Páginas


(clique abaixo para ouvir a música)

LITURGIA DIÁRIA

LITURGIA DIÁRIA - REFLEXÕES E COMENTÁRIOS

Diário de Domingo 01/05/2016


Domingo, 01 de maio de 2016


“Coisas das quais nunca se duvidou, jamais foram provadas.” (Denis Diderot)



EVANGELHO DE HOJE
Jo 14,23-29 ou Jo 17,20-26

— O Senhor esteja convosco.
— Ele está no meio de nós.­
— PROCLAMAÇÃO do Evangelho de Jesus Cristo, + segundo João.
— Glória a vós, Senhor!


Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: 18“Se o mundo vos odeia, sabei que primeiro me odiou a mim. 19Se fôsseis do mundo, o mundo gostaria daquilo que lhe pertence. Mas, porque não sois do mundo, porque eu vos escolhi e apartei do mundo, o mundo por isso vos odeia.
20Lembrai-vos daquilo que eu vos disse: ‘O servo não é maior que seu senhor’. Se me perseguiram a mim, também perseguirão a vós. Se guardaram a minha palavra, também guardarão a vossa. 21Tudo isto eles farão contra vós por causa do meu nome, porque não conhecem aquele que me enviou”.
www.paulinas.org.br/diafeliz


Palavra da Salvação
Glória a vós Senhor








MEDITANDO O EVANGELHO
Professor Isaías da Costa


Jesus deixou o amor e a paz!
Gostaria de agradecer a todas as Mães, mamães. Hoje neste dia tão especial nossos corações de filhos se enchem de alegria e querem simplesmente expressar a frase: “te amo mamãe, obrigado por existir”.

Conhecendo o Evangelho
Neste sexto domingo da Páscoa estamos vivendo os momentos que antecedem a partida de Jesus, ascensão. Hoje Jesus nos promete o Espírito Santo. O encontro de Jesus com os discípulos é marcado por ensinamentos que tocam o mais profundo do coração humano
Jesus novamente apresenta a proposta de amor. Para Ele o amor é tudo. Por isso, Jesus afirma que para amá-lo é necessário guardar suas palavras. Porém, de quem são as palavras: de Jesus ou do Pai? Pois, bem. Temos aqui o perfeito mistério da Santíssima Trindade.
A manifestação de Deus não é dada a qualquer um. Jesus deixa isso muito claro, ou seja, é uma regra estabelecida. A sua manifestação dá apenas a quem o ama.
Para atuar nesta perfeição do amor temos a Terceira pessoa da Santíssima Trindade, o Espírito Santo, Paráclito. O Espírito Santo tem a função de instruir-nos sobre tudo o que for necessário para aprendermos as verdades anunciadas por Jesus. Outra missão do Espírito Santo é manifestar a paz deixada por Cristo. A paz cria, estabelece, confirma a união do homem e de Deus.
A paz que Jesus dá anuncia o advento de Deus. Assim, como os primeiros cristãos anunciavam a vinda de Deus (cf. 1Ts 4,13). Outra afirmação de Jesus é dizer que o Pai é maior que Ele Mas como o Pai é maior que Jesus? Essa afirmação parte do ponto de vista de Jesus enquanto verbo encarnado. Pois, o humano é inferior ao divino. Porém, Jesus, enquanto ser divino, não possui inferioridade e nem superioridade em relação a Deus.

Vivendo o Evangelho
Em nossa caminhada diária nos sentimos sozinhos, em muitos momentos. Não sabemos o motivo e a angústia vem tocar em nosso peito. São nesses momentos que precisamos pedir força a Deus para continuarmos nossa caminhada, mesmo com um pequeno desânimo. O que vai nos animar? Sem dúvida o que vai no animar, e, sobretudo, nos dar coragem, é o Espírito Santo.
Novamente Jesus quer nos convidar ao amor. Isso é tocante. O mundo relativista, onde não há certo nem errado, quer dizer que amar e não-amar são sinônimos o importante é você viver. Mas existe felicidade em quem se isola dos outros e nega qualquer tipo de amor? Muitas vezes nos queixamos sobre o vazio da vida que a sociedade nos apresenta. Mas, como eu busco forças para viver de maneira diferente este vazio?
Meus, irmão e irmãs, em um mundo confuso repleto de medo e violência devemos pedir a paz e, sobretudo o amor que brota da paz. Como diz Santa Paulina: “nunca desanimeis, embora venham ventos contrários”.Boa semana e até a próxima.
Seja simplesmente feliz!

