erros de outrora.
Talvez
essa narrativa explique por que tanta gente cantou aquela música “faz um
milagre em mim”.
“(…)
Entra na minha casa. Entra na minha vida. Mexe com minha estrutura; Sara todas
as feridas. Me ensina a ter Santidade; Quero amar somente a Ti, Porque o Senhor
é o meu bem maior, Faz um Milagre em mim”
Muita
gente que também o ama em segredo com medo de se expor. Somos muito mais que
setenta e dois, levemos a paz!
Um
imenso abraço fraterno.
COMPORTAMENTO
O poder
transformador da empatia nas relações humanas
“A
empatia é a arte de se colocar no lugar do outro por meio da imaginação,
compreendendo seus sentimentos e perspectivas e usando essa compreensão para
guiar as próprias ações.” Segundo John Donne, nenhum homem é uma ilha, sendo
cada indivíduo um pedaço do continente, uma parte do todo.
Durante
muito tempo pensou-se que a empatia fosse uma capacidade exclusivamente humana.
Hoje, sabemos que diversas espécies animais são capazes de sentir empatia e
coordenar impulsos “levando em consideração” o outro. Assim, nossa capacidade
de sentir empatia está ligada à herança genética, que é uma consequência
evolucionista.
Segundo
o autor (KRZNARIC, p. 28) do livro “O Poder da Empatia – A arte de se colocar
no lugar do outro para transformar o mundo”, a empatia é o antídoto para o
individualismo absorto em si mesmo, que herdamos do século passado. A
necessidade de desenvolver empatia está no cerne do esforço de encontrarmos
soluções para problemas mundiais como violência étnica, intolerância religiosa,
pobreza extrema, fome, abusos dos direitos humanos, aquecimento global. O autor
denomina esta capacidade como uma espécie de pílula da paz.
Historicamente,
conseguimos enxergar alguns “impedimentos” que nos colocamos para usarmos
intensamente a empatia: Preconceito, autoridade, distância e negação. O
preconceito é como uma venda em nossos olhos, é um julgamento feito em um
momento considerando informações superficiais, sem comprovação; é um
estereótipo do qual devemos fugir. Ao exercer enorme influências sobre os indivíduos,
a autoridade foi utilizada como desculpa para cumprir tarefas execráveis.
Também, não só a distância física, mas a temporal e, principalmente, a social,
nos induzem a ser menos empáticos. E ainda, após sermos bombardeados com
imagens de problemas sociais em diversas partes do mundo, com o tempo vamos nos
tornando insensíveis a elas, “negando’’ sua existência.
O
uso de nosso eu empático pode também estar intrinsecamente ligado à resolução
de questões do nosso dia a dia. Ao tentar se colocar no lugar do outro no
ambiente de trabalho, temos muito a ganhar expandindo nossa capacidade de
compreensão dos problemas que nos rodeiam. Este exercício nos proporciona
experimentar outras visões diferentes das nossas e observar aspectos antes
ignorados por nós, pela simples constatação que enxergamos tudo a nossa volta
considerando nossas próprias experiências pregressas. Essas mesmas experiências
nos moldam ao longo do tempo, desenvolvendo, mesmo que inconscientemente, o
poder da empatia.
A
habilidade de aceitar e conviver bem com a diversidade nos torna mais empáticos
e tolerantes. É o que vai nos permitir entrar numa sala de reuniões de uma
organização transnacional para uma apresentação a ser feita e transmitir a
mensagem que queremos de forma adequada para cada membro da plateia.
Outro
aspecto muito importante que a empatia contribui é para a liderança. Nos dias
de hoje, e com o modelo dinâmico de organizações que vivemos, não cabe mais o
líder autocrático, altamente técnico, mas que não consegue se comunicar bem com
seus liderados. É um exercício diário observar os colegas, subordinados e
superiores e desenvolver a habilidade de ser empático com cada um deles.
Isso
significa compreender as demandas individuais e atendê-las de forma abrangente.
Um subordinado demanda orientações para o desenvolvimento da tarefa de forma a
contribuir com a meta do grupo em que está inserido. Um superior demanda
informações já tratadas para o processo decisório. Mesmo tratando de um assunto
comum, as abordagens são completamente diversas e cabe ao líder compreender
essa diferença. Para isso, vai usar muito de sua capacidade de ser empático com
ambos.
Ser
empático não se restringe às pessoas que conhecemos, mas principalmente com os
desconhecidos ou mesmo com personalidades antagônicas. Este é um grande esforço
que demanda sensibilidade, inteligência emocional e vontade, para se colocar no
lugar do outro e experimentar uma nova perspectiva. Esta é uma habilidade que
pode ser aprendida, mas que precisa ser diariamente cultivada.
As
organizações têm muito a ganhar desenvolvendo a empatia em seus colaboradores,
que naturalmente passam a trabalhar mais alinhados com seus líderes, uma vez
que se sentem compreendidos. Isso gera coesão na equipe, e é um diferencial de
mercado, que impacta na rentabilidade, gerando mais resultados.
Precisamos
reconhecer a empatia como uma força capaz de promover mudanças nos diversos
meios onde atuemos. Podemos fazer esse exercício diariamente, em nossas
famílias e em nosso ambiente de trabalho, melhorando nossas relações
interpessoais.
Fazer
esforço consciente para se colocar no lugar de outra pessoa – inclusive no de
nossos inimigos – para rasgar rótulos, reconhecer sua humanidade,
individualidade e perspectivas: eis um dos grandes diferenciais daqueles que se
esforçam para se destacarem em liderança.
* Este
artigo é de autoria de Alzira Azeredo
MOMENTO
DE REFLEXÃO
Certa
manhã, meu pai, muito sábio, convidou-me para dar um passeio no bosque e eu
aceitei com prazer.
Após
algum tempo, ele se deteve numa clareira e, depois de um pequeno silêncio, me
perguntou:
–
Além do canto dos pássaros, você está ouvindo mais alguma coisa?
Apurei
os ouvidos alguns segundos e respondi:
–
Estou ouvindo um barulho de carroça.
–
Isso mesmo – disse meu pai – e é uma carroça vazia!
Perguntei
a ele:
–
Como pode saber que a carroça está vazia, se ainda não a vimos?

Tornei-me
adulto e até hoje, quando vejo uma pessoa falando demais, gritando (no sentido
de intimidar), tratando o próximo com grosseria inoportuna, prepotente,
interrompendo a conversa de todo mundo e querendo demonstrar ser o dono da
razão e da verdade absoluta, tenho a impressão de ouvir a voz do meu pai
dizendo:
–
Quanto mais vazia a carroça, mais barulho ela faz!
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