Quinta-feira,
12 de maio de 2016
“Não há amor
sem coragem e não há coragem sem amor.” (Rollo May)
EVANGELHO
DE HOJE
Jo 17,20-26
— O Senhor
esteja convosco.
— Ele está
no meio de nós.
—
PROCLAMAÇÃO do Evangelho de Jesus Cristo, + segundo João.
— Glória a
vós, Senhor!
Naquele
tempo, Jesus ergueu os olhos ao céu e rezou, dizendo:
20“Pai
santo, eu não te rogo somente por eles, mas também por aqueles que vão crer em
mim pela sua palavra; 21para que todos sejam um como tu, Pai, estás em mim e eu
em ti, e para que eles estejam em nós, a fim de que o mundo creia que tu me
enviaste.
22Eu
dei-lhes a glória que tu me deste, para que eles sejam um, como nós somos um:
23eu neles e tu em mim, para que assim eles cheguem à unidade perfeita e o
mundo reconheça que tu me enviaste e os amaste, como me amaste a mim. 24Pai,
aqueles que me deste, quero que estejam comigo onde eu estiver, para que eles
contemplem a minha glória, glória que tu me deste porque me amaste antes da
fundação do universo. 25Pai justo, o mundo não te conheceu, mas eu te conheci,
e estes também conheceram que tu me enviaste. 26Eu lhes fiz conhecer o teu
nome, e o tornarei conhecido ainda mais, para que o amor com que me amaste
esteja neles, e eu mesmo esteja neles”.
www.paulinas.org.br/diafeliz
Palavra da
Salvação
Glória a vós
Senhor
MEDITANDO
O EVANGELHO
Alexandre Soledade
Bom
dia!
Esse
evangelho me fez refletir diversos pontos:
1) Dedico algum tempo da minha oração
por aqueles que não conhecem a Deus? “(…) Não peço somente por eles, mas também
em favor das pessoas que vão crer em mim por meio da mensagem deles”.
São
Lucas trás em seus escritos uma particularidade que nenhum dos outros três
narrou: O olhar de Jesus para Pedro durante a via sacra.
“(…)
VOLTANDO-SE O SENHOR, OLHOU PARA PEDRO. Então Pedro se lembrou da palavra do
Senhor: Hoje, antes que o galo cante, negar-me-ás três vezes. Saiu dali e
chorou amargamente“. (Lucas 22, 61-62)
Quando
narra esse fato Lucas não esconde o quanto aquele olhar representou para Pedro.
Um olhar penetrante que talvez o lembrasse que de tudo que Jesus havia dito e
premeditado a seu respeito na santa ceia, mas aquele olhar talvez dissesse a
Pedro: MESMO ASSIM, EU CONTINUAREI A REZAR POR VOCÊ!
2) Apesar das diferenças de opinião e
de compreensões, consigo buscar um denominador comum? “(…) E peço que todos
sejam um. E assim como tu, meu Pai, estás unido comigo”
Esses
dias atrás discuti com um amigo de longa data, e após meditar as conseqüências
da briga, noto que quem saiu perdendo foi eu, ele e a comunidade que
pertencemos. Talvez, nas ocasiões como esta, que se repetem dia-a-dia conosco,
que não cheguam a essa mesma reflexão, continuarão a condenar a comunidade. Não
dá pra ser amigo de Deus sem querer ouvi-LO.
3) Tenho compreensão que minha maior
missão esta no próximo e não em mim? “(…) Eu fiz com que eles te conheçam e
continuarei a fazer isso para que o amor que tens por mim esteja neles e para
que eu também esteja unido com eles”.
O
que adianta chegar ao céu sozinho?
A
oração torna nosso caminho menos turbulento. Ela não nos afastará dos
problemas, mas nos ajudará em muito a superá-los. Mas muitos dos que nos cercam
precisam aprender a rezar conosco. Se sou cristão apenas na igreja significa
que não aprendi nada e Jesus volta novamente seu olhar a dizer: MESMO ASSIM, EU
CONTINUAREI A REZAR POR VOCÊ!