Dúvidas e sugestões- isaiasdacosta@hotmail.com - Twitter- @isaiasdacosta)







VÍDEO DA SEMANA

Apego e amor - Pe. Fábio de Melo




https://www.youtube.com/watch?v=AI3xj9Cm3Sg





MOMENTO DE REFLEXÃO


Eu sei que a gente se acostuma. Mas não devia. A gente se acostuma a morar em apartamentos de fundos e a não ter outra vista que não as janelas ao redor. E, porque não tem vista, logo se acostuma a não olhar para fora. E, porque não olha para fora, logo se acostuma a não abrir de todo as cortinas. E, porque não abre as cortinas, logo se acostuma a acender mais cedo a luz. E, à medida que se acostuma, esquece o sol, esquece o ar, esquece a amplidão.

A gente se acostuma a acordar de manhã sobressaltado porque está na hora. A tomar o café correndo porque está atrasado. A ler o jornal no ônibus porque não pode perder o tempo da viagem. A comer sanduíche porque não dá para almoçar. A sair do trabalho porque já é noite. A cochilar no ônibus porque está cansado. A deitar cedo e dormir pesado sem ter vivido o dia.

A gente se acostuma a abrir o jornal e a ler sobre a guerra. E, aceitando a guerra, aceita os mortos e que haja números para os mortos. E, aceitando os números, aceita não acreditar nas negociações de paz. E, não acreditando nas negociações de paz, aceita ler todo dia da guerra, dos números, da longa duração.

A gente se acostuma a esperar o dia inteiro e ouvir no telefone: hoje não posso ir. A sorrir para as pessoas sem receber um sorriso de volta. A ser ignorado quando precisava tanto ser visto.

A gente se acostuma a pagar por tudo o que deseja e o de que necessita. E a lutar para ganhar o dinheiro com que pagar. E a ganhar menos do que precisa. E a fazer fila para pagar. E a pagar mais do que as coisas valem. E a saber que cada vez pagar mais. E a procurar mais trabalho, para ganhar mais dinheiro, para ter com que pagar nas filas em que se cobra.

A gente se acostuma a andar na rua e ver cartazes. A abrir as revistas e ver anúncios. A ligar a televisão e assistir a comerciais. A ir ao cinema e engolir publicidade. A ser instigado, conduzido, desnorteado, lançado na infindável catarata dos produtos.


A gente se acostuma à poluição. Às salas fechadas de ar condicionado e cheiro de cigarro. À luz artificial de ligeiro tremor. Ao choque que os olhos levam na luz natural. Às bactérias da água potável. À contaminação da água do mar. À lenta morte dos rios. Se acostuma a não ouvir passarinho, a não ter galo de madrugada, a temer a hidrofobia dos cães, a não colher fruta no pé, a não ter sequer uma planta.

A gente se acostuma a coisas demais, para não sofrer. Em doses pequenas, tentando não perceber, vai afastando uma dor aqui, um ressentimento ali, uma revolta acolá. Se o cinema está cheio, a gente senta na primeira fila e torce um pouco o pescoço. Se a praia está contaminada, a gente molha só os pés e sua no resto do corpo. 
Se o trabalho está duro, a gente se consola pensando no fim de semana. E se no fim de semana não há muito o que fazer a gente vai dormir cedo e ainda fica satisfeito porque tem sempre sono atrasado.

A gente se acostuma para não se ralar na aspereza, para preservar a pele. Se acostuma para evitar feridas, sangramentos, para esquivar-se de faca e baioneta, para poupar o peito. A gente se acostuma para poupar a vida. Que aos poucos se gasta, e que, gasta de tanto acostumar, se perde de si mesma.

O texto acima foi extraído do livro “Eu sei, mas não devia”, Editora Rocco – Rio de Janeiro, 1996, pág. 09




Nenhum comentário:

Postar um comentário