Queremos
estar cercados de pessoas perfeitas que aturem a minha própria imperfeição. Sou
imperfeito e minha perfeição só será completada na lida com as pessoas. Talvez
seja isso que Tiago quisesse dizer com “a fé sem obras é morta”!
Nascemos
para ser competitivos. Disputamos com outros tantos espermatozóides um único
óvulo. Queremos ser os melhores, passar no vestibular, num concurso, (…); mas
para o céu não há limite de vagas, não é concurso, então porque competição?
Creio
que a preocupação de preparar moradas não foi para que somente eu chegasse lá.
“(…)
Não se perturbe o vosso coração. Credes em Deus, crede também em mim. Na casa
de meu Pai há muitas moradas. Não fora assim, e eu vos teria dito; pois vou
preparar-vos um lugar. Depois de ir e vos preparar um lugar, voltarei e
tomar-vos-ei comigo, para que, onde eu estou, também vós estejais. E vós
conheceis o caminho para ir aonde vou“. (João 14, 1-4)
Vamos
avançar!
Um
Imenso abraço fraterno.
MUNDO
ANIMAL
Que nome darei a meu cão?
Era
uma vez um menino chamado Luís Maurício, que cresceu e se tornou um dos maiores
guitarristas de rock do Brasil e até do mundo. Só que se tornou conhecido por
um apelido que para uns é "nome de cachorro": ele mesmo, Lulu Santos.
Lulu nem se importa muito com as brincadeiras sobre seu apelido/nome artístico
ser "nome de cachorro", tendo até dado a um de seus CDs o título
Mondo Cane, com um belo canino na capa e tudo. De modo que, para mim, a questão
sobre que nome dar ao cão puxa outra: afinal, o que é "nome de cão"?
Sim,
em português há os nomes mais comuns e óbvios para cães, como Lulu e Totó. Mas
Lulu é também um guitarrista de rock, como já lembramos, além da personagem de
quadrinhos amiga do Bolinha e que agora virou adolescente. "Totó" é
também nome de um famoso humorista italiano e o nome que os cariocas deram
àquele jogo de futebol de mesa conhecido em São Paulo como "pebolim".
E todas as palavras que conhecemos como "nomes de gente" querem
originalmente dizer outra coisa: Adriano significa "da região italiana da
Ádria", Pedro significa "pedra", Cecília é "cega",
Sandra significa "defensora", Ayrton é "da cidade de Ayr"
(fica na Escócia) e assim por diante. (Sem falar que tudo é possível depois que
Frank Zappa, Caetano Veloso e Baby Consuelo/do Brasil agraciaram suas crias
humanas com nomes como Moon Unit, Zeca e Krishna Baby.)
Por
sinal, desde o fim do século passado, cada vez mais estadunidenses dão aos cães
nomes humanos como Sam, Lucy, Max ou Molly, o que serve como prova de que o
canino é considerado cada vez mais um membro da família, não apenas uma
propriedade, bem de consumo ou acessório vivo. (Leonard Ashley, professor
universitário inglês lecionando nos EUA, diz que uma tendência atual é dar aos
cães nomes no idioma de origem da raça; "se for uma raça alemã, as pessoas
querem dar um nome alemão, como se o cachorro soubesse falar alemão.")
Para
nomear nossos caninos é possível — e até necessário — ser mais criativo e
respeitoso que a Jamie Kelly da série de livros Querido Diário Otário, que deu
a seu Beagle o nome de Fedido (no original Stinker, o que me fez lembrar do
produtor de discos Quincy Jones, que colocou o apelido Smelly, também
"fedido", em um de seus clientes, mais conhecido por seu verdadeiro
nome, Michael Jackson.). Também já vai longe o Brasil do século 19 examinado
pelo historiador Gilberto Freyre em seu livro Sobrados e Mocambos, quando os
cães recebiam nomes como Rompe-Ferro, Nero e também Vulcão, Negrão, Gavião,
Trovão, Furacão, "como se os nomes em 'ão' lhes aumentassem o prestígio de
animais ferozes, capazes de estraçalhar estranhos ou intrusos".
Lembrei-me
também de uma nota publicada na revista Claudia nos anos 1970, sobre dar aos
Pequineses nomes chineses com significados como "menino comportado"
ou "minha senhora". Por falar em revistas, escrevi na Cães & Cia.
sobre o costume nordestino de se dar aos cães nomes de peixes e assemelhados,
numa versão agreste do espírito irônico brasileiro e consolo pela escassez de
água na região, lembrado até em um sucesso do grande Luiz Gonzaga,
"Samarica Parteira", autoria de Zé Dantas: "Não sei por que
cachorro de 'pobe' tem sempre nome de peixe: é 'Cruvina', 'Taíra', Piaba,
'Matrinxã', Baleia [sic], Piranha. Ah! 'Maguinho', mas 'caçadozim' como o
diabo! Cachorro de rico é gooordo, 'num' caça nada, rabo grosso! [...] Agora, o
nome é bonito: é White, Flike, Rex, Whisky, Jumm..."
Enfim,
não é preciso ser historiador, nem saber falar chinês ou alemão, para dar aos
caninos nomes que reflitam sua personalidade (e também a do dono) de forma
prática, positiva, criativa e respeitosa. Vamos, então, dar nome aos cães — e,
por que não, apelidos também.
Nome
humano é bom, mas...
Já
estamos no século 21 e ainda há pessoas que consideram "cachorro" um
xingamento e se ofendem quando são apresentadas a um xará canino, de modo que
há quem recomende evitar dar ao cão nomes de parentes ou amigos, para evitar
constrangimentos.
MOMENTO
DE REFLEXÃO
A
noite estava escura, céu sem estrelas. De vez em quando ouvia-se o uivo de um
lobo bem longe, misturado com o barulho do vento. As crianças reunidas na tenda
do Mestre Benjamin estavam com medo. Mestre Benjamim sentiu o medo nos seus
olhos. Foi então que uma delas perguntou:
-
Mestre Benjamim, há um jeito de não ter medo? Medo é tão ruim!
Mestre
Benjamim respondeu:
-
Há sim... E ficou quieto.
Veio
então a outra pergunta:
-
E qual é esse jeito?
-
É muito fácil. É só pensar como as ovelhas pensam...
-
Mas como é que vou saber o que as ovelhas estão pensando?
Mestre
Benjamim respondeu:
-
Quando durante a noite, as ovelhas estão deitadas na pastagem, os lobos estão à
espreita. E eles uivam. As ovelhas têm medo. Mas aí, misturado ao uivo dos
lobos, elas ouvem a música mansa de uma flauta. É o pastor que cuida delas e
não dorme nunca. Ouvindo a música da flauta elas pensam:
Há
um pastor que me protege. Ele me leva aos lugares de grama verde e sabe onde
estão as fontes de águas límpidas. Uma brisa fresca refresca a minha alma.
Durante o dia ele me pega no colo e me conduz por trilhas amenas. Mesmo quando
tenho de passar pelo vale escuro da morte eu não tenho medo. A sua mão e o seu
cajado me tranqüilizam. Enquanto os lobos uivam, ele me dá o que comer. Passa
óleo perfumado na minha cabeça para curar minhas feridas. E me dá água fresca
para sarar o meu cansaço. Com ele não terei medo, eternamente... (Salmo 23,
paráfrase)
Mestre
Benjamim parou de falar. Os olhos de todas as crianças estavam nele. Foi então
que uma delas levantou a mão e perguntou:
-
E os lobos? Eles vão embora? Eles morrem?
-
Os lobos continuam a uivar. E continuam a ser perigosos. O pastor não consegue
espantar todos eles. E por vezes eles atacam e matam. Mas as ovelhas, ouvindo a
música da flauta do pastor dormem sem medo, não porque não haja mais perigo,
mas a despeito do perigo. Não há jeito de acabar com o perigo. Mas há um jeito
de acabar com o medo. Coragem é isso: dormir sem medo a despeito do perigo...
As
crianças voltaram para suas tendas e dormiram sem medo, pensando nos
pensamentos das ovelhas. De vez em quando, lá fora, ouvia-se o uivo de um lobo
faminto. Desde então, tornou-se costume contar ovelhinhas para dormir.
Texto
de Rubem Alves, do livro: “Perguntaram-me se acredito em Deus”.
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